▪ O Lago
Severus e Lily estavam indo em direção ao parquinho quando uma coruja parda e bastante mal-humorada pousou em frente aos dois. Lily ficou imóvel, olhando para a coruja que tinha um pedaço de pergaminho enrolado na pata. Severus agachou e retirou o pergaminho da pata da coruja, dizendo:
– Deve ser recado da mamãe. Provavelmente ter lembrado que eu existo. – e vendo a cara de espanto de Lily, acrescentou: – Ah! Essa é Llopir, a coruja da família. Já está velha e cansada, mas pelo menos ainda não está caduca; consegue levar cartas para as pessoas certas. A maioria das corujas nessa idade sempre se engana e nã... – Severus parou de falar, ao notar que Lily parecia confusa demais. Ia voltar a falar, mas Lily foi mais rápida:
– Corujas? Vocês mandam cartas por corujas? – perguntou, com uma expressão de assombro no rosto.
– Certamente que sim. – disse Severus, rindo.
– Por que respondeu assim, tão animado? – perguntou Lily, meio brava, afinal ela não rira dele horas antes no hall de sua casa.
– Ah! Desculpe. – apressou-se em dizer Severus – É que você disse vocês.
– E daí? – Lily não compreendera.
– E daí? E daí que vocês quis dizer bruxos. – respondeu Severus.
– É... E? – Lily ainda não entendera aonde Severus queria chegar.
– E isso quer dizer que você acredita em mim – disse Severus, segurando o bilhete de sua mãe, que tinha sido esquecido.
– Como poderia não acreditar? Você fez um copo sumir e recebe cartas por uma coruja chamada Llopir. É impossível não acreditar em você. – disse Lily, agora rindo.
Severus abriu um sorriso enorme e, sem se conter, deu um abraço apertado em Lily. Ao perceber o que tinha feito soltou-a e um tom avermelhado envolveu o seu rosto, deixando-o quente.
– Abra! Vamos ver o que sua mãe quer. – falou Lily, sem perceber o embaraço de Severus.
– Ah! Claro. – disse Severus, abrindo a carta e leu em voz alta:
“Severus,
Volte para casa ainda hoje, por favor. Quero que saiba que te amo tanto quanto amo seu pai. E que Timmy foi apenas um deslize. Venha logo e se encontrar o seu pai pelo caminho diga a ele que o amo e que precisamos conversar. Diga que eu posso explicar tudo. Diga que, se ele quiser, eu tiro o bebê. Tente ser gentil com ele e não o chame de sangue-ruim, pelo amor de Merlin. Ache-o e traga-o para mim. E venha logo também, é claro.
Atenciosa e desesperadamente,
Mamãe. ”
Severus acabou de ler, amassou o bilhete e jogou-o na lata de lixo mais próxima.
– Viu? Sua mãe te ama. Ela quer que você volte. – disse Lily, tentando animar Severus.
– Me ama? Ah, sim. Ama mesmo, disso não há dúvidas. Mas não está preocupada comigo. É com o meu pai que está. Não percebeu? Esse bilhete inteiro poderia ser resumindo em quatro palavras: Faça seu pai voltar! – respondeu Severus
– Ok. Não vou insistir. Já percebi que você não se dá bem com a sua família. Se não quer falar sobre, então não falaremos. – disse Lily, sorrindo timidamente. – Mas não é melhor ir procurar seu pai?
– Nem pensar. Se tem uma coisa que eu almejo mais que tudo nesse mundo é que meu pai saia e nunca mais volte. – disse Severus decidido.
Lily não disse mais nada. Só continuou andando em direção ao parquinho. Porém, ao chegar à ruazinha que levava ao parquinho, Lily virou à esquerda e continuou andando, sem falar nada. Severus acompanhava Lily sem saber ao certo se estavam indo para o parquinho por um caminho diferente ou se Lily decidira mudar de destino sem lhe falar.
Andaram por quase quinze minutos e, então, chegaram a um grande lago. O local estava deserto, os únicos sons que se escutava eram os pios fracos de pequenos passarinhos que sobrevoavam o lugar. O lago era rodeado por banquinhos simples e gastos, e mais parecia um piso de vidro do que um lago, pois suas águas eram estranhamente inertes. Severus teve plena certeza de que não havia seres vivos dentro do lago. Perguntava-se por que Lily o levara ali. Sua pergunta foi respondida pouco tempo depois de se sentarem em um dos banquinhos. Lily olhava fixamente para o lago.
– Por que estamos aqui? – perguntou Lily, para a surpresa de Severus.
– E eu que sei. Você disse que íamos ao parquinho, mas mudou de caminho.
– É, eu sei. Mas não era para você ter respondido. Era só para dar um suspense. – disse Lily, e começou a rir bobamente. Severus ficou se perguntando se Lily perdera o juízo.
– Então, por que estamos aqui? – perguntou Severus, meio impaciente.
– Ah! Venho aqui quando quero pensar em algo. É meio abandonado, como você deve ter visto. Então, sempre que estou aqui, ninguém aparece para atrapalhar meus pensamentos. Nem Petunia. – e, olhando para Severus, acrescentou: – Achei que você deveria vir aqui de vez em quando. Sabe, quando precisar pensar em algo. É um lugar melhor que o parquinho, embora pareça sombrio.
– Entendo. – disse Severus. Queria ter dito outra coisa, mas não conseguiu encontrar palavras. Ninguém nunca se preocupara com ele. E agora aparece Lily, que o defendera, aconselhara e confiara, mesmo que tivessem se conhecido havia menos de sete horas.
Os dois ficaram olhando fixamente para o lago, sem dizer nada. Severus ficou pensando, como Lily o aconselhara. Ficaram assim por uns cinco minutos, quando o silêncio foi quebrado pelo pio de uma coruja que pousara na frente deles. Era Llopir novamente. Severus fitou a coruja, impaciente: já era a segunda vez que a mãe lhe enviara Llopir, e nas duas vezes a hora não fora apropriada.
– De novo? – explodiu Severus – Se ela me mandar outro bilhete juro que...
– Que o quê? Vai bater na sua mãe? Ela está preocupada, oras. – retrucou Lily, muito séria.
– É, mas está preocupada com o meu pai e não comigo.
– Não é verdade. Sua mãe te am...
– Eu sei que ela me ama. Mas acha que eu não mereço atenção porque sou bruxo e sei me virar. Acha que a coisa mais importante no mundo é a segurança do meu pai, que é um pobre trouxa indefeso. – disse Severus, irônico e irritado, em um tom de quem encerra o assunto. Severus pegou o pergaminho preso na perna da coruja e leu:
CADÊ O SEU PAI?
ESTOU PREOCUPADA!
Com você também, é claro.
Volte logo! E traga seu pai junto, se puder!
– Não lhe disse? – falou Severus – É com ele que ela se preocupa.
– Ok. Você venceu. Acho melhor irmos procurar seu pai. Daqui a pouquinho já escurece e eu tenho que voltar para casa.
– Não! Vamos ficar aqui mais um pouco? É tão bom. – pediu Severus.
– Tá! Mas daqui a pouco tenho que ir. – disse Lily.
– Ok.
Severus e Lily voltaram a pensar. Severus se perguntava se Lily não estaria meio confusa ainda. Tinha sido muita informação para um dia só.
Ficaram parados olhando para o lago por muito tempo, sem dizer nada, entretidos em seus pensamentos. Então, a noite começou a dar sinal de que chegara. Deviam ser quase sete horas.
– Acho melhor irmos, sua mãe pode ficar brava. – disse Severus.
– Certo – concordou Lily.
Os dois se levantaram e saíram em direção à rua. Andaram em silêncio.
Quando estavam chegando perto da Rua dos Alfeneiros, Severus parou de chofre, com o olhar fixo à sua frente.
– EU... NÃO... ACREDITO! – disse Severus.
Lily olhou para cima, esperando ver Llopir novamente, mas no céu só havia a Lua que começava a aparecer. Então olhou para frente, e foi aí que pareceu compreender, embora não estivesse certa que fosse esse o motivo da parada repentina de Severus.
N/A: Outro capítulo totalmente feito por mim.! :D (Sim, eu vou colocor isso sempre que o capítulo for totalmente feito por mim, acho que o próximo também será)
Esse capítulo não ficou tão bom, eu sei. Mas não tive muito tempo para escrever e como eu sei que no futuro eu vou demorar muito mais tempo para postar, quero que os primeiros capítulos não demorem.
Pelo menos, eu deixei uma pergunta no ar. O que fez Severus parar tão abruptamente?
Quero agradecer a uma pessoa agora: Kristina Gaunt.
São os comentários dela que me fazem continuar. E depois do que eu li na fic dela, eu virei fã de carteirinha dela. Fic essa que recomendo a vocês:
- Mentes Assassinas (http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=21595)
É a história de uma personagem original chamada Laure. MUITO³ interessante... Eu estou amando.
MUITO OBRIGADO KRISTINA!
É só isso. :P
COMENTEM, POR FAVOR!
Obrigado, Rafael Kaleray!
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