Calabouço.



Capitulo 8 – Calabouço.

O lugar cheirava a mofo e era muito úmido o que nauseava Lucien, ele acordara a pouco mais de uma hora pelo que contava e nenhum comensal ainda voltara.

Não sabia quanto tempo passara desacordado e o pânico corroia sua alma.

Não sabia como Lyaa estava e nem se conseguira chegar à proteção de Jules ou Dumbledore.

Ele andava sem se incomodar com a escuridão do local, pois mesmo que tudo estivesse claro, não faria diferença às trevas eram sua companhia há muito tempo.

Andou por todo o recinto, e pode constatar que estava em uma sala sem janelas ou portas, possivelmente encantada para neutralizar todos os poderes mágicos, já que tentara fazer feitiços simples sem nenhum resultado, era provável que Voldemort soubesse que ele era capaz de usar magia sem a varinha. E isso o deixou tenso pouquíssimas pessoas sabiam disso, e isso também significava que tinham um traidor no alto circulo da ordem da fênix e da confederação.

Abaixou-se e fez uma antiga oração na mais antiga e esquecida língua dos sacerdotes de Avalon, pedindo benção e força para enfrentar os oponentes que mais cedo ou tarde apareceriam.

Para ele era obvio para que o trouxeram até aqui, voldemort não sabia realizar o ritual correto para ativar o artefato, e muito menos a pessoa que ele achará.

Esperava ansiosamente que não fosse uma pessoa inocente, já que ele daria um ritual a Voldemort, só não o que ele desejava, era mais fácil matar a bruxa que ele achará se fosse uma comensal do que se ela fosse uma inocente manipulada.

Lucien ponderou no que faria se ela fosse inocente.

- que a Deusa não permita que eu destrua uma escolhida em vão. – ele murmurou.

Passaram-se mais duas horas mais ou menos quando Lucien ouviu um barulho, uma porta se abriu e dois comensais pelo barulho traziam um corpo.

Pelo cheiro Lucien soube dizer que era uma garota que eles jogaram rudemente no chão.

Esperou que eles saíssem e se aproximou do corpo tremendo, diante da possibilidade de ser Lyaa.

Mas bastou se aproximar mais um pouco, para saber que não era a irmã, não era o perfume que ela usava.

Outro cheiro transtornou Lucien.

Era sangue ainda fresco.

Ele tateou sobre o rosto da garota sentindo um leve tremor, ela não devia passar de uma adolescente no máximo dezoito anos ele daria para ela.

Logo tateou e encontrou várias feridas abertas.

Um ódio o dominou pensando que aquela garota provavelmente enfrentara o próprio Voldemort, as feridas indicavam o uso da maldição cruciatos com uma indisfarçável força e maldade bem característica dele.

A mente dele trabalhava febrilmente tentando encontrar algo que pudesse fazer pela garota se ela continuasse a sangrar assim morreria em pouco tempo.

Logo um barulho de passos o fez se virar para a direção que supostamente ficava a porta.

Ouviu os guardas colocarem algo no chão e rirem.

- não é que o cego, ta querendo tirar proveito da sangue ruim... – o tom lascivo que eles usaram fez Lucien tremer de indignação.

- não me confundam com vocês, seres desprezíveis.

Mas os comensais não se importaram e fecharam novamente a porta.

Lucien raciocinou por um instante sobre o que eles deveriam ter deixado no chão e resolveu arriscar.

Quando tocou o recipiente que encontrou no chão, um alívio percorreu Lucien.

Era água.

Levou a vasilha até o corpo da garota e rasgando um pedaço da própria roupa fez uma bandagem.

Molhou na água e passou sobre os cortes mais feios que achara, murmurando um antigo feitiço de cura.

Ele não pode ver, porém uma luz azulada partia de suas mãos e tocavam junto a bandagem as feridas do corpo de Hermione.

O sangue que vertia abundante diminuiu até cessar da maioria dos cortes.

Lucien com muito cuidado, tirou a blusa que a garota usava e passou a água enquanto continuava a orar a Deusa que o protegia.

Após longos minutos, a água terminou e Lucien ergueu o corpo dela com dificuldade colocando a própria jaqueta nela.

Usando as ultimas gotas de água Lucien passou o pano pelo rosto de Hermione que deu pela primeira vez sinais de que estava acordado.

Ela se remexeu com dor e soltou um protesto fraco e doloroso que fez Lucien parar de passar o pano.

Ele ficou parado olhando para a garota que parecia abrir os olhos.

Hermione abriu os olhos com dificuldade, sentindo cada centímetro do seu corpo dolorido, e o cheiro de sangue impregnar seus sentidos.

Antes que pudesse raciocinar, as memórias do ataque voltaram a sua mente e se lembrou que o sangue era dela.

Foi quando sentiu o toque frio e suave em sua face.

Forçou os olhos para enxergarem na escuridão e pode ver um jovem segurando um pano a centímetro do seu rosto, ele tinha uma feição preocupada, e Hermione suspirou se sentindo sem saber o porquê segura com aquele rapaz que a olhava de olhos fechados.

Ele estava parado e Hermione reconheceu-o sendo Lucien, havia visto várias fotografias dele, hoje e tinha certeza que era ele, porém as fotografias não faziam totalmente jus ao homem a sua frente.

Seus pensamentos foram interrompidos pela voz grave e melodiosa de Lucien.

- está tudo bem com a senhorita? – era evidente que ele estivera preocupado com ela.

- sim, meu corpo dói... – ela parou tendo dificuldade para respirar por causa da dor. - obrigada.

Ele a ajudou a se levantar e a colocou sentada apoiada na parede.

- meu nome é Lucien Thoril. – ele falou e Hermione deu um sorriso tímido, ela acertara.

- o meu é Hermione Granger. – ela disse com dificuldade.

- a melhor amiga de Harry Potter. – a mente de Lucien trabalhava febrilmente para se lembrar do que sabia sobre a garota.

Eles ficaram em silencio por algum tempo, Hermione tentando se recuperar e voltar a raciocinar direito e Lucien relembrando tudo o que sabia sobre a garota que era considerada uma das melhores bruxas da ordem, ele mesmo já tivera a oportunidade de vê-la em combate há três anos atrás.

Foi quando uma matéria inútil do profeta chegou a sua memória.

Lucien não podia acreditar que deixara aquela informação passar batida antes. Era claro que ele duvidava da veracidade da informação por se tratar de uma repórter sem escrúpulos, porém diante do fato dela está ali, presa no mesmo dia que ele, era obvio que era verdade.

Estava diante de uma bruxa que poderia fazer o ritual, e ela era inocente.

O terror ficou claro no belo rosto de Lucien e Hermione tocou a mão dele.

- algum problema Lucien? – a voz dela o fez despertar do devaneio terrível que sua mente o levara.

Se quisessem destruir os planos de voldemort teria que destruir aquela garota.

Seu estomago revirou.

- estou apenas preocupado. – ele tentou disfarçar.

- com Lyaa?

Lucien a olhou espantado.

- como sabe sobre Lyaa?

- eu sou a bruxa que Lyaa, ajudou a semana passada. – um brilho de compreensão passou por Lucien. – e hoje ela foi se encontrar com meu amigo, que ficou com ciúmes de você quando ela abandonou o encontrou preocupada com você. Por isso fiz uma pesquisa para descobrir quem era o Lucien e descobri sobre você.

Lucien passou as mãos pelos cabelos longos.

Estava diante de um membro da ordem e devia ser honesto com ela.

- o que sabe sobre os motivos de ter sido capturada?

Hermione pensou por um minuto se lembrando da conversar que tivera com voldemort durante o ataque.

- se me perguntassem antes o que ele pretendia comigo eu diria apenas me matar para assim ferir Harry, porém ele deixou bem claro que tem planos para mim, provavelmente também para atingir Harry e a ordem.

Ele se espantou com a capacidade de Hermione para separar suas emoções e analisar a questão friamente.

- posso lhe dizer que é muito mais do que atingir Potter o objetivo de voldemort.

Hermione olhou para o rapaz, incrivelmente pálido e de face triste tentando descobrir o que ele escondia com aquelas palavras.

- o que mais ele quer?

Lucien decidiu falar a verdade para Hermione.

- já ouviu falar do artefato de Morgana?

A mente de Hermione trabalhava com agilidade, tentado lembrar o que sabia sobre o artefato.

- um artefato mágico, criado por um dos últimos bruxos da linhagem direta de Morgana, para que ele pudesse atravessar as brumas e chegar à ilha sagrada, dizem que lá repousa o cálice sagrado dos celtas, que concede poder e imortalidade a quem beber de seu conteúdo. Também dizem que é uma lenda.

Lucien se mostrou surpreso de imediato, até se lembrar da fama de Hermione. Era realmente uma sabe tudo. Uma adorável sabe tudo.

- não é uma lenda. – a voz dele estava séria.

- quer dizer... – Hermione ainda não conseguia chegar à mesma linha de raciocínio de Lucien.

- minha família, é detentora do direito por linhagem sanguínea do artefato de Morgana, porém a ultima de nossa casa a poder usar tal artefato foi minha mãe.

Hermione conseguiu entender o porquê do ataque de lord Voldemort ao clã Thoril.

- por isso do ataque há dois anos atrás.

- exato. Minha mãe faleceu uma semana depois do ataque dos comensais a nossa casa em Paris.

- e onde esta o artefato? Voldemort conseguiu o pegar quando o capturou? Hermione sentia a tensão palpável no ar.

- não. Laurel Thoril, foi à bruxa que criou o artefato ao sentir que a cada ano que passava as brumas se tornavam mais sólida e muitos bruxos da nossa linhagem já não eram capazes de atravessar as brumas, e poucas sacerdotisas eram escolhidas a cada geração. Para que o conhecimento de Avalon não se perdesse ela criou o artefato de Morgana, para garantir a passagem pelas brumas, só que ela colocou algumas restrições para que apenas aqueles bruxos que merecessem pudessem entrar no santuário.

- quais?

- primeiro deveriam nascer sobre o esplendor da constelação de Avalon, segundo a bruxa e somente uma bruxa poderia invocar as brumas como as antigas sacerdotisas faziam e somente com o consentimento desta bruxa outros atravessariam as brumas para a ilha.

- por Merlim, e quem faria isso para Voldemort?

Era absurda a idéia para Hermione que uma bruxa o fizesse por ele.

- bom, ele conta com você.

- isso é absurdo preferia morrer a ajudá-lo a tocar em algo tão poderoso, que o deixasse imortal novamente. Tivemos muitos trabalhos para destruir os horcrux e estamos a quase um ano tentando destruí-lo.

- ele talvez tenha algum trunfo na mão. Porém ele precisa de mim, por que eu sou o único, a saber, como o ritual se realiza, e eu não darei o ritual correto a ele.

Hermione sentiu um alivio ao ouvir isso.

- ótimo saber isso, mas qual seu plano, e se ele tiver algo para lhe obrigar ajuda-lo?

- eu darei um falso ritual. – ele logo se arrependeu, pois se realmente fosse abrigado a isso Hermione poderia entregar seus planos sob tortura, porém algo no tom de voz dela fez com que ele duvidasse disso.

- se isso for necessário, eu morrerei não é? Pois um artefato tão importante deve ter seus meios de proteção contra bruxos não preparados.

Não havia medo na voz dela, nem receio apenas um tom triste e forte.

- prefiro assim, a causar indiretamente a mortes das pessoas que amo, e outras milhares que nem saberão por que estão morrendo. – Hermione completou.

- vamos esperar não ser necessário. – Lucien falou sinceramente.

- e com quem está o artefato? – perguntou Hermione.

- com minha irmã que há essa hora já deve está sob a proteção de Jules.

Lucien se sentou ao lado de Hermione.

- Jules Greenleaf?

- sim, conhece?

Hermione balançou a cabeça, porém logo corou diante da falta de educação.

E respondeu.

- desculpe-me, eu a conheço.

Lucien que havia percebido pelo barulho o meneio de cabeça, não conseguiu controlar o sorriso.

- não se preocupe, eu já me acostumei.

A voz saiu meio triste e Hermione sentiu um aperto no coração.

Foi quando percebeu que seus ferimentos haviam sido tratados por ele ao ver o pano ainda ensangüentado nas mãos dele. Viu sua blusa jogada no chão e corou novamente ao perceber que estava com a jaqueta dele.

Ela suspirou cansada.

- pois não deveria. Ninguém deveria se acostumar com o mal causado por voldemort. Se acostumar é um passo para permitir – ela parou e olhou para ele o abraçando apesar da dor que o movimento causava. – e obrigada por cuidar de mim.

Lucien sentiu um calor agradável se espalhando por ele e abraçou de volta.

Foi quando percebeu o plano de Voldemort.

Paixão

Lyaa havia acabado de cair em um sono agitado quando despertou sentindo o toque de Draco em seu rosto.

- Draco? – ela o abraçou com força, havia tido um horrível sonho em que ele tinha morrido. - que bom que voltou.

Draco correspondeu ao abraço e a puxou para um beijo.

Não sabia como aquele sentimento forte havia surgido dentro dele, nunca acreditara em amor à primeira vista, e nem em algo tão poderoso como o que ele estava sentindo pela aquela garota que chorava em quanto dormia.

Passara as três ultimas horas ouvindo Voldemort explicar o plano maquiavélico dele, e seu coração só consegui bater acelerado imaginando o perigo que Lyaa e Hermione estavam passando.

Foi um beijo com gosto salgado, pois estava banhado das lágrimas de alivio de ambos ao se reencontrarem.

Um beijo que servia para aplacar a dor que nasci nos corações de ambos.

Tanto Lyaa, quanto Draco tinham duas pessoas que amavam na mão daquele louco insano e sabiam mesmo sem precisar palavras que ainda teriam que passar por muitos percalços para salva-los.

Separaram-se com dificuldade e Draco falou baixinho.

- eu vim te buscar vamos nos encontrar na sede da ordem.

Lyaa segurou com força a mão de Draco e saíram juntos do quarto.

O crucifixo pesava no peito de Lyaa e ela sabia que algo muito ruim estava para acontecer.

Fim do capitulo Oito.

Vivian Drecco® Uma noite, Um Amor Além dos Sonhos© 2006.

NT: Tom Riddle sabe prender as pessoas em planos maquiavélicos e torturar... mas romance em breve... pra quem quiser tem capa no meu orkut... ainda vou descobrir como colocar aqui no ffnet.

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