A TRANSFORMAÇÃO



“Como eu fui burra”: essa era a frase que não saia da cabeça de Victória quando foi se deitar. A cena que se passara na sala dos troféus pairava em sua mente, como um filme. Remexeu-se um pouco na cama com certa irritação. Colocou a coberta em sua cabeça, tentando espantar esses pensamentos, e então, após alguns minutos dormiu.
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“Não acredito que ela beijou outro”. Porém, o pensamento do rapaz pairava entre dois rostos: Vick e Cathy.
Depois que se apresentaram, conversaram por quase uma hora, andando pelo castelo. Teddy nunca imaginara que pudesse ter tanta amizade com uma garota que via há anos, mas nunca trocou uma palavra. Tinha uma beleza diferente das garotas da Grifinória, e repentinamente lembrou-se que as garotas da Corvinal eram conhecidas como as mais bonitas. Ela tinha os mesmos gostos que ele, tinha as mesmas opiniões.
Sentiu-se totalmente dividido. Mais antes de adormecer, decidiu que iria esquecer Victória.
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De uma semana a outra, as flores do jardim começaram a murchar, e o sol de verão enfraqueceu-se, trazendo nas manhãs uma chuva continua.
A amizade de Teddy e Cathy só crescia, começaram a passar o intervalo juntos. Toda vez que isso acontecia, não podia evitar olhar para Vick: queria ver se ela estava vendo, que ele era capaz de ter outra garota que não fosse ela.
- Está bom esse pudim Cá? – Perguntou ele, observando a moça provar um bocado de um pudim de chocolate ao jantar.
- Ta sim! Quer experimentar? – Perguntou ela solicita. Ele afirmou que sim com a cabeça, e a moça delicadamente tirou um pedaço do pudim com a colher, e deu na boca para o rapaz.
- Hummm delicia – Disse ele rindo. Olhou de esguelha para Vick: seus olhos estavam aguados e raivosos.
Com o fim do mês, veio também a maior preocupação do garoto: era lua cheia.
O dia amanheceu chuvoso e raios e trovões haviam assolado o castelo durante toda a noite: era o indício que a neve estava próxima.
- Teddy... Quer me acompanhar até a biblioteca hoje à noite? – Perguntou Cathy, enquanto os dois iam juntos para a aula de Poções.
- Ahn sim... – Respondeu ele. Suas melhores horas em Hogwarts tinham sido ao lado da garota. Lançou-lhe um sorriso, e então entrou na sala esfumaçada, encontrando Rafa já sentado.
- E ai malandro! – Cumprimentou ele.
- Não me espere pra estudar hoje à noite Rafa, vou a Biblioteca com a Cathy, fazer alguns deveres.
- Aha... Sei que é só isso que vocês pretendem fazer lá... – Disse ele maliciosamente. – Quero só ver o que vai acontecer no escurinho, entre as prateleiras de livros da madame Pince.
- Não vai acontecer nada que eu lhe precise dar detalhes depois. – Respondeu ele rindo.
-Lara. – Chamou Victoria. – Acha que o Teddy não vai mais querer falar comigo?
- Claro que sim né garota! Você nem esperou pra ver se ele iria se arrepender do que disse, e já ficou com o Heitor. – Respondeu ela, como se aquilo fosse obvio o suficiente para a amiga ter concluído sozinha.
- Queria tanto me desculpar com ele. – Disse ela o observando através das fumaças que saiam dos diversos caldeirões, a duas carteiras a sua frente.
- Você pode até tentar, mais eu duvido que ele vá desculpar tão cedo. – Disse ela secamente.
- Vou falar com ele quando acabar a aula.
A aula havia terminado Teddy já estava quase saindo da sala, quando o professor Junglew o chamou.
- Sr. Lupin! Sr. Lupin!
- Fala professor! – Respondeu ele, voltando.
- Não está esquecendo de algo?! – Perguntou ele.
- Hã? Acho que na... – Ele levou a mão à testa e deu uma pancada. -... A POÇÃO! – Disse ele alto demais.
O Professor afirmou com a cabeça, e foi até um pequeno armário atrás de sua mesa, e retirou um frasco transparente, e nele havia uma poção amarelada.
- Obrigado professor! Não sei o que seria de mim sem o Senhor! – Disse ele aliviado.
- Só tome mais atenção da próxima vez... Pode ser que eu não o lembre sempre meu caro jovem. – Disse ele dando-lhe uma piscadela.
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“ Poção? Porque o Teddy pegou uma poção com o professor?” Pensou Victoria, que estava ao lado da porta a espera de Teddy para pedir desculpa. E entreouviu a conversa: “Ainda descubro esse seu segredo”.

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Já ia anoitecendo, e Teddy saiu apressado do salão comunal para se encontrar com Cathy, nas mãos sua poção preciosa. A porta do retrato da mulher gorda se abriu, e ele ia saindo apressado, mas alguém o empurrou de lado: a poção escorregou de sua mão, e estatelou-se no chão, e imediatamente evaporou-se.
Teddy olhou para o lado, pra ver quem causara isso, o pânico tomando conta de si: Heitor.
Olhou pela janela, o sol já ia se pondo: havia um pequeno fio de luz saindo atrás das montanhas. Correu desesperado, precisava se refugiar, ou seu segredo estaria em perigo. Correu atropelando várias pessoas pelo caminho, atravessou o saguão de entrada, e ar puro preencheu seus pulmões.
Uma chuva fria caia ali. Embrenhou-se na floresta proibida, tropeçando em tocos de arvores e raízes, o céu escureceu, e a luz branca da lua grande e redonda o atingiu em cheio. Imediatamente sua pele começou a arder, uma raiva foi crescendo dentro dele, algo insuportável, doloroso. Devagar suas unhas foram crescendo, até se tornarem garras, ele ia ficando mais alto e suas pernas mais arqueadas, seus ossos mudando de posição e tamanho, pelos cinzentos crescendo por todo seu corpo irrompendo a barreira da pele, seu rosto tomando uma aparência lupina, o focinho, as orelhas...
Um uivo de dor e pesar ecoaram pela floresta, os animais e passarinhos assustaram-se agitando toda a mata.
Mas no seu inconsciente só pensava em algo quente e molhado que sentira no dormitório, mas queria destruir tudo, derrubar tudo, matar todos, morder, tirar sangue.
Queria beijá-la novamente, e se viu beijando-a, mas logo depois se viu beijando outra boca, e cabelos negros roçaram seu rosto.
Queria matar, roubar, morder, fugir: correu embrenhando-se na mata, mais um uivo de dor ecoou pela floresta.
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Na manhã seguinte:
- Cathy... – Chamou Rafa preocupado. – Viu o Teddy hoje no castelo? Ele sumiu, não dormiu no dormitório... Então pensei que talvez ele estivesse com você.
Ela sorriu envergonhada.
- Na verdade ele não apareceu ontem na biblioteca. – Disse ela magoada.

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“Então nem os próprios amigos sabem do segredinho do Lobinho Teddy? “ Pensou Heitor vitorioso, passando naquele exato momento pelo corredor, ouvindo a conversa alheia.

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