A cerimônia de seleção
Tom e Rodolfo seguiram a voz. Quando localizaram seu dono, viram já muitos alunos de sua idade em volta deles. Era um velho com cara de poucos amigos, ainda gritando pelos alunos novos. Quando os alunos mais velhos entraram em carruagens que começaram a andar sozinhas, todos os alunos novos estavam juntos ao velho.
- Meu nome é Ogg, sou o guarda-caças de Hogwarts - apresentou-se o velho. - Vamos entrar na Hogwarts em barcos. De lá já poderão ter sua primeira visão do castelo. Me sigam.
Eles seguiram o velho até um cais onde estavam amarrados uma flotilha de barquinhos.
- Subam! - ordenou Ogg. - Cabem quatro pessoas por barco.
No entanto houve um problema, quando os alunos subiram em seus barcos. Alguns barcos tiveram que levar cinco alunos, devido a um garoto, duas vezes maior e quatro vezes mais largo do que o restante dos alunos ocupava, sozinho, um terço do barco.
Começaram a flutuar pelo rio, até que, ao fazerem uma curva, finalmente Tom avistou, pela primeira vez, a escola com que tanto sonhara estar nas últimas semanas.
Era um castelo enorme e encardido, com várias torres e torrinhas e muitas luzes acesas. Muitos alunos suspiraram ao verem o castelo, outros exclamaram "Uau!" e outros apenas sorriam.
Continuaram flutuando em direção ao castelo, até que desembarcaram em outro cais. Ogg os levou por uma masmorra, que terminava em uma escada enorme de subiada. Subiram, no fim dela havia uma porta de carvalho. Quando Ogg bateu na porta, Rodolfo falou para Tom:
- Chegamos, cara!
A porta de carvalho se abriu e Ogg falou para um homem de cabelos e barba acaju, usando longas e elegantes vestes de bruxos roxas:
- Alunos do primeiro ano, prof.Dumbledore.
- Obrigado, Ogg. Eu assumo daqui - falou Dumbledore gentilmente.
Ogg passou por Dumbledore e passou pela sala que estava através da porta. Dumbledore olhou rapidamente para Tom, e o garoto teve novamente a sensação de estar sendo radiografado. Em seguida, o homem abriu os braços e falou numa voz muito acolhedora:
- Alunos do primeiro ano, bem vindos a Hogwarts. Muitos de vocês sonharam com esse lugar há muito tempo. Outros já tiveram uma surpresa só de saber que viriam para cá. Ao passar por essas portas, entrarão no saguão de entrada, onde esperarão até meu chamado. Depois, cruzarão as grande portas para entrarem no salão principal, onde serão selecionados para suas casas. Elas são: Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. cada casa tem uma medida de pontos. Seus triunfos na escola irão render pontos para sua casa, e suas quebras de regras ou falta de disciplina farão você perder pontos. No final do ano, a casa que tiver o maior número de pontos ganhará a Taça das Casas. Espero que vocês honrem ao máximo sua casa. Obrigado. Podem passar por essa porta. E esperem no centro do saguão.
Eles entraram em um sagão enorme, com três portas à direita e uma porta muito grande à esquerda. No centro do saguão havia uma enorme escadaria de mármore. Olhando para trás, Tom percebeu uma porta maior ainda, que ele presumiu ser a porta de entrada do castelo, uma vez que tinham entrado pelas masmorras. Ao olhar para a esquerda novamente, Tom levou um susto.
Haviam pessoas ali, só que as pesoas flutuavam e eram branco-pérola. Fantasmas. Um dos fantasmas, que usava uma enorme gola de tufos no pescoço os cumprimentou:
- Boa-noite, alunos do primeiro ano. Sou Sir Nicholas de Mimsy-Porpington.
Outra pessoa flutuava, mas não era branco-pérola e, sim, azul e usava um chapéu em forma de sino na cabeça e tinha um olhar maldo falou:
- Chame-o de Nick-Quase-Sem-Cabeça.
- Cale a boca, Pirraça - falou ele rispidamente à criaturinha. - Me chamem de Sir-Nicholas.
- Nick-Quase-Sem-Cabeça - repetiu Pirraça.
- Pirraça! Você vai calar a boca ou vou ter que chamar o Barão Sangrento? - ameaçou Nick.
Pirraça estirou a língua para o homem e se afastou do lugar.
- Esse é Pirraça, o poltergeist - informou Nick. - Tenham cuidado com ele, é realmente perigoso. O único que consegue controlá-lo é o Barão Sangrento.
A porta grande se abriu e o prof.Dumbledore passou por ela e falou:
- Sigam-me, por favor.
Os alunos seguiram Dumbledore pela porta e entraram. Era um salão enorme, maior ainda que o saguão de entrada, onde haviam várias velas flutuando e ao alto, dava para ver o céu. Uma noite calma e estrelada. No salão estavam quatro longas mesas em linha vertical, e, no fundo do salão, de frente para as outras mesas, estava outra mesa onde muitos adultos estavam sentados. No centro dessa mesa, em uma cadeira de espaldar, estava um bruxo mirrado, frágil e careca que olhava para os estudantes.
Entre as quatro mesas e a mesa dos professores, estava um banquinho de três pernas, com um chapéu velho e remendado.
- Quando eu chamar seus nomes - começou Dumbledore - quero que sentem neste banquinho e coloque o chapéu seletor na cabeça. Ele os selecionará para suas casas. Em seguida, deverão ir para a mesa correspondente à casa para qual foram selecionados. Mas, antes, vamos ouvir a encantadora música de começo de ano letivo do Chapéu Seletor.
Uma aba se abriu ao chapéu, como se fosse uma boca. Em seguida, toda a atenção do salão se concentrou nele. E o chapeu desatou a cantar:
Há anos, essa escola foi fundada,
por Gryffindor, Slytherin, Hufflepuff e Ravenclaw.
Juntos, eles fizeram a história da escola ser levantada,
e juntos, protegeram a escola pra que não entrasse qualquer mal.
Depois, os alunos foram chegando,
e cada fundador escolheu seu lado.
As habilidades dos alunos os fundadores iam obeservando,
para depois serem selecionados.
Selecionar os alunos estava criando confusão,
pois , de alguns alunos, não dava pra se ver a habilidade,
assim sendo os fundadores não mostravam satisfação,
então Gryffindor me tirou da cabeça, dotou-me de cérebro, e me fez selecionador de verdade.
Para Gryffindor, valia os corajosos,
fortes e bravos de coração.
Para Slytherin, também não entravam temerosos,
tinham de ter o poder em mão.
Para Ravenclaw, tinha que ser os espertos,
dotados de inteligência e raciocínio de verdade.
Já Hufflepuff disse que ficava com o resto,
desde que fossem solidários e o coração carregasse bondade.
Então essas informações Gryffindor me deu,
para que eu pudesse selecioná-los por um caminha em que não sintam dor.
Hoje não há nenhum selecionador como eu,
pois sou único, sou o Chapéu Seletor.
Aplausos irromperam de todo o salão, quando a aba do chapéu se fechou novamente. O prof.Dumbledore egou uma lista e chamou:
- Abbeck, Mousin.
Uma garota loura sentou-se no banquinho e colocou o chapeu sobre a cabeça. O chapéu cobriu-lhe os olhos. Decorridos um minuto mais ou menos, a aba do chapéu se escancarou e ele berrou para todo o salão:
- CORVINAL!
A garota tirou o chapéu correndo e correu para uma das mesas ao centro do salão. Ela foi recebida com aplausos dos que estavam sentadoa àquela mesa.
- Bones, Amélia - chamou Dumbledore novamente.
Uma garota com cabelos castanhos colocou o chapéu sobre a cabeça e sentou-se em um banquinho. Decorridos pouco tempo a aba do chapéu se escancarou e ele gritou:
- LUFA-LUFA!
A mesa ao lado da de Corvinal irrompeu em aplausos enquanto Amélia Bones se dirigia à ela, para sentar-se com os colegas mais velhos.
- Black, Andrômeda - Dumbledore chamou.
Tom viu Rodolfo fazer figas ao seu lado, enquanto a garota que dividira o vagão no Expresso de Hogwarts sentou-se no banquinho e colocou o chapéu sobre a cabeça. Dessa vez demorou mais, uns três minutos, até a aba do chapéu se escancarar e berrar:
- GRIFINÓRIA!
Tom olhou para Rodolfo, que estava boquiaberto. Quando Andrômeda tirou o chapéu da cabeça , dirigiu-se lentamente até a mesa à direita do salão, onde os ocupantes aplaudiam.
Decorridos outros nomes da seleção, Dumbledore chamou:
- Hagrid, Rúbeo.
O garoto enorme que ocupou parte do barco colocou o chapéu na cabeça , e foi selecionado para a Lufa-Lufa. Depois de outros nomes, Dumbledore chamou:
- Lestrange, Rodolfo.
Rodolfo se encaminhou para o banquinho, se sentou e colocou o chapéu na cabeça, cobrindo-lhe, também, os olhos. Decorridos quinze segundos mais ou menos a aba do chapéu se escancarou e ele berrou:
- SONSERINA!
Rodolfo estava todo a sorrisos quando tirou o chapéu da cabeça e se dirigiu para a mesa que ficava à direita do salão, onde os ocupantes aplaudiam.
- Macnair, Walden.
- SONSERINA!
Mais alguns nomes foram selecionados até que...
- Riddle, Tom.
Tom caminhou, nervoso, em direção ao banquinho à frente. O prof.Dumbledore fora colocar o chepéu no garoto, mas, sem tempo nem de cobrir os olhos uma vozinha disse em sua cabeça: "Este é fácil!", e a aba do chapéu se escancarou e berrou:
-SONSERINA!
Dumbledore desencontou o chapéu dos cabelos negros do garoto e ele sorriu e foi se juntar à Rodolfo. Depois de Tom veio Tonks, Teddy (GRIFINÓRIA!) e outros nomes, terminando em Zuko, Jonas (SONSERINA!) e todos silenciaram. O bruxo careca da cadeira espaldar se levantou e falou com uma voz fraca, mas que ecoou pelo salão:
- Bom apetite!
Inesperandamente, tudo quanto é tipo de comida apareceu nas mesas. Tom ficou sem fala. Tinha tudo. Quando recobrou os sentidos porém, começou a se servir de várias coisas. A comida era ótima, não era aquela comida de terceira que serviam no orfanato.
Ele pegou uma jarra em que continha um liquido um pouco parecido com àgua. Ele perguntou para Rodolfo:
- O que é isso?
Ele se virou para ver o que Tom estava apontando e falou:
- Suco de Abóbora. Prove. É realmente bom!
Tom provou a bebida e percebeu como aquilo era bom. Aquilo matava realmente a sede. Quando todos terminaram de comer e beber tudo desapareceu da mesa, deixando os pratos e as taças de ouro limpos. O bruxo careca se levantou de novo e desatou a falar:
- Para os alunos novos, bem vindos! Para os velhos alunos, bom retorno! Começa hoje mais um ano letivo em Hogwarts, e preciso dar alguns avisos de começo de ano. A Floresta da propriedade, como todos sabem, embora alguns ignorem, é proibida à todos os estudante. A srta.Traty Jay, que entrou na Floresta no ano passado, sem permissão nem acompanhantes alguns, mexeu com nosso rebanho de centauros e está até hoje no hospital St.Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Que ela sirva de exemplo para você que gostam de dar alguns passeios por lá. Os testes para jogar nos times de quadribol das casas de Hogwarts serão regulados pelos capitães dos times. Consultem-nos para mais informações. Alunos novos sigam seus monitores que eles os levarão para suas salas comunais. Todos os seus pertences já foram levados para lá. Obrigado!
Todos os alunos, inclusive Tom, se levantaram das mesas. O garoto rabugento que Tom vira na Plataforma nove e meia estava agora chamando os alunos do primeiro ano para acompanhá-los. Tom acompanhou-os. Eles voltaram ao saguão de entrada e passaram por uma das três portas que ficavam à direita. Em seguida desceram uma enorme escada. Estavam muito abaixo do resto da escola. Era frio ali em baixo.
- Aqui são as masmorras. A sala comunal da Sonserina fica mais à frente. Seguindo por esse corredor à nossa esquerda, chegamos à sala de aula de Poções. Terão mais informações quando chegarmos à sala comunal, lá tem um mapa de Hogwarts. Sigam-me.
Eles continuaram a seguir em linha reta, passaram por dois arcos e chegaram à uma ampla sala. Tom olhou para os lados, tentando memorizar o lugar para não se perder e uma coisa chamou sua atenção. Havia um quadro de uma mulher velha e rabugenta, só que o quadro não era normal. A velha do quadro estava se mexendo!
- Cara! - Tom cutucou Rodolfo. - Olha aquilo.
Tom apontou para o quadro e Rodolfo olhou. Sua expressão não mudou. Na verdade, ele estava procurando algo perto do quadro.
- O que? - perguntou o garoto.
- O quadro está se mexendo, cara, olha! - explicou Tom.
- E? - perguntou Rodolfo.
- Isso não é normal! - falou Tom, começando a ficar nervoso.
- Por que?
- PORQUE QUADROS NÃO SE MEXEM! - Tom berrou.
- Silêncio aí atrás - resmungou o garoto rabugento.
Rodolfo abafou uma risada e perguntou , num sussurro, para Tom:
- Por que isso não é normal?
- Porque quadros não se mexem - falou Tom. - Lá no orfanato, tem um quadro da mulher que fundou o lugar. E ela ficava parada.
- Cara, isso é estranho! - falou Rodolfo.
- Quer dizer que no mundo da magia os quadros se mexem?
- Sim.
- É aqui.
Eles chegaram à uma escada que levava à... uma parede. Tom estranhou. O garoto rabugento se virou para a parede e falou:
- Serpente Prateada.
A parede se abriu, revelando uma sala.
- Entrem! Este é o salão comunal da Sonserina - informou o garoto.
Tom entrou. Dentro da sala comunal era quente e confortável. Poltronas e sofás de couro estavam em volta de uma enorme lareira em que crepitava um fogo verde-esmeralda. Vários archotes iluminavam a sala, também com fogo verde-esmeralda. Haviam potes transparentes com líquidos verde e nojento em que flutuavam crânios. E, acima da lareira, havia um grande quadro de um homem barbudo, que estava interessado lendo um livro. Passou a Tom a impressão de que conhecia aquele homem.
- Chegamos à sala comunal da Sonserina. O dormitório dos meninos é subir a escada e entrar na porta à esquerda. O das meninas é o mesmo caminho, só que entrando à direita. Não tem como errar. O horário de aula será distribuído amanhã pelo diretor da casa, o prof.Slughorn. Alguma pergunta?
- Eu - chamou Tom.
- O que foi? - perguntou o garoto.
- Quem é o homem do quadro? - perguntou Tom, indicando o quadro acima da lareira.
- Nosso fundador, Salazar Slytherin - informou o garoto. - Agora, vão dormir, a não ser que tenham mais alguma pergunta. Qualquer coisa, é só falar comigo, Fenrir Greyback, monitor chefe, ou com ela - e indicou a garota ao lado dele - Felícia Parkinson. Tchau.
Os alunos subiram para o dormitório. Era uma salinha redonda com confortáveis camas verdes, com cortinas em volta. Os pertences de Tom estavam ao pé de sua cama. E ele se deitou, sem sono. Ia começar as aulas no dia seguinte. E ainda tinha a impressão que conhecia Salazar Slytherin. Mas isso era o de menos. Quando seus companheiro de quarto adormeceram, Tom adormeceu também.
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