Os poderes de um ofidioglota
Tom logo descobriu, com sua estadia em Hogwarts, que aprender magia não era fácil. Apesar de ser o aluno mais experiente em todas as matérias, tirando Herbologia, ele ainda tinha difíceis deveres de casa para fazer.
No entanto, Tom gostava dos deveres e das aulas. E, depois de terminar os deveres do dia, ele pegava livros de feitiços na biblioteca para aprender mais. Aprendera feitiços auxiliares, como um feitiço que consertava coisas quebradas e um feitiço que quebrava coisas. aprendera azarações, que renderam a Tom cinqüenta pontos em todas as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas. Segundo a professora, eram azarações de alunos de terceiro ano acima. Aprendera a Azaração de Impedimento, a Azaração das Pernas Presas, o Feitiço para Desarmar, e aperfeiçoou os feitiços que ele já sabia. Ele ainda não conseguira extrair de Slughorn a assinatura para o livro Poções Muy Potentes. Na verdade, ainda nem tentara. Tinha certeza que, antes de pedir o livro, teria de amaciar o professor o máximo possível.
Sendo assim, Tom era sempre o primeiro a terminar as poções em suas aulas, e ainda mostrava à Slughorn os feitiços que aprendera, e, às vezes, pegava um livro de poções da biblioteca, fazia alguma poção difícil e entregava à Slughorn.
Um dia, lembrando-se se uma coisa que o incomodava, perguntou ao professor Slughorn:
- Professor, onde fica o aposento do prof.Dippet?
Slughorn estudou Tom e perguntou:
- Por que, rapaz?
Tom lhe contou sobre o desejo de ficar na escola nas férias de verão. Slughorn ouviu e disse:
- Duvido muito que ele deixe, Tom. O prof.Dippet é um cara legal, mas ninguém nunca abriu uma exceção para algum aluno ficar em Hogwarts. De qualquer jeito, a sala dele fica atrás da gárgula do segundo andar. É só você parar na frente dela e falar: "Equador".
- E o senhor vai assinar para mim a autorização para pegar o Poções Muy Potentes? Quero aprender poções mais avançadas. Aí quando eu terminá-las, posso mostrar à você.
- E que tipo de poções você está interessado em produzir, Tom? - perguntou Slughorn interessado.
- Alguma que eu ler lá. Mas tem uma que eu li em um livro e fiquei interessado - comentou tom, se lembrando de um livro que pegara na biblioteca dois dias antes da festa do professor. - E no livro citava que as instruções dela estavam no Poções Muy Potentes.
- Qual é, meu rapaz?
- A sorte líquida, Felix Felicis - lembrou Tom. Segundo o livro que lera, a poção, se preparada corretamente faria de quem a bebesse a pessoa mais sortuda do mundo por tempo limitado.
Slughorn deu uma gargalhada e avisou a Tom:
- Duvido que mesmo você, Tom, um exímio preparador de poções conseguiria preparar uma Felix Felicis. É muito complicada, exige muitos ngredientes e demora seis meses pra ficar pronta.
- Eu consigo, professor, por favor. Não custa tentar - falou Tom.
- Certo, mas com tres condições. Não quero que você use aquele livro para fazer poções absurdas. Quando você terminar a Feliz não tome, mostre-a para mim e eu verei se está pronta. E só lhe darei a autorização do livro na próxima aula, se você conseguir tirar uma ótima nota em seu trabalho - falou Slughorn.
- Ok, senhor.
A sineta de final da aula tocou, para um horário livre.
Tom se despediu de Slughorn, foi para a sala comunal da Sonserina e deixou suas coisas sobre sua cama. Em seguida, correu pelas masmorras, atravessou o saguão de entrada, subiu a escadaria de mármore. Quando chegou ao corredor do segundo andar olhou para os lados. Virou em um canto e saiu em um corredor reto. À sua frente havia outra cruza de corredor, no entanto, quando olhou para o lado, viu, no meio do corredor em que estava, havia uma àguia de mármore. To se aproximou dela e tentou:
- Equador.
A águia saltou para o lado, revelando uma escada secreta. Tom subiu-a e, quando chegou ao topo, se viu em um aposento em que havia uma única porta. Bateu nela.
- Entre - convidou uma voz fraca.
Tom entrou silenciosamente, e visualizou a sala do diretor. Continha estranhos objetos de prata que zumbiam e bufavam e vários quadros de bruxos velhos, que Tom suspeitou que fossem antigos diretores da escola, grudados em toda a parede. Em uma escrivaninha ao centro da sala, estava o bruxo careca, mirrado e frágil que Tom vira na cerimônia de seleção. Tom falou:
- Boa tarde, professor. Vim lhe perguntar uma...
- Você deve ser Tom Riddle, não? - interrompeu Dippet.
- S-sou - falou Tom, surpreso.
- Prazer, Armando Dippet - apresentou-se o professor. - Os professores me falaram sobre você, disseram que o senhor é genial, sr.Riddle. No entanto, a profª. Merrythought disse que você é bastante encrenqueiro, embora admita que você é o melhor aluno da sala e que muitas vezes se surpreende com o senhor.
Tom corou. Dippet falou:
- Alvo me disse que você provavelmenmte iria me procurar mais cedo ou mais tarde, e, como sempre, ele estava certo. Ele disse que o senhor tinha uma coisa para me perguntar. No entanto, não me disse o que.
- É que eu queria ficar na escola nos verões - explicou Tom.
- Como? - estranhou Dippet.
- Eu queria permanecer na escola nas férias de verão. Não quero voltar ao orfanato. O senhor deixa?
- Você não é o primeiro aluno que me pergunta isso, Tom. Muitas pessoal já me fizeram a mesma pergunta. E minha resposta foi a mesma. Não.
- Por que? - perguntou Tom.
- Porque a escola só abriga seu diretor nas férias, sr.Riddle - falou Dippet. - Ao menos, é claro, que seja por alguma causa urgente. Caso contrário não poderei ajudar.
- Mas, professor, eu nunca me adaptei bem com aquelas crianças - justificou-se Tom.
- O primeiro passo para ser um bruxo, é adaptar-se aos trouxas, Tom - falou Dippet. - Em qualquer lugar que você for terá trouxas rodeando-o. A situação é a seguinte, ou você se adapta à eles ou você os odeia. Odiar trouxas é coisa de bruxos das trevas. Você não tem jeito nem cara de que vai se tornar uma pessoa má. Eu aposto a minha vida que você nunca se tornaria um bruxo das trevas, mas o primeiro passo para ser um bruxo bom é não ter preconceitos. Você voltará àquele orfanato em todos os verões, sem exceção.
- Mas...
- Escute, Tom, acho melhor não prolongarmos o assunto, pois não quero que você fique com raiva. Fiquei sabendo dos seus ataques de raiva, foi você que brigou com o sr.Longbottom, duas vezes com o sr.Lestrange, com o sr.Malfoy e com a srta.Hamirley?
- Sim.
- Então é melhor pararmos por aqui. Ah, e por favor, não brigue mais com a srta.Hamirley, ela tem uma doença, Tom, incurável. Ela é uma garotinha triste, não cause mais problemas à ela.
- Que doença ela tem? - perguntou Tom curiosamente.
- Creio não poder revelar, mas é muito doloroso à ela. Não a maltrate mais, e nos despedimos aqui, Tom. Boa tarde.
Tom sentiu a raiva subir para a cabeça, mas se conteve. Deu as costas ao professor e foi-se da sala.
Dois dias depois, na aula de Slughorn, Tom foi o primeiro a terminar a poção do dia, como sempre, e recebeu nota máxima. Sendo assim, Tom se levantou, encaminhou-se até o professor e disse:
- Lembra da sua promessa, senhor?
Slughorn estranhou:
- Promessa?
- É, na última aula - lembrou Tom. - Poções Muy Potentes, lembra?
- Ah, sim!
O professor foi até a sua escrivaninha, pegou um pedaço de pergaminho e escreveu uma autorização.
- Valeu! - falou Tom.
Ele examinou a autorização, estava escrita:
Eu, Horácio P. Slughorn, autorizo o aluno Tom Servolo Riddle à pegar o livro Poções Muy Potentes que está na seção reservada da biblioteca.
Tom foi à biblioteca depois da aula de Slughorn, quando chegou lá, mostrou à srta.Pince a autorização. Ela olhou a assinatura, colocou-a contra a luz, procurando algum sinal de falsificação. Por fim, disse:
- Muito bem! Pode pegar o livro.
- Puta que pariu! - reclamou Tom. - Quantas vezes Dumbledore já lhe mostrou a biblioteca.
- O Dumby me mostrou treze vezes, o professor Dippet já me mostrou quatro, o Slughorn me mostrou uma e a Merrythought me mostrou duas - respondeu ela, secamente. - Mas, caso você não tenha percebido, essa biblioteca tem milhões de livros, então, ao menos que o Dumby me mostrasse cada livro dessa biblioteca quinhentas vezes, eu não vou decorar onde eles ficam.
- Muito bem, muito bem. Eu pego - convenceu-se Tom.
Ele correu para a extremidade oposta da biblioteca e entrou na seção reservada. Tom ficou procurando por quinze minutos o livro, quando achou. Era encadernado de preto e muito velho. Ele puxou o livro. No entanto, quando pegou o livro, derrubou outro livro. Tom olhou para o título do livro que derrubara e arregalou os olhos. Estava escrito: Segredo das Artes mais Tenebrosas.
Tom ficou observando, desejoso, o livro. O livro que Slughorn disse que havia mágicas tão tenebrosas que se recusara a assinar uma autorização para pegar o livro.
Então, tomando uma decisão, pegou o Poções Muy Potentes. Em seguida, pegou o livro que derrubara e escondeuo no bolso interno das vestes. Em seguida, saiu da seção reservada com o livro de poções em mãos e o livro de magia das trevas balançando nas vestes. Foi à escrivaninha e falou para a srta.Pince:
- Já peguei o livro. Ah, e pode deixar que aviso ao Dumbledore que você precisa de de outro passeio pela biblioteca.
- Não se atreva! - falou ela, ameaçadoramente.
Tom apenas deu uma risada sem alegria. E saiu andando para a saída da biblioteca.
- RIDDLE! - berrou a srta.Pince. - NÃO SE ATREVA, RIDDLE! VOLTE AQUI, SEU MOLEQUE ENCRENQUEIRO. RIDDLE!
Ela começou a correr atrás de Tom e o garoto apressou o passo. na saída da biblioteca deu de cara com ninguém menos que... Dumbledore. Tom abriu um largo sorriso ao ver o professor e, quando a srta.Pince o alcançou, olhou aterrorizada para os dois. Dumbledore lançou um olhar preocupado à srta.Pince e perguntou:
- O que está acontecendo aqui?
- Sabe o que é, professor - começou Tom. - Eu vim aqui pedir um livro emprestado e a srta.Pince, pela quarta vez não sabia onde estava. Eu perguntei à ela quantas vezes o senhor já mostrou a biblioteca à ela. Ela me contou e falou que estava um pouco triste de não conhecer a biblioteca e disse que ficaria encantada se você a mostrasse novamente.
A srta.Pince lançou à Tom um olhar assassino. Dumbledore abriu um largo sorriso e falou para a srta.Pince:
- É claro que também ficarei encantado em mostrá-la a biblioteca pela décima quarta vez, jovem Pince. Acompanhe-me, por favor.
Tom foi à sala comunal da Sonserina e lá sentou-se na sua cama e abriu o livro Segredos das Artes mais Tenebrosas. Abriu no índice do livro e leu.
...SUMÁRIO...
1. Introdução...........................................................pág.5
2. Como se controlar a sua magia negra...................pág.8
3. Como usar magia das trevas...............................pág.18
4. Alguns poderosos feitiços das trevas..................pág.32
5. A Maldição Imperius.........................................pág.63
6. A Maldição Cruciatus.......................................pág.95
7. A Maldição Avada Kedavra..............................pág.119
8. Horcruxes: A magia mais tenebrosa................pág.150
9. As histórias da magia das trevas....................pág.190
10. Gellert Grindewald e o vasdo das dimensões.pág.234
11. Outras tentativas de bruxos das trevas.........pág.256
Tom abriu na introdução e leu o primeiro parágrafo:
Nete livro você lerá as mais surpreendentes magia das trevas. Como por exemplo, a maldição Imperius, que é usada para controlar a pessoa, a maldição cruciatus, que é a maldição da tortura, e a Maldição Avada Kedavra, a maldição da morte. Você também entrará nos ramos mais obscuros da magia atual, como horcruxes. Entenderá também a história de grandes bruxos das trevas, como Salazar Slytherin e Gellert Grindewald.
Tom ia abrir na página 119, quando ouviu passos. Fechou o livro e guardou-o debaixo da mesa-de-cabeceira. Em seguida, Rodolfo lestrange entrou no quarto.
- Ah, você está aqui - falou ele.
- E você esperava encontrar quem, o tarado da machadinha? - perguntou Tom.
- Não, esperava encontrar um homem, já que este é um dormitório de garotos - falou Rodolfo, ficando vermelho.
- Sou homem o suficiente para fazer você sair chorando daqui - falou Tom, com raiva. - Você se borra de medo de mim, Rodolfo.
- Vai sonhando - zombou Rodolfo.
Tom sacou a varinha e apontou para Rodolfo. O garoto ficou branco de terror. Tom falou:
- Se você é homem o suficiente para me desafiar, saque a varinha agora e me enfrente. Caso contrário, apenas fuja daqui como um covarde.
Tom viu a indecisão prepassar o rosto de Rodolfo.
Ele percebeu que o garoto estava com medo de enfrentá-lo, mas percebeu também que o amigo não queria se mostrar um covarde. Enfim, ele ficou parado, encarando, temeroso, Tom, mas não sacou a varinha.
- Estup... - começou Tom.
- PARA! - berrou Rodolfo, com os olhos fechados. - Não me enfeitice novamente. Será que não podemos apenas parar de brigar? Será que não podemos voltar a ser amigos?
- Tom Riddle não perdoa, Rodolfo - falou Tom. - No entanto, como você foi o meu primeiro amigo bruxo, acho que posso abrir uma exceção.
Rodolfo sorriu. Em seguida sentou em sua cama e falou para Tom:
- Sabe, o primeiro jogo da Son...
- ESTUPEFAÇA!
Rodolfo caiu, paralisado, no chão duro do dormitório. Olhava aterrorizado para Tom. Em seguida, Tom apontou a varinha novamente para Rodolfo e falou:
- Enervate!
O garoto voltou a si e levanto, sacudindo a cabeça.
- Por que, em nome de Merlim, você fez isso? - perguntou Rodolfo.
- Não sei. Eu já estava quase lançando o feitiço em você, mas aí eu tive que parar. mas eu estava louco para enfeitiçar alguém - explicou Tom. - Agora, vamos por a coisa da seguinte maneira. Se você quiser voltar a falar comigo, não poderá falar de quadribol na minha frente.
- E atras de você, pode? - perguntou Rodolfo, sorrindo. - Nos lados, também?
- Você quer morrer, né? - perguntou Tom.
- Nossa, Tom. Como você é malvado - brincou Rodolfo.
- A maldade é apenas o começo da minha maldade - falou Tom, sem saber exatamente o que aquilo significava.
Rodolfo parecia não ter entendido também, pois olhava Tom como se o estranhasse.
- Vamos jantar? - perguntou Rodolfo, mudando de assunto.
- Vamos.
Os dois saíram da sala comunal e rumaram para o salão principal. No caminho, porém, os dois passaram por Frank Potter e James Longbottom.
- Ora, ora - falou Longbottom. - Pelo visto a duplinha do barulho se juntou de novo.
- Oi, Longbosta - cumprimentou Tom. - Fiquei sabendo do seu acidente com a vassoura.
Longbottom ficou vermelho e retorquiu:
- E eu fiquei sabendo que você perdeu para o Lestrenge, não?
Tom nem sequer se irritou com aquilo.
- E você perdeu pro Potter, não? - lembrou Rodolfo.
Longbottom crispou o lábio.
- Deixa pra lá, James - sugeriu Frank. - Sonserinos não prestam.
- Você sabe qual é a diferença entre um grifinório e uma latinha de merda? - perguntou Tom.
Ao ver que nem Rodolfo, nem James e nem Frank responderam, Tom respondeu:
- A latinha.
Rodolfo riu, no entanto, Frank Potter e James Longbottom ficaram quietos.
- Vamos embora - chamou Frank.
Os dois se afastaram.
- CUIDADO COM A CABEÇA, LONGBOSTA - berrou Tom para James. O garoto apenas levantou a mão e fez um gesto obceno.
Tom e Rodolfo, gargalhando, entraram no salão principal. Estava apinhado de alunos jantando.
- EI, RODOLFO! - uma voz feminina chamou. Os dois garotos se viraram e se viram em frente à Andrômeda Black.
- Fala - disse Rodolfo.
- Adivinha só - falou ela. - Entrei para o time de qualdribol da Grifinória.
- Que legal - falou Rodolfo. - Eu entrei para o da Sonserina.
- Então, quer dizer que no primeiro jogo eu vou jogar contra você? - surpreendeu-se Andrômeda.
- Sim - falou Rodolfo. - Você joga em que posição?
- Artilheira. Eu fiz teste primeiro para goleira, mas não deu certo, a Colley Wood ficou de goleira. Aí depois tentei ser apanhadora, mas perdi denovo pro Frank Potter. Mas consegui passar pra ser artilheira. E você?
- Sou artilheiro. junto com a Meng parkinson e a Emma Tyrsa - explicou Rodolfo.
- Tá certo. Vo lá, então - falou ela. - Tchau, Rodolfo. Tchau, Tom.
- Tchau - responderam os garotos em uníssono.
Mais tarde, Tom voltou ao dormitório e abriu o Poções Muy Potentes e olhou as instruções para a poção Felix Felicis. Ele com certeza teria muito trabalho para preparar a poção. Teria de pedir muitos ingredientes ao Slughorn. No entanto, outra coisa desviou sua atenção.
Ao brilho da lua, que refletiu-se seu rosto, ele olhou para a janela e viu alguém correndo para a Floresta Proibida. Era uma garotinha. Ele a reconheceu. Era Penny Hamirley.
Ele estranhou. O que uma garotinha de onze anos foi fazer na Floresta Proibida na calada da noite? Ele se levantou e saiu da sala comunal. Não encontrou ninguém para barrá-lo no caminho.
Quando chegou aos terrenos da escola, correu em direção à Floresta Proibida. Quando chegou mais perto, viu Penny parada em frente à Floresta. Ele se escondeu na cabana do guarda caças Ogg, que ficava na orla da Floresta. A garota entrou. Tom foi silenciosamente atrás da garota.
Eles se aprofundaram na Floresta. As árvores escuras começaram à se encostar. Tom tinha a sensação de que estava sendo observado. Ele tinha de se esconder atrás de árvores de vez em quando, pois Penny olhava para trás. Se bem que ele achava quase impossível da garota vê-lo naquele escuro.
Quando se aprofundaram mais, Tom viu uma luz ao longe. Penny parou. Tom também. A luz foi se aproximando. Tom percebeu que era fogo. Era alguém segurando uma tocha.
Quando chegara mais perto, ficou visível o que a tocha iluminava. Era um homem. Não, era um cavalo. na verdade, era meio homem e meio cavalo. Era um centauro.
Ele se aproximou da garota e falou:
- É você, não?
A garota pareceu assustada.
- Sou eu o que? - perguntou ela.
- A criatura.
A garota baixou a cabeça e começou a chorar.
- R-rece-io que s-sim.
- Você tem noção que matou quatro do nosso rebanho em uma noite? - perguntou o centauro ameaçadoramente.
- D-desculp-pe - chorou ela.
Tom arregalou os olhos. A garota matara quatro centauros em uma noite?
- Fui encarregado de matá-la - falou o centauro.
- Não! - apavorou-se a menina. - Eu não tinha consciência. Não dá para me controlar.
- Não importa, você matou quatro centauros ontem - falou o centauro. - Você é um perigo para nossa raça enquanto viva.
Ele tacou algo que segurava no chão. Tom percebeu que eram quatro cadáveres de centauros.
O centauro sacou um arco e uma flecha e posicionou os dois apontando para a garota. Tom saiu imediatamente de trás das árvores e se posicionou entre os dois. Penny arregalou os olhos para ele.
- Você não pode matá-la - disse Tom. - Dippet disse que ela tem uma doença incurável. Você não vai matá-la.
- T-Tom? - estranhou Penny. - O que você está fazendo aqui? Saia daqui.
- Não. Ela já disse que não teve a intenção. Afinal, o que pode ser tão ruim assim nela?
Penny fez um escândalo e falou:
- Eu sou um monstro, Tom!
- Dá pra perceber - falou Tom, olhando para os cadáveres de centauro.
- Você não entende, Tom - falou Penny.
Tom olhou para ela.
- Eu não entendo como você pode ser um monstro sendo uma garotinha pequena de onze anos - falou Tom.
- Eu me transformo em um monstro - falou Penny.
- Um lobisomem, para ser mais exato - falou o centauro.
Tom olhou perplexo para Penny. Ela baixou o rosto e recomeçou a chorar.
- Por isso você tem que ir embora - explicou Penny. - É noite de lua cheia. Por isso eu vim aqui onde as árvores são juntas. Mas o primeiro brilho de luar que passar eu me transformarei e você correrá perigo.
- Eu não posso deixar ele te matar - disse Tom, indicando o centauro.
Tom foi sacar a varinha. No entanto... a varinha não estava lá. Ele a esquecera no dormitório.
- Penny - chamou Tom. - Esqueci a varinha.
- Você O QUÊ?
Tom ouviu várias coisas passarem rastejando por seus pés. Ele baixou os olhos e viu cobras enormes ratejarem pelo mato. Uma das cobras sibilou para ele, em língua das cobras:
- Viemos para lhe ajudar!
Tom concordou com a cabeça.
- O que um bruxo sem varinha e sem poderes especiais pode fazer comigo? - indagou o centauro.
- Eu tenho um poder especial - falou Tom. - Eu posso falar com as cobras.
O centauro gargalhou.
- Falar com as cobras? Um ofidioglota? Que ridículo. Você acha que eu vou acreditar nessa besteira, moleque?
Tom sorriu e falou:
- Estou lhe avisando - ameaçou Tom.
- O que você vai fazer comigo? - provocou o centauro.
- Eu não. Elas - disse Tom, apontando para as cobras.
- Elas não vão me atacar a não ser que eu faça algo à elas - falou o centauro.
- Eu posso falar com as cobras - repetiu Tom.
- Prove! - oredenou o centauro.
Tom olhou para as cobras e falou. mas sua voz saiu num sibilo:
- Matem-no!
As cobras avançaram para o centauro. Ele tentou resistir, mas não conseguiu. Algumas cobras se enrolavam nele e começaram a apertá-lo. Outras picaram cada centímetro do seu cormpo de homem e cavalo. Em questão de minutos o centauro caiu no chão imóvel. Morto.
Penny soltou um grito horrorizado e saiu correndo pelo caminho de volta.
- Venham comigo. - Tom falou para as cobras. O garoto saiu correndo atrás da garota com as cobras em seu encalço.
Quando a alcançou, ela estava parada. Olhava paralisada para algo no céu. A lua cheia.
Começou a nascer pelos em todo o seu corpo. O corpo cresceu muito, assim como o seu focinho.Ela estava transformada e olhava, faminta, para Tom.
- Segurem-na - ordenou Tom para as cobras. Três cobras se enrolaram sobre a garota lobisomem. - Não a machuquem e não a matem. Ela precisa ficar segura. Sugurem-na até eu sair da floresta e depois soltem-na.
Tom saiu correnda, enquanto a lobisomem tentava se livrar das cobras. Chegou na orla da Floresta em quinze minutos. Em seguida, correu em direção ao castelo.
Quando ele chegou em frente às portas de entrada do castelo, ouviu fechaduras, correntes e cadeados se fecharem. Ele tentou abrir a porta. Estava trancada. Ele começou a esmurrar a porta.
- ABRE! - berrava ele. - ABRE ESSA PORRA! EU PRECISO ENTRAR! ABRE!
Ele ouviu as fechaduras, correntes e cadeados se abrirem novamente e esperou. As portas se abriram, e, depois delas estava o prof.Dippet.
- Sr.Riddle? - surpreendeu-se o diretor. - O que o senhor está fazendo aqui fora à essas horas da noite?
- A doença da Penny - ofegou Tom -, está dando efeito lá na Floresta.
O prof.Dippet arregalou os olhos.
- Acompanhe-me - ordenou ele.
Tom acompanhou o diretor até seus aposentos, atrás da gárgula do segundo andar. Quando chegaram lá o diretor sentou-se em sua cadeira e Tom sentou-se à sua frente.
- Explique-se - mandou o diretor.
Tom explicou sobre quando estava lendo seu livro à noite, e viu Penny rumando ara a floresta.
- E você a seguiu? - surpreendeu-se Dippet. - Que atitude ingênua da sua parte, sr.Riddle.
- Ainda bem que a segui - falou Tom. - Tinha um centauro lá que queria matá-la.
- E o que você fez com o centauro?
- Eu... - começou Tom, mas, pensando se deveria ou não contar o que realmente acontecera, continuou: - Eu saquei minha varinha e lancei um Feitiço Escudo entre os dois.
- O senhor sabe lançar um Feitiço Escudo? - admirou-se Dippet.
- Claro que sei!
- Impressionante. Prossiga.
- Aí ela saiu correndo de volta, fugindo do centauro doido. Aí eu corri atrás dela, mas aí ela se transformou, e antes que ela pudesse me ver eu vim correndo para o castelo e... foi isso.
Dippet respirou fundo e falou:
- Creio que teremos de encontrar um lugar novo para a srta.Hamirley se transformar nas noites de lua cheia.
Dippet fechou os olhs e chamou:
- LEROY!
Em seguida ouviu-se um alto "CRAQUE!" e uma criatura apareceu à sua frente. Era pequena, com orelhas que pareciam asas de morcego e olhos negros e grandes, do tamanho de bolas de tênis. Usava um pano de chão, que usava como se fosse uma fráuda.
- O que é isso? - perguntou tom, olhando a criatura.
- Um elfo doméstico - exlicou Dippet. - Leroy, eu tenho um trabalho para você.
O elfo se curvou para Dippet e em seguida falou:
- Pode falar, meu senhor.
- Preciso que você ache um lugar para deixar uma aluna quando ela se transforma em lobisomem. Um lugar onde ela não poderá atacar ninguém. Você conhece algum lugar assim?
- Receio que não, senhor - falou o elfo emuma voz aguda. - Mas Leroy vai procurar o lugar, meu senhor, e não vai descançar enquanto não achar.
- Escuta, pode descançar e não precisa se castigar. Mas consiga isso até a próxima noite de lua cheia.
- Sim, senhor.
E com mais um "CRAQUE!" o elfo desapareceu.
Então, Dippet virou-se para Tom.
- Não quero que conte à ninguém sobre a srta.Hamirley, ok? - pediu Dippet.
- Sim, senhor.
- Boa noite - falou o prof.Dippet.
Tom entendeu que fora dispensado e rumou para a sala comunal da Sonserina. Como será que iam fazer para esconder a garota?
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!