Mais dúvidas



Sophie acordou com os primeiros raios de sol batendo em seu rosto. Assustou-se ao despertar e perceber onde, como e com quem estava. Continuava na mesma posição, Fred a abraçava, uma das mãos em sua cintura, e eles tinham os pés entrelaçados.
- Fred!
- Hmm...
- Fred, acorda! Já é dia!
O garoto abriu os olhos, percebendo onde estavam.
- A gente apagou aqui... - disse ele, sonolento.
- Ah, Merlin! Onde é que eu tava com a cabeça? - disse Sophie, nervosa.
- Aqui, bem encostada no meu peito. - disse Fred, observando-a - Calma, Sophie! A gente não fez nada demais, só dormiu.
Sophie pareceu finalmente acalmar-se um pouco.
- Ainda bem que ainda tá cedo. Temos que voltar pra torre, antes que os outros acordem e sintam nossa falta.
Os dois voltaram para a torre da Grifinória, tomando cuidado para não serem pegos por Filch no meio do caminho. Por sorte, não havia ninguém no salão comunal.
- Vai, sobe pro seu quarto. A gente se vê depois.
- Antes eu quero um beijo decente de bom dia. Naquela correria pra voltar pra cá eu não ganhei nenhum.
- Ah, tá bom. - disse ela, beijando-o - Agora vai logo!
Cada um se dirigiu ao próprio dormitório, subindo rapidamente a escada. Ao abrir a porta do quarto, Sophie encontrou Hermione bem acordada, sentada em sua cama.
- Onde raios você se meteu? Espera aí... você tá de pijama, vindo lá de baixo?
- Ahn... é que... eu dormi lá na Sala Precisa. Ahn... com o Fred.
- Hã? Espera, acho que perdi alguma coisa. Você disse que dormiu com o Fred, na Sala Precisa?
- No sentido literal da expressão, Mione, tipo fechar os olhos e ficar inconsciente.
- Ah, tá. Mas... ele não tentou nada? Você disse que naquele dia, na Casa dos Gritos, ele...
- Não, ele se comportou. Eu não tava muito legal, daí ele ficou lá comigo, e no fim a gente apagou!
- Nossa!
- Depois eu te explico tudo direitinho, a gente tem que se arrumar pra aula. Além disso, tô morrendo de fome!
As meninas desceram para o café, mas não puderam conversar, pois Harry e Rony estavam junto com elas o tempo todo. Observando Harry, Sophie voltou a lembrar do sonho que tanto a havia perturbado. Durante a aula de Feitiços, em que praticavam os feitiços silenciadores, ela contou a Hermione tudo o que havia acontecido na noite anterior, e sobre o sonho, omitindo apenas a parte em que Sirius a chamara de filha.
- Mas... essa casa que você falou, é a Mansão Black.
- Como assim, Mione?
- O que você falou, da casa, do elfo, tudo bate.
- Mas como é possível? Eu não conheço a casa!
Enquanto elas discutiam o assunto, Harry e Rony se enrolavam nos feitiços. Rony, ao tentar silenciar o sapo com o qual trabalhava, acabou fazendo-o coaxar ainda mais alto, e o sapo de Harry se recusava a ficar quieto sobre a mesa, tentando fugir o tempo todo. Ambos estavam muito ansiosos pelo jogo contra a Corvinal, no dia seguinte; se vencessem, estariam na final.
À noite, Sophie e Harry novamente tinham suas lições de Oclumencia.
- Bom, Harry, mantenha a concentração.
Harry se esforçava em focar seus pensamentos em algo banal. Optou por pensar em sua Firebolt, pensava em cada detalhe da aerodinâmica, os dados técnicos.
- Vou acabar virando uma especialista em Firebolts.- comentou Sophie, para si mesma.
Uma risada fria... um grito de mulher...
- Mantenha o foco, Harry, está se dispersando...
O cabo da Firebolt é feito de madeira de freixo, e a cauda de ramos de bétula...
- Isso, concentre-se.
Um casal que o mirava com expressões carinhosas...
- Diz, Nini, titia, ti-ti-a.
- Mamam...
- Ih... acho que não, Lily.

As vozes ecoavam na mente de Sophie, fazendo com que ela própria perdesse a concentração, e liberasse Harry do feitiço.
- Sophie? Sophie, tudo bem?
- Hã? Ah, desculpe, Harry, eu... não sei o que houve. Talvez seja melhor encerrar por hoje.
- Tá legal.
Os dois andavam, em silêncio, em direção à torre da Grifinória. Sophie estava pensativa; desde a primeira vez em que viu Lilian nos pensamentos de Harry, ela teve aquela sensação estranha, a mesma que tinha em relação ao garoto, de que a conhecera, há muito, muito tempo. Havia algo de errado ali, e ela não estava gostando da sensação de não saber o que era.

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