Tentação



Cap 6 – Tentação




Mais de um mês havia se passado desde aquela noite... mais de um mês de sonhos, e váááárias missões completas da Operação DDLC. E Draco havia visto minuto por agonizante minuto se passar tentando negar que estava obcecado pela irmã de criação... Já não tentava negar que se sentia atraído, porque uma semana após ‘o incidente’ isso se tornou inútil à altura do centésimo banho frio que havia tomado.
O que tentava e precisava negar era essa vontade ficar perto dela a todo momento...ouvir a risada dela...a voz dela...quebrar as pernas de qualquer homem que chegasse perto dela... beijar.. abraçar... sentir... NÃO!
Precisava parar com isso! Pansy! Precisava pensar na Pansy... Ok... isso não daria certo. Se forçou então a pensar naquela atriz de One Three Hill, aquela ruivinha. NÃO! Também não...talvez ele estivesse obcecado pelo proibido, ele pensou em um momento de desespero, então se forçou a se imaginar com Sabrina Bridkalview, a garota que um de seus melhores amigos estava apaixonado...
Não não não! Nada dava certo e todos seus pensamentos voltavam pra sua única e proibida irmã de criação... dançando...
Ele passou a mão no cabelo com uma expressão resignada por saber que mais um dia de tortura o esperava. Seria por pouco tempo... em pouco tempo faria 18 anos e sairia de casa, se assegurava enquanto descia a escadas pra preparar seu café da manhã antes que alguém, aka Gina, acordasse. Sabia que com os pais viajando e depois de outra briga e reconciliação com Hermione, Ron não iria para a escola hoje. Restaria apenas ele e a ruiva que ele tentava evitar... A vida não é maravilhosamente justa? Mas se tivesse sorte somente teria que vê-la no carro quando estivesse a caminho da escola...
Ao chegar na cozinha, entretanto, teve certeza que Deus devia estar fazendo alguns ajustes á Lei de Murphy e ele, Draco Malfoy, era a cobaia. O que ele não poderia encontrar. O que ele não queria encontrar... estava inclinada em frente á geladeira pegando o material que ele chutou ser pra fazer um sanduíche.
Ficou estático na porta com a boca ligeiramente aberta e antes que pudesse se controlar seus olhos subiram pelas pernas de dançarina de Gina então quando chegaram à barra da saia ele mordeu a boca precisando tirar sua atenção dali: Do fato de que o proibido estava vestido naquele uniforme do colégio que o deixava à beira da insanidade desde o primeiro dia que Gina começara a usá-lo... meias três quartos, saia desenhada para atormentá-lo, a blusa social apegada levemente ao corpo.. tudo sendo preenchido pelo corpo que ele nunca poderia tocar e ao alcance fácil de suas mãos. Percebendo a possibilidade de outro banho frio pela frente ele sentou na cadeira fazendo o máximo de barulho possível. Dois coelhos com uma cajadada só: acabar com aquela loucura antes que ele se descontrolasse e disfarçar... er.. certos problemas.
Ao ouvir o barulho Gina deu um pulo e o alface que estava em suas mãos caiu no chão. Seeeempre desajeitada... vai Gina, faz essas coisas idiotas bem na hora que ele chega mesmo. Okay... tá tudo sob controle... disfarça... sorri! Isso! Sorri, sempre dá certo – pensou então fez exatamente isso: riu um pouco então falou ainda sorrindo - “Bom dia, sumido!” Eu queria é saber porque ele tá tão sumido ultimamente... pelo menos ele não brigou comigo ainda...
“Bom dia” – respondeu em um tom leve, se concentrando na cor da parede da cozinha... no alface... na marca do detergente. Qualquer coisa que não fosse a vontade de continuar a fitar descaradamente qualquer parte de Gina – “Acordou cedo... você tem que chegar mais cedo hoje?”.
E agora ele vem com essa conversa à toa... To começando a achar que a Mione tava viajando em achar que era ciúmes... ele tá é com vergonha por mim por saber que eu gosto dele... aiiimm.. Que micão! “Não... só quis arrumar o nosso café hoje que a mamãe não tá aqui” – respondeu da pia então virou novamente para a mesa com o alface limpo numa tigela olhando direito para Draco pela primeira vez no dia. Teve que se segurar pra deixar a boca fechada. Ô meu Deus e ele tinha que aparecer assim aqui com o cabelo molhado, com esse cheiro de banho.. aimmmm. Essa gravata solta desse jeito sexy... Pára Gina! Pensa no alface! – “Duvido que você ia comer algo que preste sem ela aqui. Aposto que ia só comer um sucrilhos e pronto”.
“É... – respondeu olhando pro presunto em cima da mesa – “provavelmente...” – falou sem prolongar o assunto parecendo, aos olhos da ruiva, desconfortável.
Poxa... ele só olha pro presunto... Afff, também, quem tá acostumado com a Pansy fica intrigado até com um presunto... Nossa... eu tô pior que porco morto na percepção do Draco porque ele nem olha pra mim..
“Gina, já que você tá com a mão na massa faz um sanduíche pra mim?”.
Tudo pra você, Draco... só pedir e eu faço... Okay é fato: eu sou uma pervertida ou então to virando o clone do Colin... “Seu folgado!” – brincou já pegando outro pão pra fazer o sanduíche, então percebeu pela primeira vez que aquele era um horário muito incomum para o loiro levantar mesmo em dia de aula, e pela expressão no rosto dele a noite não parecia ter sido passada dormindo. Ai meu Deus... ele saiu ontem com a Pansy porque a mamãe não tá aqui pra brigar que é dia de semana – “Ei, você... você tá chegando agora em casa?”. Se ele tá chegando agora e tá com esse jeitinho de banho tomado... – arregalou os olhos de um jeito tão exagerado que até Draco, ainda concentrado no presunto, percebeu. Ai meu Deus! Será que ele dormiu com a Pansy? E tomou banho com ela e...ai eu vou passar mal...
“Não, por quê?” – perguntou a olhando com uma expressão confusa – “Gina, você tá bem?”.
“Então você dormiu em casa, né, Draco?” – perguntou com uma expressão de louca sem dar atenção às perguntas de Draco – “Hein?”.
“Dormi, porque?” – perguntou olhando, agora, preocupado.
Graças a Deus...”Nada não...perguntei só por perguntar...” - pegou o sanduíche dela que já estava pronto – “Toma Draco.. pode ficar com o meu sanduíche também, decidi que vou comer só fruta hoje de manhã”. Porque senão vou passar mal de verdade depois desse susto...
“Nahh, você tá é com preguiça de fazer um pra mim, que eu sei!” – brincou devolvendo o prato para ela – “Pode deixar que eu faço o meu...”.
“Não, Draco, come esse aí que eu vou fazer outro, eu sei que você vai querer outro mesmo... eu só perdi a vontade mesmo”.
“Certeza?”.
“Humrum” – respondeu, indo pra geladeira e, depois de abri-la, se abaixou pra pegar a vasilha que a mãe havia deixado pedaços de melancia já cortados e sem sementes.
Ao sentar-se à mesa de novo e começar a preparar o segundo sanduíche de Draco ela o olhava discretamente percebendo que ele parecia completamente alheio à sua presença. Humpf... agora ele nunca mais olha pra mim...quando eu era bruxa da montanha ele me olhava toda hora...eu só me lasco... – pensou, sem saber que o outro estava se controlando pra não olha-la, pois tinha medo do que poderia acontecer, mas quando ela acabou de fazer o sanduíche e pegou o primeiro pedaço de melancia tudo pareceu estar em câmara lenta. (N/A: só pra explicar o que o Draco faz quando eu falo que ele imitou a Gina no próximo parágrafo - o que ele fez foi tipo o que nós fazemos quando vamos dar comida pra uma criança, ou vemos alguém passando batom, sabe? Sem nem perceber imitamos a ação abrindo a boca.. Okay.. agora podem ler! Hihi).
Ele acompanhou cada centímetro que a mão dela viajou até chegar na boca. Aquela boca vermelha e pequena... Ela colocou o primeiro pedaço de melancia na boca e chupou o dedo como todos fazem de vez em quando ao comer uma fruta suculenta, sem perceber que Draco havia imitado seu movimento com a boca de tão concentrado que estava naquilo. Quando viu uma gota tímida escapar daqueles lábios que o incendiavam, todo seu auto-controle o deixou e ele se viu aproximando lentamente daquela fonte de pecado que ele tanto queria mergulhar. Antes que ela pudesse ao menos imaginar o que ele faria, Draco tocou sua face e passou a língua sensualmente pelo caminho que aquela seiva rósea havia marcado na pele clara de Gina então capturou aqueles lábios que ele tanto desejava em um beijo lento, mas que demonstrava a desesperação que ele sentia...
“Draco?” – falou Gina passando a mão em frente o rosto do irmão de criação.
“Uh?” – perguntou voltando à realidade só agora percebendo que mais uma vez havia sonhado acordado.
“Você tá bem? Viajou aí olhando pro tempo...” – falou Gina ainda o olhando como se ele estivesse doido, então se levantou da mesa indo para a porta – “Vamos logo antes que a gente chegue atrasado?”.
“Vamos... “ – respondeu tentando se controlar novamente e não olhar para Gina naquele uniforme. – “Vou só pegar meu caderno... eu deixei lá em cima” – falou já saindo da cozinha amaldiçoando a si mesmo por saber que não teria tempo pra outro banho.
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“Vem cá Gina! Rápido!” – falou Colin em um tom de conspiração brincalhão acenando pra ela vir pra onde ele estava no corredor quase vazio após dez minutos do final da última aula. – “Abaixa, senão ele vai ver a gente!”.
“Que foi?” – murmurou já sorrindo por saber que, pelo jeito do amigo, veria algo interessante, então abaixou-se um pouco pra olhar pro final do outro corredor onde Harry falava mostrando seu melhor sorriso para uma menina de cabelos loiro-escuro e olhos cor de mel.
Riu um pouco da curiosidade da ruiva que prontamente havia assumido a posição certa pra espionagem então respondeu em tom baixo - “O Harry deve estar tentando de novo convencer a Paty a sair com ele... torce aí, miga, se ele levar outro fora já vai ser o quinto! Acho que ele nunca tinha levado nem unzinho e agora a Paty tá batendo todos os recordes”.
“Sério, o quinto? “ – perguntou Gina se encostando na mesma parede que Colin estava, mas um pouco em baixo da cabeça dele. – “Ela é doida?” – perguntou genuinamente curiosa. – “Tá pior que a Sabrina com o Blaise...”.
“Ou doida ou cega...né, amiga? Porque pouuuutz...” – resmungou exasperado.
“Talvez ela já goste de outra pessoa e por isso não quer ficar com ele... Ixi...” – falou ao ver que a Paty o olhava como se ele estivesse fazendo uma piada ruim – “Pelo jeito ele vai levar o quinto mesmo...”.
“Ihh, miga... coitado do Harry, vai se lascar de novo... a gente devia dar uma de cupido pra ele também...” – falou ainda olhando a cena se desenrolar e Gina voltou à posição em pé normal e o puxou pra ele parar de espiar – “Que foi?” – perguntou ao ver a expressão confusa da amiga.
“Colin.. você não sente ciúmes não? Quer dizer.. você sempre gostou do Harry e agora que vocês estão próximos você não liga dele estar gostando de alguém?”.
“Gina eu posso parecer doido, mas não sou... O Harry é hetero, eu nunca tive chance com ele... já chegou a hora de eu me despedir dessa obsessão...” – olhou de novo pra onde Harry estava e continuou – “E também, agora eu comecei a vê-lo como um amigo de verdade, sabe? Ele não me julga e não se importa com as minhas brincadeiras... ele não é burro de não entender o que eu falo, mas nem se importa e leva na brincadeira mesmo... e nós conversamos sobre tudo, até sobre a Paty ele já falou comigo”.
“Que bom, Colin, eu tava com tanto medo de você se machucar agora que o Harry parece estar interessado de verdade em alguém...”.
“Nahh... agora eu gosto dele só como amigo mesmo... um amigo sexy e gostoso que dá vontade de bater minha cabeça no poste quando ele sorri, mas eu sobrevivo. Eu sobrevivo ao Draco, Zabine, Príncipe Willian, Colin Farrel... tanta gente... só mais um!”.
“Hieuheieuehieu só você mesmo pra falar isso...Eita! Olha, olha, Colin! Acho que ele vai chamar ela pra sair agora!”.
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“Eu te falei que faria você tirar notas mais altas do que precisava... Então... agora você não acha que eu mereço um prêmio?” – perguntou Harry olhando diretamente nos olhos de mel, sabendo que isto conquistou todas que ele quis, até conhecê-la.
Com a face ligeiramente afogueada ela saiu da parede onde Harry havia conseguido emboscá-la decidida a colocá-lo no lugar dele. Pensar, entretanto, é mais fácil que falar – “Ahn...”.
Ele deu um sorriso sacana por ver o estado em que ela estava se aproximou mais ainda quase a colocando contra a parede novamente. “Você sabe que sim... e o que eu quero é que você saia comigo... hoje” – falou com um jeito confiante que a tentava desesperadamente a mudar de idéia e aceitar logo.
Indignada consigo mesma pela atração que sentia por um dos garotos populares ela se forçou a mostrar uma expressão de falso remorso em sua face. “Ah, mas isso é impossível, Harry. Professor e aluno não podem sair juntos...” – falou com um pouco da confiança de volta – “Eu nunca faria algo contra as regras do colégio, faria?” – falou sorrindo inocentemente como se o provocasse.
“Falou a garota que o sobrenome parece ser ‘vá falar com o diretor agora’” – parou e fez uma expressão pensativa – “Não foi isso que você falou que o professor gritou na semana passada? ‘Patrícia, vá falar com o diretor agora’? Três dias de suspensão, né? É... realmente você não faz nada contra as regras”.
“Uma casualidade... só uma casualidade” – falou começando a se virar pra ir embora. – “E também, eu ainda não vi a nota de química... acho que eu não fui bem na prova não. Tchau, Harry”.
Ele ficou olhando ela se afastar e pensou que essa punição por fumar realmente não havia sido ruim. Nem um pouco ruim – “Essa mulher ainda vai ser minha” – murmurou para si animado pelo desafio, mas um pouco indignado pelo quinto fora do mês.
“E aí, Harry? Deu sorte dessa vez?” – perguntou Colin andando em sua direção de braços dados com Gina.
“Nah... essa guria é doida, eu sei que ela quer sair comigo, mas ela continua negando”.
“Te falei que ia ser difícil, Harry” – falou Gina – “A Paty não é o tipo que está pulando diante da possibilidade de sair com um dos jogadores de basquete como o resto da escola...”.
“É, eu percebi... mas não é possível que ela não tenha percebido que eu não sou do jeito que ela pensa...”.
“Você vai ter que continuar tentando, se estiver mesmo gostando dela” – falou Colin.
“É, eu sei... você vai ficar pra assistir o treino? Você devia tentar entrar pro time, Colin, ainda tem vaga pra meio de campo e na semana passada lá no parque todo mundo achou que você joga bem”.
“Não, meu lance é mais olhar mesmo... ficar suado não é comigo não” – parou, então sorriu sarcasticamente. – “Pelo menos não jogando basquete”.
“Hieuheieuheieueiuh, besta...” – falou Gina ao entender o que o amigo queria dizer. O Colin só pensa besteira... - “Você sempre pode olhar no vestiário depois dos jogos” – falou, brincando.
“Humpf... como se fossem deixar eu ver o que eu quero” – riu, olhando no relógio. – “Vou é pra casa dormir, morram de inveja. Me liguem se forem fazer alguma coisa à noite” – falou e com isso imitou o caminho que Patrícia havia feito alguns minutos atrás.
“Vamos então, companheira de dor de cotovelo” – brincou Harry, pegando-a pela cintura e começando a andar para a quadra.
“Pelo menos você só leva foras, Harry” – riu da cara indignada que ele fez. – “É verdade! EU tenho que agüentar saber que outra pessoa está se agarrando no que era pra ser meu... e ainda tenho que ouvir a voz esganiçada dessa pessoa no meu ouvido três vezes por semana durante os ensaios da Fawkes. (N/A: nome do grupo de cheerleaders Junior/sênior de Hogwarts).
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Ele sabia que não devia estar ali... sabia que ficar quase em frente à entrada da quadra de basquete apenas vinte minutos antes do treino não poderia ser uma boa idéia, mas ao sentir um corpo contra o seu depois da tensão diária que passava ficando perto de Gina, era difícil não fechar os olhos e se deixar enganar que os cabelos que ele acariciava não eram loiros, mas sim ruivos e que a boca era pequena e suave... Fantasiar que ao abrir os olhos veria aqueles de cor amendoada que o atormentavam todas as noites
Um grito brincalhão daquela que há um mês o ensandecera, o tirou da fantasia que ela mesma era a parte principal. Ele abriu os olhos automaticamente precisando ver Gina rindo daquela maneira, mas a cena que se desenrolava à sua frente fez seu sangue ferver.
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“Tá, Harry, eu já disse que vou convencer a Paty de sair com a gente um dia!” – falou Gina revirando os olhos e rindo depois da décima vez que o amigo pediu pra ela ajudá-lo a conquistar a única menina que havia lhe dispensado, enquanto caminhavam de braços dados para a quadra. – “O problema é que ela sabe que eu sou sua amiga e vai desconfiar se...” – ficou estática diante do que via.
Draco estava encostado em um canto da parede com as pernas ligeiramente abertas e uma Pansy sem senso de moralidade encaixada no meio delas. Como sempre ela parecia querer devorar o loiro pra todo mundo ver, mas o que chamou a atenção de Gina naquele instante foi o fato de que Draco não parecia distante, como sempre, ao beijá-la. Desta vez ele parecia estar quase em êxtase, como se ali fosse o lugar que ele poderia ficar o resto da vida e sorrir com isso.
“Gina...” – Harry falou baixinho em um tom calmo enquanto observa a cena. – “Gina, calma, não tem nada de novo ali... se controla Gina...” – falou a última parte ao ver lágrimas começarem a se formar nos olhos da amiga.
“Olha o jeito que ele tá, Harry... ele tá a abraçando como se precisasse dela pra viver... ele nunca fez isso” – choramingou.
“Gina, olha pra mim” – pegou no rosto dela limpando as lágrimas que já começavam a escorrer e a obrigou a olhar pra ele. – “Você não pode demonstrar que tá mal por causa disso agora... a Pansy parece burra, mas não é...”.
“Eu não quero mais saber disso, Harry... não quero mais saber de nada, eu cansei... tudo que eu consegui com isso foi afastar o Draco de mim e fazer com que ele brigue comigo o tempo todo”.
“Gina, eu já menti pra você alguma vez?”.
“Não... “ – limpou o rosto um pouco. – “Mas o que isso tem a ver...?”.
“Olha pra mim, eu to te falando agora que eu tenho certeza absoluta que o Draco é louco por você”.
“Mas...olha como ele tá...” – recomeçou a choramingar.
“Não importa o jeito que ele tá agora, eu tenho certeza que ele é apaixonado por você e pode não parecer, mas o jeito que ele tá te tratando é um ótimo sinal”.
“Você acha mesmo...?” – disse, o olhando com um sorriso pequeno. – “Se você estiver errado e eu sofrer à toa, eu vou falar pra Paty que você é gay”.
Ele percebendo que aquela ruivinha já estava dando a volta por cima, riu um pouco e seu olhar brincalhão voltou. – “Ah, é? Não sabia que você com essa cara de anjo era vingativa não! Isso está errado e eu, como irmão mais velho honorário, tenho que te dar um castigo” – falou, já se aproximando com as mãos levantadas do jeito que eles (irmãos) sempre faziam quando iam brincar com a caçulinha.
“NÃO!” – gritou Gina entre risos e tentou correr, mas já tinha sido capturada pelo abraço de urso de Harry. – “Harryyyy, pára! Heieuhieuheieheheih”.
Eles riam descontraidamente e Gina tentava sair do abraço entre gargalhadas sem perceber a chegada de um Draco possesso perto de si, ou mesmo a de Pansy, que o seguia com uma expressão indignada.
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Ficou estático olhando sua Gina ser agarrada por Harry em um abraço de cócegas que ele brincava de dar quando podia ficar com ela sem sentir como se cometesse um crime. E ela parecia estar se divertindo, o que só aditava a raiva de Draco. Notando a ausência do loiro no beijo, Pansy não teve nem tempo de reclamar antes de ser praticamente empurrada de cima dele.
“Ahhh, Harryyy! Heiueheiehi, pára!”.
Com os olhos azuis acinzentados transformados em algo como a cor de uma tempestade e os punhos fechados, Draco se aproximou do casal que brincava alheio à sua presença, então com uma expressão fria e desinteressada, que contradizia toda a confusão e raiva que sentia diante daquilo, ele chamou a atenção dos dois.
“Hã, hãm.. To atrapalhando?”.
“Oi Draco...” – falou Gina, finalmente saindo do abraço de Harry. – “Nem vi você chegar” – sorriu um pouco.
“É, eu vi... sendo agarrada assim no meio da escola dá pra esquecer mesmo o resto do mundo” – falou, cada sílaba pingando em veneno, que na verdade era só a demonstração do quanto aquilo o machucava.
“Você podia demonstrar mais respeito pela sua irmã, Draco, a gente não tava fazendo nada de mais”.
“Ela não é minha irmã!” – Draco falou de súbito antes que pudesse se controlar como se só o pensamento de que eles eram irmão o deixasse perturbado.
Gina, que estava de cabeça baixa sem saber o que fazer por não ter se acostumado ainda com a natureza fria de Draco em relação a ela, levantou o olhar surpresa pela reação do loiro.
“Mesmo assim... Tá doido? Você não tem o direito de tratá-la assim” – continuou Harry, sem se deixar intimidar pelo gênio do amigo.
“Você nunca se importou com a Gina, Potter! Porque agora parece estar grudado nela todos os dias. Qual é a razão da mudança? Hã? Será que é porque agora ela é mais uma pra você pegar?”.
Harry abriu a boca pra falar, mas Gina o impediu. – “Cala a boca, Draco! Você que nunca se importou comigo nesse inferno de colégio e quando resolveu lembrar que eu existo foi pra me atormentar! Eu não vou ficar aqui ouvindo você falando das minhas atitudes enquanto é você que tá praticamente comendo a Pansy na entrada da quadra!” – gritou possessa, então deu as costas e começou a andar sem dar atenção aos grunhidos raivosos de Pansy.
“Aonde você vai?” – gritou Draco irritado consigo por ter se descontrolado, com raiva, ciúmes e acima de tudo frustração.. somente havia conseguido afastá-la ainda mais.
“Não enche o saco! Eu vou pra onde eu quiser!”. Idiota... tudo tem limites!
“Péra Gina, eu te levo em casa” – falou Harry já a seguindo e Draco sentiu vontade de socar ele por ter a liberdade de ficar com Gina a hora que quisesse, então quando os perdeu de vista passou a mão no cabelo com raiva murmurando pra si que aquilo não importava.
Se esforçou pra acreditar nisso o resto do dia.
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Humpf...hipócrita.. ai que raiva, como é que ele fica se agarrando com a Pansy daquele jeito? – pensava Gina andando agarrada a um pote de um litro de sorvete sem dar bola ao fato de que a blusa do pijama estava ficando molhada pelo gelo que derretia em volta do sorvete. Olhava distraidamente a coleção de DVD’s da casa a procura de algo bem romântico que a desse vontade de comer o próprio cabelo de tanta inveja. – Essa é a solução, mergulhar em autopiedade... hum. Shakespeare in love ou Antes do amanhecer? Ai que triste... nos dois filmes o casal não fica junto...é isso, todos os amores de verdade estão fadados ao fim. – “Snif... por mim ele pode casar com aquela vaca e ter filhinhos com a voz esganiçada” – murmurou ao pegar o DVD de Shakespeare In love e virar pra colocá-lo no aparelho.
Quando finalmente havia começado a ver o filme mergulhando o sorvete em calda de chocolate sentiu seu celular vibrando ao seu lado.
“Oi, Colin...” – falou desanimada lambendo a colher...
“Gina! Se você estiver comendo sorvete sozinha e assistindo filme de romance toda descabelada eu vou pular da janela!”.
“Então pode se preparar pra queda...”.
“Eu não acreditei quando a Mione me falou! Pelo amor de Deus, miga, o que foi que aconteceu dessa vez pra te deixar derrubada assim?”.
“Até parece que o Harry já não te contou... Ele falou que ia te ligar...”.
“Contou, mas eu tinha que perguntar, né? Vai que você queria desabafar?”.
Riu meio sem achar muita graça. – “Ah, Colin... brigada.. mas nem ia adiantar nada desabafar... Não ia apagar o fato de que eu tive que assistir o Draco se agarrando com Pansy mais uma vez e tive que ouvi-lo brigando comigo mais uma vez.” – murmurou sem nem xingar a Pansy de um jeito excêntrico como fazia, o que demonstrava que a depressão do momento era pior do que Colin pensava.
“Miga.. eu vou aí agora... a gente vai ficar escutando o acústico do Maroon 5 e se entupir de comida xingando os homens até a hora de nos arrumarmos pra night! Eu não vou te deixar sozinha!”.
“Hehe.. que night, Colin? Não saio desse sofá nem a pau hoje.. e meu cabelo tá horrível pra sair”.
“Ué, já ouviu falar em água e shampoo, miga? Resolve seu problema...”.
“Não sei, Colin...”.
“Ah não, miga, você não vai ficar aí sozinha! Você tava toda animada pra sair com a gente hoje! O Harry teve um trabalhão de arranjar as identidades falsas, você não pode dar pra trás!”.
“Tá então... você vai vir pra cá agora? Já são cinco e meia... trás logo suas coisas pra se arrumar aqui”.
“Ih.. tenho que escolher minha roupa ainda... daqui uma hora e meia eu to aí!” – falou já animado.
“Heieheieheiuehie” – riu por perceber que ele levaria esse tempo todo só escolhendo a roupa que iria. – “Tá bom... to esperando”.
“Beijo... e larga esse sorvete agora!”.
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Ô meu Deus... por que eu amo esse menino? Dói tanto.. eu não agüento mais... ¬– pensava lembrando da mão firme dele na cintura de Pansy... da outra mão perdida no cabelo dela... o jeito como ele parecia querer sentir tudo dela naquele beijo. – Por que ele estava assim dessa vez? Será que ele tá se apaixonando de verdade pela Pansy agora?Do jeito que eu sou sortuda, não duvido nada... eu vou morrer se ver ele a beijando daquele jeito de novo... o Harry não percebeu mais aquele beijo estava diferente... – levou as mãos pros olhos, que já estavam fechados num esforço de não chorar ao lembrar da cena, sem saber que o próprio Draco a observava a algum tempo da porta do quarto.
Não acreditando que a tristeza da ruiva pudesse ser por causa da briga deles, ele se aproximou da cama sentindo já algum ciúme por pensar que ela só poderia estar desse jeito por ter sido magoada pelo garoto que ela gostava, então tirou os fones de ouvido de Gina e a olhou meio sem graça.
Ela se levantou de uma vez tentando secar as lágrimas que haviam escorrido sem ela perceber então finalmente o olhou diretamente nos olhos com a sobrancelha erguida em um gesto que dizia claramente que ela queria saber o que ele queria. – “Fala Draco.. o que foi agora?”.
“Ahn... Eu sei que já estou me repetindo...” – começou, sentindo-se perdido sobre o que fazer. Nunca havia sido bom em desculpas e, paradoxalmente, estava fazendo isso mais e mais vezes desde que descobrira seus sentimentos pela irmã de criação. – “Mas... eu não sei o que aconteceu comigo hoje à tarde, Gina... desculpa, eu não tinha o direito de falar aquelas coisas...”.
Aimmm, por que ele tinha que vir com essa carinha de arrependido aqui? Draco, eu não vou te perder praquele ganso manco da Pansy. Será que os meninos estão certos e ele está só com ciúmes? “Humf... ainda bem que você sabe... Mais uma vez você foi um idiota comigo, Draco. Uma hora eu vou parar de aceitar suas desculpas!”. Hihi.. olha só.. pareceu até convincente! Até parece, vou te perdoar milhões de vezes se for preciso!
“Eu sei que fui um idiota e só por isso dessa vez eu caprichei nas desculpas! Olha... trouxe até um presente em sinal de profundo arrependimento” – falou, mostrando o DVD de Antes do Pôr do Sol. – “É a seqüência de Antes do amanhecer...”.
“Eu sei...” – falou olhando o DVD, então começou a se derreter lembrando da conversa que tivera com Hermione sobre o comportamento de Draco. Será que ele é igual criança mesmo? Que briga com a menina que gosta e depois vem dar uma florzinha amassada? Ai.. o Draco é tão fofo! - pensava sorrindo um pouco sem prestar atenção em Draco que pedia desculpas e tentava se explicar.
“Gina... desculpa.. eu não queria falar aquelas coisas.. eu só fiquei com medo do Harry estar querendo algo com você...”.
“E se ele quisesse, Draco? A gente conhece o Harry a vida inteira, você sabe que ele é legal...”. Fica com ciúmes, fica com ciúmes!
Ele respirou fundo olhando pra varanda então passou as mãos no cabelo como costumava fazer quando estava confuso. “Eu não sei...”.
“Não importa... Olha, Draco, você tem que entender que eu tenho amigos e o Harry é um deles. Só isso... um amigo e nada mais. E eu tô ajudando ele com a Paty que, se você fosse um bom amigo, ao invés de implicar com ele como anda fazendo nesses últimos tempos, saberia que é a guria que ele está apaixonado”.
“Ah...” – respondeu cabisbaixo lembrando de como estava tratando o amigo ultimamente e, aparentemente, sem motivo, porque ele não estava a fim de Gina e ela, estando a ajudá-lo com outra menina, com certeza não gostava dele como mais que um amigo. Hummm, mas nada indicava que não havia atração entre eles, pensou o ciumento, ainda desconfiado da proximidade de Harry e Gina.
“Você não precisa ficar me protegendo tanto, Draco... eu sei me cuidar.. e também.. você não é meu irmão, não tem essa obrigação...”. Vamos lá, Draco.. faz alguma coisa, pleasee...
Ao invés de desmenti-la falando que era sim seu irmão, ele ficou a olhando com uma expressão indecifrável, como se tentasse entrar em sua alma, então sem ao menos perceber começou a se aproximar do rosto dela. – “Você não me vê como um irmão?”.
O olhando com a mesma intensidade e deixando seus sentimentos no seu olhar ela também se aproximou um pouco. – “Você não é meu irmão, Draco...”.
“Eu sei disso... mas você não me respondeu o que eu perguntei... você não me vê como um irmão?” - perguntou pegando de leve em sua mão sem afastar seu olhar e pode sentir que ela tremia.
“Não...” – murmurou sob aquele olhar a queimando.
“Você me vê como, então?” – murmurou baixinho se aproximando ainda mais.
“Er...”.
DING DONG! (som da campainha)
Como se aquele toque queimasse, Draco soltou a mão de Gina e se afastou abruptamente horrorizado por perceber que estava seduzindo sua irmã de criação. Colin eu vou te matar... porque você tinha que chegar logo agora?
“Hum... er.. não me espera acordada, Gina... eu vou sair com a Pansy hoje...” – falou já saindo do quarto sem olhar para trás.
Gina ficou olhando mais algum tempo para a porta com vontade de gritar, espernear, se jogar no chão e arrancar os cabelos de frustração, mas, ao invés disso, respirou fundo então caminhou calmamente para abrir a porta depois da décima vez que haviam tocado a campainha. Esse stress todo ainda vai me dar um câncer... será que ele ia me beijar?
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A música envolvente como plano de fundo para a sedução que o local transpirava... Pessoas bonitas sorrindo com suas bebidas diferentes em cores chamativas... os olhares trocados entre presa e caçador... casais dançando de modo a desafiar a lei física de que dois corpos não cabem num mesmo espaço, tudo.. tudo fazia do The Sin o local perfeito para ver e ser visto, transformando-o no pub mais freqüentado pelos jovens da cidade. O ambiente praticamente feito pra esquecer, entretanto, foi incapaz de arrancar da memória de Gina o olhar prateado de seu irmão de criação se aproximando dela em uma atmosfera de desejo que até então nunca havia existido entre eles. Perguntava-se incessantemente se ele iria beijá-la naquele instante ou se já estaria ficando louca e imaginando coisas, mas sabia que por mais que pensasse nisto nunca saberia a verdade.
“Vamos ficar no bar mesmo” – falou Harry demonstrando que queria mesmo encher a cara depois do que havia acontecido naquela tarde, como havia ameaçado ainda na fila.
“Vamos!” – gritou Ron pra ser ouvido mesmo com a música alta mas antes que pudesse dar um passo pra seguir o amigo foi puxado pela namorada. – “Que foi Mione?”.
“Ron, acredite... você não quer ficar bêbado essa noite” – murmurou mordiscando a orelha do ruivo mostrando que suas intenções naquele dia não era das mais puras. – “Sabia que a gente está junto a mais de um ano, Ron? Vamos dançar” – começou a puxá-lo pra pista de dança.
Olhando com um sorriso abobado e feliz diante das possibilidades da noite Ron só falou “Foi mal, Harry” antes de seguir a namorada deixando os amigos rindo pra trás.
Ainda rindo um pouco da cena que acabavam de presenciar Harry, Gina e Colin foram pro canto do bar que ainda estava com lugares vazios e encontraram Blaise Zabine conversando bebadamente com o bartender sobre o vigésimo fora que havia levado da única menina que gostou de verdade: Sabrina.
Pfff.. tá todo mundo lascado.. esse é o grupo cotovelo... – pensou Gina distraidamente enquanto tirava o casaco que ainda usava. – “Gente eu vou lá na entrada deixar isso aqui em um armário. Vocês querem que eu leve alguma coisa de vocês?” – perguntou chamando a atenção de todos eles.
“Nossa, Gina...” – falou Zabine antes que algum deles pudesse responder em um tom ligeiramente ébrio, mas ainda não estava num estado crítico de exagero alcoólico. – “Se eu não amasse aquela ingrata e o Draco não me matasse eu te pedia em namoro”.
Ficando um pouco vermelha diante do elogio inesperado de um dos caras mais gatos de onde estudava, Gina só riu um pouco sem graça então virou pra ir pros armários não antes de agradecer pela gentileza de Zabine e pegar tudo que Harry e Colin haviam lhe dado pra levar pra guardar.
Fefyssssssssssssssssssssssssssssss
“Draaaky, vamos dançar...” – falou Pansy se insinuando para Draco enquanto tentava continuar dentro do cinto que havia chamado de saia naquela noite, fazendo-o se perguntar porque a namorava.
A loira de maneira alguma poderia ser chamada de feia, entretanto sua beleza era enjoativa e falsa, mas para um jovem de 17 era perfeita, tanto pela abundância de suas curvas, quanto pela sua ânsia de mostrá-las e fazer uso delas. O que mais um homem poderia querer quando não gostava de ninguém de verdade? O problema era exatamente este: e quando ele gostava de outra pessoa?
“Não, Pansy... eu quero algo pra beber” – respondeu tentando se desvencilhar dela e com isso a colocando de frente para o bar.
No momento em que viu uma ruiva conhecida sentada ao bar rindo com Harry Potter, Blaise Zabine e Colin Creevey ela soube que se quisesse aproveitar a noite com o namorado não poderia deixá-lo ir ao bar. Ou melhor... teria que sair do The Sin. – “Você tá parecendo tão desanimado hoje, Draco... porque a gente não vai lá pra casa agora, hein? Meus pais já estão dormindo a essa hora...”.
“Pansy, eu não quero saber o que seus pais estão fazendo, o que eu quero é beber algo e fazer essa noite mais aturável, dá pra você parar de me agarrar e me deixar fazer algo simples como pedir uma bebida sozinho?”.
“Ai, Draco, por que você sempre tem que ser tão grosso? Eu não fiz nada...” – Pansy falou sem manha alguma demonstrando que até ela mesma tem limites.
“Olha Pansy... foi mal, tá bom? Eu vou pegar algo pra beber e depois a gente pode ir dançar do jeito que você quer. Agora me deixa” – falou irritado, mas, por saber que não estava sendo razoável com a menina independentemente dos seus sentimentos por ela ou qualquer outra, se condicionou a dançar com ela.
“Oba! Pode deixar, Draky, fica aí que eu vou buscar algo pra você” – falou e depois o beijou. – “O que você quer?”.
Respirando fundo e pensando que a menina não tinha um pingo de respeito próprio ele respondeu que queria só uma Smirnoff Ice. Alguns minutos de paz se passaram e a loira voltou com a bebida e, como ele havia prometido, eles foram pra pista de dança no lugar mais longe do bar pra dançar.
Fefyssssssssssssssssssssssssssssssss
Pffffff, to lascada hoje mesmo... o Colin flertando com o bartender, o Harry e o Zabine trocando dores de cotovelo e eu sozinha depois de ter sido quase beijada pelo homem que eu sonho todos os dias... será que ele ia me beijar?... Ai meu Deus, eu preciso ficar sozinha daquele jeito com o Draco de novo! Ai... acho que to meio tonta... caramba, sou muito fraca pra bebida mesmo, só tomei dois coquetéis bem fraquinhos... – Colin... eu vou ao banheiro, viu? Agarra esse cara logo!” – brincou, fazendo o amigo rir.
“Só depois do expediente acabar, miga... só depois que o expediente acabar”.
Andou alguns passos desviando das pessoas sem fazer contato visual com homem algum, tentando afastar a possibilidade de ser arrastada pra uma daquelas conversas chatas e enfadonhas que acabariam em um ‘vamos pra um lugar mais calmo pra conversar melhor’ então quando já via a porta do banheiro, o tão desejado e adorado banheiro, foi de encontro ao corpo de outra pessoa. Caramba, eu tava prestando tanta atenção pra não esbarrar em ninguém e foi só ver o banhei... Draco! ...
“Ahn.. OI.” – berrou, no meio da música.
Ele, sem saber ainda o que fazer com o que havia acontecido no quarto dela a algumas horas atrás apenas sorriu sem graça. – “Eu não sabia que você vinha aqui.. Como você entrou?”.
“Harry e o Colin”.
“Ah, o Harry arranjou identidade pra vocês?”.
“Foi, heieuheieuheiuh,” – riu meio sem graça sem saber se deveria esperar outra briga por causa do Harry.
“Ah... tá...”.
“Eu... anh.. vou indo então. Tchau!” – falou alto, perto do ouvido dele o que fez os dois se arrepiarem com a proximidade inesperada, então quando começava a se distanciar novamente para ir ao banheiro ele a segurou onde ela estava perto de si a chamando pra dançar.
Hã? O que? Como? Quando? Brigada Deus! Vontade de fazer xixi que se dane! – pensou enquanto era levada por Draco lentamente até a pista de dança esbarrando entre corpos desconhecidos dançando sem pausa... a luz rodando freneticamente na escuridão do local e a fumaça somente aditavam àquele clima de pecado em grupo que dava ao nome do pub todo um realismo.
Rodeados por dezenas de corpos dançando freneticamente, chegou um instante em que Draco parou, ficando de frente para Gina, então a olhou parecendo sem graça com a situação. Ah não! Agora você vai dançar! ¬– pensou Gina que percebendo que esta podia ser a chance de ter um momento somente deles não afastou seu olhar do dele então começou a dançar acompanhando a música de um jeito que, apesar de ser ainda um pouco tímido, era sensual como a música pedia. Draco ficou a olhá-la por alguns segundos notando que ela havia fechado os olhos e dançava parecendo estar solta do mundo. Seus cabelos soltos caiam sobre sua face, deixando-a ainda mais sexy e proibida pra ele. Percebendo que não poderia ficar parado babando na irmã de criação ele chegou um pouco mais perto e começou a dançar daquele jeito masculino e sexy que só alguns conseguem.
Perdida no momento Gina levantou os braços e passou a dançar mais lentamente olhando pra ele, mexendo a cintura sensualmente e nem um minuto se passou até que ela sentiu o toque quente de Draco na sua cintura a trazendo um pouco mais perto. Agora eles não dançavam sozinhos, mas sim um com o outro e a cada segundo pareciam ficar impossivelmente mais perto um do outro.
Mordendo a boca um pouco ela fechou os olhos novamente não acreditando no que iria fazer então levou a mão tentativamente até a nuca do loiro mergulhando os dedos no cabelo dele pra depois deixá-la deslizar pelo pescoço e depois pelas costas dele. Já perdido da música e naquele contato tão desejado Draco a apertou ainda mais contra si passando suas mãos nas costas quentes dela. Ai meu Deeeeeeeeeeeeeeeuuuuuuuussssssss. No momento em que sentiu o contato direto com a pele dela ao deixar seu dedo escorregar pra debaixo da blusa dela, ele soube que morreria se negasse seus sentimentos um dia a mais. Respirações curtas... uma camada fina de suor aumentando ainda mais o contato... o arrepio deixado a cada centímetro em que seus corpos se tocavam.
Eles se moviam em sincronia agora abraçados um ao outro completamente alheios às pessoas a sua volta ou mesmo à realidade... Naquele instante o mundo era deles e a música que os embalava era ainda mais lenta e quente.
Os olhares se encontraram novamente... bocas entreabertas... faces tingidas do rubor do momento... dificuldade de respirar normalmente... o toque.. eles pertenciam um ao outro neste outro mundo e somente isso era verdade naquele instante. Draco mais uma vez aproximou sua boca dos lábios que tanto quisera beijar naquela tarde e tanto desejara a vida inteira sem perceber... até que centímetros antes de tocá-los, sentiu-se sendo puxado de volta pra realidade pela voz esganiçada de sua namorada.
“Nossa, Draky, até que enfim te achei...” – falou o puxando para si. – “Ah, é você Gina.. brigada por cuidar do meu namorado pra mim. Vamos Draco.” – falou já o puxando pra longe daquela ameaça ruiva.
Gina ficou a olhar o caminho que fizeram boquiaberta e ainda muito perplexa pra pensar qualquer coisa ou mesmo xingar Draco até a quinta geração por ter se deixado levar tão facilmente, mas depois do terceiro esbarrão de um cara estranho dançando desesperadamente, a ruiva saiu de seu estado de choque e o xingou com toda veemência, sentindo-se com a mesma vontade de arrancar os cabelos que experimentou mais cedo naquele dia.. Ainda sai com cara de peixe morto... frouxo, imbeciiiil, babaca FROUXOOOOO! Urgh, que ódio!
Fefysssssssssssssssssssssssssss
¬“Uma tequila, por favor” – pediu em um tom irritado para o bartender que naquele momento conversava animadamente com Colin. – “Dose dupla, se isso existir”.
“Izzzo aí Ggginaa!” – brindou Blaise para o ar. – “Vamoz encher a cara e ezzquecer até do nozzo nome! Do nomme daquela ingrata!”.
“O que aconteceu, Miga?” – perguntou Colin esquecendo temporariamente do bartender. – “Você nunca bebeu, tá doida? Você vai capotar com uma tequila!”.
“É!Vamozzz capotar!” – riu-se Zabine quase derrubando o drinque azulado que estava a beber.
“Se você visse o que acabou de me acontecer iria me dar razão!”. Imbecil, sai igual um cachorrinho atrás daquela vaca! Eu vou me acabar essa noite e não quero saber de mais nada!
“O que aconteceu?” – perguntou Harry chegando da pista após ter dançando com uma garota, percebendo a expressão indignada de Gina.
“É, miga, você ainda não falou...”.
“O que aconteceu? Aconteceu que eu sou uma idiota de me apaixonar por alguém que nunca vai escolher ficar comigo”.
“Vizzzze, somos dois ent- ik-ão!” – rui Zabine começando a sessão de soluços da noite.
“Três, né...” – falou Harry referindo-se a ele mesmo.
“Quatro, você quer dizer... Porque eu também me lasquei, gostando de quem gosta de mulher!” – falou Colin rindo da situação patética em que eles estavam então gritou pro barman. – “Evan? Ao invés dessa tequila dupla trás mais quatro”.
“Você vai beber também?” – perguntou Gina já se animando por não estar sozinha na fossa.
“Você não achou que seu primeiro porre ia ser sem mim, né, miga!” – falou Colin bem a tempo das bebidas chegarem. – “Vamos encher a cara até esquecer dos nossos nomes, né Zabine?”.
“YEZZZZZ!” – gritou, animado já esticando o braço pra pegar o sal e quase caindo da cadeira no processo.
Fefysssssssssssssssssssssssss
Raiva, impaciência, desejo, ciúmes, saudade, vontade, calor, raiva, ciúmes, raiva, ciúmes, tentação, desejo, vontade... ciúmes...
Uma confusão de sentimentos tomava conta de Draco enquanto ele beijava a namorada na tentativa de calá-la para que ele pudesse reorganizar os pensamentos, mas era impossível... não importando o que fizesse, a memória do corpo dela tão perto do seu o deixava tonto. Tentava se livrar da imagem dela dançando de olhos fechados a sua frente... de sua pele quente contra a sua... e finalmente a hora que ela olhou pra sua boca poucos segundos antes dele aproximar seu rosto. Poderia ela estar querendo o mesmo que ele? Não... até parece que Gina o queria dessa maneira...
Olhou novamente para onde Gina estava no bar e a viu colocando sal na mão, imitando os amigos. Draco sentiu mais uma vez a raiva por não poder ficar perto dela e seu sentimento se refletiu em seu corpo o fazendo abraçar Pansy mais forte, que confundiu o ato como um incentivo para ela continuar beijando seu pescoço.
Naquele momento, entretanto ele nem mesmo sentia que estava abraçado a Pansy... só tinha olhos para Gina... as caretas que ela fez ao tomar a bebida e chupar o limão logo depois... o modo como ela ria de algo que Harry havia falado ou Blaise havia feito. Eles eram seus amigos antes mesmo de serem dela, então por que ele não estava ali também protegendo a ruiva? A fazendo rir? A levando pra dançar como Potter fazia como se fosse a coisa mais simples do mundo? Mas era simples pra ele... afinal o Harry não fora criado pelos Weasleys e estava louco pela irmão de criação, não é?
Sentiu um ciúme inexplicável ao ver a mão de Harry alcançar a cintura que, a menos de uma hora atrás, era sua mão que tocava. E raiva.. raiva de si mesmo por ser tão covarde.. raiva de Pansy por puxá-lo quando ainda não pensava direito.. raiva de Harry por poder tentar beijar Gina sem nenhum empecilho... raiva do mundo por saber que nunca poderia ter a mulher que ama... Ama? A amava? Se tivesse pensado um segundo sequer sobre isto saberia a resposta, mas estava muito concentrado no ciúme que sentia a cada centímetro que Gina se aproximava de Harry pra pensar em um assunto perigoso como este. É lógico que não a amava! Não poderia a amar! Simples assim...
Nesse momento sentiu sua raiva aumentar ainda mais e, para o deleite de Pansy, ele começou a beijá-la ferozmente como se quisesse punir Gina e mostrar para si que não importava com quem a ruiva dançasse. Apertava sua cintura como desejava Gina... beijava-a como precisava de Gina... mordia a boca diante de si como queria a de Gina, acariciava os cabelos loiros como ansiava acariciar os ruivos de Gina.. e enquanto isso a olhava intensamente sem perceber o quão perturbadora era aquela imagem pra própria dona de suas fantasias.
Fefyssssssssssssssssssssssssss
WOWWW negóciozinho interessante essa tequila! A vida é tão engraçada! Nossa mãe, que calor! Hummm.. será que aquele negócio vermelho que o Blaise pediu é bom? – pensou então começou a rir de algo que Colin havia dito sem nem mesmo ter ouvido o amigo. – “Harryyy, pede aquele negócio vermelhinho que o Blaise tá tomando?” – falou em um tom ligeiramente estranho, mas não estava bêbada a ponto de trocar as pernas ainda. Mas também... ainda não havia dado tempo da segunda tequila que eles haviam tomado fazer algum efeito.
“Você vai pazzar mal zze mudar azzzim de bebida, GGina! E também, axxxo que vozê já bebeu demais!” – falou Colin em meio a risadas mostrando, pelo estado em que estava, que as cervejas que tinha tomado antes da tequila tinham acelerado seu estado de bebedeira.
“Você que já tá bêbado, Colin! Eieuheieheih, mas você tem razão” – falou se levantando da cadeira meio cambaleante. – “Não vou beber mais agora não! Mas depois, outra tequila! Vamo, Harry! Quero dançar!” – falou já puxando o amigo que estava apenas um pouco melhor que os outros dois.
Chegando à pista de dança, Gina fechou os olhos se deixando levar pela música, então começou a dançar animadamente como se a cada segundo se libertasse de seus problemas. Em pouco tempo estava dançando com Harry mais ou menos da maneira que dançara com Draco sem, todavia, as sensações que o loiro causava sempre que estivera perto dela. De modo algum estavam agarrados como ficara com o loiro, mas quem os olhasse perceberia que dançavam um com o outro.
Sorria sentindo certa dormência no corpo causada pela tequila percebendo que tudo parecia cada vez mais surreal como se ela estivesse a viver um sonho, então sentiu como se seu corpo estivesse ardendo em febre ao perceber o olhar intenso de Draco enquanto agarrava Pansy. Ele parecia quase enfurecido e beijava a outra com os olhos fixados em Gina como se de algum modo quisesse magoá-la com seus atos. Ele o estava acusando... Mas de que? Isso ela nunca saberia... pelo menos não nessa noite.
Perturbada com a cena que via diante de si e não conseguindo dançar nem mais um segundo sobre aquele olhar a ruiva pegou Harry pela mão e o puxou de volta para o bar, onde encontrou a sua espera mais uma dose de tequila, que virou prontamente.
Fefyssssssssssssssssssssssss
“Ufa!” – exclamou Harry se jogando no sofá mais próximo do que ele e Colin haviam, milagrosamente diante do estado deles mesmo, conseguido jogar Zabine. – “Cadê a Zzina?”.
“Azho que tá pagando o tázzi...” – falou Colin, se aconchegando se nem perceber que fazia isto em Harry, que não ofereceu objeções, pois já estava quase a pegar no sono.
“Ahh, Zabrina!” – murmurou zabine com um sorriso besta no rosto comprovando que estava a sonhar com a Sabrina novamente. – “Hummm”.
Colin começou a rir de Zabine então virou pro Harry. – “Ô Harry, eu zzinto muito mais zhegou a hora deu me dezpedir dezza obsezzão por vozê!”.
“Hã?” – perguntou Harry, com o olhar desfocado.
“Pronto! Me dizz agora que vozê gosta de mulher, única ezzclusivamente de mulher e PUF, vou te ezquecer!”.
“Vozê gozta de mim?” – perguntou Harry com os olhos comicamente arregalados e Colin respondeu acenando com a cabeça exageradamente. – “Nozza... eu penzava que era brincadeira...”.
“Nop! Sem brincadeirazz! Eu zou doido por vozê, mas eu azho que agora vezo como amigo.. só! Mas não tem chanze de vozê ser gay e não zaber ainda não?”. – perguntou ainda com alguma esperança.
“Ih... tem não...eu gozto de mulher...” – respondeu como se quase se arrependesse de ser hetero.
“Zuzo bem.. não é zua culpa!”.
“Mas Colin... eu azho que se fozze gay eu namorava vozê!” – falou sorrindo de um jeito bêbado de consolar alguém que você acabou de dar um fora.
“Quê que voczês ik tão falando?” – chegou Gina com as sandálias na mão então se juntou a eles no sofá.
“Me declarei pro Harry!”.
“Foi? E aí? Zes tão zuntos ik agora?”.
“Nah...” – Harry respondeu quase como se estivesse triste. – “Não gozto de homem azzim não...”.
“PUF!” – gritou Colin quase derrumando Gina do sofá. – “Pronto, cabô! Agora eu eztou livre pra goztar do Evan” – falou se referindo ao barmen que os tinha atendido. – “Peguei o telefono dele ó!”.
Mais um murmúrio de Zabine chamou a atenção de Colin pra uma coisa que ele prontamente falou. – “Ei.. vozê foi a única que não levou um fora.. vozê num pode zer do grupo Gina!” – concluiu como se estivesse com medo de perder a amiga.
“Vozê vai ter que ze declarar, Zina!” – resumiu Harry enquanto sacudia a ruiva que parecia muito mais interessada em dormir até que ela concordou que era necessária a sua declaração de amor pra que ela pertencesse ao grupo dos lascados no amor.
Após finalmente encontrar uma caneta e um papel de fichário com coraçõezinhos que ela, no estado em que estava, achou super romântico, ela começou a escrever:
Draco, você é beeem melhor que tequila! Eu te amo tanto, tanto, tanto... um tantão mesmo... O Colin falou de brincadeira, mas eu achei que ele tem muita razão! Você é o queijo da minha pizza! Eu te amo muito... e sempre amei... mas tipo..eu não sou uma pizza... fiquei confusa... Olha.. eu.. eu quero tomar um porre de você! EU TE AMO!
E continuaram a escrever até que ela achasse que Draco entenderia a analogia complicadíssima da pizza bem como o tamanho do amor dela pelo loiro. A última coisa que a ruiva fez antes de cair na cama sem se preocupar em tirar a roupa ou mesmo o celular do bolso, foi deixar a linda carta de amor dentro do fichário do irmão de criação.

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