O primeiro dia de aulas
Tom acordou no dia seguinte e seguiu para o salão principal para tomar café-da-manhã. Pelo menos em Hogwarts, pensou ele, uma corneta barulhenta e insuportável não nos acorda para comer torradas mofadas.
Rodolfo já estava à mesa, conversando com Macnair.
- Bom-dia, Tom - cumprimentou Radolfo.
Tom acenou com a cabeça e começou a se servir. Minutos depois, Greyback e Parkinson passaram entregando o horário das aulas. Rodolfo leu e falou:
- Legal! Começamos com Defesa Contra as Artes das Trevas. Depois temos dois tempos de Poções. Depois Transfiguração. Depois Feitiços. Vai ser um dia agitado, heim?
Tom apenas ergueu as sombrancelhas. Depois voltaram à sala comunal e Rodolfo perguntou:
- Quer jogar xadrez?
- Por mim...
Rodolfo colocou o xadrez em cima de uma mesa. Tom olhou para o jogo e comentou:
- Esse lugar está me assustando, sério.
- Por que? - perguntou o outro.
- Será possível que tudo nesse lugar se mexe e fala? - perguntou Tom, observando as peças de xadrez que berravam desaforos umas para as outras.
- Ah, sim. Nesse jogo você não mexe as peças, como os trouxas fazem, você as manda para a casa que você quiser que elas vão.
- Ok.
Tom venceu o jogo com um xeque-mate muito fácil. Depois Tom vagueou pela escola e foi almoçar. Depois do almoço, seguiu para a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, que ficava no terceiro andar. Tom entrou e se sentou na mesa em frente à escrivaninha do professor.
Uma mulher velha entrou na sala e se apresentou:
- Bom-dia alunos, soa a profª.Merrythought, sua professora de Defesa Contra as Artes das Trevas. Hoje vocês vão aprender o feitiço das cócegas. Por favor, arrumem-se em duplas.
Tom estava a caminho de praticar com Rodolfo, quando um garoto o chamou:
- Ei, moleque!
Era um grifinório louro e alto.
- O que foi? - perguntou Tom, secamente.
- Você não quer praticar comigo? - perguntou o garoto, em tom de desafio.
- Na verdade, eu ia... - começou Tom, mas o garoto o interrompeu:
- Será que estou vendo um sonserino covarde?
A raiva tomou conta de Tom.
- Eu aceito o desafio - falou Tom.
Os dois se postaram, um de frente para o outro, apontando a varinha para a face do oponente.
- Pronto? Certo. O feitiço das cócegas é bem fácil, vocês apontam a varinha para o oponente e ordenam: Rictusempra! - instruiu a profª.Merrythought. - Podem começar.
- Ric...
- RICTUSEMPRA! - berrou Tom, antes que o oponente pudesse terminar o feitiço. Um raio roxo saiu da ponta de sua varinha e atingiu o grifinório. O garoto rolou no chão de tanto dar risada, sufocado. Os colegas o olhavam, assombrados. Nenhum deles conseguira realizar o feitiço com sucesso.
A professora também ficou impressionada com o desempenho de Tom. Ela falou:
- Muito bem, sr.?
- Riddle.
- Muito bem, sr.Riddle. Dez pontos para Sonserina.
O grifinório se recuperou do feitiço e olhou com raiva para Tom. Quando a professora se afastou o garoto falou:
- Então? Tá se achando o máximo porque me fez rir? Por ter ganho pontinhos para sua casa? Bem que eu ouvi falar que sonserinos se contentam com pouco.
- Não torra - retrucou Tom.
- Ah, o pequeno sonserino está bravo. Você não me vence em outra, Riddle! - falou o grifinório. parecia não aceitar a derrota para um sonserino.
- Que seja. Rictusempra! - nessa o feitiço saiu, mas errou o alvo.
- É só disso que você é capaz, Riddle?
- Chega!
Tom correu paro o grifinório e acertou um soco na cara do oponente. O garoto se levantou para revidar, e acertou um soco no ombro de Tom. Tom se preparou para dar um chute, mas...
- O QUE É ISSO? QUE DEMONSTRAÇÃO DE VIOLÊNCIA É ESSA? DEZ PONTOS A MENOS PARA A SONSERINA, SR.RIDDLE. E DEZ PONTOS A MENOS PARA GRIFINÓRIA, SR.LONGBOTTOM. PEÇAM DESCULPAS.
- Descupe - falou o grifinório, olhando para o chão.
- Desculpe... - falou Tom. Mas quando a professora se afastou, aborrecida, Tom murmurou para o grifinório - por não te machucar um pouco mais.
- Acho que é tudo por hoje, alunos - falou a profª.Merrythought. - E vou mandar um relatório para o prof.Dippet sobre você, sr.Riddle. E sobre você também, sr.Longbottom.
Quando saíram da aula, Rodolfo comentou com Tom:
- É... pelo visto você teve uma primeira aula bem agitada!
- É verdade. Não vou ficar agüentando desaforos desse Longbosta. E, quem é prof.Dippet? - perguntou Tom.
- Cara, fala sério, você é bem lerdo às vezes, heim? Dippet é o diretor da escola, aquele carequinha que falou no banquete ontem - explicou Rodolfo.
- Qual é a próxima aula? - perguntou Tom.
- Poções. Dizem que o Slughorn é legal, mas tem muitos alunos preferidos - comentou Rodolfo, mais para si do que para Tom.
Desceram as escadas para as masmorras. E pararam à porta das masmorras. Rodolfo tirou o horário do bolso e falou:
- Ah! Dividimos as aulas de Poções com a Grifinória, também.
Os grifinórios foram chegando pouco depois dos sonserinos. Longbottom lançou um olhar feio à Tom e ficou longe do garoto.
- Ah! Aí está o professor - falou Jonas Zuko.
Quando Tom viu o professor, lembrou à ele um enorme leão marinho, com bigos e um pouco de cabelos louros. Mas, o que chamou a atenção de Tom foi a enorme pança do professor, que ocupava boa parte do corredor.
- Olá! Bem-vindos! Vamos entrar, então? - falava o professor.
Os alunos entraram na sala e Rodolfo e Tom, novamente, sentaram-se em frente à escrivaninha do professor. O professor começou a falar:
- Sou o professor Horácio Slughorn. Ensinarei Poções para os senhores este ano. Prevejo que vocês serão ótimos alunos. Pelo menos espero que vocês tirem notas satisfatórias até os exames de Níveis Ordinários em Magia. Mas, não vamos falar disso agora. Faltam cinco anos, certo. Vamos começar o ano com uma poção bem simples, a poção dos furúnculos. Vocês tem até o final das duas aulas, quem tiver o melhor resultado até lá ganhará uma barra de chocolates da Dedosdemel. Peguem seus caldeirões e ingredientes para Poções e sigam as instruções do quadro-negro. Podem começar.
Tom pegou os ingredientes para poções e começou a ferver raiz de asfódelo em pó no caldeirão, como mandava o quadro-negro. Muitos alunos estavam tendo reais dificuldades com suas poções, principalmente, Tom ficou satisfeito em ver, Longbottom. No entanto, apesar das dificuldades dos outros, Tom estava achando aquilo extremamente fácil. Ao final das aulas, Tom conseguira terminar sua poção. A de Rodolfo, ao seu lado, exalava um forte cheiro de repolho, e a de Longbottom cheirava à vômito. Slughorn possou pela de Longbottom, contraiu as narinas em um gesto de nojo, ignorou a de Rodolfo e se dirigiu à de Tom:
- Uma completa poção furúnculos! Meu rapaz, você realmente tem o dom! Qual o seu nome?
- Tom.
- Tom de que?
- Tom Riddle.
- Não conheço nenhum preparador de poções com o nome Riddle, mas sem dúvidas você tem o dom. Dez pontos para a Sonserina, meu rapaz. E, tome, a barra de chocolate.
Tom recebeu a barra de chocolate e, quando Slughorn se virou, Tom pegou um pouco de sua poção em um frasco.
- Para que isso, cara? - perguntou Tom, apontando para o frasco na mão de Riddle.
- Para, quando nenhum professor estiver olhando, eu acidentalmente derrubar um pouco dessa poção no Longbosta, ou pingar um pouco dela no suco de abóbora dele. Vai ser legal ver a reação dele se começarem a nascer furúnculos em sua garganta.
Seguiram para a sala de aula de Transfiguração, no primeiro andar, mas, no caminho, se depararam com Pirraça, o poltergeist, disparando vidros de tinta em um grupo de garotas do terceiro ano da Corvinal. Quando avistou-os, porém, Pirraça berrou de alegria:
- CALOURINHOOOOOOS!
Ele tcou os vidros de tinta nos garotos, um deles acertou a cara de Rodolfo. Isso deu à Tom uma idéia, mas era melhor colocá-la em prática depois, senão ia se atrasar para a aula de Transfiguração. Correndo para evitarem de ser alvo de mais vidros de tinta, os dois decidiram pegar o caminho mais longo para a sala de aula. Acabaram sendo os últimos à chegarem na sala de aula. A porta da sala já estava fechada. Rodolfo bateu e entrou.
- Estão atrasados.
- Desculpe, professor, é que Pirra... - começou Rodolfo, mas Dumbledore o interrompeu:
- Não tem problema! Nem comecei a falar ainda. No entanto...
Dumbledore, inesperadamente, ergueu a varinha em direção à Rodolfo. Rodolfo ficou com medo que Dumbledore fosse o enfeitiçar, no entanto, Dumbledore ordenou:
- Limpar! - toda a tinta que havia molhado Rodolfo desapareceu instantâneamente. Dumbledore sorriu e falou: - Não queremos estudar em um lugar que cheire à tinta, não é. Sentem-se.
Os garotos se sentaram, e Dumbledore começou a falar:
- Para quem não me conhece, meu nome é Alvo Dumbledore. Serei seu professor de Transfiguração este ano. Tenho certeza de que serão ótimos alunos e que estão dispostos a aprender. Mas hoje vamos começar com coisas fáceis. Vamos transformar uma agulha em um palito de fósforo. Peguem suas varinhas, por favor...
Transfiguração era uma matéria realmente difícil, não era só agitar a varinha como Tom imaginara, requeria precisão. Ao final da aula, Rodolfo conseguira apenas um palito de fósforo, enquanto Tom conseguira cinco.
- Vamos, temos feitiços agora, é no seguno andar - chamou Rodolfo.
Tom porém estava olhando para Pirraça, flutuando alguns metros acima, na direção oposta às escadas.
- Pode ir. Te encontro lá - falou Tom, indo em direção de Pirraça.
- O q...
- Vai!
Tom chegou ao fim do corredor e chamou:
- Ei! Pirraça!
- Oooooh, Calourinho! - exclamou Pirraça, feliz.
- Você quer fazer algo realmente divertido?
- Como o que, por exemplo? - perguntou Pirraça.
- Você conhece um tal de Longbottom? - perguntou Riddle, uma aura de vingança dentro dele.
- Quem?
- Longbottom. É um garoto alto e louro. Calouro. Da Grifinória.
- Aaaaah sim. Fui brincar com ele hoje e ele ameaçou chamar o Barão Sangrento.
- Que tal fazermos uma brincadeirinha com ele? - perguntou Tom, malignamente.
- Como o que?
- Pegue isto - disse Tom, pegando o frasquinho com a poção furúnculos dentro - e derrube nele depois. Vai ser uma situação engraçada.
- Ah! Que plano m,alvado, eu severia contar ao prof.Dippet sabia?
- Mas você não vai fazer isso, com um plano tão legal como este te esperando, não é? - perguntou Tom.
Pirraça sorriu. Pegou o frasquinho de poção da mão de Tom e examinou-o.
- Mas você não deve contar à ninguém que fui eu que planegei isso, ok?
- Feito - falou Pirraça.
Tom saiu correndo na outra direção e chegou na porta da sala de aula de Feitiços em tempo. Os alunos estavam reunidos à porta. Essa aula os garotos dividiam com a Corvinal.
O professor era muito miudinho e tinha uma voz extremamente esganiçada. Quando entraram na sala, o professor teve que subir em uma pilha de livros para ter uma boa visão da sala.
- Boa-tarde. Dou o prof.Flitwick, seu novo professor de feitiços. Hoje, vamos começar com um feitiço simples, o Lumus! O feitiço para projetar uma luz da ponta de sua varinha. Podem começar.
De repente, a sala se encheu de vários gritos de "Lumus!".
Até Tom, que fora o melhor aluno da sala em todas as matérias, conseguira dominar muito bem o feitiço. Uma garota da Corvinal conseguira mais rápido que ele. Mas ele não ligava. Sabia que era melhor q ela em muitas outras coisas.
Saindo da aula, os garotos foram jantar. Em um momento, enquanto comia, Tom ouviu um grito vindo do saguão de entrada:
- AAAAAAAAARRRRRRRRRREEEEEEE!
- HAHAHA! CALOURINHO COM FURÚNCULOS! HAHAHA!
Tom teve de abafar uma risada, quando ouviu a voz de Dumbledore:
- Pirraça! O que você fez?
Tom se encaminhou para o saguão de entrada e viu Pirraça, flutuando alguns metros acima do Longbottom, com furúnculos enormes por todas as partes do corpo e Dumbledore, aborrecido, discutindo com Pirraça:
- Por que fez isso, Pirraça?
- Tive vontade de brincar com um calourinho.
- E o que você jogou nele?
- Uma poção.
- E de onde você pegou essa poção?
- Eu...
Tom teve um leve receio.
- Eu achei no chão.
- Não chão aonde?
- O que est...?
- Ainda bem que você está aqui, Ogg. leve esse garoto imediatamente à Ala Hospitalar.
- PIRRAÇA, VOLTE AQUI!
Tarde demais. O poltergeist voara escada acima e, enquanto os estudantes se dispersavam Tom e Rodolfo, às gargalhadas, foram para a sala comunal. O sentimento de vingança saíra de Tom. Ele se deitou e adormeceu em sua acama, lembrando do dia que tivera, dos feitiços que aprendera.
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