Four

“I remember like it was yesterday
First kiss and I knew you changed the game
You had me, exactly, where you wanted
And I’m on it, and I ain’t ever gon’ let you get away
Holding hands never made me feel this way
So special, boy its your..
Your smile, we so in Love (lalalalaaa)
Yeeeah we so in Love (Lalalalalaaa)
And I just can't get enough of your
Lalala Lovee
Yeeah we so in love love
I want you to know...”

“Eu me lembro como se fosse ontem
Primeiro beijo e eu soube que você tinha mudado o jogo
Você me tinha exatamente onde você queria
E eu estou a fim, e eu nunca vou deixar você escapar
Mãos dadas nunca me fizeram sentir deste jeito
Tão especial, garoto é o seu...
Seu sorriso, nós estamos apaixonados
Sim, nós estamos apaixonados
E eu simplesmente não me canso do seu
Amor
Sim! Nós estamos tão apaixonados
Eu quero que você saiba...”

É, eu estou ouvindo essa música no dormitório. É, eu estou de pijama, na cama, em uma tarde de sábado.

E é, eu estou me empanturrando de chocolates, em uma tentativa frustrada de não chorar.

As meninas entraram rindo no quarto, Marlene primeiro sorridente, conversando com Dorcas, logo atrás. Emmy estava atrás dela e Alice entrou um pouco depois, sorrindo muito e com o gloss todo borrado(beijoqueira ;P), indo direto á um espelho e fazendo um feitiço para limpar aquilo tudo. Elas não notaram minha presença até que ouviram a música e me localizarem entre as cobertas vermelhas.

E eu devo estar com uma cara péssima, de acordo com as expressões delas.

T.T

-Lily, o que houve? – Alice foi a primeira a se sentar na borda da minha cama, me observando preocupada, assim como todas as outras meninas.

-Eu... – Marlene me estendeu um lenço e eu assoei o nariz sob os olhares preocupados – Eu vou morrer como uma velha de 27 gatos... – Eu disse e recomecei a chorar, enquanto Marlene me abraçava.

-Claro que não, Lily! Tem filas de garotos doidos pra ficar com você – Alice disse me estendendo mais um lenço e Dorcas me trouxe um comprimido para dor de cabeça e um copo de água, os quais eu aceitei rapidamente.

-Pode até ter filas de garotos, mas... Lice, não tem ninguém que goste de mim de verdade. Sabe, a Lene tem o Sirius, você tem o Frank, Dorcas tem o Remo e Emmy tem o Ed(gar), por mais que vocês não admitam – Lene corou fracamente, Dorcas e Emmy coraram fortemente e Alice nem se abalou – Todo mundo tem alguém que goste de si realmente, menos eu! – Eu disse e assoei o nariz novamente, enquanto Alice e Lene se entreolhavam e se levantavam da cama enquanto Emmy e Dorcas se sentavam, tentando conter o rubor.

-Eu poderia citar alguém que gosta de você, Lily... – Marlene me disse séria – Mas acho que é melhor você descobrir sozinha – Ela sentenciou e indicou a porta do dormitório para elas, e foram saindo uma a uma.

-Espera, vocês vão me deixar aqui sozinha? – Eu perguntei triste, assoando o nariz mais uma vez. Qual é, elas vão me deixar aqui mesmo? Oo°

-Lily, o que você quer está bem na sua frente. Só você não enxerga isso. Nós não podemos fazer nada. – Marlene suspirou – Vista-se e desça, temos algo pra você aqui embaixo.

Ela disse isso e saiu, fechando a porta. Abracei meu travesseiro e chorei mais, mas sabia que ela estava certa, elas não podiam me ajudar. Alguns minutos de choradeira depois eu me levantei da cama e sequei o rosto, indo obedecer ás ordens da Lene. Foi quando a porta se abriu e eu vi quem eu menos queria ver naquele momento.

Cabelo despenteado, meio ofegante e assustado, com aquela mesma maldita camisa aberta, Tiago Potter adentrou o dormitório.

-Lily, o que aconteceu? Soube pelas suas amigas que você não estava bem e subi aqui correndo por causa das escadas e... – Ele falou tudo de uma vez só e eu ri.

-Não é nada, Potter. Saia – Eu disse voltando a ficar triste. Oras, a culpa é dele.

O que eu to dizendo? A culpa não é dele. A culpa é minha por ser burra a ponto de achar que preciso de alguém pra ser feliz. Simples.

Eu nunca precisei e não preciso agora.

É isso aí.

-Lily... Eu sei que... Você terminou tudo aquilo e... Sabe, quando você me pediu, eu realmente fiquei tentado a não aceitar... – Ele começou a dizer, mas eu o cortei.

-E por que aceitou então? – Eu perguntei e ele me fitou.

-Porque eu gosto de você. – Ele disse sem hesitar, me olhando.

-Atá, Potter, e eu sou a estátua da liberdade – Eu disse sarcasticamente, indo até meu armário e abrindo-o, fingindo escolher uma roupa.

-Eu to falando sério, Lily. Você acredita se quiser... – Ele disse e foi se dirigindo á porta, quando parou, segurando-a.

-Lily? – Ele me chamou e eu olhei-o com um cabide onde pendia uma blusa roxa nas mãos.

-O que foi? – Perguntei fitando a expressão séria dele.

-Só pra não perder o costume... – Ele começou e eu suspirei, irritada – Quer sair comigo? – Ele deu aquele sorriso derretedor de geleiras e eu joguei a blusa nele, que saiu do quarto antes de ser atingido.

-NÃO! – Eu gritei e ouvi a risada dele fora do quarto. Fui até a porta e peguei a blusa de volta, sorrindo.

Agora eu sei. Tudo vai ser como antes.

Ou melhor.

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Acordei no domingo me sentindo incrivelmente bem disposta. Ainda assim preferi passar meu tempo sozinha, e todos pareceram entender. Precisava colocar a cabeça no lugar.

Então, na segunda feira, tudo voltou ao normal. Ou para melhor, como eu tinha dito. Acordei bem disposta, acordei as meninas, me vesti, desci para o salão comunal.

-Lily! Você está radiante como um lírio no campo hoje, minha flor – Potter me disse quando eu passei pelo buraco do retrato, passando logo atrás de mim.

-Potter, não enche – Eu disse isso, mas sorria.

-Também te amo, ruivinha – Ele me deu um beijo no rosto, mas bem perto do pescoço, me fazendo arrepiar toda.

-BOM DIA, POTTER! – Eu gritei sorrindo quando já estava do outro lado do corredor e ele olhou para mim surpreso, podia ver de longe o brilho no olhar dele. Pisquei para ele continuei meu rumo até o salão principal.

É, eu tinha razão. Tudo vai pra melhor agora.

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