dia 19/04/919 - Nos rubis



Hoje depois de dezenove colinas, trinta e duas encostas, cinquenta e quatro morros, sete calos nos pés, oito cachoeiras e vinte e cinco penhascos chegamos exatamente no meio do nada. Nossa sorte é que Helga sabe cozinhar com uma varinha como ninguém e qualquer coisa em sua mão vira comida. Linx infelizmente não desistiu de comer o texugo de Helga, mas anda um pouco mais comportado.
Quando estávamos no cume do maior pico da região Helga disse:
- Chegamos
e eu perguntei obviamente onde. Ela retrucou " Não percebe?"
E respirei fundo no ar... realmente ele me incitava a pensar que estávamos perto de alguma coisa e eu sabia que estávamos, mas para não dar o braço a torcer e não perder a piada eu sonorizei um bonito:
- No fim do mundo?
Foi nesse minuto que a terra se abriu. Repito querido diário. A terra se abriu e eu descobri que depois de termos passado por dezenove colinas, trinta e duas encostas, cinquenta e quatro morros, sete calos nos pés, oito cachoeiras e vinte e cinco penhascos tínhamos chegado finalmente em algum lugar. A queda foi muito longa e devido ao vento vindo de baixo e meus trajes se abrirem para cima deixando minhas pernas completamente desnudas, sentia ao mesmo tempo pânico e vergonha. Caímos porém em algo fofo como areia e eu abri meus olhos e tudo o que ví foi vermelhidão. Não. Eu não tinha morrido nem ao menos enfiara minha cara em um pedaço de melancia. O teto inteiro do lugar onde eu me encontrava era feito de rubis.
- Que lindo não? - Helga disse se recompondo e eu pude ver que seu cabelo estava parecendo um pedaço de aipo servido como enfeite de um prato principal.
- Sim
- O que será que?
- São rubis - eu a cortei.
- Como você pode sempre saber tudo? - Ela me perguntava e para não rir de seu penteado exótico recém adaptado dei de ombros e analisei onde estávamos.
A caverna era completamente fria apesar de aparentar estar em labaredas pelos rubis em toda a parte. Ela tinha um caminho reto iluminado apenas por algum tipo de luz mágica a qual eu não fazia a menor idéia de onde estava vindo até olhar para cima e ver, presos em uma grande redoma de vidro, centenas de vagalumes agitados.
- Aqui vai nos levar aos duendes não vai? - perguntei a Helga
- Acredito que sim. Vim uma vez aqui com meus pais, que Deus os tenha. - ela respondeu
- Vamos - eu disse acendendo minha varinha.
Continuando por dentro da gruta, fomos parar em um grande salão onde milhares de homenzinhos estavam aparentemente trabalhando correndo de um lado para o outro. Quase agarrei um pelos colarinhos.
- Bom dia - disse eu educada e paradoxalmente.
- Sim moça.
- Então, essa é minha amiga Helga nós estamos aqui porque gostaríamos de saber se vocês ainda estão mantendo determinados tipos de erm... ajuda ... na verdade gostaríamos de conversar com o seu líder. É possível?
Ele me olhou desconfiado e perguntou:
- Como vocês vieram parar aqui?
Aquela era uma ótima pergunta.
- Na verdade eu não sei - eu confessei - Chegamos à um lugar onde Helga mais ou menos achava que ficava a entrada e então eu disse alguma coisa e ...
- Você deve ter pronunciado algo como "Me leve para as profundezas". Essa é a chave para quem sobe no mais alto pico das montanhas enevoadas e quer entrar no domínio dos duendes .
- Na verdade - Helga se intrometeu - ela disse algo como " Estamos no fim do mundo"
- Isso é impossível minha senhora, para entrar aqui tem-se que dizer " Me leve para as profundezas"
- Mas eu tenho certeza que...
- Helga - eu interrompi - Venha aqui só um minuto, com licença - puxei Helga de canto e lhe disse - Minha querida, com o nível mágico de criaturas que têm que prender vagalumes dentro de redomas para criar iluminação, eu acredito que se você subisse naquele pico e gritasse "coalhada com mamão" ao invés de "Me leve para as profundezas", a terra se abriria da mesma forma.
Helga abriu a boca, mas antes que pudéssemos falar alguma coisa escutamos uma voz forte:
- Quem são vocês moças?
Me virei e ví um homem, pouco mais alto do que eu, coisa que não significava muito visto que apesar de ser bastante alta para minha idade, tenho apenas treze anos. O homem era completamente ruivo com os cabelos acerca do ombro e uma vasta barba rudemente presa. Tinha um ar meio palhaço e botas com saltos que pensei, o deixariam do meu tamanho caso as tirasse.
- Meu nome é Rowena Ravenclaw, essa é Helga Hufflepuff. Estamos nessas terras à procura de alguma ajuda de duendes. Eu não sabia que permitiam humanos por aqui.
- Não permitem minha jovem -O homem me disse - Sou especial - Ele tentou pegar minha mão para beijar mas eu antes disso me esquivei e olhei para Helga de canto de olho.
- Ah sim - Disse Helga - E me diga então, nobre cavaleiro, qual é o seu nome e o que faz por aqui?
- Estou aqui pois os duendes estão fazendo uma lindíssima espada com esses rubis para a minha pessoa. Acabo de fazer uma expedição na África - quando ele disse isso, dois leões entraram na sala e se sentaram ao lado do homem. - Meu nome é Godric. Godric Gryfindor

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