Seven





” Hey! little shorty,
Say you care for me,
You know I care for you,
You know that I'll be true,
You know that I won't lie,
You know that I would try,
To be your everything..yeah..…”


Hey pequenininha,
Diga que se importa comigo,
Você sabe que eu me importo com você,
Você sabe que eu serei verdadeiro,
Sabe que eu não mentirei,
Sabe que eu tentarei ser tudo para você


With You – Chris Brown

Acordei no dia seguinte com uma bruta dor de cabeça, com raios de sol incidindo-se sobre meus sensíveis olhinhos. Abri-os e, quando tentei me espreguiçar, finalmente notei um peso morto em cima de mim.

Levantei apenas a minha cabeça, só para confirmar minhas suspeitas.

Sim, sim.

Era ele.

Eu estava deitada de barriga para cima na minha cama, com a roupa de ontem, sem nem tirar os sapatos. Já ele estava deitado sobre mim, só que com a cabeça na minha barriga, dormindo também com a roupa de ontem, mas ele estava sem um sapato.

E, o engraçado, era que estávamos no dormitório feminino da grifinória.

Ainda quero saber como ele conseguiu subir aqui :X

-Potter, acorda – Eu chamei com voz baixa, sentindo minha cabeça doer como se um sino tivesse batido nela e depois tocado bem forte em volta dela. Me levantei devagarinho e me sentei na minha cama, passando uma das mãos entre os cabelos.

Merlin, o que foi que eu fiz noite passada?

Olhei em volta e vi o dormitório vazio. Completamente vazio.

O Potter se levantou do mesmo jeito que eu, com uma cara que eu definiria como “ressaca braba”, que passou no momento em que ele olhou pra mim.

-Oi Lily – Ele deu um daqueles sorrisos genuínos irritantemente grandes e gemeu de dor logo depois.

-Potter, o que houve? Como subiu aqui? Como eu subi aqui? – Perguntei pra ele, que massageava a cabeça. Deve estar doendo tanto quanto a minha.

-Lily, meu amor, seria mais fácil perguntar por que o seboso não toma banho – Ele disse sorrindo e eu quase sorri. Quase. Sou uma menina comportada.

-Bom, não quero mais saber. – Anunciei, levantando-me da cama – Nesse momento vou entrar no banheiro, tomar um belo banho e esquecer completamente toda e qualquer coisa que possa ter feito noite passada, especialmente se ela incluía você – O sorriso dele se tornou malicioso – E quando eu acabar, não quero mais te ver aqui.

-Ok, Minerva-júnior – Ele bateu continência e eu quase sorri de novo.

Credo, só ele pra conseguir me fazer sorrir (ou quase) com uma baita ressaca dessas.

Anyway, tomei o caminho do banheiro, mas logo fui impedida por dois braços fortes consideravelmente maiores que os meus na minha cintura, me levando a ficar entre um corpo bem maior que o meu e a parede ao lado da porta do banheiro.

-Potter, o que está fazen... – Ele tomou meus lábios com sofreguidão, fazendo ser impossível para mim de não corresponder. Logo as mãos dele estavam por dentro da minha blusa, na altura da cintura, pressionando-me contra o corpo dele, e os lábios haviam descido da boca para meu pescoço. Acho que já não pensava mais quando ele subiu a boca novamente sobre a minha, no que eu não me reprimi mais e mordi-lhe o lábio inferior levemente, fazendo-o soltar um grunhido de aprovação.

Quando já faltava ar nos meus pulmões, bem, nos separamos e nos encaramos, ofegantes. Observei os olhos dele, mais claros, atingidos parcialmente pelos raios dourados que passavam pela janela, por uma cortina mal fechada. Céus, ele está divino assim, não sei se eu consigo...

-Potter, melhor ir agora – Eu consegui dizer, mas acho que minha voz não saiu muito convincente, porque ele me olhou com uma cara maliciosa e aproximou perigosamente os lábios da minha orelha.

-Tem certeza? – Ele sussurrou do jeito que só ele consegue, fazendo eu me arrepiar inteira, começando pelo pescoço. Merlin me dê forças pra suportar as provocações sem sucumbir á tentação.

No segundo seguinte ele mordiscou o lóbulo da minha orelha e eu gemi, sem querer. Os lábios dele foram parar no meu pescoço novamente e, quando vi, ele já estava sem camisa.

Finalmente fiz o que tanto queria e não fiz: empurrei-o pra uma distância quase segura de mim. Não temo por ele fazer algo comigo, mas sim pelo contrário. Quer dizer, eu não queria realmente fazer isso, mas minha razão já tava gritando.

-Céus, chega! – Eu disse num fio de voz, ofegante – Não posso, não! Eu te odeio garoto! – Eu disse já mais recuperada, mas infelizmente estava falando mais para mim do que para ele.

-SE ME ODEIA TANTO POR QUE ME QUER, PORCARIA?! – Ele gritou com raiva, agora os olhos dele estavam turvados, meio cinzentos, bem escuros. Fiquei com medo.

Medo de perdê-lo.

-E-eu não sei... Eu não sei, eu não sei, EU NÃO SEI! – Deixei meu corpo largar-se ao chão, apoiada com as costas na parede. Senti algo quente descendo pelos meus olhos. Porcaria, estou chorando, não queria estar chorando. Já sinto os soluços vindo e minhas mãos estão tremendo.

Eu devo estar péssima.

-Lily... Desculpa, Lily – Ele pediu, nos olhos um pedido de perdão verdadeiro. Beijou meus cabelos e me abraçou, me fazendo sentir segura novamente, sem saber por que.

Tentei reprimir as lágrimas, mas quanto mais ele me apertava naquele abraço, mais vinha na minha mente o pavor que as palavras dele me causaram, o medo que eu tive de perdê-lo, o medo que eu tive desse meu orgulho estúpido ter acabado com tudo.

Foi nesse momento que eu me dei conta: Sem ele eu não saberia o que faria.

Uma batalha se travava dentro de mim. Uma parte me dizia que eu deveria mandá-lo para fora e enxotá-lo da minha vida de vez, aproveitando que ele já se irritara comigo. Feri-lo mesmo, me ferindo também, pra ver se eu ficava fora de confusão pelo resto dos meus dias.

A outra parte dizia que eu deveria expor o que eu estava sentindo para ele, ali, agora. E me deixar levar, apesar de eu não acreditar que um romancezinho de escola possa dar em alguma coisa senão sofrimento.

Escolhi uma terceira opção, bolada pela minha parte sã.

-Tiago, eu... – Suspirei, sem conseguir me conter muito mais – Eu preciso pensar. Por favor – Eu queria abraçá-lo fortemente e não deixá-lo nunca ir. Mas não o fiz.

Ele suspirou e beijou minha testa, me abraçando forte, quase me fazendo irromper em lágrimas novamente. Se dirigiu á porta do dormitório e saiu, me lançando um último olhar. Só então reparei que ele deixara a camisa ali, estendida no chão, desprendendo aquele perfume maravilhoso dele.

Maldito, aposto que fez de propósito.

Peguei-a e inalei a fragrância, que parecia impregnada no tecido. Joguei-a sobre a minha cama e deixei lá, como um rastro visível dele, já que os invisíveis já estavam na minha pele, sem que eu notasse, ainda. E então me encaminhei para um banho quente, determinada á esquecer tudo aquilo.

Determinada a negar meus sentimentos até o fim, mesmo que isso me custasse o coração.

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