A Sala da Morte



Eles olharam ao redor, e descobriram não estar no mesmo corredor por onde chegaram ao Departamento de Mistérios. O corredor terminava, não na porta do elevador, mas sim em uma parede, bem sólida.
- E agora, para onde? - perguntou Gina.
- Temos que achar uma saída. - disse Harry. As vozes dos comensais já podiam ser ouvidas, atrás da porta pela qual eles haviam saído - Eles logo estarão aqui. Testem todas as portas, rápido!
Começaram a forçar todas as portas, uma a uma, mas nenhuma delas abria.
- Só falta aquela ali. - disse Hermione.
- Vamos! - gritou Harry.
A última porta a ser testada foi a única que abriu. Eles passaram rapidamente por ela, fechando-a em seguida.
- Colloportus! - disse Hermione, enfeitiçando a porta, como fizera com a outra.
Eles começaram a observar o lugar onde estavam. Era outra sala enorme, em cujo centro, que era mais baixo do que as beiradas, havia apenas uma espécie de passagem em arco, coberta por um véu negro, que balançava suavemente, como se houvesse uma brisa que tocasse somente nele.
Harry ouviu murmúrios baixinhos, vindos de trás do véu.
- Quem está aí? - perguntou ele, apontando a varinha para o arco.
- O que houve, Harry? - perguntou Rony.
- Vozes... você não pode ouvi-las?
- Eu não ouço nada. - disse Gina.
- Elas vêm... de trás do véu...
- Harry, me escuta, tem algo mais importante. - disse Hermione, preocupada - Não há saída.
- O quê? - perguntou Harry, alarmado.
- A única porta é a pela qual entramos, e não há onde se esconder aqui.
- Quer dizer que... estamos encurralados, de novo?
Não houve tempo para a garota responder. Com uma explosão, a porta foi destruída, e os comensais invadiram a sala.
- Peguem-nos! - gritou Lúcio Malfoy.
- Fiquem todos juntos, atrás de mim! - gritou Harry - Estupefaça!
O comensal que vinha em sua direção desviou do feitiço. Logo os comensais estavam novamente espalhados em torno deles. Não havia como fugir.
- Potter, Potter... você achou mesmo – disse Lúcio Malfoy, começando a se aproximar – que cinco... crianças seriam capazes de nos deter? Que tolinho!
- Não se aproxime!
- Entregue-me a profecia. - disse Malfoy.
- Não. - disse Harry, sem muita firmeza.
O garoto olhou para os amigos; podia ver o medo em seus rostos. Eles não tinham saída. Neville percebeu o que se passava na cabeça do amigo.
- Não, Harry! - gritou ele - Não importa o que aconteça, não entregue a ele!
- Oh, a coragem grifinória. - zombou Malfoy - Vamos ver, Potter, se insistirá em não fazer o que eu digo, vendo seus amiguinhos morrerem dolorosamente, um a um.
- Podemos começar com Longbotton. - disse Bellatrix – quando eu acabar, ele poderá fazer companhia para papai e mamãe no St. Mungus.
- Não creio que isso vá acontecer, Bella. - a voz de Sirius soou, alta e clara.
Todos na sala voltaram-se para a porta. Sirius, Tonks, Lupin, Moody e Kingsley estavam parados, varinhas em punho. Alguns clarões de luz e eles sumiram, para reaparecerem perto de Harry e os demais, escudando-os dos comensais. Sirius murmurou a Harry:
- Pegue os outros, e protejam-se. Tentem sair da sala.
- Não, eu vou ficar. - disse o garoto - Quero ajudar vocês.
- Não, Harry. - Sirius foi firme - Vocês foram ótimos, mas nós assumimos agora.
Mas não houve tempo. Logo feitiços começaram a voar, de todos os lados, e os jovens continuavam no meio da batalha, tentando defender-se, e por vezes atacando também. Juntas, Gina e Hermione derrubaram um comensal grandalhão, e Harry desarmou um outro. Eles se juntaram, para tentar sair da sala, mas era impossível. O caminho até a porta estava bloqueado pelos que duelavam. Bellatrix Lestrange, aproveitando uma pequena distração de Harry, mirou a varinha.
- Accio profecia!
- Protego! - gritou o garoto, mas era tarde demais. Sob o efeito dos dois feitiços, a esfera escapou da mão de Harry e caiu no chão, quebrando. A fumaça perolada que saiu dela tomou a forma indistinta de uma mulher de olhos enormes. Era impossível ouvir o que ela dizia, devido à confusão da batalha.
- Harry! - gritou Sirius, lançando um feitiço contra a mulher - Pegue os outros e vá!
- Não tem como sair! - respondeu o garoto, olhando para a porta.
- Então fiquem juntos e protejam-se! - disse o homem, desviando de um feitiço lançado pela comensal.
O duelo prosseguiu, e os aurores, embora em menor número, eram superiores. Os comensais logo perceberam isto, e os poucos que ainda duelavam começaram a chamar uns aos outros, para tentarem escapar.
Apenas uma dupla continuava duelando, aparentemente sem perceber o que se passava ao seu redor. Harry viu Bellatrix lançar um feitiço, do qual Sirius desviou no último instante, para em seguida lançar outro contra a comensal, que também desviou.
Eles se aproximavam perigosamente da passagem em forma de arco, e lançavam provocações um para o outro.
- Ora, vamos, Bella! - o tom de Sirius era debochado - Você consegue fazer melhor do que isso!
- Com certeza posso, priminho. - retrucou ela - Você verá.
Quando ela atacou novamente, Sirius não conseguiu desviar a tempo; o jato de luz o atingiu bem no peito, lançando-o para dentro do véu negro, por onde ele desapareceu.

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