As cartas..!
“Caro Remo,
Muito obrigada por ter me trazido em casa, foi muito cavalheirismo de sua parte.
Porém, não pense que é só por causa disso que esquecerei que você me chamou pelo meu primeiro nome.
Bem, eu te disse que ia escrever para você me dizer seu endereço, acho justo, afinal você sabe o meu.
Ficaria grata se você me respondesse logo.
Tonks.”
Ela realmente havia enviado a carta, mas por que ele responderia? O que ela ia fazer em sua casa? O que ela queria com ele? E a pergunta principal era: O que ele queria com ela?
Lupin não queria ser grosseiro com a única pessoa que o fazia se sentir à vontade, mas o que uma menina ia fazer em sua casa? Ele morava no interior da Inglaterra e mal tinha o que comer. Estava desempregado e vivia de bicos. Seus amigos, que eram a “única” coisa que ele tinha de bom, morreram de forma trágica o deixando muito abalado e impenetrável desde então. Nada ia a seu favor e com toda a certeza do mundo ele não poderia chamar Tonks para ir visitá-lo.
Mas como ele era extremamente educado, não pode deixar de responder a coruja dela. Depois de inúmeros pergaminhos amassados ele finalmente enviou a carta.
“Ninfadora Tonks,
Eu realmente não acho certo que você venha aqui. Seus pais não gostariam.
Mas acho que nada nos impede de nos correspondermos, se você quiser.
Espero que não fique chateada.
Remo Lupin.”
A resposta de Tonks foi bem rápida aos olhos de Lupin, e quando uma coruja entrou pela janela de seu quarto não foi com grande surpresa que ele viu quem a enviou. Ele realmente não acreditava que uma menina superatarefada ia respondê-lo.
“Remo Lupin,
Se eu te disser que sabia exatamente o que você ia escrever, você acreditaria?
Você definitivamente precisa parar com essa mania.
E fique sabendo que quando descobrir onde você mora vou azarar toda sua casa!
MEU NOME É TONKS, APENAS TONKS.”
“Cara Andora,
Não prometa o que você não pode cumprir.
E cuidado, pois eu sei onde você mora.
Ameaçadoramente, Remo Lupin.”
Lupin realmente não sabia o que estava fazendo, nunca havia brincado daquele jeito desde que seus amigos morreram. Mas, de alguma forma ela conseguiu despertar aquele jeito divertido dele.
“Digníssimo senhor Lupin,
Fique sabendo que como auror não formada posso acabar com qualquer azaração que o senhor ousar fazer, o que creio que não será muita coisa.
P.S.: Adoro quando você se refere a mim como Andora.
Tonks.”
“Senhorita Tonks,
Sinto uma certa hostilidade em suas palavras, espero que a senhorita não subestime meus cabelos grisalhos.
P.S.: Se eu começar a te chamar de Andora, você pararia de me ameaçar?
Lupin.”
“Caro Remo,
Jamais te subestimaria pois a maturidade é o sinal da experiência.
P.S.: Comece e verás.
Tonks.”
“Senhorita Andora,
Creio que a partir dessa coruja passaremos a ser amigos e as azarações sejam esquecidas.
OBS.: Estou aguardando ansiosamente sua resposta.
Lupin.”
“Prezado Lupin,
A minha educação dependerá única e exclusivamente da sua, espero que o senhor nunca mais me chame pelo meu primeiro nome.
Sabe Remo, acho que realmente já está na hora de nos vermos novamente, não acha?
Andora.”
“Cara Andora,
Como disse antes, não acho certo você vir aqui e muito menos eu ir na sua casa. Acho que vamos ter que esperar a próxima comemoração em Hogwarts.
Lupin.”
“Senhor Lupin,
Não gostei da sua sugestão. Parece que você está com medo de mim.
Na semana que vem o Ministério vai dar uma festa, é algo sobre o bicentenário de alguma coisa relacionada a duendes. Você gostaria de ser minha companhia?
Andora.”
Lupin não gostou muito da idéia, não só por não querer ir com ela mas também porque se transformaria por esses dias. Ele definitivamente não podia contar para ela que era um lobisomem, mas ele se machucava e se cansava muito durante suas transformações e passava o dia inteiro dormindo, ou ao menos tentando. Foi com muito sacrifício que ele respondeu.
“Senhorita Tonks,
Infelizmente vou ficar ausente por um tempo.
Esse era até um assunto que deveria falar antes.
Não fique preocupada se repentinamente eu parar de responder.
Lupin.”
“Remo,
Você vai viajar? Que legal! Para onde? Por quanto tempo? Me manda fotos? Quando voltar nós poderemos nos ver?
Tonks.”
Ele finalmente respondeu depois de mais de uma semana, quando finalmente se sentiu seguro.
“Prezada Andora Tonks,
Creio que não foi uma viagem, mas sim um ‘trabalho’ muito cansativo e doloroso, não estava em condições de responder sua carta.
Remo John Lupin.”
“Senhor Remo John Lupin,
Senti sua falta, sabia? E que “trabalho” foi esse? Alguma coisa a ver com Hogwarts?
Tonks.”
“Senhorita Tonks,
Bem, acho que não me expressei bem quando disse a palavra ‘trabalho’. Digamos que é uma obrigação que devo cumprir todo mês e não existe relação alguma com Hogwarts.
Prefiro não falar sobre isso.
E você, como está no treinamento?
Lupin.”
“Caro Remo,
Estou gostando, hoje mesmo me elogiaram. Às vezes acho que só passei por ser metamorfomaga, mas também acho que... sei lá, eu duelo bem mesmo sendo estabanada.
Andora.”
“Andora,
Creio que você deve duelar bem, mas nunca dê as costas para um adversário, seu eu fosse um Comensal ou algo do tipo, poderia ter até te matado aquele dia.
Remo.”
“Remo,
Aquela foi a primeira e a última vez que eu dei as costas para um adversário.
Ah... Antes de sua ‘viagem’, ‘trabalho’ ou ‘obrigação’ eu te convidei para ir ao Ministério, sabe... agora não vai ter nada por lá, mas o convite está de pé.
Você poderia escolher um bom lugar.
Andora.”
Remo realmente não queria sair com ela, era errado. Ela era jovem demais, ele conhecia a mãe dela, ele foi amigo do primo assassino dela, resumidamente: aos olhos de Lupin, ele era uma ameaça para a menina e ela era uma ameaça para ele. Não existia nenhuma possibilidade da vidas dos dois serem compatíveis, não existia possibilidade dos dois serem compatíveis.
“Andora,
Eu realmente acho melhor agente não se encontrar de novo.
Lupin.”
“Lupin,
Por que você não quer mais me ver? E por favor não diga que é por causa dos meus pais.
Andora.”
“Tonks,
Eu sou muito mais velho, realmente não entendo porque você insiste tanto em me ver outra vez.
Lupin.”
“Remo,
Eu é que não entendo! Somos amigos, certo?
Se formos então por que não podemos nos ver?
Você tem algum tipo de medo de mim?
Olha, eu não tenho nenhuma doença contagiosa não, viu?
Tonks.”
“Minha cara Andora,
Não, não é medo, você não entende...
Tonks...
Por favor não insista.
Remo.”
“Remo,
Olha, estou chateada com você... e muito.
Mas se você prefere assim, não posso fazer muita coisa.
Você é uma pessoa incrível Remo, eu realmente queria te ver outra vez.
Quem sabe agente ainda se esbarra por aí.
Tonks.”
Remo preferiu não responder essa carta, e nem a outra que ela enviou depois de uma semana e nem a seguinte, e a seguinte... Ele estava com medo. Medo da reação das pessoas. Medo de sua própria reação. E principalmente, medo do que ele estava sentindo por ela.
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N/A: Bem, aqui está o segundo capítulo... Obrigada para quem estiver lendo! Entrei de férias hoje, provavelmente vou escrever o terceiro capítulo a qualquer momento, mas só posto se tiver ao menos um recado pedindo... A fala sério, o que custa pedir o próximo capítulo??
Bem, beijos...
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