Capítulo 4
Nas semanas que se seguiram, Hermione viu diversas vezes o Jaguar azul-claro, atravessando as ruas da cidade. Mas, ou por sorte ou por estar tentando evitá-la, Harry parecia não tê-la visto nenhuma das vezes. Na quinta-feira, saindo mais cedo do trabalho, foi substituir o pai na agência dos correios, para que ele pudesse fazer umas entregas. Harry apareceu e ficou sem graça ao vê-la ali no balcão. Estava desarrumado e pálido, como na primeira vez em que o vira.
__ Boa tarde, Senhor. Em que posso ajudá-lo? Hermione esforçava em parecer distante.
__ Vim buscar minha correspondência.
Ela se abaixou para procurar, sob o balcão, as cartas da posta-restante, até achar um único envelope que continha o nome dele. Aqui está. Só tem isso.
Harry rasgou cuidadosamente o canto do grande envelope, retirando de dentro vários outros envelopes menores. Leu com rapidez o conteúdo de cada um deles, até que sua expressão ficou séria e contraída, ao ler uma carta que veio num envelope azul-claro. Estava tão perfumado que Hermione chegou a sentir o odor do outro lado do balcão.
__ Droga! – ele resmungou baixinho.
__ O que houve? Ela acabou descobrindo seu paradeiro?
__ Ela? Quem você acha que é?
__ Sua esposa, ora...
__ Não sou casado.
__ Então, sua noiva. – Hermione procurava ser irônica e fingir que o assunto não a preocupava. Mas na verdade, sentia calafrios. Mesmo após várias semanas sem vê-lo, ainda sentia grande atração e o simples fato de estar junto dele a deixava nervosa e descontrolada.
__ Também não tenho noiva, Hermione. Escuta...
__ Desculpe, Senhor, mas preciso atender a srta. Stevens.
Hermione dirigiu-se a velha solteirona que acabava de entrar na agência, depositando diversas cartas sobre o canto oposto do balcão.
__ Não se preocupe, querida. Não estou com pressa. Ainda tenho que endereçar alguns envelopes. – disse ela.
__ Talvez eu possa ajudá-la. – Colocou à disposição da srta. Stevens, ignorando por completo a presença de Harry, de forma proposital.
Ele permaneceu ali, por alguns minutos, esperando que Hermione lhe desse atenção. Mas, como isso não aconteceu, deu um resmungo e saiu com raiva.
__ Acho que ele não gostou de ter me passado na frente – disse a srta. Stevens.
__ Não se preocupe. Eu já tinha entregado a correspondência dele.
__ Ah! Bom... Ele é seu amigo, não é, Hermione?
__ É... É um bom conhecido.
__ É que a Sra. Reed me disse que você e ele... Bem, que vocês se visitam bastante.
A Sra. Reed era vizinha da srta. Stevens e a maior bisbilhoteira da cidade. Dizia-se que o que ela não soubesse era porque não tinha acontecido. Pelo visto, andava comentando os incidentes da Casa do Pomar.
__ Não que eu dê muita atenção ao que Sarah Reed fala. Ela diz muita bobagem, sabe Hermione? Mas é que eu mesma vi você sair da casa dele, no outro dia.
__ Fui lá levar uns pratos que mamãe mandou. Ela acha que ele não se alimenta bem. – Hermione sorriu, disfarçadamente e procurando desviar a conversa.
__ Eu também acho que ele é magro demais. Uma pena... Um moço tão bonito! Acho que precisa de uma esposa.
__ Quem sabe já tem. – O fato de ele ter desmentido não convenceu Hermione e ela ainda estava preocupada. Era ridículo que, depois de tudo o que tinha acontecido, da forma dura como ele a tinha rejeitado, ela ainda se sentia perturbada.
A srta. Stevens pareceu não ouvir o comentário e ajeitando o pequeno pacote de carne que levava, preparou-se para ir embora.
__ Vou para casa. Meus bichinhos me esperam para comer. Aqueles gatinhos fazem muita algazarra quanto não estou lá. Até logo, querida. Lembranças a seus pais.
Quando chegou em casa, à noite, sua mãe lhe perguntou:
__ Você pode levar o jantar do a Harry hoje?
__ Billy não pode ir?
De fato era o irmão que levava há mais de duas semanas o farnel que sua mãe preparava para Harry jantar.
__ Ele ficou na escola até mais tarde.
__ Mas a senhora sabe que não posso ficar indo lá depois do que aconteceu, mamãe!
Hermione tinha sido criada de forma simples e sincera, onde todos costumavam dizer o que pensavam, sem rodeios. Não sabia dizer as coisas de forma indireta, como Harry, e por isso havia sido honesta com os pais. Contara que gostava dele e como ele rejeitara tomando-a, ainda por cima, como leviana e oferecida.
__ Está bem, querida. Eu mesma deixo, então, quando for à casa da Sra. Blewett. Ela está cortando um vestido para a netinha e eu fiquei de passar lá, para ajudá-la.
Sua mãe era muito solícita. Gostava de ajudar e, como a Sra. Blewett enxergava pouco, ele sempre ia lá terminar as costuras e aproveitava para fazer uma visita e conversar um pouco. Não era muito tarde, quando voltou.
__ Divertiu-se, mamãe?
A mãe sentou-se, suspirando.
__ Dá pena ver as pessoas envelhecendo. Lembro-me da Sra. Bewett como uma mulher esperta e ativa, quando mudamos para cá. Agora ela mal consegue se mover da cadeira, coitada.
Apesar de gostar muito da Sra. Bewett, Hermione estava mais interessada em saber o que tinha acontecido na casa de Harry. Mas não se atrevia a perguntar, esperando em silêncio que a mãe entrasse no assunto. Como se adivinhasse seus pensamentos, ela continuou:
__ O Harry não me pareceu nada bem de saúde.
__ É mesmo? – Hermione perguntou, se lembrando de como ele estava pálido e mal-arrumado, à tarde, quando passara no correio.
__ Também morando num lugar daqueles... A Casa do Pomar é úmida demais e imagino que ele não tem nenhum tipo de aquecimento.
__ Tem uma lareira no quarto.
__ Ah, é? – A mãe dirigiu-lhe um olhar desconfiado, como perguntando que diabos estivera fazendo lá.
__ Bem... É o único quarto que tem mobília, por isso prestei mais atenção. – apressou-se em explicar.
__ Claro, meu bem. Sabe? Ele perguntou por você.
__ Não diga! – Hermione procurava esconder a enorme satisfação que aquilo lhe causava.
__ Pois é. Perguntou. Parecia preocupado por você não ter voltado lá. Disse-me que tiveram uma discussão, ou coisa assim.
__ Não lhe disse por quê?
__ Não. Disse que foi por bobagens.
Bobagens! Será que para Harry tudo não passava de banalidades sem importância? Pelo visto já havia se esquecido do incidente.
__ Disse que gostaria que você fosse lá amanhã, se tiver tempo depois do jantar.
__ Pode ser.
Mas a sorte parecia não estar do lado de Hermione, no dia seguinte.Mal saiu pedalando na sua bicicleta, depois de aguardar ansiosa o fim do expediente na biblioteca, sentiu que um dos pneus estava furado. Acabara de tomar a estrada que saiu de Ampthulll e ainda faltavam uns bons quilômetros até em casa.
__ Droga!
Ia levar mais de uma hora para chegar e, então, seria tarde demais para ir à casa de Harry.
Só ocasionalmente alguns carros passavam pro ela, mas nenhum conhecido apareceu, e ela não se atrevia a pedir carona. Como certeza seu pais aparecia mais cedo ou mais tarde. Ele sempre saía para procurá-la na estrada quando se atrasava. Até se lembrava de uma vez, quando ela e uma amiga encontraram alguns rapazes, ao sair do trabalho, e resolveram ir tomar algo na lanchonete. Estavam lá sentados, conversando animadamente, quando o pai apareceu. Sua preocupação transformou-se em fúria quando os viu rindo e conversando animadamente, enquanto ele se preocupava. Sem vacilar, ele a tirou da mesa e levou-a para casa.
Mas desta vez o pai não apareceu e já passava das nove quando finalmente chegou em casa. Sua mãe olhou-a com espanto e Hermione apressou-se em explicar o que tinha acontecido. Cansada e desanimada não quis nem jantar. Estava triste por não ter visto Harry naquele dia como planejara.
__ Pensei que você tivesse ido direto à casa do Harry, por isso nem me preocupei com seu atraso.
__ Não fui, não. E agora já é muito tarde.
__ Acho que sim. É melhor ir amanhã. Seu pai foi ver um jogo de futebol com Billy.
Mas Hermione queria ver Harry. Amanhã parecia tempo demais para suportar a ansiedade. Talvez percebendo a inquietação dela, sua mãe continuou:
__ Não faz mal. Harry espera mais um dia. Eu já lhe disse, hoje de manhã quando dói ao armazém, que não sabia se você teria tempo para visitá-lo. – Havia em seu rosto um risinho malicioso.
__ Mas por que disse isso, mãe?
__ Querida, não é bom mostrar tanta ansiedade como os homens. Esperar um pouco vai deixá-lo com mais vontade de vê-la.
__ Mamãe! Você é demais... – Hermione riu gostosamente. __ Foi assim que conquistou papai? Fingindo-se de difícil?
__ Muitas vezes a tática funciona. – As duas riram, abraçando-se carinhosamente.
Hermione ficou mais tranqüila. Conseguiu até comer um pouco. Sua mãe a apoiava e, afinal de contas, o dia seguinte não demoraria tanto a chegar.
Mas parecia que a onda de azar insistia em persegui-la. Sem bicicleta e com o atraso do ônibus, chegou mais de uma hora atrasada na biblioteca, no dia seguinte. O Sr. Leaven, já com bastante motivo para não estar satisfeito pelas suas constantes distrações, não perdeu a oportunidade para mais uma reprimenda.
__ Srta. Granger, sinto muito, mas vai ter que trabalhar até mais tarde para compensar o atraso.
Ficar até mais tarde significava perder o único ônibus de volta e ter que andar quase três quilômetros e chegar novamente tarde demais para visitar Harry.
Para completar seu mau humor, começou a chover forte no meio da longa caminhada de volta. Estava completamente molhada e, desta vez, esperava ansiosamente que o pai viesse buscá-la. Ainda bem que era fim de semana e, no dia seguinte, poderia descansar.
Dois carros ofereceram carona, mas Hermione, lembrando-se dos conselhos tantas vezes repetidos pela mãe, recusou. Continuou andando sob a chuva. A água lhe escorria pelos cabelos e entrava sob a fina capa de chuva que vestia e que há muito deixava de ser impermeável. De repente, viu os faróis de outro carro se aproximando. Apesar da chuva e da neblina, destinguiu o Jaguar azul-claro. Desta vez não era nenhum estranho, era Harry.
__ Meu Deus! É você? – disse ele, saindo do carro. __ O que está fazendo aqui nesta chuva?
__ Ora, estou me molhando.
__ Que tal, então, entrar no carro antes de nos afogarmos? – E abriu a porta, empurrando-a para dentro.
Estava ensopada até a medula dos ossos. Seus cabelos colavam-se na cabeça e seus sapatos estavam encharcados.
__ Vou estragar todo o estofamento do seu carro.
__ Não se preocupe. Se eu me importasse com isso não teria parado para pegá-la. Mas será que não percebeu a tempestade antes de sair de Ampthull?
__ Percebi, é claro. Mas não podia passar a noite lá.
__ Onde está a sua bicicleta?
Hermione explicou o que tinha acontecido e por que não tinha usado a bicicleta naquele dia. Ele enfiou a mão no bolso da calça e entregou-lhe qualquer coisa. Esperando que fosse um lenço, Hermione pegou o que lhe dava. Qual não foi sua surpresa, ao perceber que era dinheiro.
__ Para comprar uma roda nova, como já devia ter feito. – explicou Harry.
__ Não quero, obrigada – disse Hermione, devolvendo as notas.
__ Pegue!
__ Já disse que não.
__ Puxa vida, você discute por qualquer coisa!
__ E você é mandão demais.
A raiva dos dois podia ser sentida naquele silêncio tenso que ficou no carro. Hermione arriscava um olhar, de vez em quando, para o rosto de Harry, que mantinha as feições rígidas e impassíveis. Que criatura arrogante, pensou.
__ Por que não foi à minha casa, ontem à noite?
__ Não tive tempo... Estive ocupada.
__ É... Entendo. – Harry parecia bastante contrariado. __ Quem era ele?
__ Ele? – será que Harry estava enciumado, pensando que ela tinha algum namorado, alguém que ela preferia a ele? Hermione se divertia com a idéia.
__ Sim. O sujeito com quem você saiu ontem à noite. Quem era?
Harry estava mesmo com ciúmes e muito zangado.
__ Não saí ontem. Fiquei em casa, fazendo algumas coisas, só isso. – Hermione procurava acalmá-lo. __ Não pensei que você fosse ficar me esperando.
__ Não fiquei mesmo. – Seu tom era ríspido. Parou o carro já no portão da casa de Hermione.
__ Se quiser eu posso ir jantar com você hoje.
__ Desse jeito, toda molhada?
__ Ora, eu me troco num instante. Você me espera e pronto.
__ Não. Hermione, hoje não dá. Vou estar ocupado.
__ Quem é ela? – Devolvia a pergunta com um sorriso, procurando alegrar a situação, mas, na verdade, escondendo a preocupação.
__ Ela é a máquina de escrever que você viu no meu quarto.
__ O que está escrevendo?
__ Coisas.
__ Muito bem, se não quer contar, não conte. Não se fala mais nisso.
Claro que não era bem assim que ela se sentia. Ficava bastante chateada por Harry fazer tanta questão de manter aquele mistério.
__ Acho melhor você entrar e tomar um banho quente. Senão vai ficar resfriada.
Hermione tentou esticar o assunto, para ficar mais um pouco com ele, mas Harry não deixou.
__ Vamos, Hermione. Sabe que tenho razão. Se ficar resfriada, não poderá dizer que não a avisei.
Não adiantava mesmo tentar discutir com ele. Era seguro e intransigente demais. Hermione, então, perguntou:
__ Quer que eu vá à sua casa amanhã?
__ Como quiser.
__ Eu perguntei se você quer.
__ E eu respondi: como quiser.
__ Meu Deus, como você me irrita!
__ Escute, Hermione: às vezes você também me tira do sério. – Ele parecia ter perdido a paciência, mas fazia esforço para se controlar, falando lenta e pausadamente. – Faz com que eu perca as estribeiras e até a boa educação. Agora, por exemplo, eu gostaria de... Bom, nada, esqueça.
Hermione se sentou melhor no assento do carro, com uma expressão de ansiedade.
__ Continue.
__ Não é nada.
__ Harry, por favor.
__ Está bem, você pediu. – Seu tom era fúria e seu olhar quase selvagem. Segurou os braços de Hermione com tanta força que chegou a machucá-la. Com os olhos faiscando, os lábios ardentes de desejo, envolveu a moça num brusco abraço, beijando-a com violência e paixão. E Hermione retribuía, ansiosa. Não se importava com a violência, sentia o desejo brotar em todo o corpo, que se fundia ao de Harry num êxtase comum.
De repente, ele a afastou, com um gesto brusco.
__ Por que não fica longe de mim? Será que ainda não percebeu que eu posso ser perigoso?
__ Perigoso?
__ Sim. Só Deus sabe como desejo você. Mas não quero possuí-la, não posso.
__ Harry, por quê? Por que não?
__ Ora, você está cansada de saber...
__ Não, não estou. Você nunca fala direito comigo. Explique.
__ Quando levo uma mulher para a cama é exatamente isso que quero... Uma mulher. Não uma menina como você. Eu me sentiria como um corruptor de menores.
__ Não seja ridículo. Não sou nenhuma menina, mas, mesmo que fosse, Harry, há sempre uma primeira vez. –Hermione implorava, com o olhar tomado de desejo e paixão.
__ Só que não será comigo.
__ Por que não? Acabou de me dizer que me deseja.
Hermione já tinha pressentido isso nos encontros anteriores, desta vez tinha certeza: estava perdidamente apaixonada por Harry. Ela o amava com todo o seu coração. Ele deixava bem claro que não correspondia a seu amor, mas a desejava. E não era esse começo que tinha marcado muitos encontros felizes e duradouros? Hermione se entregou totalmente à atração que sentia pelo corpo rígido e musculoso de Harry, por sua pele bronzeada e quente. Mesmo que ele não a amasse, queria ser dele. Queria se entregar inteiramente.
__ Desejo você da mesma forma que desejaria qualquer mulher atraente, neste momento. Já lhe disse que tenho impulsos maiores do que muitos homens e, afinal, já estou aqui há mais de um mês.
__ Quer dizer que... Você só me deseja pro que estou aqui, disponível?
__ E o que mais está fazendo além de se oferecer?
__ Vou embora, não suporto mais suas ofensas.
__ Adeus, Hermione. Você vai me agradecer por isso, algum dia.
__ Você vai embora de Stanford?
__ Não, não vou embora por enquanto. Mas não vá mais à Casa do Pomar, se tiver um mínimo de bom senso.
__ Pois saiba que não tenho nem um pingo desse bom senso.
__ Então, vou ter que impedi-la de entrar.
Hermione sabia que ele falava a sério, a determinação estava estampada em seus olhos verdes.
Abriu relutante a porta do automóvel, desejando não ter que se afastar dele. Pela primeira vez, na curta vida de Hermione, estava apaixonada por alguém, e escolhera justamente o homem que não podia escolher. Não sabia nada sobre ele, mas sabia o suficiente para compreender que jamais casaria com uma pessoa tão jovem e tão pouco experiente como ela.
E quanta frieza! Ela estava derretida desde que Harry a tocara pela primeira vez, e ele a rejeitara. Só que desta vez ela não ficara envergonhada. Decidiu não ocultar mais seus sentimentos e deixar claro que, assim que ele a quisesse, estaria disponível.
__ Será que choveu? – perguntou o pai, em tom de brincadeira, assim que ela entrou.
__ Ora, papai, não brinque! Foi mais do que chuva, o que caiu. Foi uma bela tempestade! –Hermione sorria, pensando em como era bom contar com uma família carinhosa como a dela.
__ Então suba, querida. Vá trocar essa roupa e venha jantar.
Depois de tomar um banho quente e vestir-se, Hermione sentou-se à mesa, para comer.
__ Aquele era o carro do Harry?- perguntou a mãe, com o olhar fingindo indiferença.
Hermione corou. Sua mãe não gostava de se intrometer na vida dos outros, mas, por algum motivo, parecia não perder nada do que acontecia à sua volta.
__ Você vai lá, mais tarde?
__ Não.
__ Ué...
__ Ora, mamãe! Já disse que não vou.
__ Será que vocês dois brigaram de novo?
__ Mãe, você fala como se fôssemos duas crianças.
__ Pois é o que parecem, quando estão juntos. Normalmente, Harry é uma pessoa comedida e sensata, mas, quando está com você, a única coisa que parece saber fazer é brigar. Sei que você tem um gênio que não é dos melhores, Hermione, mas acho que não pode ser tudo culpa sua. Acho que ele deve atiçar demais o seu mau humor.
__ É. E, ao que tudo indica, eu faço o mesmo com ele. Há algo que não combina. Tudo o que faço, ele acha ruim, e o mesmo acontece comigo.
__ Já percebi isso. E não só eu, como várias outras pessoas. Imagine que a Sra. Reed veio ao armazém hoje de manhã só para saber sobre vocês.
__ Mas que fofoqueira!
__ Ora a vida dela não tem nenhuma emoção, por isso precisa procurar na vida dos outros. É claro que não falei nada com ela.
Nisso, Billy entrou como um furacão na sala. Estava todo molhado e carregava no ombro uma sacola de jornais, que entregava às vezes para ganhar algum dinheirinho extra. A sacola estava vazia e totalmente encharcada.
__ adivinhem o que aconteceu? – ele gritou.
__Ora, nem precisamos adivinhar. Você sempre acaba contando as novidades, de qualquer maneira.
O garoto jogou a sacola sobre uma poltrona, sem se importar que ela espirasse água por todos os lados.
__ sabem por que me atrasei tanto? Nem puder acreditar, quando vi o carro daquele jeito, todo amassado. O motor ainda estava funcionando, não sei como, mas eu consegui desligar...
__ Billy, do que você está falando?
__ Do acidente... Aí eu corri para chamar a ambulância. Que judiação, um carro tão bonito, precisam ver como ficou...
O garoto não parava de falar, nervoso e agitado, Para sua pouca idade, havia demonstrado muita coragem e por isso estava tão alterado, ansioso por contar toda a aventura.
__ Calma, Billy, explique direito. Quem sofreu um acidente?
__ Lá... Na árvore grande da curva. O carro está todo enrolado no tronco e o Harry foi jogado para fora. Mas eu consegui...
__ O quê? O Harry? Quer dizer que ele sofreu um acidente?
__ É... Isso mesmo, foi ele.
Hermione não ouviu mais nada. O mundo escureceu à sua volta e ela desmaiou.
*******************H&H********************
N/A: Desculpem a grande demora! Finalmente estou de férias e tive tempo pra fic.
Vou adiantar o máximo q conseguir pra não demorar tanto...
Próxima atualização semana q vem!
Eh isso... BjO
Ps: Obrigada a qm comentou! Continuem comentando!
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