Verdade



Cap 7 – Verdade




O quarto já era banhado por aquela luz dourada indicando que a manhã já havia se passado e a tarde já há algum tempo apresentava seu espetáculo. Gina se espreguiçava desajeitadamente dando olá ao torcicolo por ter dormido de mau jeito e à dor de cabeça que brindava sua primeira ressaca. Não vamos nem comentar o gosto de guarda chuva que sentia porque aí já seria demais pra ela agüentar, enquanto percebia o quão seu estômago estava indignado com a tequila que ela havia tomado.
Ainda sem ter consciência exata de seus atos a ruiva montou um plano de sobrevivência. Apenas tinha que andar alguns passos até o santuário da privada, se despedir de qualquer coisa que ainda estivesse no seu estômago e depois engolir dois tubos de pasta de dente. Simples. Muito simples... Não pôde revisar o plano, pois diante da urgência que sentiu, ao invés de dar alguns passos precisou correr desesperadamente.
Deu descarga ainda ajoelhada em frente ao troninho (n/a: heiuehieuehiehei) então se levantou já procurando ansiosamente a escova de dentes.
Finalmente sentindo sua boca limpa o suficiente, Gina cambaleou de volta pra cama decidida a recobrar as forças pra iniciar a procura por analgésicos ou senão tinha certeza que sua cabeça explodiria antes do fim do dia. Pfff.. tequila.. nunca mais eu bebo esse negócio. Não amo tequila mais não...Eu definitivamente amo o Draco mais do que amo tequila. - pensou no momento em que sua cabeça tocou o travesseiro.
Queijo da minha pizza... pizza. Tequila... porre de você.. .– várias loucuras passavam na sua cabeça enquanto ela tentava dormir até que lembrou ter escrito em algum lugar aquelas coisas. Draco eu te amo. - arregalou os olhos então se sentou de súbito toda descabelada e sem lembrar da dor de cabeça, percebendo naquele instante as roupas que ainda usava. Imagens de si rindo junto com Colin e Harry na sala... escrevendo algo com a ajuda deles... flashes de si subindo as escadas e cambaleando até o quarto de Draco... colocando um papel dentro de algo no armário dele...
AI MEU DEUS! Ai meu Deus, Ai meu Deus, Ai meu Deus! – pensou freneticamente com a mão na boca então quando finalmente saiu do choque saiu correndo do quarto em uma nova missão. Uma missão de resgate. Se o Draco ler aquilo acabou... eu vou virar retirante! Me jogo da ponte!
Chegou à porta do quarto do loiro rezando por algo que nunca pensou que poderia querer na vida: que ele tivesse dormido fora. Mas logicamente não teve essa sorte visto que o loiro em pessoa estava dormindo pacificamente debaixo das cobertas. O que era bom, pois assim ela não se distrairia da missão naquele momento. Precisava achar aquela carta.
Pé-ante-pé ela atravessou o quarto até chegar ao armário que de tão grande e espaçoso mais parecia um closet. Em menos de dois minutos de procura ela achou o que procurava, percebendo o quanto seria perigoso esperar Draco sair do quarto, pois ele poderia facilmente se deparar com aquela declaração de insanidade amorosa que ela havia escrito na noite anterior.
Ufa.. ainda bem que eu acordei e lembrei a tempo. – pensou segurando a carta. – Nossa... e eu ainda escolhi esse papel todo brega.. . – riu-se. Então, quando já se virava pra ir embora, percebeu que Draco estava se mexendo. Sem pensar em fazer o que qualquer pessoa em sã consciência pensaria como fingir que estava ali justamente para acordá-lo ou mesmo correr pra porta como se quisesse salvar a própria vida, Gina pulou pra dentro do armário e fechou a porta com os olhos arregalados e a carta na mão.
Após alguns segundos de silêncio e percebendo que Draco ainda estava dormindo ela lembrou de voltar a respirar, então, quando tentou empurrar a porta para sair percebeu a besteira que a havia feito. Essa porta desgraçada não abre por dentro! Aí meu Deus o que eu faço? – Sentou no chão com vontade de berrar de raiva da própria burrice já tentando começar a pensar em uma desculpa plausível para estar ali. Eu posso dizer que estava com medo de ficar no meu quarto! E aí eu cheguei aqui e não quis incomodar e.. me tranquei no.. no armário... Pfff.. até eu me acho idiota falando isso... humm.. e se eu disser.. que sei lá.. tinha que ver se as roupas dele precisam passar.. e um vento do Hawaii bateu e me trancou! – Apoiou a cabeça nas mãos com vontade de arrancar os cabelos. -Urgh.. se ele não me acha idiota até hoje é a partir de agora que vai achar...Estava ferrada.. dali a algum tempo Draco iria acordar e ela seria descoberta.. porque algum momento do dia ele precisaria de roupas apesar da ruiva torcer veementemente que algum dia ele decidisse ser naturalista e andasse pelado pela casa.. Humm, Gina! Se concentra! Não sei como eu posso pensar besteira numa situação dessas.
Quando se arrumava no chão pela terceira vez ela percebeu o motivo de não conseguir sentar direito. O celular estava no bolso. Ai! Brigada! Minha vida ainda tem solução! – pensou animadamente enquanto já ligava para Colin rezando para que ele ainda estivesse na casa. Ateeeende, miguimm, pelo amor de Deus ateeende!
“Hum... alô..?”- atendeu Colin com uma voz que demonstrava claramente que ele ainda não havia acordado.
“Colin! Colin, pelo amor de Deus me ouve”- murmurou com urgência sentindo todo seu corpo ficar tenso de medo de acordar Draco enquanto olhava sua figura imóvel na cama pelas frestas da porta do armário.
“Hã? Gina..? É você...?”.
“Ééééé! Me ouve! Presta atenção! Você precisa me salvar!” - murmurou desesperadamente então ficou imóvel ao ver que Draco havia se mexido novamente.
“Anh.. salvar? Miga.. sono.. vou dormir.. beijo, miga” - e desligou deixando Gina olhando aterrorizada e de boca aberta pro celular.
Ele desligou! Ele desligou, eu não acredito! Ai meu santo, me ajuda, por favor não acorda Draco, por favor não acorda. – pensava enquanto esperava Colin atender novamente e mexia as pernas como uma louca de tanto nervosismo roendo as unhas que já não tinha mais.
“Colin! Pelo amor de Deus não desliga, eu preciso da sua ajuda, isso é sério!”.
“Ahn, quê, quê? Pronto, acordei...que foi?”.
“Pelo amor de Deus me salva, Colin! Eu to trancada no armário do Draco! Por favor, me diz que você ainda tá aqui em casa!”.
“No armário do Draco? Que diabo você tá fazendo aí?”.
“Eu to aqui pegando a carta que vocês me fizeram escrever ontem! A culpa também é sua você tem a obrigação de vim me resgatar!”.
“Carta? Que carta?”.
“Colin...” - começou então respirou fundo pra não gritar. “Só me responde isso: Você ainda tá aqui em casa?”.
Olhou ao redor reconhecendo uma das salas de estar da mansão Weasley. - “Tô...”.
“Graças a Deus! O Harry tá aí também?”.
“Humrum”.
“Acorda ele! Ele tem que tirar o Draco do quarto pra você abrir a porta pra eu sair. Rápido, Colin, pelo amor de Deus”.
“Eu vou logo aí abrir a porta, Miga”.
“Não.. eu conheço o Draco.. ele já tá quase acordando! Se você entrar no quarto ele vai acordar com certeza! É capaz dele pensar que você vai agarrar ele, sei lá! Chama o Harry rápido, pleeeease!”.
“Tá, espera... a gente já tá indo. Beijo”.
Ufa.. pelo menos eu posso ter esperanças – pensava Gina encolhida lá dentro, então, sabendo que seria resgatada dali a alguns instantes sentiu-se um pouco menos nervosa e começou a olhar ao seu redor. Em menos de um minuto seu olhar recaiu sobre uma peça de roupa que havia caído de uma gaveta.
Era uma cueca preta da Hugo Boss com aquela barra mais grossa. – Nossa mãe.. até as cuecas do Draco são perfeitas... E essa parte da frente é grandinha... - mordeu a boca olhando para a peça. – Aimmmm é ela que esconde o Draco júnior.. que pelo jeito nem é tão júnior assim... ui.. tenho que parar de pensar essas coisas, tenho que parar de pensar essas coisas – repetiu algumas vezes em vão pra não pensar no que aquele pedaço da frente escondia dos olhares curiosos dela. – Poxa... nudismo definitivamente é algo pro Draco... Aimmm.. e essa aqui ele já deve ter usado porque senão ainda estaria na caixa... Então isso aqui já segurou o.. o... do Draco... GINA! Sua depravada! Dá pra parar de pensar o óbvio? É lógico que ele usou e isso não tem nada demais! Pronto.. comecei a pensar em terceira pessoa de novo.. e eu que achei que tava ficando normal... mas também...tô segurando uma cueca do Draco! Como não perderia a cabeça? Se você chegar sua cabeça um centímetro mais perto dessa cueca é porque você ficou louca de vez! Onde já se viu? – pensava distraidamente completamente fascinada pelo fato de que estava segurando algo que já havia segurado o.. er.. Draco Júnior.
“Draco”, ouviu a voz de Harry dentro do quarto e deu um pulo dentro do armário. Ai, graças a Deus! Tô salva! TÔ SALVA!
“Hum...?”.
“Onde é a caixa de luz? Acho que algum fusível queimou, porque nada funciona”.
“Hã? Ahnn... deixa que eu vou lá ver, você não vai achar sozinho”.
Bem pensado.. .- sorriu Gina ao perceber a tática dos amigos pra tirar o loiro de lá, vendo que a demora pra ir buscá-la se deu porque eles deviam estar dando um jeito de queimar um fusível. Mas que estranho o Draco concordar assim sem nem querer enrolar um pouco.. . Pôde ver entre as frestas que o quarto estava vazio até que viu Colin entrando então esqueceu de pensar em besteiras pra festejar sua sorte.
“Rápido Colin! Aqui!”- falou Gina já morrendo de felicidade por ter saído dessa sem Draco saber.
A porta se abriu pra dar visão à expressão risonha de Colin. - “Ê, miga.. ieheieheieheih...só você mesmo pra se meter nessa. Não to nem mais com dor de cabeça de tanto que já ri lá embaixo”.
“Humpf.. heieuheiuheieheh nem fala... vamos sair logo daqui”- saiu do armário e já começou a andar na direção da porta.
“Miga?”- perguntou rindo ao ver um artigo de roupa suspeito na mão da amiga. - “Você não veio aqui pegar uma carta?”.
Ela olhou pra cueca que sabia que era o que o amigo estava olhando então riu. - “Só um souvenir, ué...”. Vou dormir com isso debaixo do travesseiro todos os dias!
“Sei...”- sorriu de canto de boca. - “Você quer é ficar analisando o tamanho do little (n/a: pequeno em inglês) Draco.”
“Ah... eu sempre digo... você me conhece bem demais...”- parou então sorriu estendendo a cueca com as mãos. - “E isso parece que segura alguma coisa little?”.
“Gina!” - exclamou Colin, rindo sem deixar de perceber que ela tinha razão.
“Aprendi tudo com você, miguim!”- falou já se aproximando para abraçá-lo então foram para o quarto da ruiva rindo de toda a confusão da carta.
Fefysssssssssssssssssssssssssssss
“Pronto... tava só com mau contato...” – falou Draco já se distanciando da caixa de fusíveis parecendo sem jeito.
“Putz.. se eu soubesse onde ficava eu teria arrumado...” – falou Harry mentindo com a cara mais lavada após ter ido nesta mesma caixa desencaixar o fusível que Draco acabara de arrumar. - “Foi mal te acordar” - falou já se virando pra entrar na casa novamente.
“Ô... dá um tempo aê, Harry”- falou rapidamente ao ver o amigo se aproximando da porta. - “Eu queria conversar com você...”.
“Fala aê...” - disse em tom leve por já desconfiar que o loiro queria pedir desculpas. - “Que cara é essa, Draco... você engravidou a Pansy?”- brincou tentando encorajá-lo a falar e demonstrar que não estava chateado. A verdade é que sabia muito bem porque Draco estava agindo diferente durante o mês que se passara e há muito já havia se arrependido de ter aceitado fazer o papel principal da missão de deixar o Draco louco de ciúmes. Sentia falta de seu outro melhor amigo.
“A Pansy?... Deus me livre...” - respondeu com um sorriso meio sem graça então depois de um segundo falou logo o que queria desde que percebeu que estava agindo como um idiota. - “Cara.. foi mal o jeito que eu estou nos últimos tempos... eu não sei o que aconteceu...”.
“De boa, Draco... esquece... eu mesmo não estou nos meus melhores dias...”.
Draco se encostou ao corrimão sorrindo com o canto da boca. - “É.. o boato é que aquela guria que você tá ensinando já te deu quinze foras” - continuou, com a certeza de que a amizade deles em nada havia sido abalada pela sua estupidez.
“QUINZE? Foram só cinco!”- respondeu ultrajado.
“Mesmo assim, Potty”- brincou com o apelido que usava quando estava zoando o amigo. - “Parece que você está perdendo o jeito... Qual é o problema?”.
“Sei lá! Aquela mulher parece que é maluca! É quente uma hora e frio na outra! Eu sei que ela quer ficar comigo e ela fica nessa merda...”.
“Vai desistir?”.
Harry sorriu sarcasticamente. - “Até parece... aquela ali não escapa de jeito nenhum”.
“Hum...vai lá então, Zé gatão!”.
Harry riu um pouco do apelido então viu a brecha que ele precisava pra sondar o que Draco estava sentindo em relação a Gina. - “Ihh, escreve aí, ela já é minha! Ei.. mas e você e a Pansy?”.
“Putz, nem fala na Pansy.. to até vendo, ela vai ficar insuportável agora que a gente acabou...”.
“Acabou? Ué, eu vi vocês juntos ontem no The Sin...”.
“É...eu dei o fora quando fui deixá-la em casa... ela não parava de me encher o saco depois que eu a chamei de Gi.. de outro nome”- consertou nervosamente, perdendo por pouco o sorriso de quem sabia demais de Harry, que havia ouvido muito bem o nome que ele ia dizer.
“hieheiehei você chamou a Pansy de outro nome? Putzz”- falou ainda rindo sabendo que a resposta poderia deixar uma ruiva muito feliz.
“Putz mesmo! Pior que foi depois de um puta beijo...Ainda bem que ela não entendeu direito o que eu disse...”- respondeu rindo e balançando a cabeça em negativo como se zombasse de si mesmo. “Mas foi melhor.. estando com a Pansy eu nunca podia ficar com quem eu queria”- continuou lembrando nitidamente de Gina rindo com os amigos enquanto ele tinha que ficar carregando Pansy pendurada no pescoço dele a noite inteira. - “Não que eu possa ficar agora também...”- murmurou mais pra si mesmo.
“Ué.. porque não pode? Não tem nada que impeça agora...”- perguntou Harry querendo arrancar de Draco o máximo possível.
“É complicado...”- ficou alguns segundos olhando para um ponto à sua frente pensando se deveria contar seu segredo para o amigo, mas então refutou a hipótese temendo a reação que receberia. - “Vamo entrar? Já tô morrendo de fome”.
Sabendo que não era a hora de tentar saber mais do loiro, Harry sorriu. - “Bora... meu estômago já tá aprendendo a falar aqui! Desde ontem à noite eu não como nada!”.
“Não come, né? Porque beber...”.
fefysssssssssssssssssssssssssssssss
“Nossa mãe... agora que o nervosismo passou a ressaca voltou todinha...” – resmungou Gina pegando dois copos enormes no armário. - “Eu quero morrer, Colin”.
“Fica registrado aí que se eu pudesse mexer minha cabeça eu ia rir da nossa cara, miga”- resmungou de volta sentando na cadeira enquanto a amiga vinha com um copão dentro do outro em uma mão, um potinho de efervescente debaixo do braço e uma garrafa de água na outra mão. - “Dá aqui que eu te ajudo”- falou pegando a garrafa e os copos.
“Cruzes, Colin! Quem foi que teve a idéia idiota de tomar aquele porre? Minha cabeça tá doendo tanto que a idéia de guilhotina tá parecendo até agradável”- falou alcançando dois comprimidos de dorflex enquanto Colin preparava a água com o efervescente pro estômago. - “Tó aqui, miguim...”- entregou o comprimido então levou um à boca e engoliu com a ajuda da água que soltava bolhinhas animadamente (n/a: isso mesmo.. na minha fic águas podem ser animadas!).
“Humpf...” - resmungou Colin após beber o último gole da sua última esperança de melhorar daquela ressaca dos infernos. - “Pelo menos você não fez nenhuma besteira, miga...”- continuaria a falar, mas recebeu aquele olhar da ruiva. – “Tá, tá, mas você conseguiu pegar a carta de volta sem traumas...”- continuou provocando mais resmungos da amiga que falava veementemente estar traumatizada pro resto da vida com armários. - “Pior sou eu que achei esse telefone aqui que coincide com o de uma pessoa que me ligou duas vezes só na última hora! E eu não lembro quem é! Vai que o cara é o mapa do inferno, miga? Ou pior! Vai que é uma mulher!”.
“Não Colin.. num é possível que você ficou tão bêbado que ficou até hetero!”.
“Tomara miga... Ave Maria, será que eu fiquei com uma mulher?”- murmurou com os olhos arregalados.
“Você vai ter que atender pra descobrir, Colin... mas eu lembro que você tava na maior troca de indiretas com o barmen que era muito gato... vai que era ele?”.
“O Evan? Será? Nossa, será que ele me deu bola bêbado? Ainda mais que se eu estivesse com essa cara de agora, enquanto eu ainda estava bêbado, o mapa do inferno era eu!”.
“Quem é mapa do inferno?”- perguntou Harry que entrava na cozinha seguido de Draco que naquele momento ainda estava apenas com a calça do pijama.
Ave Mariiiiiiia, que barriga é essa! Eu num canso de olhar pra essa maravilha... dá pra lavar as cuecas dele ali! – pensava olhando indiscretamente pra barriga de Draco e lembrando da sua nova obsessão: cuecas do Draco.
“Eu...”- respondeu Colin desanimadamente. - “Algum de vocês lembra de ter me visto com uma mulher?”- perguntou se preparando para o pior.
“Não sei, Colin... nem lembro direito como a gente pegou aquele táxi”.
“Até a hora que eu saí você estava com o barman”- respondeu Draco tentando arrumar pelo menos um pouco o cabelo que só não estava mais louco que o de Harry, inconsciente de que Gina naquele instante só tinha olhos para sua barriga. (n/a: fefs cai no chão)
“Não, mas eu estava de estava ou estava de só estar perto do outro lado do balcão?” – perguntou Colin num pulo pra depois parar fazendo careta ao sentir sua cabeça explodir.
“Você não tava do outro lado do balcão quando eu vi não...” – respondeu Draco parecendo estar ligeiramente sem graça.
“Sério?”, perguntou esquecendo totalmente de sua cabeça então virou-se para Gina a tirando de sua admiração abdominal profunda e detalhada. - “Miga! Ainda tem esperança pra mim! E se foi ele mesmo que ligou eu não devia estar o mapa! Uau! Até fiquei com coragem dirigir pra casa agora!”- exclamou já saindo da cozinha para procurar sua chave.
“Oba... vou aproveitar e pedir carona até a boate pra buscar o meu carro”.
“Vou acordar o Zabine pra ver se ele quer ir logo também”- disse Gina já saindo mas foi parada por Draco.
“Não, Gina, deixa que eu chamo o Zabine...”- falou sentindo-se incomodado em deixar Gina acordar o outro. - “Vai pedindo alguma coisa pra gente comer”.
“Não, fica aí com a Gina, Draco... eu chamo o Zabine”- falou Harry já alcançando a porta. -“Eu tenho que pegar minhas coisas na sala”.
“Beleza... mas porque você não fica aí, Harry? A gente vai pedir comida agora”.
“Não... eu tinha combinado de estudar a unidade nova de química com a Paty hoje porque eu ia furar ontem à noite”- respondeu, então sorriu de uma jeito de quem vai aprontar. - “O que ela não sabe é que a biblioteca vai ser pintada hoje, aí ela vai ter que aceitar ir lá pra casa porque tem teste sobre a unidade na segunda-feira”.
“Ê, Harry, se deu bem!”- brincou Gina. - “Convence ela de vir pra cá depois!”.
“É”- concordou Draco. - “O Fred e o George vão fazer uma reunião aqui hoje... e você sabe como são as reuniões dos gêmeos, né?”.
“Beleza...” - falou sorrindo. - “Vou ver se a convenço...”.
“Convence quem de quê?”- perguntou Colin chegando na cozinha para se despedir.
“A Paty de vir pra festa dos gêmeos hoje... você vem, né, Colin?”- perguntou Gina.
“Lógico... quem é que perde uma festa dos gêmeos?”.
fefyssssssssssssssssssssssssssssss
“DRACOOO! ATENDE O INTERFONE!”, gritou Gina da porta do quarto enrolada numa toalha da Cinderela recebendo o mais puro silêncio como resposta. Ai que droga... se eu não for logo, o cara vai embora com a minha comidinha! Que fome...
Sem dar atenção ao frio que estava sentindo ou ao fato de estar molhando tudo por onde passava por não ter tido tempo de se secar direito ela desceu as escadas correndo e foi até a cozinha. Ô chãozinho gelado!
Pegou o interfone já tremendo de frio. - “Alô? Humrum...”- aperta no botão pra abrir o portão. - “Abriu?”- recebendo a resposta positiva voltou a colocar o telefone no gancho. Ô droga.. eu não posso abrir a porta desse jeito.. onde que tá o Draco?
“Gina foi você que abriu o...?”- falou Draco entrando na cozinha descontraidamente se deparando com a ruiva enrolada apenas em uma toalha com os cabelos molhados e pingos de água no rosto e nos ombros. Lembrado-se instantaneamente de Gina dançando colada ao seu corpo, Draco abandonou qualquer resolução que havia feito no sentido de não conquistar a irmã de criação então inclinou a cabeça de um jeito sedutor e descarado com o cabelo caindo um pouco no rosto, sentindo seus olhos escurecerem em luxúria que a semanas tentava reprimir. Naquele momento a confusão que sentia... toda a culpa e ciúmes estavam esquecidos. Naquele momento somente existia ele e a mulher que ele queria. Sem complicações...sem pensamentos... sem convenções morais...
“Ui!”- deu um pulo desajeitado ao ver o loiro que procurava na porta da cozinha. - “Foi... onde você tava? Tive que sair correndo do banho pra atender!”.
“Lá fora dando comida pros cachorros...”- respondeu sem tirar os olhos de Gina, perdendo todo e qualquer senso do que é certo e errado. - “Hoje é a folga do Hagrid também...”.
Vários pensamentos passavam em um ritmo desvairado na cabeça de Gina enquanto ela tentava controlar sua respiração que já estava em um ritmo anormal então sem ao menos um pensamento consciente a comandando neste sentido a ruiva olhou de volta com uma intensidade que rivalizava o olhar de Draco.
Ambos sentiram sua respiração faltar no momento em que os olhares se encontraram e não era necessário falar nada para que ambos soubessem que tudo havia mudado e um novo tipo de cumplicidade os ligava: a cumplicidade entre aqueles que querem o que lhes é proibido.
Antes que algo pudesse ser feito por qualquer um, a campainha ao tocar pela quinta vez os tirou da reveria e a realidade mais uma vez voltou a os separar.
“Er.. eu vou ahn... me trocar.. é, vou me trocar”- falou já caminhando em direção à porta que Draco estava sem, contudo, ter coragem de olhar para o loiro.
Sem responder nada Draco simplesmente ficou parado até que pela sexta vez a campainha tocou, lembrando-no que deveria pegar a comida. Passando as mãos no cabelo de um jeito que somente Gina saberia que era um sinal de que ele estava confuso, o loiro foi finalmente atender a porta.
Fefyssssssssssssssssssssssssssssss
“Humpf... aposto que você sabia disso”- resmunga Paty andando de braços cruzados carregando a mochila que Harry havia se oferecido para levar, indignada por ter encontrado a biblioteca fechada.
Ele só sorri com o canto da boca então dá dois passos mais rápidos e abre a porta do carro. “Mademoseile...”.
Ela revira os olhos em sinal de impaciência e faz uma careta, que aos olhos do Harry mais parecia um biquinho de criança emburrada, então entra no carro.
Ele entra no carro então liga o som que começa a tocar Puddle of Mud.
“Você gosta de Puddle of Mud?”- pergunta ela parecendo estar surpresa.
“Gosto, por que?” – perguntou ainda com aquele sorriso de quem sabe demais, que ele sabe que a irrita.
“Nada... achava que você gostava de dance, sei lá...” – responde meio a contragosto em admitir que tinha a impressão errada dele.
Ele só responde com mais daquele sorriso pensando Harry 1, Paty 0...
Fefysssssssssssssssssssssssss
“ô, consciência” – dizia Dory envolta de escuro absoluto. – “Eu morri?”
“Heihe, cought, cough! Hieehieh, ai! Cough, engasguei, me ajuda!”- fala Gina com o rosto vermelho de tanto rir entregando o copo de coca-cola para o Draco segurar.
Ele pega o copo rindo um pouco do filme e da ruiva então começa a bater de leve nas costas de Gina que ainda tosse e ri ao mesmo tempo da Dory e do Marlin fugindo de um peixe luminioso. - “Pronto?”- pergunta quando ela pára de tossir.
“Pronto, heieuie, ai, quase morri...”.
“Só você mesmo pra rir assim na terceira vez que está assistindo ‘Procurando Nemo’”.
“É uma comédia de ótima qualidade”- responde fingindo indignação enquanto tenta enrolar com os pauzinhos o yakissoba dentro da caixinha.
Ele olha pra ela sorrindo então continua. – “Eu não discordo disso, mas já é a terceira vez que você tá vendo”.
“E você devia agradecer por eu estar te acompanhando agora que finalmente aceitou ver!”- falou então e conseguiu enrolar o yakissoba com sucesso voltando a olhar para Draco com uma expressão triunfante. - “Não disse que sabia comer com o pauzinho?”.
“Disse..”- Draco riu, então ficou com uma expressão de quem ia aprontar e bateu com o garfo nos pauzinhos que ela segurava derrubando tudo.
“DRACO!”- gritou surpresa com a atitude inesperada do loiro mas estava sorridente.
“Deixa eu te ajudar aqui Gina... eu já comi o meu inteiro com o garfo e você não conseguiu nem a metade com os pauzinhos.”- falou enquanto pegava a caixinha da mão de Gina.
Ela ficou olhando pra ele sorridente sem entender bem o que ele faria, mas adorando ter esse Draco de volta então quando voltou à realidade tinha um garfo cheio de macarrão com legumes à sua frente e o príncipe de seus sonhos o segurando com a sobrancelha erguida como se perguntasse o que ela estava pensando. Dando somente um sorriso tímido em resposta ela abriu a boca aceitando o aviãozinho ao mesmo tempo em que tentava controlar sua face vermelha de vergonha. Procurando Nemo totalmente esquecido..,
Fefyssssssssssssssssssssssssss
“Sério? Eu também adoro Good Charlotte!”- falou Paty mais empolgada do que Harry alguma vez havia visto.
“Humrum, o som deles é muito bom e as letras então...”.
“São perfeitas!”- completou para ele sorrindo e parecendo estar vendo um Harry totalmente diferente, então enquanto ele estacionava o carro uma almofada enorme pousou no pára-brisa do carro. Ela ergue as sobrancelhas olhando pra ele. - “Você tem almofadas voadoras no terreno da sua casa?”.
“Não...”- responde olhando pela parte descoberta do pára-brisa vendo uma cena quase cômica, então vira pra Paty rindo um pouco e parecendo ligeiramente sem graça. - “Mas tem a Kelly e o Sirius... Vamos?”- falou, saindo do carro.
“GERENTE DO BANCO, SIRIUS BLACK? VOCÊ QUER QUE EU ACREDITE QUE ESSE NÚMERO...”- joga uma jaqueta de couro pela sacada. - “É DA SUA GERENTE DE BANCO?”.
Paty arregalou os olhos e virou para Harry com uma expressão que dizia claramente que ela não sabia como agir e pensava que a situação era seríssima. Perguntava-se também como eles não estavam escutando a briga desde o portão da casa, mas ao ver a cara quase risonha do Harry ela relaxou um pouco.
“KELLY!”- berrou Sirius, enquanto desviava de mais almofadas, também meio risonho como se estivesse se divertindo em ver o gênio explosivo da noiva. - “EU JURO QUE ESSA AMANDA NÃO É AQUELA COLEGA ANTIGA DA FACULDADE!”- falou enquanto ela gritava que não era idiota e jogava mais almofadas pela sacada principal da mansão. - “BABY, DEIXA EU ENTRAR, VAI! EU VOU TE PROVAR QUE ELA NÃO É A AMANDA QUE VOCÊ TÁ PENSANDO!”.
Ao ouvir o apelido, ela se abaixou um pouco então reapareceu com o par de sapatos que calçava, nas mãos e jogou um deles na direção do Sirius que desviou por pouco. - “NÃO ME CHAMA DE BABY!”.
“Ê, Sirius...”- falou Harry sorrindo enquanto passava pra entrar na casa, recebendo um sorriso maroto do padrinho, então puxou Paty pela mão que se deixou levar atônita com toda a cena parecendo nem perceber o toque mais íntimo. - “Vamos lá pro meu quarto, Paty”.
“BABY, CALMA, ME ESCUTA”- Sirius pega o papel dentro da jaqueta e rasga. - “TÁ VENDO? JÁ ATÉ RASGUEI, AGORA ME DEIXA ENTRAR AÍ PRA TE MOSTRAR QUE VOCÊ É A ÚNICA QUE EU QUERO!”.
Ela joga o outro sapato se descabelando no processo então berra. - “SE ERA SUA GERENTE DE BANCO, AGORA COMO VOCÊ VAI RESOLVER O QUE PRECISAVA? IDIOTA!”.
Fefysssssssssssssssssssssssssssss
“Pronto, Draco”- falou Gina entrando na sala de televisão novamente. - “Da próxima vez você que vai ter que arrumar tudo”.
“Ô ruivinha preguiçosa, qual é o grande trabalho em jogar fora as caixas do china in Box?”- perguntou rindo da conhecida preguiça de final de semana da ruiva.
Você sujou dois talheres!”- respondeu afrontada, mas sorrindo por causa do apelido. Ruivinha.. que fofo.. adoro quando ele me chama assim...
“Humm, agora entendi toda a sua vontade de comer com os pauzi...”- foi interrompido por uma almofada batendo de leve no seu rosto. Ficou de boca aberta sem acreditar na almofadada que tinha levado. - “Eu ia comprar mais tarde sorvete da Hagen Daz de cookies pra você, mas depois dessa pancada eu não vou conseguir dirigir”.
A cada palavra depois de sorvete o beicinho de Gina aumentava diante da possibilidade de ter perdido a chance de comer sorvete da Hagen Daz. Com cookies! Era tudo que eu precisava! - “Ah não, ah não! Não fui eu, Draco! Foi a almofada que ficou com vontade de te dar um beijo! Eu juro!”. Na verdade sou eu que quero te dar um beijo.. mas do jeito que você é lindo até a almofada deve querer também.
“Ah... agora eu já estou muito machucado pelo romantismo da almofada...”- falou continuando a brincadeira e se deitando no sofá pra mostrar que estava mal, deixando neste processo um pedaço da barriga perfeita aparecendo e...
Aimmmm essa aí é branca! Ai..Será que é do mesmo jeito da cueca preta? – pensava distraidamente até que sentiu o olhar do loiro em si com uma expressão que dizia que ele estava curioso em saber porque ela estava olhando como uma louca pra barriga dele.
Piscando duas vezes pra sair do estado hipnótico causado pela cueca ela começou a implorar choramingando. - “Please, Draco? Pleeeease? Agora que você falou do sorvete eu vou ficar pensando nisso! Vaaaaaiii vai lá pegar meu sorvetinho, vaiii? Eu vou com você e aí a gente come casquinha andando!”.
“”Humm... deixa eu ver... o que eu ganho com isso?”.
Eu.. eu todinha e mais metade de mim de brinde... “Você ganha a chance de me fazer mais um favor”- falou Gina com a cara mais marota pela cara de pau que estava tendo.
“Ah é? Fazendo esse favor eu ganho a oportunidade imperdível de te fazer outro favor?”.
“Humrum!”- disse com o sorriso mais meigo. - “E eu vou ser grata pro resto da minha vida!”.
Ele ficou rindo um pouco então balançou a cabeça. Os dois sabiam que ele nunca conseguiria dizer não para aquele sorriso.
Fefyssssssssssssssssssssssssssss
Depois de três horas de estudo sem descanso os dois finalmente haviam acabado toda a matéria do teste de segunda-feira e arrumavam a bagunça de papéis e livros no chão e na cama, onde preferiram estudar depois de uma hora e meia sentados à mesa.
Harry tinha que controlar o sorriso toda hora que sua mão encostava na de Paty ao tentarem pegar o mesmo papel e percebia que isso era o que procurava e nunca havia sentido com nenhuma outra garota. Paty, por sua vez, agradecia a todos os deuses por ter passado um pó no rosto que disfarçava sua face corada só por estar perto do jogador de basquete. Não que ela tivesse se arrumado pra encontrá-lo ou algo assim...
Mas ela tinha que confessar que agora que havia visto que ele não era o garoto popular e esnobe que ela havia pensado e sim um adolescente normal, tudo parecia mais fácil entre eles. E saber que ele havia perdido os pais quando tinha somente um ano de idade e vivia com um padrinho meio louco definitivamente a obrigou a ver que a vida dele não era a perfeição que ela imaginara.
Quando ela abriu a mochila pra colocar os livros ele pode ver um que chamou sua atenção.- “Você tá lendo ‘O mundo de Sofia’? Eu tentei ler quando tinha uns 14 anos, mas aí desisti”.
Ela sorriu um pouco e então respondeu. - “Aconteceu a mesma coisa comigo, mas agora eu recomecei a ler e não entendo como é que eu tive coragem de parar antes. Acho que é porque eu não entendia direito as coisas quando era mais nova. Você devia tentar ler de novo agora...”.
“É... talvez eu tente... mas não sei não, eu lembro que achei meio chato”.
“Se você ler e não gostar eu te recompenso pelo esforço, que tal?”- propôs sem acreditar na própria ousadia.
“Humm, agora eu já tenho o incentivo ideal pra ler”- sorriu de canto de boca. - “E não gostar...”.
Fefysssssssssssssssssssssssss
Dirigindo há quinze minutos no estacionamento enorme do shopping atrás de uma vaga a menos de um quilômetro da porta Draco estava começando a ficar impaciente. - “Por quê eu concordei em fazer isso mesmo?”.
“Porque você me ama e eu dei meu sorriso infalível”- respondeu, então diante da careta dele ela continuou. - “Aww, Draco, foi sabe que é o único que eu confio o bastante pra fazer isso comigo”.
“Humrum... sei... Eu sou o único que concordaria com isso além dos gêmeos e do Harry você quer dizer, né?”.
“Hieuheiehei... é... e eles ficariam fazendo piadinhas sobre piercing perto da mamãe só pra me deixar louca... e o Colin definitivamente também faria isso...”.
“Aí eu sobrei como a última opção”- falou meio rabugento.
“Não... Você é a primeira opção porque além de não me zoar na frente da mamãe é o único que vai segurar a minha mão e depois me comprar meu sorvetinho. Agora seja fofo e estaciona o carro enquanto eu vou logo lá escolhendo minha jóia, tá?”- falou descendo do carro antes que ele pudesse responder.
O loiro ficou olhando ela se distanciando até ouvir a buzinada do carro de trás. Passou a primeira marcha e o carro recomeçou a andar. - “Até agora não sei porque estou concordando com isso” - murmurou sabendo que a resposta era que ele estava doido pra ver o piercing na barriga de Gina, que ele recentemente havia descoberto ser perfeita.
Fefysssssssssssssssssssssss
“Então eu posso te pegar na sua casa às oito e meia?”- perguntou Harry ainda sem acreditar que ela havia concordado em ir à festa com ele.
“Pode Harry, mas isso não é um encontro nem nada e...”- parou de falar ao ouvir sons de beijos e pequenas risadas vindo da sala que eles se aproximavam para ir embora então, antes que ela ou Harry tivessem a idéia de dar meia volta e sair pela cozinha eles já haviam chegado na sala.
Uma Kelly muito descabelada aparece de detrás do sofá e assopra o cabelo do rosto. - “Hehe.. oi... desculpa pela confusão de hoje cedo”.
“Ah... er... não tem nada... er.. é normal, hehe”- responde Paty meio sem graça.
“Ui.. Pára Sirius!” - começa a rir porque ele faz cócegas nela e eles acabam caindo no chão. - “Pára! Ela vai achar que você é doido!”.
“Ela vai achar que você é doida, baby, não eu”.
“Que absurdo!” - dá um tapa de leve nele então volta a olhar para Paty que parece não saber se ria como Harry fazia, ou se ficava séria como achava que deveria. - “É ele que me deixa doida, viu, linda? E já vai se acostumando porque o Harry é igualzinho ao padrinho dele! Ai Sirius!” - riu antes de voltar pra detrás do sofá com o noivo sem ver o vermelho bombeiro que tingia a face de Paty.
Percebendo a deixa, Harry só murmura sabendo que a garota escutaria. - “É, vai se acostumando” - sorriu como se não tivesse dito nada vendo a expressão abismada de Paty, então pegou na mão dela como se nada houvesse acontecido. - “Vamos?”.
Fefysssssssssssssssssssssssss
“Er.. eu gostei dessa...”- faz uma careta porque mais uma vez o cara da loja invadia seu espaço pessoal se encostando nela desnecessariamente. - “Dessa aqui também... ahn. Você pode me dar mais espaço, por favor?”- perguntou, já sentindo seu humor mudar drasticamente, então sentiu braços firmes a envolverem pela cintura. Sentiu-se tonta por um milésimo de segundo então, quando percebeu que estava se deixando abraçar por um estranho, ia começar a se distanciar quando ouviu a voz que a enlouquecia a fazendo ficar estática.
“Já escolheu a jóia que você quer, ruivinha?”- Draco murmurou bem perto do pescoço de Gina a fazendo até esquecer onde estava enquanto encarava o vendedor da loja como se o desafiasse a chegar perto da ruiva novamente.
“Erm... hahã... achei aquela ali fofa”. Achei aquela ali fofa? Achei aquela ali fofa? Toma jeito Gina, é só uma abraço, não precisa agir como uma abestada só porque um Deus loiro, cheiroso, dono das cuecas mais maravilhosas está te abraçando e falando tão perto do seu pescoço. Aimmm... - Se forçou a voltar à realidade e então percebeu que Draco estava fazendo isso pra afastar qualquer homem da loja já que nenhum seria doido de fazê-lo com ele ali.
“Vai ficar lindo no seu umbigo”- falou ainda em tom baixo passando a mão de leve no umbigo de Gina por cima da roupa, fazendo o papel perfeito de namorado apaixonado e conduzindo maravilhosamente a ruiva à insanidade.
Meu Deus... me ajuda... eu vou morrer... ai que calorrr – pensou, já perdendo a força nas pernas então o mesmo vendedor que a irritava minutos atrás a chamou pra sala em que o piercing seria feito dizendo que como o cliente daquele horário havia furado ela poderia ser atendida naquele horário mesmo ao invés de esperar pelo que tinha marcado. - “Ah tá bom...”- falou ainda um pouco sem ar, mas voltando a pensar direito quando Draco soltou sua cintura para deixá-la andar.
Quando iam entrar na saleta, entretanto, o vendedor tentou dificultar a entrada de Draco. - “Só é permitido entrar quem vai fazer o piercing”.
“Desde quando?”- perguntou Draco demonstrando já certa irritação. Não acreditava na cara de pau daquele vendedor que obviamente tinha inventado essa regra já que na semana anterior ele havia ido naquela loja e entrado na sala com a Hermione que queria fazer uma surpresa pro Ron.
“Desde hoje”- respondeu o vendedor que sorriu de canto de boca e continuou. - “Questões de higiene... você sabe, né?”.
“Então você não deveria entrar também... por questões de higiene...”- respondeu com sarcasmo então ficaram se encarando. Gina ficou boquiaberta diante do show barato de matcho man então puxou Draco o fazendo olhar pra ela.
“Draco...”- falou com cara de cachorrinho perdido, pedindo com os olhos pra ele deixar ela entrar logo e fazer o piercing, mas Draco apertou um pouco a sua mão em um sinal de possessividade. Era simples: se ele não entrasse, ela não entraria.
Vendo a teimosia do loiro e que eles obviamente eram namorados, o vendedor deixou essa competitividade momentânea de lado sabendo que se perdesse um cliente o dono da loja não acharia interessante. - “Tudo bem, vou fazer uma exceção já que o dono da loja não está aqui agora”.
Gina sorriu alegremente, mas Draco continuou emburrado, então, quando entraram na saleta ele murmurou pra si mesmo. - “Sei...”.
“Pode deitar aqui na maca...”- falou, apontando pra maca enquanto pegava a bandeja com os instrumentos esterilizados então começou a abrir a embalagem da agulha fazendo Gina ficar ligeiramente pálida.
Sentindo a mão de Gina ficar gelada Draco a apertou para lembrá-la de que ele estava ali e então ela sorriu nervosamente.
“Dá pra você levantar um pouco a blusa?”- perguntou o vendedor já se aproximando para ajudá-la nessa tarefa, mas Draco rapidamente estava ao seu lado o fazendo. Tudo bem, era desnecessário, mas antes ele que o vendedor, não é?
Murmurando algo como ‘riquinho idiota’ o cara se virou novamente então alcançou um vidrinho e um bolinho de algodão que colocou na ponta de uma espécie de pinça. Se forçando a parar de olhar pra barriga de Gina, Draco lembrou que antes de colocar o piercing na Hermione haviam passado antiséptico no local então pensando na possibilidade daquele cara passar algo na barriga que ele estava louco pra tocar Draco não se segurou.
Precisava mostrar que aquela ruivinha estava fora de alcance, então, antes que Gina pudesse ter qualquer reação além de arregalar os olhos, ele beijou seu o umbigo e depois se aproximou do rosto dela. - “Não vai doer nada, tá?”.
Anh.. uh. Er.. ahnn... ahhhhhhhhhhhhhhhhh
“Eu preciso de espaço pra trabalhar...”- falou irritado já com o algodão embebido em anti-séptico tentando se aproximar da maca.
Draco encarou o vendedor novamente então voltou seu olhar pra Gina que há muito tempo havia perdido a habilidade da falar diante de suas atitudes e aproximou seu rosto do dela como se fosse beijá-la. E de fato beijou, mas de leve, beeeem ao lado da boca da ruiva de modo que o vendedor achasse que havia beijado na boca, já que era seu namorado.
Se alguém perguntasse para Gina se furar o umbigo dói ela não saberia responder porque antes mesmo de passarem o anti-séptico ela já estava visitando o láláland, com o sorriso mais idiota no rosto.
Fefyssssssssssssssssssssssssssssss
“Paty mutchatcha!”- brinca Fred apontando pra acompanhante do Harry que parecia bem animada diante do prospecto de tomar a tequila em cima da mesa enquanto Harry argumentava que era melhor não fazer isso, embora não parecesse muito empenhado em realmente fazê-la desistir.
“La tequila no puede esperar!”- berra George pulando de cima da mesa. - “Deixa ela, Harry! Eu já te devolvo”- falou colocando o enorme chapéu de mexicano, que apenas diferenciava do de Fred por ser vermelho enquanto o do outro era verde, na cabeça de Harry e ajudava a loirinha a sentar em cima da mesa.
Vendo a cara risonha de Harry, Fred pisca de cima da mesa como se quisesse dizer ‘agora vê se conquista essa mulher’, então vira pegando um pedaço de limão ao mesmo tempo em que George some em cima da mesa novamente e pega o sal.
“Você lambe o sal...”.
“Engole a tequila...”.
“Chupa o limão...”- falaram se completando como se tomava uma dose de tequila então terminaram juntos. - “...E agarra o Harry!”.
“Quê?”- perguntou Paty sem acreditar que havia ouvido a última parte. Será que todos sabiam que ela estava ligeiramente atraída?
“Se agarra...”.
“No Harry, senão...”.
“Você cai!”- falaram juntos, olhando com aquela cara de quem estava aprontando.
Draco olha a cena tomando um pouco do ponche ‘apimentadíssimo’ da festa, que só o aroma era capaz de deixar uma pessoa bêbada então quase engasga de rir ao ver a cara da loirinha ao tomar a tequila e chupar o limão ao som de todos na casa berrando “Vai! Vai! Vai!”. Ao olhar pro outro lado da sala e ver o que seu tio aprontava teve que ir pegar mais um pouco de ponche e ver a cena mais de perto.
Sirius Black, o único adulto convidado pras festas dos gêmeos pelo fato de ter ainda menos juízo que os dois ruivos, havia subido num ‘palco’, que na verdade era a cômoda de estimação de Moly, com a camisa social aberta e a gravata solta dos lados, usando um chapéu similar ao dos gêmeos na cor preta, mostrando que estava completamente louco ou tinha acabado de ter uma conversa bem interessante com a noiva... ou os dois...
Ao chegar mais perto, Draco pôde ouvir o que Sirius berrava então teve que rir. Ele estava leiloando os convidados da festa! Draco nunca saberia o que ele disse pra convencê-los disso, mas tinha certeza de que a tequila dos gêmeos tinha sido um elemento essencial de persuasão.
Ao ver o próximo prêmio a ser leiloado e a expressão sorridente de Blaize Zabine, Draco balançou a cabeça incapaz de parar de rir. Ao que parecia, a festa dos gêmeos, como em todas as outras ocasiões, tinha um propósito: desencalhar os casos sem solução Blaize versus Sabrina e Harry versus Paty... Talvez ele devesse ter comentado sua obsessão por Gina? Nah... isso certamente não acabaria bem...
“Dou-lhe uma...”- falou Sirius, encarando todos que tentavam abrir a boca pra dar mais um lance como se avisasse que era melhor ficar calado. - “Dou-lhe duas... vamos lá, vamos lá... Dou-lhe três... Vendida a linda Sabrina pro cavalheiro ali do canto”- falou piscando pro Blaize mais ou menos do jeito que Fred havia feito com Harry.
Draco tomava mais um gole do ponche já se sentindo mais leve enquanto olhava Blaize chamar seu prêmio pra uma dança até que uma mão tocou seu ombro. - “Aww, Draquinho... eu vou lá em cima, o que você acha de me arrematar, hein? Aí você pode me arrematar de verdade lá em cima... pelos velhos tempos”- falou Pansy com sua característica voz irritante na tentativa de ser sedutora.
Perguntando-se por que algum dia já tinha namorado a Pansy, Draco apenas se afastou um pouco então falou do modo mais educado possível que não estava interessado e que precisava ir ao banheiro.
Fefysssssssssssssssssssssssss
“Mentira!”- falava Gina com os olhos arregalados de animação sentada na tampa da privada olhando pra Hermione que estava quase deitada na banheira. “Ai que liiindo! Nossa, miga que inveja, ele falou isso pra você depois? Nunca pensei que o Ron era romântico assim...”- falou Gina depois de meia hora trancada no banheiro com a amiga que contava com uma expressão sonhadora como havia sido a sua primeira vez.
“Pois é, Gina...tô boba até agora... pior foi chegar hoje na hora do almoço em casa com a cara mais lavada e eu simplesmente não consigo parar de sorrir”.
“É, eu percebi esse detalhe quando vocês chegaram hoje... nem sabia que os dentes do meu irmão eram tão brancos!”- falou rindo, sendo acompanhada por Hermione então parou com um suspiro. - “Ai Mione... o que vocês têm é tão lindo... e foi tudo tão romântico... eu também quero minha primeira vez com o homem que eu amo, mas pelo jeito que as coisas são eu vou morrer virgem!”.
“Ah, que isso, miga... o Michael tá super fofo com você...”- falou Hermione lembrando do que Gina havia dito sobre a tarde que ela tinha tido com Draco tendo o cuidado de chamá-lo por outro nome para o caso de alguém escutar a conversa.
“Ele tá é querendo me deixar louca isso sim... e conseguindo...”- falou sem conseguir conter o sorriso ao lembrar de Draco. - “Você viu a carta que eu escrevi pra ele.. Se aquilo não é prova de insanidade eu não sei mais o que é!”.
“Mas não é isso que todos os apaixonados são? Loucos?”.
“É...” - falou Gina suspirando. - “Eu só sei que a cada dia que passa eu fico mais louca por ele.. miga.. fala sério.. o Michael é sexy de morrer... e é carinhoso e.. aiai.. nem sei descrever. Quando ele olha pra mim.. encosta em mim parece.. parece.. Ahhhh”. – deu um semi-grito pra explicar o que sentia sem precisar de palavras.
Rindo um pouco da reação da amiga Hermione acenou com a cabeça. - “Eu te entendo perfeitamente... em falar nisso vamos sair daqui? To morrendo de saudade do meu Ron”.
“Ai sua prega! Vai ficar me fazendo inveja beijando quem você gosta enquanto eu não posso, vai!”- falou Gina rindo já se levantando pra sair do banheiro.
“Desculpa Gina eu não consigo me conter!” - falou então sorriu ainda mais. - “Oba! E ainda vou poder contar tuuudo de novo pro Colin... Em falar nisso, cadê ele? Ele dispensou uma festa dos gêmeos?”.
“Pois é... imagina por que? Na tabela do Colin, Evans definitivamente valem mais que festa”.
Fefysssssssssssssssssssssss
Puto da vida por ter dado com a cara na porta fechada do banheiro do seu próprio quarto Draco foi pro da suíte principal, pois sabia que nenhum dos convidados se atreveria a invadir o quarto dos Sr. e Sra. Weasley. Chegando lá, entretanto, ficou surpreso em perceber que de fato alguém tinha tido essa cara de pau.
Resoluto em tirar qualquer convidado que fosse da suíte de seus pais, Draco se aproximou da porta, mas segundos antes de bater na porta ouviu a voz que tão bem conhecia.
“Ai Mione.. o que vocês têm é tão lindo... e foi tudo tão romântico.. eu também quero minha primeira vez com o homem que eu amo mas pelo jeito que as coisas são eu vou morrer virgem!”.
“Ah, que isso, miga... o Michael tá super fofo com você...”.
“Ele tá é querendo me deixar louca isso sim... e conseguindo...” - Draco podia ouvir o sorriso em sua voz o que o deixou extremamente irritado. Michael? Quem era Michael? Porque Gina nunca havia comentado sobre esse cara? Michael não era o nome de parceiro de laboratório de Gina? O que estava acontecendo entre eles se ela estava apaixonada por outro e por que? Porque diabos isso o deixava tão enfurecido? Ele estava só atraído pela ruiva, não é? Não era nada demais. “Você viu a carta que eu escrevi pra ele.. Se aquilo não é prova de insanidade eu não sei mais o que é!” - Sentindo seu sangue ferver de ciúmes Draco precisava sair dali, mas ao mesmo tempo não conseguia parar de ouvir a conversa.
“Mas não é isso que todos os apaixonados são? Loucos?”.
“É...” - ouviu Gina suspirar o que lhe deu vontade de bater com a testa na parede.-“Eu só sei que a cada dia que passa eu fico mais louca por ele.. miga.. fala sério.. o Michael é sexy de morrer... e é carinhoso e.. aiai.. nem sei descrever. Quando ele olha pra mim.. encosta em mim parece.. parece.. Ahhhhh” - foi tudo que conseguiu se obrigar a ouvir antes de resolver se trancar no próprio quarto. Então ele estava imaginando coisas... Enquanto estava perdido no mundo de imaginação achando que Gina sentia a mesma atração por ele, a ruiva estava completamente apaixonada por um tal de Michael. Michael... pensou ele balançando a cabeça: até o nome era sem graça...
fefysssssssssssssssssssssss
Sirius e Kelly se beijavam e abraçavam no que parecia ser a quarta reconciliação da noite...Ron e Hermione trocavam carinho e olhares apaixonados... Blaize Zabine finalmente beijava a mulher que sonhava em tocar desde a primeira vez que a havia visto... Harry e Paty não estavam em nenhum lugar a vista o que só poderia ser um sinal bom na visão da ruiva... até os gêmeos já tinham parado com as brincadeiras e davam atenção às namoradas, Kika e Rute, que haviam chegado tarde finalizando a edição da revista de que eram editoras chefes.
Gina suspirou desanimada ao ver que o amor estava no ar pra todos os lados menos o dela. Até o Colin tá com quem ele quer... só eu não posso... Cadê o Draco?– pensou pra si chegando à conclusão de que não podia ficar com ele como queria, mas poderia sentir seu abraço.. ouvir sua voz.. ver seus olhos. Com esse pensamento começou seu tour pela casa na busca de Draco o encontrando no segundo lugar que olhou: o quarto dele.
Isso não a surpreendeu já que o lugar preferido dele na casa era o quarto dela e, como ela havia visto que estava ocupado por Harry, que havia colocado Paty pra dormir depois dela vomitar pela segunda vez, Draco só poderia estar no quarto dele mesmo: seu segundo favorito. Antes de entrar, Gina sorriu ao lembrar da expressão danada de Harry falando que ele teria que cuidar da Paty a noite inteira e que ela teria que dormir no quarto do Draco já que todos os quartos de hóspedes estavam fadados a ter casais escondidos.
Abriu a porta devagar pra dar chance pro Draco impedir sua entrada se não estivesse afim de ter companhia, então colocou só a cabeça pra dentro sorrindo um pouco. - “Posso ficar aqui com você? Lá embaixo tá todo mundo pingando mel!” - falou brincando.
“Humm... e você veio pro local onde você não vai encontrar romance, né?”- respondeu sem olhar pra cima enquanto tocava alguma notas e apertava as cordas do violão, afinando-o.
Perdendo um pouco do sorriso e estranhando a atitude fria do loiro em relação a si novamente, Gina entrou no quarto ainda decidida a ficar perto de quem ela gostava, mas deixou a pergunta do loiro sem resposta ao mudar de assunto. - “Resolveu tocar violão hoje? Tanto tempo que você não toca...”.
“É, precisava clarear um pouco minhas idéias...” - respondeu parecendo aborrecido ainda sem dar muita atenção a ela.
“Er...”- balbuciou meio sem graça sentindo como se estivesse atrapalhando ao estar ali. - “Eu posso sair se você quiser...”.
“Não, fica aí...” - respondeu Draco se sentindo culpado por tratá-la friamente sendo que ela não tinha culpa do que ele estava sentindo. Perguntava-se a todo instante se havia imaginado toda aquela atração que via nos olhos de Gina... o arrepio que viu quando ele beijou seu umbigo. Não... não era possível que tivesse sido tudo mentira.
Olhou pela primeira vez pra ruiva desde que ela entrara no quarto e sentiu a mesma sensação de alivio, tensão, felicidade, desespero e tudo que a ruiva causava com um só olhar, então teve certeza: Ela era pra ser dele. Não importa se ela achava que estava apaixonada por outro, toda essa atração entre eles não era à toa. Naquele momento todos seus pensamentos racionais foram pela janela imitando a hora em que a viu somente de toalha naquela tarde. Ele não pensava por que se sentia tão possessivo diante dela... não pensava se era certo... Que se danem convenções.
Mas antes de qualquer coisa precisava saber se havia imaginado coisas ou não. Será que ela sentia o mesmo por ele?
“Draco? Draco?”- perguntava Gina o olhando curiosa, fazendo-o perceber que a estava olhando intensamente enquanto pensava tudo aquilo.
“Foi mal... tava tentando lembrar qual era a música que eu queria te mostrar...”.
“Oba!” - falou animada vendo que o humor dele havia voltado ao normal e louca pra vê-lo tocar. - “Você vai tocar pra mim?”.
“É...” - falou, então posicionou os dedos dos acordes certos e mexeu a cabeça de leve querendo que os fios loiros saíssem de seus olhos, mas esses voltaram a cair. Levantou somente os olhos uma última vez alcançando os de Gina então falou uma última coisa antes de começar a tocar. - “Presta atenção na letra”.
I won't talk
I won't breathe
I won't move till you finally see
That you belong with me
A respiração de Gina parou por alguns segundos ao ouvir a letra da música. Ai meu Deus... ele quer me endoidar.. será que ele tá falando isso de verdade ou só quer me mostrar que a música é linda? Será.. Draco.. você tá se declarando?
You might think I don't look
But deep inside the corner of my mind
I'm attatched to you
Mmmm
A boca rubra se abriu inconscientemente pra melhorar sua respiração. O mundo parecia girar e Gina não sabia se ria ou se chorava. E se ele estivesse apenas mostrando a música? E se não significasse nada?
I'm weak, it's true
Cause I'm afraid to know the answer
Do you want me too?
Cause my heart keeps falling faster
Oh.. my GOD.. Ele me ama também, ele me ama também! Ele tem medo! Será que ele me ama também?¬ – Ela se perdia em pensamentos contraditórios em êxtase diante da imagem de Draco cantando olhando diretamente nos seus olhos, parecendo ler as dúvidas que explodiam na cabeça de Gina e tentar responder a todas...
I've waited all my life to cross this line
To the only thing that's true
So I will not hide
It's time to try anything to be with you
All my life I've waited
This is true
Draco... ai meu deus, por favor deixa ser verdade – pensava desesperadamente, então se deixou ver a resposta que Draco tentava dar desde que começara a cantar, mas que nem mesmo ele havia percebido ou aceitado. Ele me ama.. .
You don't know what you do
Everytime you walk into the room
I'm afraid to move
I'm weak, it's true
I'm just scared to know the ending
Do you see me too?
Do you even know you met me?
No momento em que Gina aceitou o que Draco precisava que ela soubesse o mundo mais uma vez havia parado ao redor deles e apesar de ambos saberem toda a verdade naquele instante em que se olhavam, sabiam que no momento em que esse contato se findasse o mundo voltaria a existir e as dúvidas voltariam. Mas agora tudo que Draco queria era a resposta de Gina: Ela o via também?
I've waited all my life to cross this line
To the only thing thats true
So I will not hide
It's time to try anything to be with you
All my life I've waited
This is true
I know when I go
I'll be on my way to you
The way that's true
Ao tocar o último acorde os dois sabiam de tudo que precisavam, mas ao mesmo tempo de nada tinham certeza. Algo mais intenso do que nunca havia acontecido e mesmo sem saber as respostas ambos tinham certeza de que independente do que sentiam algo os manteria separados... mas saber que era tudo verdade era o suficiente.. por enquanto.
O quarto se silencia com o final da música, mas nenhum dos dois demonstrou querer desviar o olhar como se soubessem que este mínimo já seria o suficiente pra acabar com o momento e as certezas que tinham, entretanto, a pressão do momento e de tudo que sentia fez Gina quebrar o silêncio. - “Anh.. a música é linda mesmo...”.
“Eu sabia que você ia gostar” - respondeu sem amenizar a intensidade de seu olhar.
“É.. eu gosto de Ryan Ca..” - continuaria com a conversa sem sentido por estar nervosa demais pra falar qualquer coisa mais inteligente, contudo Draco a interrompeu a impedindo também de fugir do confronto que desde a Terra do Nunca precisava acontecer.
“Verdadeiro ou falso?”.
Ai meu Deus. O que é que tá acontecendo? – pensou sentindo-se, se possível, ainda mais nervosa, mas respondeu com a voz pouco trêmula. - “Verdadeiro...”.
“Você já quis algo que acha que nunca vai poder ter?”.
Será que ele tá perguntando sobre ele? - “Já...” - E agora? O que eu faço? Ai... – pensava freneticamente sem saber como sair daquela situação e sem saber se queria sair daquela situação, mas antes que se decidisse ouviu sua própria voz perguntar. - “Verdadeiro ou falso?”.
“Falso” - respondeu sabendo que sua pergunta seria espelhada e que seria mais fácil responder a verdade com uma mentira.
“E você? Já quis algo que acha que nunca vai poder ter?”.
“Não” - respondeu com a voz mais baixa que o normal por confessar que queria o proibido. - “Verdadeiro ou falso?”.
“Falso” - respondeu Gina com medo do que teria que responder.
Depois de um instante olhando para o nada parecendo debater se faria mesmo a pergunta que queria, Draco colocou o violão em pé ao lado da cama e então se aproximou de Gina como se isso assegurasse que Gina responderia o que ele queria ouvir. - “Você tentaria mesmo sabendo que pode nunca ter?”.
“Não...” - respondeu, sentindo a face queimar de vergonha por saber que aquilo significava um sim, então levantou seus olhos pra encontrar com os dele somente pra sentir a mão fria dele tocar de leve seu rosto quente. O contato era quase uma tortura pra ambos por ser tão mínimo então, quando Gina já começava a deixar seus olhos se fecharem se oferecendo pra carícia e pra algo mais, um barulho na porta, que parecia alguém bêbado caindo, os tirou do transe quebrando a mágica que eles tiveram tanto cuidado pra não deixar se dissipar.
Gina olhou ao seu redor parecendo não saber o que fazer até que Draco acabou com sua indecisão parecendo também um pouco sem ar.
“É melhor a gente dormir...”.
“Er... é... mas... o Harry e a Paty estão no meu quarto... ela tá passando mal.. acho que vai ter que dormir lá”- falou com um sorriso sem graça olhando pra tudo menos Draco, então, querendo aliviar o clima ela brincou. - “Só falta ela vomitar também na minha cama...”.
Draco só continuou olhando pra ela parecendo nem ter ouvido o que Gina havia dito por último então falou a única coisa que queria. “Dorme aqui...comigo”.
fefysssssssssssssssssssssss
Recobrando lentamente a consciência, Draco sentiu a estranha sensação de que um lado de seu corpo estava gelado e o outro extremamente quente. Ele tentou se mexer preguiçosamente pra arrumar os lençóis, quando percebeu um peso praticamente em cima de si.
Finalmente abrindo os olhos, ele vê uma das coisas mais doces na sua opinião, que o lembrou instantaneamente que não dormira sozinho naquela noite, mas sim com a garota que tirava todo o seu juízo nas últimas semanas.
Gina estava encolhida quase em cima de Draco como se o corpo dele fosse o colchão e o travesseiro e, pra completar a figura, tinha conseguido roubar toda a coberta e a enrolar em volta de si. Sua boca estava pressionada na pele dele a fazendo ficar com um biquinho adorável enquanto, de vez em quando, ela pressionava os olhos como se estivesse sonhando quando na verdade eram alguns fios ruivos que a incomodavam.
Tendo que se segurar um pouco pra não rir da ruivinha e acabar a acordando, ele não conseguia parar de observar a menina nos seus braços e sorrir, então num momento a apertou contra si agradecendo a Deus por ela dormir tão profundamente. Não soube quanto tempo passou só olhando até que sem se dar conta do que fazia deixou sua mão viajar até encontrar aquele rosto tão cândido.
Acariciou sua face com a liberdade que nunca teve, mas só agora percebia que ansiava ter... deixou a ponta de seus dedos memorizar a maciez que sabia que não poderia tocar desta maneira novamente então sentiu sua respiração faltar e seus batimentos dispararem ao sentir seu rosto se aproximar do dela.
Mordeu a própria boca numa tentativa desesperada de fazer voltar sua sanidade, mas era inútil diante da boca que ele precisava tomar para si... precisava que fosse sua. Desistindo de tentar negar o que queria Draco deixou seu rosto se aproximar... sentiu a respiração da ruiva e seu perfume suave e quando menos esperava, sentiu o toque macios de seus lábios rubros.
Pressionou sua boca contra a de Gina como se ali pudesse alcançar o segredo de sua existência, incapaz de fechar os olhos... desesperado pra ter a certeza de que aquilo estava realmente acontecendo e então, com medo da ruiva acordar se forçou a se distanciar, só neste momento sendo capaz de voltar a respirar.
Quando a realização do que havia feito bateu, ele deixou sua cabeça cair de novo no travesseiro e passou a mão livre no cabelo, enquanto olhava assustado pro teto do quarto. Gina escolheu esse exato momento pra respirar mais fundo como se sorrisse então se aninhou ainda mais em cima dele.
Ele então fechou os olhos em frustração. Era um fato, agora: ele não só desejava Gina, como finalmente havia parado de tentar negar. Era pior: estava completamente apaixonado pela irmã de criação.
Continua?

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.