O dia dos namorados

No dia seguinte Rebecca acordou bem disposta. Teve um pouco de dificuldade para encontrar a roupa ideal. Queria estar bem para se encontrar com Christian. Pensou, pensou e resolveu pedir ajuda a Hermione que estava acordando agora.
_Caiu da cama, foi? – perguntou Hermione.
_Estou ansiosa. Vou descobrir hoje se ainda tenho namorado ou não... – disse com um sorriso amarelo.
_Claro que tem! O que está fazendo? – ela se sentou na cama.
_Tentando escolher uma roupa, mas não sei qual... Me ajuda?
Hermione ajudou com gosto. Finalmente um dia normal em que o único problema era ajudar a amiga a escolher uma roupa para se encontrar com o namorado. Não demorou muito para acharem, Hermione tinha bom gosto e as duas juntas decidiram logo um look legal. As duas desceram e Rebecca cumprimentou os amigos, estava realmente animada. Tomou o café rapidamente, voltou para o quarto para se arrumar mais um pouquinho, colocou um feitiço em seu presente para que ele ficasse um pouco menor, já que não sabia exatamente qual era sua situação e saiu para seu encontro.
_Tomara que os dois se acertem, né? – falava Hermione.
_É... – responderam Rony e Harry, não muito convincentes.
_Não vão começar com isso de novo, né? Achei que já tinham se acostumado com o fato dela ter um namorado! – Hermione ficou indignada.
_Já nos acostumamos, Mione. – se defendeu Harry.
_É! Só estamos com sono...
_Sei... Escutem, tenho que lhes contar uma coisa. – disse se aproximando dos garotos.
_O quê? – perguntaram ao mesmo tempo.
_Rebecca saiu ontem no meio da noite de novo...
_Pra quê? – perguntou Harry, preocupado. Rony se aproximou ainda mais da mesa.
_Ela disse que ia ao corujal colocar uma carta para o Christian... – disse incerta.
_No meio da noite? – perguntou Rony, desconfiado.
_Ela disse que não coseguia dormir e que gostaria que ele recebesse a carta logo cedo... Eu não acreditei muito, mas ela estava ficando nervosa e eu achei melhor deixar pra lá... O que vocês acham?
_Acho que devemos segui-la da próxima vez que ela sair à noite! – disse Harry dando um soco de impaciência na mesa.
_Seguir pra quê Harry se temos o mapa do maroto!
_Rony tem razão! Ela não deve estar saindo do castelo e vai perceber se nós a seguirmos. – disse Hermione mais animada.
_Então está combinado: da próxima vez que ela sair você nos avisa e ficamos de olho no mapa, ok? – disse Harry.
_Certo! – Hermione concordou.
Rebecca estava um pouco insegura. O céu estava nublado, mas não era um dia tão frio quanto os últimos. A neve estava começando a derreter e algumas flores já coloriam o jardim. Christian estava sentado ao pé de uma arvore jogando pedrinhas no lago. Rebecca se aproximou devagar.
_Oi Christian...
O rapaz se assustou com a chegada repentina da garota, mas recebeu-a com um sorriso. – Oi! – se levantou rapidamente e a enlaçou num abraço terno. Logo em seguida segurou seu rosto e deu-lhe um beijo carinhoso, mas urgente.
Rebecca sentiu um calor percorrer seu corpo assim como no dia do baile. Christian a estreitava cada vez mais em seus braços. Pela primeira vez em muito tempo Rebecca sentiu que tudo ia ficar bem. Christian interrompeu o beijo lentamente, como se não quisesse fazê-lo.
_Desculpe... – disse olhando-a nos olhos.
_Eu é que tenho que pedir desculpas. Fui uma idiota esses dias. – disse sem coragem para olhá-lo nos olhos.
_Você esteve bem estranha, mas aposto que há uma explicação para tudo, não? – disse sorrindo para ela.
_Tem sim. E eu vou te falar qual é...
Rebecca contou a Christian a mesma história que havia contado a Harry, Rony e Hermione, mas ele acreditou sem ressalvas. Estava preocupado com o rumo do namoro e não queria ter mais problemas. O dia foi muito agradável para os dois, passaram muito tempo conversando, contando tudo que tinha acontecido aos dois naqueles dias em que quase não se falaram e matando as saudades dos beijos um do outro. Trocaram os presentes e aproveitaram para andar em volta do lago, dar uma olhada no labirinto que estava sendo plantado para a terceira tarefa, etc.
No resto do castelo o clima de Dia dos Namorados também era total. Havia muitos casais espalhados por todo castelo, desde os jardins, ao Salão Principal. Alguns daqueles que eram da mesma casa preferiram ficar em seus salões comunais, onde o clima era mais ameno. Para aqueles que não tinham namorado ou namorada o dia foi o mais chato possível. Nem todos ligavam, mas alguns não se sentiam bem com todo aquele romance no ar, outros sentiam que lhes faltava algo, outros ainda, como Fred e Jorge preferiam passar seu tempo fazendo bilhetinhos românticos que traziam alguma surpresa para quem os recebia. Geralmente não muito agradáveis...
Ali mesmo no salão comunal da Grifinória Harry, Rony, Fred e Jorge observavam a reação daqueles que eram “contemplados” com um desses bilhetes. Hermione e Gina também estavam observando, mas não estavam se divertindo com a situação. Ficavam com pena, principalmente de algumas garotas esperançosas que recebiam-nos e quando os abriam empestiavam a sala com um cheiro tão ruim quanto das bombas de bosta. Outros lançavam líquidos coloridos que não saiam com água e outros xingavam quem os abria. Foi durante uma dessas aberturas de cartão que Rebecca entrou no salão comunal e desviou por pouco de receber um líquido preto na cara, mas estava tão contente que nem ligou.
_Olá!!! – disse sorridente se jogando no sofá em que estavam os amigos. – Olha que lindo o que eu ganhei!!! – ela estendeu para que Hermione e Gina pudessem ver um unicórnio branco de pelúcia que agitava a cauda e a cabeça quando alguém lhe fazia carinho, carregava uma rosa que nunca murcha na boca e cujo chifre emitia uma luz dourada quando a pessoa que deu o presente estivesse pensando na pessoa que recebeu.
_Ai que lindo!!! – disseram Hermione e Gina quase ao mesmo tempo enquanto pegavam o bichinho da mão da amiga para ver melhor.
_Ai que fofo!!! – disseram Fred e Jorge imitando as vozes das garotas. -Oh Christian! Bem me quer, mal me quer, bem me quer, mal me quer... – os dois cantarolavam dando saltinhos pelo salão.
_Parem com isso! – Rebecca pedia não conseguindo ficar séria diante dos gêmeos.
_Quer dizer então que está tudo bem entre vocês? – perguntava Gina enquanto abraçava o unicórnio.
_Está sim... – Rebecca dizia com um sorriso de orelha a orelha.
_E o que você disse a ele para se explicar? – perguntou Hermione tirando o unicórnio das mãos de Gina.
_O mesmo que disse a vocês! A verdade! – falou tirando o unicórnio das mãos de Hermione quando achou que tinha visto o bichinho fazer uma careta de tanto que foi apertado.
_Ah, claro... – disse Hermione meio desapontada por ter ficado sem o bichinho.
_E o que você deu pra ele afinal? – Rony perguntou descontraidamente.
_Luvas de goleiro oficiais do Chudley Cannons.
_Ele torce para o Chudley?! – Rony perguntou entusiasmado.
_Torce... – Rebecca respondeu rindo-se da reação do amigo. – Só mesmo quadribol para unir vocês, né?
_Mas você não tinha dito que seus tios compraram o presente numa loja 24 horas trouxa? – perguntou Harry, descontraído.
_Eh... eh.... eu achei que fosse, mas eles compraram numa loja bruxa... Não me pergunte como, porque eu não sei! – completou antes que algum deles pudesse perguntar alguma coisa.
Naquela noite nada de especial aconteceu. Rebecca fora dormir cedo, mas desta vez dormiu mesmo. No dia seguinte assistiu às aulas normalmente, passou o almoço e o jantar com Christian e voltou para o salão comunal mais tarde que os outros, mas num horário considerado normal. Foi para cama mais cedo que Hermione e mais uma vez dormiu de verdade. Harry e os outros aproveitaram uma distração sua e foram descobrir se Christian tinha mesmo recebido alguma carta dela no dia anterior. Ficaram confusos quando descobriram que a informação era verdadeira.
Era uma tarde calma. A temperatura começava a subir lentamente com o final do inverno e o pátio da escola ficava cada dia mais cheio. Harry, Rony, Hermione, Rebecca e Christian estavam conversando perto do lago onde a Lula Gigante começava a por seus tentáculos fora da água por causa do clima mais ameno.
_Tô achando legal essa coisa de Torneio Tribruxo, mas já to ficando com saudade de jogar quadribol. – disse Christian.
_É. Eu também to com saudade de fazer uns golaços na Corvinal. – disse Rebecca divertida fazendo o grupo concordar com ela.
_Tá legal! Como se isso fosse fácil!!! – respondeu bagunçando os cabelos da garota.
_Também não vejo a hora de voltar! Eu nem quis entrar nesse torneio, mas entrei e não to me divertindo nada. – disse arremessando uma pedra no lago para ver se atirava mais longe que Rony.
_Também pudera! Enfrentar um dragão, enfrentar sereianos! É demais até para o Menino-que –Sobreviveu. - disse Rony. – Vão começar a te chamar de o Menino-que-não-quer-Sobreviver, isso sim! – Rony conseguiu atirar a pedra muito mais longe que Harry.
_Que coisa mais sem graça para se dizer Rony! – ralhou Hermione. – Você não sabe quand...
_Hermiomini! – Vitor Krum se aproximava do grupo sorridente andando daquele seu jeito desengonçado. – Olá para todos! – disse.
Rony fez uma cara feia, os outros o cumprimentaram gentilmente.
_Oi Vitor! – Hermione cumprimentou-o animada.
_Posso ficarrr com vocês?
_Nós já estávamos entrando. – disse Rony, rabugento levantando-se.
_Acabamos de chegar Ronald! Eu ainda vou ficar por aqui! – disse Hermione puxando Vitor para sentar-se a seu lado.
Rony fez uma cara que ninguém nunca havia visto antes. Christian cochichava alguma coisa ao ouvido de Rebecca e os dois riam. Harry já havia percebido o ciúme do amigo antes, mas estava incerto quanto ao assunto. Não sabia até que ponto seria bom se algo acontecesse entre Rony e Hermione.
_Já está pronto para a terceira tarefa? – perguntou Christian tentando começar um assunto com o rapaz.
_Sim! Me parrece que das trrrês serrrá a mais facill. O que você acha Potterrrr?
_Espero que seja a mais fácil mesmo! Não quero quase morrer de novo! – disse meio incomodado.
Rebecca pareceu não gostar muito da frase de Harry, pois fez uma cara grave.
_Tá tudo bem Rebecca? – perguntou Hermione. –Ai! Tem um bicho subindo no seu pé!!! – gritou Hermione não deixando Rebecca responder a pergunta.
_Ai!!! Droga!!! – Rebecca se levantou nervosa.
_Calma Becca! É só um inseto! – tentou Chirstian.
_Detesto insetos! Detesto! – disse sacudindo freneticamente o pé. – Ai! Eu já volto!
_Mas aonde você vai? – perguntou Harry.
_Não demoro!
Rebecca não demorou mesmo, mas já não era mais a mesma. A conversa continuou por mais algum tempo, mas o humor de Rebecca ficou completamente abalado. Não falou muito e quando lhe perguntavam alguma coisa respondia por monossílabos. Logo a noite caiu, o jantar foi servido e os alunos se separaram para irem cada um para sua casa para mais uma noite tranqüila de sono, ou não tão tranqüila.
Hermione acordou com uma claridade no rosto. Rebecca estava se levantado de madrugada pela primeira vez em muito tempo. Ela não se mexeu, esperou que a amiga saísse do quarto, esperou mais um pouco para ter certeza de que ela não voltaria e então se levantou. Foi até o dormitório masculino e tentou acordar os amigos.
_Harry! Rony! – cochichava tentando não acordar os demais garotos do dormitório.
_Não mãe! Ainda ta cedo! – Rony resmungava.
_Não sou sua mãe Rony! Acorda! – falou sacudindo bruscamente o amigo.
_O que foi Mione? – Harry disse sonolento.
_A Rebecca! Ela saiu faz uns 10 minutos!
Harry deu um pulo da cama e foi direto ao seu malão procurar o mapa. Rony levantou-se também, mas ainda bocejando muito. Hermione se sentou na cama ao lado de Harry e ascendeu a ponta da varinha, Rony se esticou na própria cama ainda esfregando um olho para ver o mapa também.
_Aqui! – disse apontando para um pontinho preto que se movimentava acompanhado por um balãozinho onde estava escrito o nome de Rebecca.
_Parece que ela ta indo mesmo para a sala de DCAT... – disse Rony.
_É! Mas é bom ter certeza. Onde fica a sala Harry? – perguntou Hermione.
_Aqui! – disse apontando. – E Moody está lá dentro...
_Vejam! Ta entrando! – exclamou Rony. - Caramba! Será que ela está mesmo tendo aulas com ele?!
_Há essa hora?! Por quê?! – perguntava Hermione mais para si mesmo que para os outros.
_Não sei Mione, mas agora já sabemos que ela não estava mentindo, pelo menos não de todo... – respondeu Harry, desanimado.
Eles continuaram acompanhando os movimentos do pontinho ainda por algum tempo. Tudo que viram foi ele se movimentando muito dentro da sala por algum tempo, depois saiu.
_Acho que ela está voltando! – disse Hermione.
_Não deu tempo de ter uma aula! Não passou nem vinte minutos que ela chegou lá! – exclamou Rony.
_Acho melhor você voltar para o seu quarto Mione, antes que ela chegue. Amanhã conversamos mais e decidimos o que fazer. – ele fechou o mapa e se levantou para guardá-lo de novo no malão.
_Você está certo, Harry. Vou lá então. Amanhã nos falamos de novo. Boa noite. – disse saindo rapidamente do quarto.
_Noite... – responderam os dois juntos voltando a se deitar.
_Harry? O que você acha disso? Será que Você-Sabe-Quem tem alguma coisa a ver com isso? – perguntou Rony amedrontado.
_Será Rony?! – Harry se sentou rapidamente na cama falando um pouco mais alto do que deveria. Um dos outros garotos do quarto se mexeu na cama.
_Bom, ano passado ela estava estranha assim por causa dele, lembra? – cochichou.
_Claro que lembro! – Harry voltou a se deitar, mas sabia que não dormiria tão cedo. – Temos que descobrir esse mistério o quanto antes. - Virou-se para o lado. – Agora é melhor dormimos. Boa noite Rony.
_Boa noite e tomara que consigamos dormir, né?
Harry não respondeu, mas concordava com o amigo. No outro quarto Rebecca chegava silenciosamente e não demorou muito para se deitar. Ainda se mexeu algum tempo na cama, o que não passou despercebido por Hermione, depois se acalmou e dormiu.
No dia seguinte eles decidiram que não comentariam nada com ela, apenas esperariam para segui-la da próxima vez que ela saísse. Rebecca não suspeitou da desconfiança dos amigos, para ela estava tudo normal. Rebecca não se levantou mais nos próximos dias o que os fez pensar se ela teria descoberto que estava sendo vigiada.
_Ela é leligimente agora! Pode ser que tenha lido nossas mentes! – dizia Rony aos cochichos depois do jantar.
_Ela não usaria legilimencia em nós Rony! – protestou Hermione.
_Mas...
_Shiiii! Ela está voltando... – disse Harry disfarçadamente.
_Voltei!
_Voltou cedo! – disse Hermione para desconversar.
_É, Christian estava meio cansado hoje. Acho que não dormiu direito, tava num mau humor que eu nunca vi! – reclamou.
_Acontece... - concordou Hermione.
_É, eu sei. Vou dormir também, galera! Vocês ainda vão ficar aí?
_Só mais um pouco. – respondeu Harry.
_Então boa noite. – e se afastou.
_Noite... – responderam.
_Vocês acham que ela vai sair hoje? – questionou Rony.
_Acho que sim. Foi dormir muito cedo... – falou Harry.
_Então é melhor irmos dormir também, ou ela vai demorar a sair. – respondeu Hermione.
Os três subiram também e em pouco tempo todo castelo dormia, ou quase todo. Assim como eles desconfiavam Rebecca saiu naquela noite. Mais uma vez Hermione esperou um pouco e foi para o quarto dos garotos para avisá-los. Os três checaram o mapa e mais uma vez viram que ela se dirigia à sala do professor Moody. Os três se cobriram sobre a capa de invisibilidade e saíram pelo buraco do retrato. Tinham dado poucos passos quando ouviram um miado.
_Essa não! Madame Norrra! – espantou-se Rony.
_Fica quieto e ela não vai perceber que estamos aqui. – disse Harry.
Os três encostaram-se a uma parede e esperaram o mais silenciosamente possível, mas não adiantou nada. O gato se aproximava dos três farejando, mas pelo menos não era a gata do Filch.
_Bichento! – Hermione saiu de baixo da capa e pegou seu gato no colo.
_Hermione você não vai levar esse bicho, né? – Rony reclamou.
_Se não o levarmos ele vai nos seguir e aí vai ser pior!
_Ela tem razão! Vamos logo antes que ela saia da sala do Moody! – Harry falou fazendo Hermione e Rony se calarem.
Hermione segurou Bichento o mais firme que pode e os três continuaram sua jornada. Harry olhou mais uma vez o mapa e viu que Rebecca ainda estava na sala do professor. Guardou novamente o mapa no bolso do pijama e continuou. Estavam quase chegando quando Bichento comecou a miar agitado.
_Hermione faz esse gato calar a boca! - Rony dizia, impaciente.
_Nao dá Rony! Ele esta muito inquieto! Não sei o que é. Fica quieto Bichento!
Mas o gato não parava. Quanto mais andavam mais ele se agitava. Até que o grupo percebeu uma sombra no chão que se aproximava.Os três prenderam a respiração e pararam de andar imediatamente. Hermione fazia o possível para manter Bichento quieto, mas não obteve sucesso. Com um miado forte o gato pulou de seu colo em direção a sombra. Os três garotos tiveram tempo apenas de avistar um outro gato preto fugir desesperadamente de Bichento voltando pelo mesmo lado de que tinha vindo.
_Esses dois vão acordar o castelo todo! - Rony reclamava.
_Vocês viram? É o mesmo gato que Bichento perseguiu no salão comunal aquele dia! - falou Hermione saindo de baixo da capa.
_Volta aqui Mione! Enquanto Bichento se distrai nos vamos atrás da Rebecca. - argumentou Harry.
Os três voltaram para baixo da capa, mas não tiveram tempo de andar muito, outra sombra se aproximava pelo mesmo corredor.
_Podem sair dai! Vocês não são mais os mesmos, estão fazendo barulho demais para quem quer se esconder! - Rebecca se aproximava do grupo com Bichento nos braços.
Os três sairam de baixo da capa de invisibilidade envergonhados.
_Onde você achou o Bichento? - perguntou Hermione tentando disfarçar a verdadeira razão para a presença dos três ali.
_O peguei correndo atrás de uma gata. Vocês não desistem mesmo, ne?
_Como você sabe se era uma gata? Você sabe de quem ela é? - perguntou Harry tentando arrancar qualquer pista da amiga.
_Bichento é macho não é?! Presumi que ele fosse correr atrás de uma gata, não de um gato, não? - disse rindo e soltando Bichento para que ele corresse para o colo da dona. - Vocês continuam desconfiados de mim, ne?
_E não era para estarmos?! Onde você estava?! - perguntou Rony, ríspido.
_Como se vocês não soubessem... - disse cínica. - Estava na aula!
_Por que suas aulas com ele são tão tarde? - perguntou Harry ainda tentando fazer a amiga cair em contradição.
_Sei lá! Acho que Moody tem dificuldade para dormir e espera que todos o acompanhem! Vão la perguntar pra ele se não acreditam! - completou rapidamente vendo a cara de incredulidade dos três.
_Não precisa. Acreditamos em você! Afinal, você não mentiria para nós, né? - disse Harry encarando a amiga.
_Claro que não, Harry... - disse desanimada.
Os quatro voltaram para o salão comunal completamente calados. Era óbvio que Harry, Rony e Hermione não haviam acreditado em uma só palavra dita por Rebecca. No dia seguinte o clima continuou péssimo. Rebecca passou grande parte de suas horas livres com Christian no intuito de fugir das caras desconfiadas dos amigos. Ela não os culpava, mas também não agüentava mais aquela situação, então preferiu fugir dela temporariamente. Durante uma dessas horas vagas Rebecca inventou uma desculpa qualquer a Christian e foi ao corujal colocar uma carta. Ela dizia:
"Nao agüento mais! Ta cada vez mais difícil enganar meus amigos. Eles estão muito desconfiados e estão até me seguindo quando saio a noite. Mesmo com o que você me ensinou vai ficar dificil fazer o que me pediu. Acho bom esperarmos até o dia da próxima tarefa, todos estarão entretidos com a grande final, principalmente os três, e não vão notar se eu me ausentar um pouco. Espero que você concorde pois não vejo outra saida... R.R."
_Não acredito! Quer dizer que ainda vou ter que esperar mais?! Droga! - o som de pena rabiscando freneticamente um pergaminho foi ouvida. Naquele mesmo dia Rebecca recebeu a resposta:
"Será sua última chance, ou diga adeus ao amor que seu namorado lhe dispensa..."
_Como se eu tivesse escolha...

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