Anne Nightmare



Saiu mancando da floresta pela mesma clareira pela qual havia entrado, estava machucada, suja de sangue e suor, cansada até a raiz dos cabelos e sentindo-se como uma grande fracassada, tinha encontrado outros “monstrinhos simpáticos”pelo caminho, que tinha vencido com um pouco de facilidade, mas um dos amigos que era bom nada! Fracasso! Pela primeira vez em sua vida fracassara em um teste.


 Olhou ao redor e percebeu que Rony já estava ali, arfando ruidosamente, as mãos apoiadas nos joelhos, numa postura cansada, mas ele, assim como ela, não parecia muito satisfeito.


Estava indo em direção ao amigo ruivo quando num clarão, as quatro caças apareceram onde antes não havia ninguém.


- Vocês falharam – Harry, postado magnificamente no meio, falou, um que de diversão brincando em sua voz – a missão de vocês era capturar um de nós, e voltaram com as mãos vazias – Hermione assim como Rony abaixou a cabeça, envergonhado – entretanto, vocês sobreviveram aos perigos atiçados contra vocês, e estão aqui, feridos e cansados, mas vivos, e merecem os parabéns por isso.


- Atiçados contra nós? – Rony perguntou curioso.


- Cada encontro que vocês tiverem com aqueles monstros Ron, nenhum deles foi coincidência – Sirius tomou a palavra, o tom explicativo – achou mesmo que ficaríamos parados em um lugar esperando que nos alcançasse? Precisamos por vocês a prova, e não procurar não era o suficiente. O demônio que atacou o Ron, eu o convoquei, os centauros foram atiçados pela Stella.


- Harry falou para a acromântula onde Hermione estava -  Vinicius continuou, um sorriso travesso nos lábios, Harry sorriu também, lhe fazendo uma vênia irônica – e eu servi a Mione como um labirinto, a guiando para os monstros menores.


- Nós nunca fomos a caça gente! Vocês eram – o sorriso angelical de Stella parecia particularmente diabólico a luz do luar – nos achar era apenas conseqüência.


                                                                              *


- Gostei de suas luvas Ronald, elas são muito bonitas – Luna falou ao passar ao lado do grifinório, seguindo pelo caminho que os levaria a Hogsmeade.


- Estranho, porque não sinto meu ego inflar? – perguntou Ron, sarcasticamente.


- Quem é aquela? – Harry perguntou, olhando com interesse para a garota loira que falava sozinha a poucos metros em frente a eles.


- É a Di-Lua Lovegood – Rony se apressou em responder – ela sempre foi esquisitinha com seus brincos de rabanete e tudo mais, mas de uns anos para cá ela começou a falar com esse seu ‘amigo imaginário’ ou algo assim e ficou ainda pior, nem o fato dela ter ficado bonitinha compensa, sinceramente, do jeito que ela se veste o fato dela elogiar minhas luvas não é muito legal.


- Bom, ela me pareceu muito...interessante – Harry comentou, os olhos cravados, seguindo a loirinha, e Hermione percebeu que embora para todos Harry estivesse com o olhar cravado nas costas de Luna, não era exatamente para as costas dela para a qual ele olhava.


 


*


O grito atravessou a noite enquanto sangue do seu companheiro espirrava ao seu lado.


Ele conseguiu desviar de um feitiço errante, o ultimo camarada a seu lado não teve a mesma sorte.


Era o único em pé agora e não sabia se ainda conseguiria se manter assim por muito tempo.


Tinha sido uma emboscada covarde, o atacaram enquanto ainda estavam dormindo, e antes mesmo que acordassem já tinham perdido metade do esquadrão.


Um braço musculoso e tatuado veio rapidamente em sua direção e ele arfou quando o braço lhe atravessou o abdômen, um golpe certeiro rumo a morte, mas não machucou muito mais do que um feitiço de impacto devido a natureza de seu poder.


Deu uma boa olhada no rosto do adversário que ainda parecia em choque ao ver como ele não parecia abalado, e aproveitou a distração do mesmo para lhe lançar o mais poderoso feitiço de impacto que conhecia, fazendo o adversário, e em conseqüência o braço que lhe atravessava serem jogados para trás.


Ouviu o palavrão que o outro quase rosnou ao se levantar, mas estava preocupado demais correndo por sua vida pra dar atenção ao que sua pobre mãe tinha virado.


Não era uma atitude que lhe agradava, abandonar o corpo de seus companheiros, mas sabia que seria muito mais útil a Harry vivo. E pela velocidade com que o monstro tatuado vinha atrás dele sua vida podia não durar por muito mais tempo.


Felizmente ele logo alcançou uma área que o feitiço anti-aparataçao não era mais valido e sumiu para longe do mesmo instante que o outro agarrava o ar onde antes se encontrava.


*


Ele sempre foi do tipo que detestava os olhares sobre si, mas que nunca pode evitá-los, primeiro os olhares desgostosos do tio, depois os admirados da população bruxa. Quando fugiu ficou temporariamente livre daquilo e pode suspirar aliviado, mas estar sempre sozinho com dois adolescentes e um gato chama a atenção, e depois, quando largou de ser um moleque franzido foram as mulheres que passaram a lhe olhar, desejosas, bom, desses olhares ate que ele não tinha nada contra.


Mas agora, agora tinha esses olhares estranhos, os relativamente novos, os olhares surpresos que diziam quão espantados estavam ao ver que o menino irresponsável que fugiu tinha voltado como um homem.


Estar em um local público também não ajudava muito, mas seus amigos tinham insistido tanto que ele viesse, que eles queriam lhe mostrar todo o vilarejo que ele acabou concordando, achou melhor não comentar que já estivera em Hogsmeade mais de uma vez- mais que devidamente disfarçado - e que conhecia cada parte do vilarejo.


Era bem chato passar pelas mesmas lojas fingindo total surpresa, pelo menos com Mione ao seu lado lhe mostrando tudo tão prestativa, ele sentiu-se um pouco desconfortável em trata-la com indiferença.


Enquanto ela apresentava a loja de logros e brincadeiras, uma confusão se formou, aos ouvidos de Harry parecia uma briga de adolescentes, nada catastrófico ou que exigisse a sua presença.


Mas Vinicius tinha uma opinião contraria, já que saiu arrastando todos em direção a confusão com olhos brilhantes.


Ao chegar ao local onde realmente dois adolescentes brigavam Harry apenas desviou o olhar entediado, sabia exatamente como aquela briga acabaria, porque o fim era sempre igual, um dos caras com o nariz quebrado e o outro sendo arrastado longe pela multidão.


E foi nessa desviada de olhar que ele vislumbrou algo muito mais interessante que a briga fútil, no meio da multidão, parecendo se divertir com a situação tinha uma garotinha de no máximo 13 anos, o corpinho delicado, os cachos negros e os olhinhos azuis dando-lhe uma aparência angelical que era facilmente destruída pela sorriso divertido e levemente perverso.


- Anne? – sussurrou, incrédulo. A garota pareceu escutar o nome e olhou para o rapaz com olhar curioso, ao vê-lo deu um leve aceno de cabeça, mas continuou a se divertir com a briga dos rapazes. – o que ela esta fazendo aqui?


Sem conseguir conter sua curiosidade – merda de instinto Griffyndor – Harry foi na direção da garota, sem dar bola pros chamados de Hermione que lhe seguia.


Olhou mais uma vez pra Anne e sabendo que ela não iria lhe dar atenção enquanto a briga não parasse ele gritou pra Hermione:


- Para já com isso, esses imbecis vão se machucar!


Ele mais sentiu que viu o aceno de Hermione e soube que ela estava intervindo quando o olhar de Anne mudou para um de desgosto, mas logo transformou-se novamente para outro de interesse.


- Parem com isso! – a voz de Hermione se fez ouvir por sobre o barulho da multidão e ele não conteve a vontade de olhá-la – outra vez culpa de sua curiosidade.


Hermione tinha conseguido uma oportunidade de se meter no meio dos dois brigões e os mantinha separados o máximo que seus braços permitiam, parecia uma cena normal, alguém se metendo entre uma briga e tentando separá-las, se não fosse por  uma garota relativamente pequena estar fazendo isso.


Harry sabia que o treinamento físico que Hermione vinha fazendo a tinha tornado bastante forte e muito mais rápida, mas mesmo ela ainda não seria capaz de segurar dois brutamonte usando apenas uma mão para cada.


Não, Hermione estava usando seu poder discretamente para mantê-los separados, forte o suficiente para não permitir que eles saíssem do lugar, mas fraco o suficiente para que eles ainda mantivessem os movimentos.


Garota esperta, não evitou pensar orgulhoso.


Mas ao olhar novamente para Anne e ver seu sorriso nada discreto logo notou que ele não tinha sido o único a perceber isso.


Quando a confusão finalmente se encerrou e Hermione tinha deixado os encrenqueiros a encargo de um monitor da Corvinal, Anne finalmente veio em sua direção, do jeito mais irritante que ela sabia fazer: se jogando em cima dele.


- Harry!


- Se comporte Anne! – ele reclamou, constrangido.


- Stella, Vini! – a garota cumprimentou alegremente os outros dois.


- Anne! – Stella retornou o cumprimento, mas Vinicius permaneceu quieto, a face pálida e a postura seria.


- Ainda tem medo de mim Vini? – ela perguntou, com um sorriso luminoso brilhando em sua face angelical – oh, a propósito Harry, quem são os companheiros novos?


- Na verdade são velhos companheiros, eles são Ronald Weasley e Hermione Granger – Harry apresentou rapidamente, os citados se inclinando em cumprimento.


- Sei, os novos recrutas.


- Os novos recrutas, acho que você pode dizer isso – ele disse, meio que concordando com conveniência – mas então Anne, qual o verdadeiro motivo de estar em Hogsmeade hoje?


- Do que esta falando? Não posso passear um pouco?


- Anne!


- Ok, talvez eu tenha vindo falar contigo – ela disse, sua face de repente se transfigurando para uma expressão seria – e não sei se você vai gostar do que tenho a falar.


*


- O que achou? – perguntou Diego, depois que Cassia soltou um dos objetos perdidos do que parecia ter sido um campo de batalha.


- Alem de que eu estou fedendo a sangue agora? – ela perguntou irritada.


- Fala sério Cah!


- Acho que temos uma nova pista a seguir Diego, e ela vai nos levar pra fora do país!


- Hum, apenas se pudermos usar essa viagem como uma espécie de lua de mel! O que acha? – ele disse sedutoramente, enquanto enlaçava a garota pela cintura e roçava seus lábios tentadoramente nos delas.


- Talvez eu possa pensar nisso! – ela disse se desvencilhando do homem.


Diego sorriu, indo atrás da mulher, disposto a entrar nesse joguinho


*


- Então? – Harry perguntou, quando já estavam devidamente acomodados no Três Vassouras.


- Perdemos um esquadrão completo Harry, somente o C voltei vivo, mas não ileso! – Hermione não sabia quem era o tal do C. mas levando em conta como a garota parecia incrédula com seu tal ferimento, sabia que ele ter sido machucado não era boa coisa.


- Impossível, era um esquadrão misto!


- Eu sei, e é por isso que eu vim lhe alertar. Isso só  pode significar uma coisa.


- Voldemort tem sombras no lado dele!


- Harry, eu não vi isso! – Stella disse, como se pedisse desculpas.


- Não pode prever tudo Stella.


- O que vamos fazer Harry? – perguntou Rony.


- Só temos uma coisa a fazer Ronald – e então, voltando-se para a garotinha ele completou – Anne, hora de ativar o plano V.


- Estava mesmo esperando que você dissesse isso! – e com um sorriso macabro a garota simplesmente desapareceu.


*


- Harry, quem era ela? – Hermione perguntou, no caminho de volta a Hogwarts, quando os dois tinham ficado para trás após Vinicius, Stella e Ronald terem se envolvido numa corrida boba atrás de um sapo de chocolate fujão.


Harry olhou para a garota e ponderou se devia ou não contar a verdade, mas sabia que aquele tipo de coisa não poderia ser escondido por muito mais tempo.


- Aquela, Hermione, era Anne Nightmare, a Princesa das Trevas e líder dos vampiros de toda Europa.


 


 


 


 



 


 


 


NAO ME MATEM! eu demorei quase um ano pra atualizar, mas eu estava em todas as crises existentes, e lutando pra nao ser umas das 78 pessoas que ficarão em recuperaçao em fisica!


cap pequeno, mas com a introduçao de uma importante personagem!


 


 


 

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