Imperdoaveis



A primeira coisa que viu ao abrir os olhos foi a linda cor de verde que tinham os olhos de Harry.


- Harry – chamou, fraca.


- Estou aqui – a voz reconfortante de Harry encheu seus ouvidos, fazendo-a se sentir quase instantaneamente melhor.


- O que houve?


- Não lembra? – ele perguntou sentando-se ao seu lado na cama.


Com um clarão o ocorrido há poucas horas veio como um tiro em sua mente, Sirius, a escuridão, seus atacante, a luta...


- Rony! Onde ele está? – perguntou, sentando-se na cama, ignorando a dor que surgiu em todo seu corpo.


- Ele esta bem Hermione, esta em outra sala, descansando, assim como você deveria estar fazendo! – Harry repreendeu com voz firme.


- Me desculpe – ela sussurrou, voltando a se deitar.


Um silencio gostoso tomou conta da sala, enquanto a única coisa que eles podiam ouvir era o crepitar das chamas.


- Harry?


- Sim?


- O que era aquilo? Aquilo que nos atacou?


- Demônios!


- O que? – novamente exaltada Hermione levantou-se, dessa vez Harry não brigou, dando apenas um sorriso divertido.


- O Sirius é de longe um dos Sombras mais fortes que eu conheço e eu conheço muitos, seu poder se divide em duas partes, cada uma mais poderosa que a outra, a essência do poder do meu padrinho é abrir portas, portais, para ser mais exato, ele tem o poder de abrir portais para outras dimensões, qualquer uma, Sirius é capaz de fazer uma  coisa que bruxos normais só conseguiriam com rituais que poderiam consumir-lhe a alma – ele sorriu, aparentemente orgulhoso – por causa disso Sirius é capaz de visitar dimensões que humanos normais nem mesmo sonhariam que existem, mas como ele pode entrar, outras coisas podem sair, e não seria de nenhum beneficio se coisas desconhecidas saíssem para nossa dimensão causando terror e destruição por onde passam, por isso Sirius é capaz de controlar tudo que sai do portal que ele abre, afinal, se ele não tivesse poder sobre isso não seria capaz de imaginar os danos que tais criaturas podem causar, o que atacou vocês são  pequenos demônios saídos da ‘porta’ que Sirius abriu, não são muitos poderosos, mas se multiplicam rapidamente e possuem veneno nas suas garras, são poucos os que são capazes de sair vivos depois de um encontro com tais criaturas.


- Foi dessa maneira que Sirius fugiu de Azkaban? Você sabe...fugindo para outra dimensão? – Harry soltou uma gostosa gargalhada ao ouvir isso.


- Oh não! Sirius não tinha noção do que era capaz de fazer quando foi preso – ele perdeu o sorriso – a historia da fuga de Sirius é a verdadeira, ele fugiu em sua forma animaga,  dementadores são cegos, e não sabem distinguir emoções animais das humanas, Sirius usou isso a seu favor para que pudesse escapar daquele lugar horrível, mas tenho serias duvidas se ele, mesmo sem ter consciência não abriu um portal no meio do mar para que conseguisse chegar mais rápido a costa, é algo que nunca saberei – ele disse voltando a dar aquele sorriso que o fazia parecer de tantas maneiras com o antigo Harry.


Na ameaça de um novo silencio constrangedor David pulou no colo de Hermione que sorriu e o acariciou.


- Oi amiguinho – ela cumprimentou, sorrindo enquanto fazia um carinho suave atrás da orelha do gato.


- Ele gosta de você – Harry sorriu para aquela cena.


- Também gosto dele, David é um gatinho esperto, ahn? – ela sorriu pro gato, falando com ele como se o mesmo fosse capaz de entender-lhe, David miou.


- Sim, ele é sim, não imagina as situações que já estive por causa desse gato – Harry sorriu, saudoso – ele pode ser esperto, mas é mil vezes mais perigoso. – Hermione não teve como não gargalhar da careta que Harry fez.


- Diz para ele que você não é perigoso David! – Mione mandou voltando a acariciar o pelo do gato, o gato virou sua cabeça para Potter e miou, Hermione gargalhou.


- Ele parece entender o que nós dizemos – ela sorriu para Harry que lhe sorriu de volta, feliz em ver a felicidade da amiga.


- Gosto quando você sorri assim Harry! – ela disse olhando diretamente em seus olhos – você parece novamente aquele menininho de 12 anos quando sorri desse jeito – ela sorriu, mas o moreno perdeu o sorriso.


- Eu nunca mais seria aquele menino Hermione, eu já vi coisas demais para retornar ao que era.


- Não estou pedindo que retorne ao que era Harry – ela estendeu a mao, acariciando sua face – nem um de nós vai voltar a ter 12 anos, eu apenas to pedindo que você sorria mais assim – ela própria sorriu quando viu o moreno fechar os olhos para apreciar a caricia, ele permaneceu assim por um tempo até que de repente abriu os olhos e olhou para um ponto na parede. Hermione parou a caricia e olhou para o mesmo lugar, sem nada ver.


Harry levantou-se tirando uma faca do cinto e jogou na parede que...gemeu?


De repente a parede se moveu, a Sombra que a estante lançava sobre a parede começou a ganhar forma e se desprender da parede, logo havia um garoto a minha frente e para minha inteira surpresa, era Vini.


- Droga Harry! Precisava ter me esfaqueado? – ele gemeu retirando a faca do ombro.


- Muito bem feito, isso é que ganha por espionar as conversas dos outros – Hermione ainda estava chocada demais para dizer qualquer palavra.


- Mas é que vocês estavam tão fofinhos juntos e...


- juro que a próxima faca acerta o coração – ameaçou Harry com os olhos frios.


- Não esta mais aqui quem falou! – somente depois daí que Hermione pareceu recuperar a fala.


- Voce...voce saiu da parede! – ela disse claramente chocada.


- E Hermione Granger perde a fala, por minha causa, estou realmente lisonjeado – Vinicius fez uma reverencia desajeita, fruto do ombro ferido.


- Cala a boca Vinicius ou eu juro para você que ficaras com um buraco no ombro para sempre – Harry ameaçou, Vinicius ficou pálido e sussurrou um quase inaudível ‘desculpe’ enquanto sentava-se no sofá dando permissão para Harry curar o seu ombro.


- Como? – perguntou Hermione ainda chocada.


- Meu poder, lembra quando te disse que eu sou o mais próximo do termo sombra que você poderia achar – Hermione acenou com a cabeça, confirmando – não estava exagerando, eu tenho o poder de controlar as sombras, consigo fazer com que elas se dobrem e obedeçam a minha vontade, posso fazer com que elas tomem forma e consistência, como também posso me esconder e me movimentar nelas, como os quadro aqui em Hogwarts conseguem se mover de uma moldura a outra – Hermione percebeu que ele explicava tudo de modo fácil, o que a fez perguntar-se o quão complexo era aquele poder – isso é realmente um ótimo artifício de espionagem, alem de facilitar minha entrada no banheiro feminino – Hermione corou com a piadinha e Harry deu um cutucão deveras doloroso no ombro do amigo. – Brincadeira, brincadeirinha – ele disse rindo.


- Vou pegar uma porção para esse ombro, fiquei aqui e vê se fica quieto – Harry ordenou saindo do quarto a passadas largas, Vinicius suspirou, perdendo o ar brincalhão.


- Sinto muito espioná-los Hermione, mas é que gosto de ver o Harry quanto está contigo – diante da expressão confusa da menina ele continuou – desde que encontrei o Harry ele sempre foi muito frio, fechado no próprio mundo, os olhos apagados e estava sempre escondendo o sentimento numa mascara de desdém, é claro que eu sempre soube que ele gostava muito de mim e da Stella, mas era muito raro os momentos em que ele mostrava isso, sempre, sempre preso no seu próprio mundo, a maioria das vezes em que seus olhos brilhavam e um sorriso sincero surgia nos seus lábios era quase falava de Sirius. Ou de você! – Hermione se assustou com aquela revelação.


‘O Harry realmente gosta muito de você Hermione, muito mesmo e eu percebi como meu amigo mudou desde que chegou em Hogwarts, ele faz mais piadas, sorri com mais freqüência, seus olhos voltaram a brilhar, mesmo que discretamente, Harry parece mais feliz, e é quando ele esta com você Hermione que essa mudança se torna mais obvia e eu gosto de observar isso, não é a primeira vez que o faço, mas é a primeira vez que sou notado’


Quando Vinicius acabou monologo Hermione parecia quase em choque, claro que tinha percebido a enorme mudança de Harry desde que voltara, ele esta mais frio, fechado, menos acessível, mas nunca pesou que a mudança seria tanta, ele sempre a tratava bem, lhe sorria e até mesmo conversava trivialidades, com a voz macia que lhe agrava tanto, também notara que ela parecia ser a única com quem Harry assim agia, mas  pensara que era apenas receio, medo de se aproximar dos outros amigos depois de um período tão longe fora, Hermione sempre fora a pessoa mais próxima de Harry, claro que Harry sempre andara mais com Rony e se divertia muito mais com o ruivo, mas era Hermione que sabia de todos os segredos de Harry, que lhe acompanhava nas noites de insônia, que lhe afagava o cabelo e lhe dizia que tudo ficaria bem quando o resto do mundo parecia descordar, foi sempre Hermione a encarregada de passar segurança a Harry e por isso não estranhou quando percebeu que Harry agia diferente com ela, mas ter suas duvidas confirmadas era realmente assustador, Harry não agia diferente com ela por já terem uma ligação antiga, a diferença de tratamento se dava somente por ela ser, bem, ela! Harry parecia não ser aberto nem mesmo com Vini e Stella, seus amigos de longa data, o que isso significava?


 <hr>


Um sorriso cínico brotou sem permissão no rosto de Harry quando ele entrou na sala de aula e viu como todos os alunos olhavam de tempos em tempos para a porta, aguardando a hora em que o professore passaria por ela, sorriu, seu padrinho podia ser o maior maluco irresponsável do mundo mas era um professor espetacular.


Sentou-se em uma cadeira na frente da sala, Hermione ao seu lado, Rony, Vinicius e Stella atrás deles, a loirinha estranhamente mau humorada.


Quando Sirius entrou na sala sorrisos luminosos apareceram nos rostos dos alunos e Harry quase riu quando, pelo canto de olho viu Rony se encolher, provavelmente se lembrando da humilhante derrota que sofrera do professor.


- Sinto muito pelo atraso pessoal – ele suspirou colocando sua bolsa em cima da mesa – vamos dizer que eu tive certos problemas com morcegos, morcegos grandes e narigudos – risinhos divertidos tomou conta da sala, todos sabiam da rivalidade milenar de Sirius e Snape, até mesmo Mione soltou um risinho com a ultima frase – bom, azara o Ranhoso é bom, mas o assunto de hoje é serio, demais, vamos falar das maldiçoes imperdoáveis – a sombra dos sorrisos que ainda persistiam nos rostos dos alunos deu lugar para uma expressão seria – o assunto deveria ser originalmente dado somente no sétimo ano, mas após uma longa conversa com o professor Dumbledore nos decidimos que vocês seriam capazes de entender cada maldição e seus efeitos, ate mesmo para poderem se defender delas mais tarde – somente poucas pessoas entenderam a verdadeira implicação dessa frase – espero que ajam como os adolescentes que são e reconheça confiança que eu e o diretor depositamos em vocês, agora, quem pode me dizer uma maldição? – mãos levantaram se no ar, e Harry viu como Sirius ignorou propositalmente a mão de Neville, provavelmente se lembrando do destino dos pais do mesmo – Sim, Sr. Thomas?


- A maldição Cruciatus  senhor – a pequena careta que Sirius fez ao ouvir a maldição que tentara ignorar foi quase imperceptível, mas Harry também viu alivio, por ao ter sido Neville a se forçar a falar sobre ela e por tratar dela logo, acabando com possíveis lembranças ruins de uma vez.


- Ah, a maldição Cruciatus, a maldição da dor, ela é realmente divertida, se você for um sádico ou um comensal da morte, no fundo é a mesma coisa, sabe, quando nos somos pequenos e nos ralamos depois de cair do balanço é muito comum ouvirmos algo do tipo ‘é só ignorar a dor querido, é só coisa de sua cabeça, não vai doer se você se convencer que não doi’, eu tenho minha opinião sobre essa frase: MENTIRA! – o grito de Sirius assustou muita gente que soltou da cadeira – imagine um milhão de agulhas incandescentes entrando lentamente debaixo de sua unha, milhões de faca perfurando sua coluna, imagine ter sua pele arrancada para fora dos seus músculos lentamente – a voz macabra De Sirius provocou arrepios em quase todos os alunos que o ouviam, que não sabiam dessa fase negra do professor, Harry olhou para Hermione e viu que ela apertava a mesa com força, mas mantinha uma mascara de indiferença no rosto, pousou uma mão sobre aquela que apertava a mesa, num gesto de carinho, conforto e proteção  - agora multiplique essa for por 10, 100, mil vezes – Sirius continuou falando – essa é a maldição cruciatus. Acho que ‘ignorar a dor’ não funciona muito bem nessa ocasião , a maldição descontrola a área do cérebro responsável por emitir ondas de dor pro corpo de tal jeito que se mantida por muito tempo a pessoa pode ser levada a loucura – Neville baixou a cabeça – bastante interessante não? – o sorriso sádico de Sirius fez Harry se orgulhar e ao mesmo tempo se entristecer vendo mais uma vez o resultado de 12 anos em Azkaban.


- Outra maldição!


- Im-imperius senhor – gaguejou Simas, ainda assustado pela mudança de personalidade de Sirius.


- Minha maldição favorita! A maldição do controle! – Sirius encostou-se na mesa e sorriu consigo mesmo parecendo se recordar de algo particularmente prazeroso – a maldição permite ao bruxo que a lançou ter total e completo controle sobre o bruxo amaldiçoado, algumas pessoas são mantidas presas nessa maldição por tanto tempo que muitas vezes confundem ordens com a realidade, e sabe o que é o mais engraçado disso tudo? A maldição é prazerosa pro enfeitiçado! Quando atingido pela maldição o bruxo entra num estado de limbo onde nada existe, nada importa, ali não existe problemas, dividas, um casamento em colapso, existe apenas aquele nada gostoso e a liberdade, e é claro, aquela voizinha no fundo de sua cabeça mandando você fazer alguma coisa, e a pessoa nem mesmo quer lutar contra isso, ansioso demais para permanecer naquela tranqüilidade eterna enquanto seu corpo faz coisas incríveis, por isso são poucos os bruxos capazes de dizer não aos efeitos do Imperius, mas se a maldição é tão ‘calma’ assim então porque ser imperdoável? Imagine vocês meu caros alunos você estar sobre o controle total de outra pessoa, obrigada a fazer as vontades dela, algumas vezes coisas que vão contra seus próprios conceitos, você perde seu livre arbítrio, até ai tudo bem, o Ministerio podia ignorar isso, mas ai a maldição começou a ser usado nas guerras, mulheres eram obrigados a deitar com porcos imundos que só queriam se aproveitar dela, pais, mães e filhos eram obrigados a matar a própria família com as próprias mãos, e eles nem apenas estariam conscientes do fato, então eu digo queridos que a parte mais divertida da maldição para um comensal da morte não é dominar a pessoa, mas deixa livre do seu domínio, ver ela se apavorar com todas as atrocidades cometidas, o corpo sujo de gozo, o sangue de amigos e parentes intoxicando suas mãos, muitas pessoas não conseguem sobreviver a isso, é exatamente por isso que eu gosto tanto dessa maldição porque controle não é a principal característica dela, mas sim a falta do mesmo – Sirius sorriu – imensamente divertido ein?


‘E agora, quem me diz a ultima maldição?’


- Avada Kedavra – Harry sussurrou sem levantar a mao.


- A maldição da morte, pegou, morreu, com ela não importa o quão bom você é ou o nível de suas habilidades mágicas, nenhuma magia vai te proteger dessa maldição, uma cadeira com certeza, feitiços, nada! É levemente entediante, claro, mas maravilhosamente irônica, porque com ela meus lindos, não importa o que você é, trouxa, arboto ou sangue puro, com ela você morre do mesmo jeito que os outros.


Harry estava realmente se divertindo com a expressão dos companheiros de sala, e estava prestes a saltar uma gargalhada quando o sinal tocou, com um sorriso no rosto acompanhou os seus amigos trêmulos para a saída da sala.


Hogwarts tinha razão, Sirius era um professor espetacular.


 


 


 


 


 


 Demorou mais saiu, aki esta ele, é um dos meus caps preferido com sirius mostrando sua outra face, mas minha outra face tb tah aparecendo e ela tah com uma baita de uma dor de kbeça, entao xauzinho queridos


 


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