Capitulo 10



CAPÍTULO 10


Harry não pretendia beijá-la. Tudo o que queria era que Hermione se calasse. Dividido entre a frustração de saber que Stoner não negociaria o resgate e a sensação de impotência diante da fazenda incendiada, viu-se lutando por uma causa perdida. E o que mais o incomodava era ter envolvido Hermione em seus planos, destruindo-lhe as chances de felicidade. Pensou que, se a assustasse, ela finalmente se calaria. Ou, pelo menos, guardaria para si as opiniões sobre o noivo. O que nunca poderia esperar era sucumbir diante do desejo instintivo e avassalador de tomá-la nos braços.
Como ela era macia... Vieram-lhe à lembrança as experiências que tivera na adolescência. Freqüentara bordéis, onde as mulheres haviam-lhe desvendado os mistérios do sexo mediante pagamento. Depois do alívio físico, restava sempre uma insatisfação, um vazio dentro do peito. Ao se casar com Claire, pensou que tudo seria diferente. Porém, diante dela, de sua fragilidade, da delicadeza de seus sentimentos, sentia-se desajeitado e rude, um brutamontes desastrado demais, desprovido de fineza. Ela era um cisco de mulher, de semblante rígido, corpo magro e descarnado, ossos angulosos.
Hermione era cheia, macia, suave. Afrouxou a pressão dos dedos que lhe apertavam os braços. Nunca havia beijado uma mulher em um impulso de raiva. Por que fizera aquilo? Percebeu que a ira havia se desvanecido, levada pela onda de desejo que o invadira, deixando-o trêmulo e excitado. Tentou afastar a boca dos lábios dela. Inutilmente.
Ele a queria. A certeza explodiu em sua consciência com a mesma força e intensidade com que o instinto fazia pulsar seu membro intumescido. Mesmo sabendo que não poderia tê-la, que estava errado em deixar-se levar pelo desejo, que precisava pôr um fim àquilo que nem deveria ter começado, ele não foi capaz de resistir. Apertou-a ainda mais nos braços. Afinal, depois de havê-la seqüestrado e de ter arruinado sua reputação, que mal havia em beijá-la?
Inclinou a cabeça e deslizou a boca, lenta e suavemente, sobre a dela. Sentiu que Hermione estremecia. Com um suspiro, ela entreabriu os lábios. Cada vez mais perturbado, Harry correu as mãos em direção aos ombros dela, sentindo o calor da carne macia em contraste com a fria umidade da combinação. O lençol havia escorregado, até onde, não sabia. Forçou-se a permanecer com os olhos fechados, para não ceder à tentação de olhar-lhe o corpo parcialmente desnudo.
Passou os dedos pelo pescoço delicado, percebendo que ela se arrepiava ao toque dele. Queria provocá-la, incendiá-la do desejo que sentia, fazê-la contorcer-se de prazer, preparar-lhe o corpo para recebê-lo. Mesmo que ela nunca pudesse ser dele.
Tomou-lhe o rosto entre as mãos, deslizando os polegares pela pele macia e afastou-se, lentamente, interrompendo o beijo. Olhou-a, intensa e demoradamente. O rubor lhe coloria as faces, e os cabelos, agora desalinhados, soltaram-se da trança, caindo-lhe em mechas pelas costas. O lençol pendia-lhe dos ombros deixando descoberto o colo alvo e perfeito. A boca tremia. A respiração era rápida, entrecortada. Estava linda, feminina, convidativa. O desejo fortaleceu-se dentro dele.
Hermione abriu os olhos, revelando as pupilas dilatadas pela escuridão. Os cantos da boca se alçaram em um sorriso.
_Eu nunca havia sido beijada antes - falou com voz suave, tornando-se ainda mais corada. - É muito bom.
As palavras dela o tomaram de surpresa. Ela nunca havia sido beijada? Hermione era uma bela mulher. Será que os homens de Chicago eram cegos? Ou estúpidos?
Percebeu, depois, que aquilo o enchia de satisfação. Ser o primeiro a beijá-la era maravilhoso. Queria ser o primeiro também em muitas outras coisas. Não iria, porém, desonrá-la. Já bastava ter-lhe arruinado a reputação na cidade.
O fato é que ela era uma tentação com aquela pele macia e cheirosa, com aquela boca de lábios vermelhos e carnudos. Sem poder resistir, inclinou-se e beijou-a novamente.
Ela prendeu a respiração e entreabriu a boca. Harry descobriu que não tinha forças para resistir ao apelo do desejo. Deslizou a língua pelos lábios dela que, ofegante, apertou-se contra ele. Segurando-lhe o rosto, explorou-lhe o interior da boca, saboreando sua doçura. A princípio, ela não correspondeu. Enrijeceu o corpo, fincando-lhe os dedos gelados no peito. Porém, quando ele friccionou a ponta da língua contra a dela, reagiu, sorvendo o ar com volúpia. De um jeito sensual, moveu-se lentamente e retribuiu o beijo. Foi como se unia labareda corresse por dentro de Harry, incendiando-lhe as entranhas. O sangue fluiu mais rápido, latejando em seus ouvidos. Os músculos se retesaram. Deslizou as mãos pelo pescoço, pelos ombros, pelas costas. Prendeu-a em um abraço violentamente.
Se ela houvesse resistido, ele teria recuado. Se houvesse emitido o mais leve queixume de protesto ou se encolhido de medo, ele a teria soltado e pedido desculpas. Ao invés daquilo, Hermione amoldara-se a ele. O corpo dela, flexível e perfumado com um buquê de flores silvestres, estava colado ao dele. Os braços rodearam-lhe o quadril e as pernas enroscaram-se nas dele.
Hermione tinha apenas o lençol e o fino tecido da camisola a cobrir-lhe o corpo. Harry podia sentir a compleição esbelta de suas coxas, o torneado de suas pernas, o tremor que lhe percorria a espinha. Ela era miúda, porém firme. Podia perceber que havia músculos sob a pele acetinada. Embora extremamente feminina, havia alguma coisa de muito forte dentro dela. Talvez saúde, vitalidade. Coisas que Claire jamais possuíra.
Harry beijou-a ainda mais intensamente. As mãos percorreram as costas dela, o pescoço, os ombros. Depois, desceram lentamente até os quadris. Apertou-lhe as nádegas, comprimindo as palmas contra a carne quente. Ela soergueu o corpo, encorajando-o, instintivamente. Não tinha idéia do perigo potencial da situação.
Ele a desejara. Muito mais do que antes houvera desejado a qualquer mulher. Era bem verdade que, havia muito tempo, não se entregava aos prazeres da carne, porém, o que sentia era mais do que atração física. Muito mais. Quando ela fosse embora, saísse de sua vida, não poderia esquecê-la.
Afastou a cabeça, interrompendo o beijo. Hermione aninhou-se em seu peito, descansando o rosto na curva de seu pescoço. Podia sentir-lhe a respiração quente e entrecortada. Com movimentos sinuosos e provocantes, ela roçou os seios de encontro ao tórax de Harry, fazendo com que ele ofegasse, consumido pelo desejo.
Lutando para controlar-se, ele afastou-a de si. Não queria complicar ainda mais as coisas. Precisava pensar em uma maneira de concluir os planos de vingar-se de Stoner. Assim que encontrasse a solução, teria de mandá-la embora. Não estava interessado em casar-se novamente. O sonho de Hermione era desposar um homem bom, constituir família, criar raízes. Não tinham nada em comum.
Ao vê-la de cabeça baixa, tocou-lhe o queixo com o dedo, fazendo-a olhar para ele. E, novamente, inclinou-se para beijá-la, mesmo sabendo que agia como um tolo insensato. Ao perceber que ela correspondia, toda a prudência se desvaneceu. Só importava tê-la nos braços, as bocas unidas, a língua sugando, deslizando, brincando entre seus lábios, o calor de seu corpo, o desejo fazendo latejar o membro rígido.
O lençol escorregou dos ombros dela, deslizando até os quadris, Harry afastou-se, ofegante, fitando os braços nus, a fita que prendia a combinação, o laço que pendia entre os seios firmes. Lentamente, correu os dedos pelo braço esquerdo, pelo ombro, descendo pelo colo ate a fita. Tocou a linha entre a pele e os babados, fazendo-a estremecer.
Ela ergueu o tronco e inclinou-se, jogando os ombros e a cabeça para trás em um gesto de entrega. Com infinita delicadeza, ele tomou-lhe os seios nas mãos. Cabiam exatamente dentro de suas palmas. Eram perfeitos, nem pequenos nem grandes demais. Saboreou o contato das curvas contra os dedos. Com o polegar e indicador, prendeu um dos mamilos, apertando-o e esfregando-o suavemente. Hermione gemeu e envolveu-o nos braços, beijando-o, ansiosa, desejando por mais.
Ele poderia possuí-la ali na caverna, com o fogo à frente, e a tempestade caindo lá fora. Ela permitiria.
E assim, Stoner teria razão. Ele não só a seqüestrara, como se aproveitara dela.
Hermione estava perdida em um turbilhão de sensações. O corpo todo fervilhava. O gosto do beijo de Harry era delicioso. A língua dele, insinuando-se entre seus lábios, contorcendo-se, brincando com a sua, provocava-lhe arrepios. As mãos, em seus seios, tinham feito seu coração disparar. As pernas haviam amolecido, estavam pesadas. O ventre queimava de modo estranho e perturbador. Respirava aos sorvos, ofegante. Não queria que ele parasse. Nunca.
Ele, porém, parou. Afastou-a, meio relutante, com um sorriso pesaroso. Apanhando as dobras do lençol, cobriu-a, novamente.
_Não quero que fique doente - murmurou, com voz estranha, rouca, carregada de pesar.
_Estou bem - ela respondeu, reprimindo a vontade de beijá-lo. Não queria parecer atrevida.
Harry levantou-se e caminhou até o canto onde havia depositado os mantimentos.
_Descanse, enquanto preparo alguma coisa para comermos.
Hermione fitou-o, confusa com aquela atitude. Será que estava bravo? Não havia motivo. Ele a beijara, e ela havia gostado. Não seria pior se fosse o contrário?
Franziu as sobrancelhas. Devia ter sido pela forma com que tudo tinha acontecido. Ele ficara furioso quando ela havia defendido Lucas. Só a agarrara para fazê-la calar-se. Talvez quisesse intimidá-la. Se era o que pretendia, deveria ter tentado de outra maneira, não com algo tão especial e delicioso como um beijo. Se soubesse que era tão bom, teria se deixado beijar pelos poucos homens que conhecera, ao invés de resistir ao assédio deles. Pensando melhor, talvez não apreciasse tanta intimidade. Não conseguia imaginar-se beijando qualquer um. Porém, com Harry tinha sido maravilho.
Suspirou suavemente. Se com Harry tinha sido bom, deveria ser melhor ainda com Lucas. Ao pensamento o coração disparou. Ele deveria ser muito mais bonito que Harry. Bem... talvez, não mais bonito. Mas com certeza era tão bonito quanto.
Tentou visualizar a imagem que fazia do noivo. Não conseguiu. O rosto de Harry ocupava-lhe a mente.
Enrolou o lençol, prendendo-o firmemente contra o corpo. Levantou-se, indo para o fundo da caverna para ajudar com a comida. Sentia-se aquecida por um calor que se irradiava de dentro dela e tinha vontade de rir sem motivo. Principalmente, queria ficar perto de Harry. Ao aproximar-se para apanhar o café, roçou o braço no dele. Com um pulo, ele afastou-se.
_Desculpe-me - ela murmurou , ficando a imaginar o que estava errado.
_Foi culpa minha - retrucou ele, dando um passo para trás. - Ouça, temos de estar prontos para partir bem cedo amanhã. Assim que clarear.
_Tudo bem.
Ele enfiou as mãos nos bolsos e olhou-a por sobre o ombro.
_Vou levá-la para a fazenda.
Hermione serviu-sede café. Pousou o bule em uma pedra ao lado do fogo. A sensação de calor em seu ventre começou a desaparecer.
_Pensei que houvesse dito que demoraríamos dois dias para chegar lá. Que não queria ir direto para não sermos seguidos.
_A chuva apagou nossos rastros - ele respondei dando de ombros. - Não há mais sentido em continuarmos ao relento. Vai ser melhor para você permanecer na fazenda. Estará mais segura.
Segura contra o quê? Hermione gostaria de perguntar, mas não o fez. Mesmo diante da perspectiva de ter um teto onde abrigar-se e de não ter mais que dormir no chão, não se sentia entusiasmada. Não sabia a razão.

A tempestade havia passado. Acordaram com o céu brilhante, sem vestígio de nuvens. Assim que desmontaram o acampamento e seguiram viagem, o sol levantou-se entre as árvores, aquecendo a manhã. Harry estava alegre, falante. Pelo caminho, foi contando histórias sobre os Lupin e a fazenda.
_Então, você os conhece de longa data - Hermione comentou, procurando ocultar o súbito nervosismo que a acometeu ao pensar em ser apresentada ao casal amigo dele. Por tudo o que tinha ouvido, eram ótimas pessoas.
_Desde que Remo veio para Montana. Ele prometera ao pai de Tonks que só a traria para o oeste quando tivesse um lugar decente para ela morar. O trabalho com o gado era muito estafante. Quase não sobrava tempo para mais nada. Por isso, eu, meu pai e alguns vizinhos nos reunimos e o ajudamos a construir a casa. E Remo pôde trazer a noiva para Whitehorn.
Hermione achou tudo aquilo muito romântico e sentiu uma pontada de inveja. Como gostaria de ter alguém que se preocupasse com ela daquela maneira. Que a amasse. Algumas vezes, achava que sonhava demais. Que esperava muito da vida. Talvez tivesse de se contentar em apenas sobreviver. Detestava, porém, a idéia de não alcançar seus sonhos.
_Há quanto tempo Tonks chegou a Montana?
_Há dois anos. É uma pessoa muito doce. Você vai gostar dela. - Harry ajeitou-se na sela e fitou-a. _Ela não tem se sentido muito bem ultimamente. Talvez possa ajudá-la.
_Está doente?
_Não exatamente - ele retrucou. - Está esperando um bebê para daqui a dois meses.
_Está com problemas? - indagou Hermione, forçando o cavalo a aproximar-se da montaria de Harry.
_Não. É seu primeiro filho. Remo disse que ela está muito nervosa.
Hermione meneou a cabeça. Entendia muito bem o que Tonks sentia. Tinha visto muitas mães assustadas e aflitas diante daquela situação nova e desconhecida.
_Ficarei feliz em falar com ela. E, se ela quiser, terei prazer em cuidar dela quando não estiver se sentindo bem.
_Tenho certeza de que Tonks vai adorar ter uma companheira com quem conversar. A vida na fazenda, às vezes, é muito solitária.
_Eu sei, porém... - Calou-se e relanceou os olhos para Harry, ao lado dela. Estava sem o chapéu e os cabelos, negros e sedosos, brilhavam ao sol. - Eles... Eles sabem a verdade sobre mim?
_Que verdade? - ele perguntou, espantado.
_Que sou sua prisioneira. Que você me seqüestrou
_Você não é, exatamente, minha prisioneira.- Harry murmurou, franzindo as sobrancelhas.
_Claro que sou. Não pedi para ser arrastada à força da diligência.
_Sei disso, mas... Bem, não é bem isso que você está pensando.
_Não sei mais no que pensar. Estou completamente confusa. Eles vão me trancar a chave?
_Claro que não. São meus amigos. Você poderá ir onde quiser. Só não tente fugir e chegar à cidade. Se fizer isso, teremos de trancá-la. Seja paciente, Hermione, só mais alguns dias. Tudo vai se resolver.
Ela gostaria de acreditar, mas as coisas não eram mais assim tão simples. Seus sentimentos com relação ao casamento com Lucas haviam mudado de forma perceptível. Não tinha certeza de mais nada. Talvez porque, afinal, Lucas não passasse de um desconhecido. Ou, talvez, a insistência de Harry em dizer que ele era um patife houvesse abalado a confiança que depositara nas qualidades do noivo. A ansiedade com que esperava encontrá-lo havia desaparecido. O pior era que prometera casar-se com ele. Estavam noivos. Nada poderia mudar aquele fato.
O tempo passou rápido e, no meio da tarde, os cavalos desceram a colina em direção à casa da fazenda. Hermione notou a terra preparada nos arredores. Deviam estar pensando em fazer um jardim. Ou talvez uma horta. Ou um pomar. Se pudesse escolher, plantaria cereais, verduras e legumes para alimentar a família. Teria de aprender como fazer uma plantação. Será que encontraria quem a ensinasse na cidade?
Quando chegaram mais perto, divisou um homem saindo do celeiro em direção à casa. Uma mulher apareceu na soleira da porta. Hermione sentiu um aperto no estômago. Os nervos estavam à flor da pele. Gostaria de dizer a Harry que desistisse da idéia. Preferia mil vezes estar com ele na floresta, enfrentando a chuva e até mesmo a neve, do que encarar aquelas pessoas.
Harry, porém, não lhe deu chance alguma de protestar. Esporeou o cavalo, apressando-se a ir ao encontro dos amigos.
Remo e Tonks formavam um belo casal. Ele, alto, de cabelos escuros, usava uma barba. Ela era de pequena estatura, talvez alguns centímetros mais baixa do que Hermione. Era magra e esguia, embora ostentasse Uma enorme barriga de sete meses. Os cabelos acobreados eram mantidos presos no alto da cabeça. O rosto de feições delicadas era bonito. O sorriso, acolhedor.
Hermione escorregou da sela, desajeitadamente. Sem saber o que dizer, Harry tomou-lhe as mãos e conduziu-a até à porta.
_Remo, Tonks, esta é Hermione Granger. - voltou-se e continuou com as apresentações. - Hermione eis o sr. e a sra. Lupin.
Tonks desceu os degraus da escada e envolveu Hermione em um abraço caloroso, dizendo:
_Não seja bobo, Harry. Não precisa ser tão formal.
Soltou-a, abrindo um largo sorriso e apertando-lhe as mãos.
_Pode me chamar de Tonks. Vou chamá-la de Hermione, está bem? Seja bem-vinda a nossa casa. - Olhou-a de cima a baixo. - Ah, meu Deus! Faz tempo que estão cavalgando, não é? Imagino que está desesperada por um banho e por roupas limpas. - Levantou as sobrancelhas, voltando-se para os dois homens. - Tenho certeza de que ninguém teve a idéia de buscar o baú com os pertences dela na cidade. - Os homens abaixaram a cabeça sem responder. - Claro que não. - Voltou-se para Hermione, exclamando: - Homens! O que vamos fazer com eles? Venha, querida. Tenho algumas roupas que devem servir em você. Talvez fiquem um pouco curtas mas, de qualquer forma, acho que vão ficar bem.
Hermione viu-se conduzida ao terraço, em direção ao interior da casa. Sentia-se dividida. Gostara imediatamente das maneiras gentis e amistosas de Tonks, porém não queria ficar longe de Harry. Voltou a cabeça e olhou para ele por sobre os ombros. Ele fez um aceno, dizendo:
_Vejo você no jantar.
Antes que pudesse responder, Tonks puxou-a e fechou a porta.
_Pedi ao Remo que apanhasse seu baú quando foi à cidade, mas ele esqueceu. Na verdade, nem sei como ele se lembra de voltar para casa todas as noites para jantar. Bem... Deixe-me olhar para você. Oh, minha menina! Você está exausta! Está com olheiras profundas... Deixe-me levá-la até seu quarto. Vou providenciar água quente para você tomar um bem banho. - Andava e falava ao mesmo tempo, conduzindo Hermione através da casa. - Não é muito grande mas é bom. Faz pouco tempo que o construímos. Quando cheguei, havia só três cômodos. Não era exatamente a casa que Remo havia prometido a meu pai, mas não me importei. Queria ficar perto de meu marido. Eu o amo profundamente! Temos sido muito felizes aqui em Montana. - Apontou para a esquerda, onde havia três poltronas agrupadas ao redor da lareira. - Esta é a sala de visitas, que raramente usamos. Quando estamos sozinhos, preferimos nos sentar na cozinha. - Indicou a direita. - Fica ali.
Hermione viu a sala de refeições, com uma grande mesa e cadeiras e, mais adiante, a porta que conduzia à cozinha.
_Os quartos ficam lá em cima. São três. Um é nosso. Outro, estamos arrumando para a chegada do bebê. - Ao dizer isso, pousou a mão sobre a barriga. - O terceiro é o quarto de hóspedes. É pequeno, mas confortável. Depois de tantos dias dormindo ao relento, vai parecer um quarto de hotel de luxo.
_Nem diga - murmurou Hermione um tanto embaraçada. A casa era bonita, bem cuidada. Porém, sentia-se desconfortável. Por que Tonks a tratava como a uma hóspede?
Entraram no aposento. Uma cama enorme de cabeceira e pé altos, que suportavam um cortinado, ocupava a maior parte do espaço. Havia uma pequena penteadeira e um tapete no chão. Pela janela aberta, podia-se ver a pastagem logo adiante. Hermione olhou em torno, confusa e nervosa. Procurou a fechadura da porta. Não havia chave alguma.
_Não compreendo - disse, mas arrependeu-se. - Pensei... - Os lábios tremiam,
_Hermione? - murmurou Tonks, com doçura. - O que foi? Alguma coisa errada?
_Sou prisioneira de Harry - ela respondeu, impulsivamente. - Ele não contou? Ele me raptou da diligência.
Tonks não se abalou com o comentário.
_Eu sei. Fique calma. Está tudo bem. Você não é prisioneira aqui. É nossa hóspede. E será pelo tempo que você quiser. - Os lábios abriram-se em um sorriso, - Você nem imagina como estou feliz de ter uma mulher com quem conversar. Remo é maravilhoso, e eu o adoro, mas não é a mesma coisa. Por isso não se aborreça se eu ficar tagarelando nos seus ouvidos.
Hermione não conseguia entender o que estava acontecendo. Tinha sido forçada a descer da diligência e a acompanhar Harry contra a sua vontade. Fora levada até aquela fazenda. Por que estava sendo tratada assim tão gentilmente? Por que Harry não a levava logo para a cidade?
Quando Tonks mencionou o banho novamente, Hermione não conseguiu recusar a sugestão. Assim que Tonks deixou o quarto, ela correu para a janela. Não tinha a menor idéia de onde ficava Whitehorn, mas não devia ser difícil descobrir. Não havia guardas, somente poucos empregados. Poderia escapar e achar o caminho.
Não seria naquele dia, porém. Estava cansada. Precisava de um bom banho. Talvez no dia seguinte, depois de repousar e recuperar as forças. Estava decidida. Fugiria para encontrar Lucas. E, finalmente, daria início a uma nova vida.




Obs:Oiiiii pessoal!!!!Como eu havia prometido caso fosse bem na minha prova de Estatística, aqui está a atualização das fics!!!!hehehe....Estou postando dois capitulos de "Receita de Amor" e "Seqüestro de Amor" e apenas um de "Noiva em Perigo", por que essa fic já está na reta final e eu quero fazer um pouquinho de suspense!!!hehehe...Mas não se preocupem que até o final de semana eu atualizo todas novamente!!!!Espero que tenham curtido os capitulo!!!!Obrigada pela força e energia positiva que vocês me mandaram!!!Deu muuuuito certo, afinal passei nessa cadeira chata!!!!!Bjux!!!Adoro vocês do fundo do coração!!!!!

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