No Beco Diagonal



Sophie cavalgou em direção à mansão, pensativa. Se sentia confusa em relação a Jael. Eles eram amigos há muito tempo, e ela o amava como a um irmão. Por isso mesmo, se sentia culpada por fazê-lo sofrer. Ela percebera o quão triste ele havia ficado, à simples menção da visão de sua avó; sabia o que ele sentia, e lamentava não poder fazer nada para amenizar sua tristeza. Ela também sabia que Cristal estava certa em parte; cada visita sua perturbava Jael, e impedia que seus sentimentos por ela diminuíssem. Mas ela também se sentia incapaz de visitar a avó, e não ir ao bosque ver o amigo.
Ao chegar em casa, evitou a avó; sabia o que ela diria, e não estava disposta a ouvir. Ela nem mesmo desceu para jantar. Tentando não pensar em Jael, e em tudo o que Cristal dissera, ela voltou seus pensamentos para o passeio do dia seguinte. Ela iria com a avó ao Beco Diagonal, comprar seu material, mas não era por isso que estava tão ansiosa; finalmente ela iria conhecer Jorge, seu amigo correspondente.
Acordou muito animada, tomou café, e logo estava com a lista enviada pela escola, com tudo o que precisaria para este ano, pronta para sair. Iria fazer as compras rapidamente, e depois procuraria por Jorge.
As duas chegaram à frente do Caldeirão Furado, e foram diretamente para a passagem que as levaria ao Beco Diagonal. A avó da garota queria voltar logo para casa, pois esperava uma visita importante, que Sophie não sabia quem era, então, foram logo às compras.
N'A Toca, todos acordaram também cedo, mas em vão. Após muita discussão, a sra. Weasley achou mais seguro que Harry ficasse em casa, e ficou decidido que Rony e Hermione também permaneceriam, fazendo-lhe companhia. Gina e os gêmeos iriam ajudá-la com as compras.
Mais do que nunca, Jorge se alegrou por ter passado no teste de aparatação. Ele não chegaria ao Beco Diagonal amarrotado ou cheio de fuligem. Deu alguns galeões para Fred, para que fizesse as compras por ele, para que pudesse encontrar Sophie e ter mais tempo para conversarem.
Depois de tudo comprado, a avó de Sophie voltou para casa. Ficou combinado um horário para o retorno da garota, mas ela devia avisar a avó, caso quisesse ir para casa mais cedo do que o previsto. Agora, a única preocupação de Sophie era encontrar Jorge. O combinado era que ambos estivessem de casaco vermelho; Sophie também sabia que Jorge era alto e ruivo. Isso ajudaria a reconhecê-lo. E realmente foi fácil. Após alguns minutos de observação, ela viu um grupo de pessoas ruivas saindo da farmácia, e entre elas, um garoto alto, com um casaco vermelho. Ele também parecia procurar por alguém, então ela teve certeza.
Jorge viu que, à distância, uma garota o observava. Ela era alta, morena, e tinha longos cabelos ondulados, presos em uma trança. Ele também notou que ela usava um casaco vermelho, por isso, se afastou da mãe e dos irmãos, e foi andando em direção à garota.
- Sophie?
- Sim. Você é Jorge, certo?
- Isso. Nossa, finalmente nos conhecemos!
- É verdade.
Deram-se um abraço um tanto tímido. Sophie então propôs:
- Bem, que tal sentarmos em algum lugar? Estou exausta!
- Claro, ótima idéia. - respondeu Jorge
Eles foram em direção à Florean Fortescue e sentaram em uma das mesinhas. Os dois passaram horas muito agradáveis, conversaram e riram muito, em pouco tempo, já pareciam amigos de infância. Sophie contou que iria para Hogwarts, e eles comemoraram com um sorvete. Estavam tão concentrados, fazendo planos para o início do ano letivo, que se assustaram quando Gina veio chamar Fred, pois a sra. Weasley já havia comprado tudo, e desejava ir embora. Gina foi apresentada a Sophie, e elas simpatizaram imediatamente. Após mais alguns minutos de conversa, eles se despediram, com pesar.
- Nos vemos no embarque, então?
- Combinado!
Após um longo abraço, nos dois irmãos, Sophie deixou o Beco Diagonal, torcendo para que o dia da partida para Hogwarts chegasse logo, enquanto um Jorge sorridente ia com Gina ao encontro da mãe e do irmão para voltarem para casa.
Quando Sophie chegou em casa, encontrou sua avó furiosa.
- Sophie Jeaninne D'Argento! Seu pai acaba de ligar. Por que não me disse que tinha vindo sem que ele soubesse? Ele pensava que você estava na casa de uma das suas amigas. No Brasil!
- Ora, vovó! Sabia qual seria sua reação. Além do mais, eu o avisei de que viria com ou sem permissão.
- Mas se ele não autorizou... Sophie... como você embarcou? Não poderia ter usado magia, sobretudo em um trouxa.
- Minha varinha esteve o tempo inteiro guardada, vovó. Mas você sabe como a mente dos trouxas é influenciável...
- Ora, Sophie! - disse Violet, sorrindo – Você é terrível, mesmo!
A esse comentário, a garota não pôde evitar sorrir também.

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