Os demembabás



Fazia todas as tarefas da casa sozinho pois as babás Eumarga Uno e Eumarga Dos passavam o dia arrumando o pequeno Voldy para as festinhas. Voldemort já estava cheio de tanto que seu filho pedia as coisas. Estava mais falido do que nunca. Voldy já tinha dez anos.

- Papaizinho? – perguntou ele, chegando por trás do pai.

- Sim? – perguntou ele, de volta, já sem paciência, prestes a explodir.

- Será que você não poderia ir ao shopping comigo?

- Pede pra sua mãe! – respondeu ele, irritado.

- Está bem... – disse ele. Chegou até a porta da cozinha e deu meia volta. – Mas, eu não tenho mãe.

- Pede pras suas babás então. Tem duas!

- Bem, é que... – começou ele, sem saber como contar.

- O que é dessa vez? – perguntou Voldemort, de olhos fechados, contando até dez para não destruir a casa toda.

- Bom, você me mandou limpar meu quarto, então, usei o feitiço de multiplicação para fazer mais duas babás para cuidarem dessa tarefa pra mim, mas...

- Matou mais duas? – perguntou Voldemort, furioso.

- Sim – respondeu o filho chorando.

- Você não toma jeito, não? – perguntou ele, mais furioso. O filho saiu esgoelando pela casa e batendo em tudo o que via pela frente. Voldemort usou o feitiço Levicorpus para fazer o filho parar. Mas quando virou-o de ponta cabeça, levou o maior susto. O vestido do filho caiu pela cabeça, revelando um conjunto de calcinha e sutiã de enchimento vermelhos e um corpo totalmente depilado.

Voldemort colocou Voldy no chão, pegou uma almofada, enfiou-a na cara e deu um grito. Teve vontade de arrancar os cabelos, mas, depois se lembrou que era desprovido de cabelo. Virou-se então, para o filho.

- Vou conjurar mais duas babás. Se matar elas de novo, terá que conjurar você mesmo. Entendeu? – perguntou, lançando um olhar mortífero e o filho se encolheu respondendo um tímido “sim”.

Assim fez. Conjurou mais duas babás. A Eudosse Primeira e a Eudosse Segunda. Eram um terror. Pior até que a Euzeda Botijão, se é que era possível. Mais pareciam doidas varridas desempregadas do que babás.

- Como vocês são chatas! – disse Voldy quando se recusaram a ir com ele no shopping.

- Ei, psiu, ô criança! – chamou Eudosse Primeira. – Não estou aqui para fazer todas as suas vontades.

- Está, sim – respondeu ele. – Papai te conjurou para isso. E se não me obedecerem agora, vou usar o feitiço de multiplicação em vocês!

- Pode usar – respondeu Eudosse Segunda. – Assim, tem mais duas, uma pode fazer a minha mão, a outra, meu pé.

- Não mesmo! – brigou Eudosse Primeira. – Elas vão ME ajudar!

- Já chega! – disse Voldy. Ergueu a varinha, apontou para elas e disse “Multiplicar!”, matando assim, a quinta e a sexta babás. – Está bem, agora terei eu mesmo que conjurar minhas babás.

E, dizendo isso, acenou a varinha e disse as mesmas palavras ditas pelo pai para conjurar as babás.

- Ops... – foi a única coisa que disse antes de cair no chão de tanto rir. As babás, na verdade, não eram babás. Eram dois dementadores usando um vestido rosa e rodado, com desenhos de balõezinhos coloridos. A boca deles estava pintada com um batom extremamente vermelho, usavam anéis nos dedos, as unhas estavam pintadas de rosa choque, tinham cabelo loiro, que estava preso em duas marias-chiquinhas. Possuíam dois olhos esbugalhados, estavam com sombra rosa e rímel. Usavam base, corretivo e blush.

Com o ataque de riso de Voldy, Voldemort foi até o quarto ver o que estava acontecendo. Viu a cena e quase desmaiou. Pelo visto, o filho tentara conjurar duas babás do mesmo modo que ele, mas, como os feitiços era do contrário, acabou dando nisso...

- Voldy! – chamou Voldemort.

- S... Si... Sim, pa... Pai? – foi o que conseguiu dizer por causa do riso.

- O que fez?

Voldy explicou tudo ao pai que, por experiência, deixou o filho ficar com os dois Demembabás, senão ele iria sair correndo e esgoelando pela casa, como sempre.

No dia seguinte, saiu de manchete no Profeta Diário:

Filho de Voldemort tem dois Demembabás!

Ontem, pela tarde, a jornalista Lara Lora foi até a nova casa de Voldemort. Chegando lá, viu o pai usando um feitiço no filho, para que parasse de correr pela casa e destruir tudo.O vestido que o garoto usa caiu, revelando um conjunto de calcinha e sutiã vermelhos. O motivo, pelo que a jornalista pôde entender, era que Voldy havia matado, acidentalmente, duas babás, ao tentar multiplicá-las, para fazerem seu trabalho.

O pai havia dito que, da próxima vez que Voldy matasse uma babá, ele mesmo teria que conjurar mais uma. E foi o que Voldy fez, ou, pelo menos, tentou fazer.

Como todos os feitiços que o garoto faz são às avessas, ao tentar conjurar duas babás, acabou por conjurar dois dementadores de vestido rosa rodado, com desenhos de balõezinhos, além de terem cabelo loiro preso em maria-chiquinha, anéis, unhas pintadas e uma super maquiagem.

Voldemort, o antigo bruxo maligno, que matava sem piedade e tinha um número enorme de seguidores agora está falido, sem seguidores e com dois Demenbabás em casa!

Continuação página 3.

Abaixo disso tinha uma enorme foto de Voldemort sentado com a cabeça nas mãos e seu filho rindo com os dois Demembabás na sua frente.

Não tem mais jeito – pensou Voldemort. – esse garoto é a minha perdição!

Voldemort ficou imaginando como seria quando o filho assumisse seu lugar, de grande bruxo do mau. Provavelmente todos os Dementadores seriam como os Demembabás, tudo seria rosa. Que horror! – pensou ele, enquanto esfregava as saias do filho no tanquinho da lavanderia. – Mas não há mais nada que eu possa fazer... Será como tiver que ser!


Voldemort, então viu a espada de dança do ventre perto do guarda-roupa do filho, ao lado de algumas bonecas. Foi até lá, pegou a espada e pensou em atingir o filho enquanto brincava de cabeleireiro com suas Demembabás.

Chegou por trás dele e deu um golpe de espada. Mas... Não deu muito certo, pois a espada era feita de borracha. Voldy virou para ver quem batera nele e viu seu pai com a espada da dança do ventre.

- Papai! Você resolveu aprender dança do ventre! – exclamou Voldy, feliz da vida. – Vamos lá, eu te ensino.

Então obrigou Voldemort a vestir uma roupa de odalisca, vários acessórios, como bracelete, colar, pulseira e estava fazendo-o rebolar.

Alguns dias depois, Voldy já estava cansado de brincar de cabeleireiro com as Demembabás, então disse ao pai que queria um animalzinho de estimação.

- Pai, quero um poodle! – disse ele

- Nem pensar, garoto, já tem muita coisa – respondeu ele, irritado. Mas, ao ver que já ia começar a dar escândalo, mudou de idéia – está bem, pode ter seu cachorro – e, dizendo isso, conjurou um poodle branco.

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