Descobertas



Os dias foram passando e os exames se aproximavam. Por isso, Harry decidiu, em conjunto com os amigos, que as reuniões da “ED” teriam uma pausa, até que eles concluíssem todas as provas. O que ele não podia imaginar era que a “ED” não voltaria a se reunir.
No último encontro antes do recesso, eles foram surpreendidos por Umbridge, acompanhada de várias pessoas, entre elas, Filch, o ministro, Cornélio Fudge e para a tristeza e decepção de Harry, Cho. Os que não conseguiram fugir, perderam pontos para suas casas, e levaram detenções. Porém, apenas Harry foi levado ao escritório do diretor. Umbridge tinha um ar triunfante, e um enorme sorriso de satisfação nos lábios.
- Eu não lhe disse, ministro? Não disse que eles estavam aprontando algo por aqui?
- Sim, sim... – disse Fudge, um tanto distraído.
- Eu os venho observando há semanas. E veja como se denominam, “Exército de Dumbledore”. Eu sempre soube que ela estava tramando algo, e aí está a prova.
- Muito bem, Dolores. Você descobriu tudo. – disse Dumbledore, calmamente.
- Não! O professor. Dumbledore não sabia de nada! Fui eu! Ele não tem culpa!
- Tudo bem, Harry, não precisa tentar me defender. Como Dolores fez questão de frisar, o nome diz claramente, “Exército de Dumbledore”, não de Potter. Eu sou o responsável pelas atividades dos alunos na Sala Precisa.
- Não, professor!
- Bem, – disse Fudge – todos ouviram o que ele disse. Dawlish, Shacklebolt! Escoltem Alvo até Azkaban, onde ele aguardará julgamento por traição.
- Você parece pensar que eu irei sem resistir, Cornélio. – disse Dumbledore, com um sorriso – Está enganado, pois eu não tenho a menor intenção de ir para Azkaban. – o diretor piscou um olho para Harry.
Fawkes surgiu do nada, rodeou Dumbledore, e em um clarão de fogo, ambos sumiram, deixando o ministro atordoado, e Umbridge furiosa.
O humor de Umbridge melhorou rapidamente, pois foi nomeada diretora substituta de Hogwarts, e logo começou a impor suas regras, que desagradaram profundamente os alunos, sobretudo quando ela cancelou o Campeonato de Quadribol. Porém, com a chegada dos exames, os alunos tinham mais com o que se preocupar. Os N.O.M.’s e N.I.E.M.’s estavam próximos e estavam deixando a todos de cabelos em pé. Exceto os gêmeos, que tinham outros planos em mente.
Durante uma conversa, na hora do jantar, Jorge disse:
- Nós estivemos pensando... agora que Dumbledore foi embora, achamos que um pouco de caos é o que a nossa querida diretora merece.
- Vocês não devem. – disse Hermione – Ela adoraria ter um motivo para expulsa-los.
- Você ainda não entendeu, Hermione – disse Fred – Não nos importamos mais em continuar aqui. As Gemialidades já estão prontas para o mercado externo.
- Estejam preparados, – disse Jorge – vai ser o máximo.
Sophie, que apenas os ouvia conversar, levantou-se da mesa e começou a andar em direção à saída do salão.
- Soph! Aonde você vai? – perguntou Gina.
- Perdi a fome. – respondeu a garota, sem olhar para trás.
- O que deu nela? – perguntou Rony.
- Eu vou ver o que ela tem. – disse Fred, indo atrás da namorada.
Encontrou-a no salão comunal da Grifinória, encostada ao parapeito de uma das janelas. Abraçou-a pelas costas.
- Ei, o que foi que houve? – perguntou ele.
- Seu plano brilhante, seu e do Jorge...
- O que tem o nosso plano?
- Em algum momento você parou pra pensar em nós dois? – ela virou-se para encara-lo.
- Sophie...
- Você vai embora. Como a gente fica, Fred?
- Não vai mudar nada entre nós, linda. Tá, a gente não vai mais se ver todos os dias, mas é só. Prometo que vou encontrar com você em todas as visitas a Hogsmeade.
- Nós vamos a Hogsmeade uma vez por mês, Fred. Eu só vou poder ver você uma vez por mês?
- Você fala como se eu não me importasse, Sophie! – disse Fred, afastando-se um pouco – Acha que eu vou gostar de ficar longe de você? Que não vou sentir saudade? Não é fácil pra mim também, mas tenta me entender, eu não agüento mais esse lugar.
- Eu... desculpa. Eu só... não queria me afastar de você...
- Tudo bem, me desculpa também. Olha, a gente não vai se ver sempre, mas podemos nos falar todos os dias, por carta, ou pela lareira. E se a saudade apertar, podemos nos encontrar na Casa dos Gritos, afinal, agora você já conhece os atalhos e passagens do castelo.
- Promete?
- Claro que prometo, sua boba. Achou mesmo que ia se livrar de mim, assim tão fácil?
Alguns dias depois, no meio de uma aula de Feitiços, os quintanistas da Grifinória ouviram barulhos estrondosos de explosões. O professor Flitwick, seguido de perto pelos alunos, foi ver do que se tratava, e ao chegar no Grande Salão, tiveram todos uma grande surpresa. O castelo tinha dezenas de fogos de artifício encantados, voando e explodindo por todos os lados. A professora Umbridge corria de um lado para o outro, tentando, em vão, acabar com o caos instaurado na escola. Os fogos eram extremamente resistentes a feitiços, e ela não estava obtendo sucesso algum em suas tentativas. Os demais professores apenas observavam, e nada fizeram para ajuda-la.
Fred e Jorge já tinham suas vassouras em mãos. Depois disto, não poderiam mais continuar na escola. Fred despediu-se de Sophie com um longo e apaixonado beijo, e os gêmeos voaram para fora de Hogwarts, sob os aplausos dos demais alunos.
Nos dias seguintes Sophie estava cabisbaixa. Sentia muita falta de Fred, apesar de ele mandar um bilhete dia sim, dia não. Os N.O.M.’s se aproximavam e todos estavam muito apreensivos, mas, além disso, Sophie tinha algo mais com que se preocupar. Os sonhos com Sirius se tornavam cada vez mais freqüentes, e ela não parava de pensar no detalhe percebido nele, no encontro na Casa dos Gritos.
“Os olhos dele... são iguais aos meus! E o jeito com que ele me olha... é como se sentisse o mesmo que eu. Disse que conheceu mamãe... todos dizem que não me pareço com ela, nem com papai... Merlin! O que está acontecendo? Acho que estou ficando maluca... por que eu sinto aquela sensação de carinho, de proteção quando estou perto dele? E aqueles sonhos... é tudo tão absurdo...”
Ela continuou pensando, buscando ligações entre tudo o que sabia, tentando descobrir qual o significado de tudo aquilo. Então, finalmente compreendeu.
“Não é possível... mas é a verdade! Não acredito que mentiram para mim, durante todo esse tempo!”
Ela começou a escrever uma pequena carta para a avó.
“Sei por quê não me pareço com papai ou mamãe.
Como pôde mentir pra mim por todo esse tempo? Juntei todas as peças, a cor igual de nossos olhos, a predição de Jaspe, meus sonhos, meus sentimentos em relação a ele... tudo faz sentido agora.
Vivi uma mentira durante minha vida inteira!
Por isso papai temia tanto minha vinda para cá? Tinha medo do que eu podia descobrir? E Sirius? Ele sabe sobre mim? Sabe quem sou?
Quero saber a verdade, vovó, toda a verdade.”

Ela chamou Misty até a janela, e pediu que a coruja fosse o mais rápido possível.
- Não saia de perto dela, até que escreva uma resposta.
Ao receber a carta da neta, Violet quase desmaiou.
- Merlin! Ela descobriu. E está furiosa.
Misty deu um pio baixo, como que confirmando as palavras da mulher.
- Terá que esperar alguns dias, Misty, ou pode voltar a Hogwarts e Lea leva a resposta.
A coruja estalou o bico, indicando que não iria a lugar algum sem aquela carta.
- Está bem, então. - disse Violet, com um sorriso fraco – Eu realmente não esperava outra coisa.
E sob o olhar atento da coruja, começou a escrever. Mas, antes de escrever a resposta para a neta, enviou um pequeno bilhete para o pai da garota, no Brasil.
“Charles!
Sophie já sabe sobre o pai, e está transtornada. Ela e Sirius se encontraram, e era inevitável que ela descobrisse.
Ela exigiu saber de toda a verdade, e eu contarei, sem nada omitir. Ela realmente tem o direito de saber.
Lamento. Fale com ela, assim que puder.
Violet.”

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