Capitulo 6
CAPITULO VI
“Procure analisar o homem e compreendê-lo. Ele não vai mudar. A mulher que tem a ilusão de que pode mudar um homem está fadada ao fracasso. — Diário de Megan Madacy, Primavera 1923”
Harry estudou o rosto sorridente de Hermione. Finalmente relaxou, decidindo aproveitar aquele momento de descontração. Admirava a ousadia de Hermione, embora não devesse ficar tão surpreso. Fazia parte da personalidade dela. Ela sempre fora uma garota atrevida. Anos atrás chegara ao ponto de oferecer-se a ele para um beijo, embora seu rosto parecesse prestes a explodir, de tão vermelho.
Agora, pensando em Selena, no sofrimento que ela lhe causara, refletia que não fora muito gentil com a menina adolescente que se apaixonara por ele.
Mas aquela não era hora para arrependimentos e remorsos. Hermione tivera uma idéia original e fora corajosa.
— Quantas pessoas nos viram sair do edifício? — ele indagou, curioso.
— Centenas, acho. — Hermione riu, enquanto servia Harry de salmão e salada. — Será que sua reputação está arruinada para sempre?
Harry balançou a cabeça, rindo também.
— Espero que a venda tenha me tornado irreconhecível.
— No seu andar, muitas pessoas viram e sabiam, que era você. E a recepcionista disse que se desse certo ela tentaria a mesma tática com o namorado.
Hermione teve vontade de morder a língua. Estava se traindo, pouco a pouco. Por que usara a palavra "namorado"? Acabaria estragando tudo!
— Quer um croissant? — ela ofereceu, com a esperança de que o detalhe tivesse passado despercebido a Harry. — São deliciosos, comprei na confeitaria da Sra. Garton.
Harry tirou um croissant da cestinha.
— Quando foi a última vez que você fez um piquenique? — Hermione perguntou, quando ele permaneceu em silêncio.
— Faz muito tempo. — Harry franziu a testa, tentando lembrar-se. — Mas nunca fiz um piquenique tão chique quanto este.
— Gina e eu sempre adoramos piqueniques, desde pequenas! Uma vez, quando tínhamos doze anos, descobrimos um recanto no bosquezinho, no rio, onde os arbustos formavam uma espécie de gruta. Depois disso só fazíamos piquenique ali. Mesmo no verão era fresco, por causa das árvores. Quer tomar um pouco de vinho? Sei que tem que voltar para trabalhar, mas um copo não vai fazer mal.
— Você vai ao tribunal, hoje, me ver?
— Sim. Quero ver "Perry Mason" em ação!
O sorriso que Hermione ofereceu a Harry quase lhe roubou o fôlego. Os olhos dela brilhavam, e ele começou a perder o apetite. Sua vontade era sentar-se ao lado dela e...
Forçando-se a mudar o rumo dos pensamentos, ele assentiu e aceitou o copo que ela lhe oferecia. Sorveu um gole e observou-a, em silêncio, enquanto ela comia. O que estava acontecendo? Primeiro, Hermione fizera o possível para evitá-lo. Ou enlouquecê-lo, ele não tinha certeza. Depois, fizera toda aquela encenação para levá-lo para um romântico piquenique a dois. Será que aquilo significava alguma coisa? Haveria alguma intenção por detrás daquilo tudo?
— Já encontrou emprego? — perguntou.
Hermione balançou a cabeça.
— Terminei meu curriculum ontem. Agora preciso mandar para as empresas. Mas enquanto isso quero aproveitar minhas férias o máximo que eu puder. — Ela olhou ao redor. — Nunca fiz este tipo de coisa em Nova York. Estou pensando em mudar meu estilo de vida e viver em um lugar mais tranqüilo.
— Pensei que você gostasse de Nova York.
— Eu gosto, mas as coisas mudaram. Preciso pensar bem se é isso mesmo que eu quero. — Hermione suspirou. — Eu me dediquei de corpo e alma ao meu trabalho. Fiz muito mais do que era paga para fazer. Porque eu quis, é verdade, ninguém me pediu. E, um belo dia, perdi o emprego.
Ela levantou a palma das mãos para cima, num gesto de desamparo.
Harry concordava com Hermione. Também ficaria perdido se se visse sem trabalho da noite para o dia.
Eles conversaram sobre assuntos superficiais o resto do tempo, enquanto saboreavam o almoço. Ao terminar, Harry ajudou Hermione a embalar tudo e fechar a cesta.
— Gostou? — ela quis saber.
— Muito — respondeu ele, com sinceridade, dando-se conta de como era bom sair da rotina. E também de como era bom estar perto de Hermione. Apressou-se a consultar o relógio. – Hora de ir embora — anunciou.
Hermione levantou-se e dobrou o cobertor, enquanto ele vestia o paletó.
— Obrigado, Hermione... — Harry agradeceu. — Estava tudo delicioso. Obrigado pela surpresa e...
Ele calou-se antes de acrescentar "e pela companhia". Alguma coisa o impediu de dizer as palavras que lhe vieram à mente.
— Ainda bem que você não ficou zangado. — Hermione ergueu o olhar sorridente para Harry, e ele precisou se conter para não tomá-la nos braços e beijá-la.
Ela era bem mais bonita do que ele se lembrava, Harry refletia enquanto voltavam para o carro. E mais sexy. Tinha pernas lindas, cabelos maravilhosos, pés perfeitos. Harry já conhecera outras mulheres bonitas, mas nenhuma delas parecia chegar aos pés de Hermione.
— Quer que eu dirija? — ofereceu-se. — Preciso passar no escritório antes de ir para o fórum.
Hermione entregou-lhe as chaves do carro, agradecida. Tudo correra bem. O piquenique fora agradável, e ela mal conseguira conter a euforia quando Harry dissera que ela era cheia de surpresas. Gostaria que vovó Megan fosse viva para poder chegar em casa e contar-lhe tudo.
Que outras coisas ela poderia fazer para surpreender Harry?, pensou, quando entraram no tribunal algum tempo depois. Harry indicou uma fileira de cadeiras onde ela poderia sentar-se e foi para a mesa da defesa.
O desempenho dele era impressionante. Com calma e precisão, ele apresentava argumentos lógicos, interrogando as testemunhas de maneira inteligente e analítica.
Hermione não sentiu o tempo passar, fascinada com aquela faceta de Harry, que, embora já conhecesse, era muito jovem, na época, para apreciar.
Quando a sessão terminou, Hermione teve outra idéia, enquanto Harry conversava com o juiz. Poderia surpreendê-lo mais uma vez, não esperando por ele. Rapidamente esgueirou-se entre as fileiras de cadeiras e saiu do recinto, sem que ele notasse. Provavelmente, quando não a visse ali, ele imaginaria que ela estivesse esperando por ele no saguão de entrada do fórum. Alguns anos antes, seria exatamente isso o que ela faria. Mas agora era uma mulher adulta, sabia que não podia esperar nada de Harry, e, mesmo apaixonada, não seria tola a ponto de deixá-lo perceber.
O relacionamento deles era meramente de vizinhos.
Hermione estacionou o carro diante do edifício de apartamentos onde Gina morava. Encontrando a prima cansada e desanimada, sugeriu que pedissem uma pizza. Enquanto comiam, ela contou a Gina sua peripécia, e as duas riram a valer.
— Não acredito que você teve coragem de fazer isso, Mi! — exclamou ela, o astral sensivelmente mais elevado. — E ele deixou!
— Nem eu acreditava, Gina. Acho que ele se divertiu com a coisa toda. No começo achei que ele não deixaria e que ficaria zangado. Mas não...
Hermione não contou à prima que Harry a beijara. Não precisava entrar em tantos detalhes.
— Quer dizer que você tirou essa idéia do diário de vovó Megan! — Gina exclamou, quando Hermione concluiu a narrativa.
— Não, só a sugestão de fazer alguma coisa imprevisível. A idéia do seqüestro saiu da minha cabeça.
— E ele está apaixonado por você?
Hermione fez uma careta.
— Imagine! Nem eu quero! — falou, fingindo pouco-caso.
— Então, por que está fazendo isso?
Ela deu de ombros.
— Para me divertir um pouco. Fazia tempo que eu não me divertia. Nos últimos anos não tenho feito outra coisa senão trabalhar. E não tive nenhuma recompensa. Fui demitida, sem mais nem menos. Por que, então, não colocar um pouco mais de aventura na vida? Estou com quase trinta anos. Preciso pensar no meu futuro. Estou testando os conselhos de vovó Megan com Harry. Quando eu conhecer a pessoa ideal, saberei se funcionam ou não.
— E se funcionarem com Harry e ele se apaixonar por você?
— Que nada, Gina! Ele não quer saber de ter um relacionamento sério. Muito menos comigo, a quem ele rejeitou a vida inteira.
— Mas não parece estar rejeitando agora...
A lembrança dos beijos de Harry assaltaram a mente de Hermione. Mas aquilo não significava nada... Fora apenas um impulso momentâneo.
— Não tenha ilusões, prima. Os homens não mudam — filosofou, lembrando-se das últimas frases que lera no diário. — E agora, o que você pretende fazer?
— Com Harry? Nada. Quer jantar comigo no sábado, Gina? Podemos fazer uma raclete.
— Ótima idéia. Draco pode ir também?
— Claro — Hermione respondeu sem muito entusiasmo.
— Então convide mais alguém, para não se sentir sobrando.
Hermione suspirou, desconsolada. A franqueza da prima às vezes chegava às raias da inconveniência.
— Vou convidar Cari.
— Não... Convide Harry. Ele e Draco se conhecem bem.
Hermione torceu o nariz. Não se sentia à vontade para convidar Harry para aquele tipo de programa. Será que estava levando muito a sério a postura de fazer-se de difícil? De repente, não queria que Harry pensasse, nem por um instante, que ela o estava perseguindo. Não existia futuro para ela com o homem sexy que era seu vizinho.
Hermione começava a chegar à conclusão de que teria de repetir aquela ladainha cem vezes por dia até acreditar que realmente era verdade.
Quando manobrou para entrar no jardim de casa, mais tarde, Hermione viu que Harry já chegara. O carro dele estava estacionado na entrada, e as luzes da casa estavam acesas. Procurando não fazer ruído, ela fechou a porta do carro e entrou em casa. Mais cedo, a idéia de não esperar por ele parecera-lhe a coisa certa a fazer, mas agora já não tinha tanta certeza. Uma pontinha de arrependimento perturbava-lhe a paz de espírito. Afinal, Harry aceitara a brincadeira com esportividade, mostrara-se bem-humorado durante todo o tempo e convidara-a para vê-lo atuar no tribunal. E ela simplesmente desaparecera, sem uma palavra de despedida, sem deixar nem sequer um recado.
Se tivesse esperado por ele, talvez ele tivesse sugerido que fizessem alguma coisa, que jantassem em um restaurante em Charlotte, por exemplo. Ou talvez não. Talvez tivesse trabalho a fazer e tivesse que voltar ao escritório.
Tentando convencer-se de que agira acertadamente para que Harry não pensasse que ela estava interessada, Hermione preparou-se para dormir. Vestiu a camiseta tamanho extragrande e deitou-se, pensando na possibilidade de comprar alguma coisa nova e sensual, no dia seguinte. Depois refletiu que seria inútil. Para quê, se continuaria dormindo sozinha?
Ela pegou o diário e abriu-o na página onde parara.
“Os homens não mudam. Quando se tornam adultos, têm o seu jeito de ser, e nenhuma mulher, como toda a meiguice do mundo, conseguirá mudar isto. Foi tia Dottie quem me disse, hoje à tarde, depois que tomamos chá. Eu adoro tia Dottie, ela sabe tantas.coisas! Mais do que mamãe. E gosta de transmitir seus conhecimentos. Procure analisar o homem e compreendê-lo, ela disse. Ele não vai mudar. A mulher que tem a ilusão de que pode mudar um homem está fadada ao fracasso. Portanto, tenho que ter certeza de que conseguirei viver com ele do jeito que ele é. Frederick é sério demais, às vezes. Acho que ele precisa de alguma coisa em sua vida que o alegre e o faça rir mais. Mas eu gosto dele, assim mesmo. Ele ê gentil, atencioso, faz elogios. Disse que achou o vestido que usei para ir à reunião na igreja chique e elegante! Não quero mudá-lo, só quero fazê-lo gostar de mim. Será que ele é o homem certo para mim? Para casar e viver o resto da vida? E será que eu serei uma boa esposa para ele?”
Hermione fechou o diário. Harry com certeza não mudaria mais àquela altura da vida. Estava com trinta e quatro anos, estabelecido na carreira e na vida. Fazia o que bem entendia, à sua maneira. Se queria companhia, convidava uma mulher para sair, se queria ficar sozinho, ficava em casa.
Ela não podia pensar num futuro com Harry. Admitia para si mesma que alimentara alguma esperança de conquistar-lhe o coração, ao seguir os conselhos de Megan. Secretamente, ainda era apaixonada por ele. Gostaria que as coisas fossem diferentes, que existisse afeto da parte dele, que pudessem...
Com um longo suspiro, Hermione apagou o abajur. As chances de aqueles sonhos se realizarem eram mais remotas do que ela ir um dia até a lua. Chegara a hora de parar de brincar e pensar em coisas sérias. E a maneira de fazer isso era enviar o curriculum e começar a sair com outros rapazes.
Era melhor convidar Cari para jantar no sábado, em vez de Harry. Draco era sociável, e Cari também. E ela não tinha certeza se queria perder mais tempo com um homem que não queria nada com ela.
Em algum lugar do mundo deveria existir alguém por quem ela pudesse se apaixonar, que não fosse Harry. Sua alma gêmea. Precisava apenas encontrá-lo.
Harry viu quando a luz se apagou na janela do quarto de Hermione. Estava sentado no jardim dos fundos, com uma lata de cerveja esquecida na mão. Fazia uma hora que ela chegara, e nem olhara na direção de sua casa. Ele quase a chamara. Mas hesitara tempo demais. Ela já entrara e fechara a porta.
Harry perguntava-se aonde ela teria ido quando saíra do fórum. Ele nem mesmo a vira sair. Num certo momento, avistara-a pelo canto do olho, quando tornara a olhar, ela desaparecera.
Teria se cansado de assistir à sessão? Harry reconhecia que o assunto poderia não ser tão fascinante para as pessoas leigas como para ele, mas gostaria de ter lhe perguntado a opinião. Se Hermione achara que ele evoluíra desde a vez anterior em que o vira no tribunal.
Imaginara receber toda a atenção de Hermione, como na noite em que haviam jantado no clube e ela lhe fizera perguntas sobre seu trabalho. Na ocasião, ela o ouvira como se estivessem falando sobre o assunto mais fascinante do inundo.
Agora, ele não sabia o que pensar. Teria sido fingimento da parte dela? Falso interesse? Por quê?
Certo de que Hermione o cumprimentaria e elogiaria, no final do dia, Harry ficou surpreso ao descobrir que ela fora embora, sem nem ao menos despedir-se. Começava a chegar à conclusão de que não conhecia Hermione.
Num impulso, levantou-se e atravessou o gramado até o quintal vizinho. Bateu na porta dos fundos e esperou, impaciente. Hermione não podia já estar dormindo, acabara de apagar a luz. Bateu mais uma vez, com mais força. Se ela não viesse abrir, ele esmurraria a porta.
A luz da varanda dos fundos foi acesa e Hermione entreabriu a porta para espiar para fora.
— Harry, o que aconteceu?! — Ela abriu mais a porta. Harry examinou-a por um instante. A menos que trocasse de roupa com a velocidade de um relâmpago, não usava a lingerie sensual que ele imaginara, para dormir. No entanto, a camiseta comprida dava-lhe um ar surpreendentemente exótico, mais do que se estivesse usando sedas, cetins e rendas. Os seios firmes e empinados estavam claramente delineados sob a camiseta de malha, que lhe chegava ao meio das coxas nuas. O olhar de Harry passeou pelas longas pernas de Hermione e voltou aos olhos que o fitavam perplexos.
— O que aconteceu, Harry? — ela repetiu a pergunta. Harry segurou-a pela mão e puxou-a para fora, conduzindo-a para o jardim. Não tinha idéia do que ia fazer nem para onde iria, só sabia que queria a companhia daquela mulher. Queria saber o que ela achara de seu desempenho no tribunal, dizer-lhe o que achava que aconteceria se o caso fosse para o júri popular, passar algumas horas com ela.
Hermione tentou soltar-se, porém ele a segurou com firmeza, puxando-a consigo.
— Espere, Harry! Aonde você vai? Não estou vestida!
— Relaxe, Hermione. Vamos para a minha casa. Você não me seqüestrou hoje? Agora estou fazendo o mesmo com você.
— Está tarde demais para fazer um piquenique.
— Mas não para a sobremesa. A diarista fez torta de maçã, hoje. Podemos aquecer no microondas e comer com sorvete de creme.
— São mais de onze horas, Harry!
— Você está de férias, princesa. — Harry virou-se e enlaçou-a pela cintura, envolvendo-a num abraço apertado. Beijou-lhe a cabeça, deliciando-se com o perfume suave dos cabelos macios.
— Venha.
Segurando-a novamente pela mão, conduziu-a até a cozinha.
— Vamos esquentar a torta e comer lá fora. A noite está agradável.
Hermione ficou parada na porta da cozinha, enquanto Harry preparava dois pratos de torta e sorvete. Cruzou os braços, sentindo as mãos úmidas, os joelhos bambos. Mesmo que quisesse voltar para casa, sabia que não conseguiria dar um passo. Um atmosfera romântica os envolvia, o jardim dos fundos da casa de Harry estava mergulhado numa penumbra gostosa, iluminado apenas pelas luzes fracas das casas vizinhas e pela lua cheia, baixa no horizonte.
— Pronto... Torta de maçã "à moda" — anunciou Harry, dirigindo-se para a porta levando os pratos nas mãos.
Hermione pegou o seu e seguiu Harry até o local onde estavam duas espreguiçadeiras, sobre a grama aparada. Sentou-se e dobrou os joelhos, cobrindo-os com a camiseta. Levou uma colherada de torta com sorvete à boca e o sabor doce de maçã, creme e canela pareceu preenchê-la por dentro. O contraste da torta quente com o sorvete frio, na consistência ideal, era perfeito. Poucas vezes alguma coisa lhe caíra tão bem, apesar da inconveniência da hora e local.
— Hum... que delícia! — exclamou, engolindo outra colherada.
— A Sra. Mulphrety faz a melhor torta de maçã do mundo — Harry elogiou.
Durante alguns minutos, comeram em silêncio, saboreando o que Hermione descreveria como "delícia dos deuses".
— Em que está pensando? — Harry perguntou, quando acabou de comer.
— Estava me lembrando da minha infância aqui, na casa de tia Molly. As brincadeiras que eu fazia com Gina, os churrascos que tio Arthur preparava nas noites de verão, para não dar trabalho a tia Molly na cozinha.
— Eles ainda têm esse hábito — disse Harry.
— O casamento deles é uma união feliz, equilibrada — começou Hermione. — Os dois se complementam com perfeição, você não acha? Respeitam a opinião um do outro, não tolhem um ao outro. Meus pais também são assim. Verdade que eles têm os mesmos interesses, os dois adoram arqueologia e antropologia, e isso fortalece a união.
— Você gosta desse assunto, não é, Hermione?
— Que assunto?
— Casamentos duradouros. Está sempre mencionando casos.
Hermione sorriu.
— Acho que quero convencer você de que o casamento não é uma instituição ultrapassada como você pensa. No outro dia eu estava pensando... os seus pais são o único casal que eu conheço que se separou. Meus pais continuam juntos, meus tios, os pais de meus amigos...
— Eles são exceções.
— Por que eles, e não os seus pais? Nunca pensou nisso?
Harry não respondeu e Hermione perguntou-se se teria ido longe demais. Afinal, aquele era um assunto delicado para ele, e ela estava tentando fazê-lo mudar de ponto de vista. Ao contrário do que vovó Megan aconselhara.
— Você teve muitos namorados em Nova York? — ele perguntou, depois de uma pausa.
— Não, — Hermione colocou o prato vazio no chão, a seu lado, e recostou-se, esticando as pernas e cobrindo-as o quanto pôde, com a camiseta. — Parabéns pela sua atuação no tribunal, hoje.
— Não mude de assunto. Eu lhe fiz uma pergunta, espero que me responda.
— Eu respondi. Não tenho muito a falar sobre isso. — Ela ergueu o corpo. — Preciso ir, Harry, está ficando tarde. E está esfriando, também.
Ele levantou-se e estendeu-lhe uma mão para ajudá-la. Seria indelicado da parte dela recusar a gentileza, por isso deixou que ele lhe segurasse a mão. O simples toque, porém, a fez estremecer.
Hermione amaldiçoou-se, contrariada. Por que tinha de se sentir assim? Por que nenhum outro homem lhe causava aquele efeito? Quando se livraria daquele fantasma que era Harry Potter, que a assombrava desde a adolescência?
Harry passou um braço sobre seus ombros e aproximou-a de seu corpo. Era impossível resistir às sensações que a dominavam, e, no fundo, ela não queria resistir. Enquanto atravessavam o gramado, Hermione ergueu o rosto para Harry e aceitou o beijo dele.
Longos minutos depois, ele afastou o rosto, fitou-a com olhos semicerrados e sorridentes e murmurou:
— Loucuras da meia-noite...
Obs:Oiiiii pessoal!!!!Como eu havia prometido caso fosse bem na minha prova de Estatística, aqui está a atualização das fics!!!!hehehe....Estou postando dois capitulos de "Receita de Amor" e "Seqüestro de Amor" e apenas um de "Noiva em Perigo", por que essa fic já está na reta final e eu quero fazer um pouquinho de suspense!!!hehehe...Mas não se preocupem que até o final de semana eu atualizo todas novamente!!!!Espero que tenham curtido os capitulo!!!!Obrigada pela força e energia positiva que vocês me mandaram!!!Deu muuuuito certo, afinal passei nessa cadeira chata!!!!!Bjux!!!Adoro vocês do fundo do coração!!!!!
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