Onde ela vai?
No dia seguinte ela acordou bem mais leve, tinha realmente conseguido deixar sua mente vazia a tal ponto que não havia nem sonhado. Quando se levantou Hermione já não estava mais na cama e, embora tenha sido a última a acordar não era a última a sair do quarto já que Lilá e Parvati conversavam animadamente sobre encontros que tiveram com dois garotos das outras escolas. Ela se trocou e saiu para tomar café.
Chegando a mesa viu os amigos conversando animadamente. Sentou-se e cumprimentou-os.
_ Bom dia!
_Bom dia! Está animada hoje? – perguntou Harry sorridente.
_Estou bem melhor, mas não quero falar no assunto, OK?
_Sim senhora! – Rony respondeu sorridente.
_Bom dia! – Gina se sentou ao lado do grupo também muito animada. – Eu ouvi dizer que vai haver um baile do dia dos namorados! Vocês estão sabendo de alguma coisa?
_Não. – respondeu Hermione enquanto se servia de um pedaço de bolo. – Mas bem que poderia ter, né? Aposto como muita gente ia ter cartõezinhos românticos para mandar para muita gente! – disse sem pensar.
Gina logo adquiriu a mesma cor na pele que tinham seus cabelos. Para desconversar Harry comentou:
_Você com certeza vai receber um cartão do Krum, já que você é a coisa mais importante para ele, não?
Foi a vez de Hermione ficar vermelha. – A cala a boca, Harry!
Neste instante vinha chegando o correio coruja. Aparentemente não havia nenhuma carta para o grupo, já que nenhuma coruja parecia estar indo em direção a mesa deles. Gina perguntou:
_Você já sabe o que vai dar de presente para o Christian, Rebecca?
_Poxa! Nem tinha pensado nisso. – falou olhando na direção em que o namorado estaria. O fez bem a tempo de vê-lo receber uma carta. Ele pareceu não gostar muito do conteúdo, pois bateu fortemente com o punho na mesa e saiu seguido por dois amigos. Rebecca ficou assustada, mas não se moveu.
_Nossa! Que será que ele tem? – Gina perguntou.
_Sei lá! – respondeu ainda seguindo o rapaz com os olhos.
_Você não vai até la saber o que é?
_Gina! Pare de se meter no que não é da sua conta! – Rony ralhou com a irmã.
Rebecca se assustou mais uma vez quando ouviu um bater de asas muito próximo do seu rosto. Olhou nessa direção e viu Edwiges, a coruja de Harry que trazia um bilhete para ela. Rebecca abriu o bilhete apreensiva.
_De quem é? – perguntou Hermione.
_Eh... É do professor Snape. Diz que ainda terei aulas com ele... – falou séria sem tirar os olhos do papel.
Naquele dia mais tarde enquanto saiam de uma das aulas os garotos foram parados por Cedrico que vinha na direção oposta.
_Olá a todos.
_Oi. – responderam.
_Rebecca, preciso te pedir um favor. – disse suplicante.
_D...diga.
_É que o Dia dos Namorados está chegando e eu não sei o que dar para Cho.
Rebecca quase perguntou para o rapaz o que tinha a ver com o assunto, mas se conteve, principalmente quando percebeu a cara desconfortável que Harry fez.
_Mas... eu mal conheço a Cho. Como poderia ajudar?
_Você pode tentar descobrir isso com ela! – disse animado.
_Mas eu quase não converso com ela, Cedrico! Por que você não pede para uma das amigas dela?
_Eu não gosto muito das amigas dela. Não largam dela um segundo e... – ele ficou meio sem graça. – não me sinto bem com elas. Elas me deixam sem jeito...
_Entendo... Vou ver o que posso fazer, mas não garanto nada.
_Já é alguma coisa. Valeu mesmo. – falou segurando as mãos da menina. – Tchau! – e se despediu de todos.
_Era só o que me faltava! Ter que ajudar o Cedrico a comprar um presente para Cho! – falava revoltada. Não sabia por que, mas não conseguia ir com a cara da menina.
_Mione, você bem que podia fazer isso pra mim, né?
_EU?! Mas eu nunca conversei com ela!!! – argumentava Hermione.
_Não por isso, apresento vocês duas...- falava, suplicante.
_Nem pensar! Não mesmo...
_Hermionimi?
A garota se virou para trás. Vitor Krum vinha se aproximando sorridente.
_Que bom que te encontrrrei! Faz tempo que estou te prrrocurrrando.
_Como vai Vitor?
_Bem, olá a todos. – Vitor disse notando pela primeira vez que Hermione não estava sozinha.
_Mione, vamos indo na frente, ta? Tchau Vitor. – Rebecca saiu puxando, Rony pelo braço.
_Mas Rebecca! Não podemos deixá-la sozinha com ele! – argumentava Rony.
_Ah! Fica quieto Rony! Ele não vai fazer nada de mal com ela! Vamos logo para aula. – ela e Harry riam-se da situação do amigo.
Os três chegaram à sala de aula de DCAT e se sentaram esperando a entrada do professor e a volta de Hermione. Rony continuava emburrado e reclamando.
_Ai, cala a boca Rony! Você precisa parar de reclamar tanto e tomar uma atitude! Se você gosta da Hermione diga isso para ela! Não fique nos atormentando com seu ciúme. – dizia Rebecca tentando se manter séria, mas não conseguindo diante das orelhas cada vez mais vermelhas do amigo.
_EU NÃO GOSTO DA HERMIONE! – gritou descontrolado.
_Shiiiiiiii, Rony! A escola inteira não precisa ficar sabendo disso! - falou Harry.
_Querem saber? Não falo mais nada! Se acontecer alguma coisa com ela por causa daquele cara não venham dizer que eu não avisei!
_Não vai acontecer nada comigo, Ronald! – Hermione estava chegando e ouviu parte da conversa dos amigos. Estava um pouco rosada e ficou mais ainda quando notou que a amiga havia percebido.
_O que ele queria? – perguntou Rebecca, curiosa.
_Nada, só conversar... – disse praticamente enfiando a cara na mochila para pegar seu material de DCAT.
_Hum... sei... – Rebecca sorriu para Harry que preferiu fingir que não percebeu nada para não deixar Rony mais nervoso ainda.
Rony por sua vez se virou para frente e passou a aula inteira sem se dirigir às meninas, nem quando tinha dúvidas que Harry não sabia responder. A aula se passou sem maiores acontecimentos, a não ser o fato de que Rebecca não conseguia se concentrar direito. Nunca havia reparado realmente quão repugnante era o olho de vidro do professor Moody. Era incrível como tudo nele a incomodava agora.
_Você parecia tão distante na aula hoje... – comentou Hermione.
_É, eu sei. Estava incomodada com o professor... – mas não terminou de se explicar.
Chegando pelo outro lado do salão principal vinha Christian. Rebecca sentiu uma pontada no coração e resolveu que era hora de conversar com o namorado. Fazia algum tempo que os dois não se falavam direito. Cho estava com ele também, talvez fosse uma boa oportunidade de fazer o que Cedrico havia pedido.
_Galera, já volto, ta?... – e saiu correndo sem dar tempo para algum deles responder alguma coisa.
Depois do almoço a situação de Rebecca e Christian parecia resolvida. Ela não sabia exatamente por que eles estavam tão estranhos um com o outro já que aparentemente ele não sabia de nada, mas preferiu não pensar muito no caso. O problema do presente de Cho Chang também parecia solucionado.
_Ta tudo certo, Mione! – disse Rebecca.
_Tudo o que?
_Amanhã eu, Christian, Cedrico e Cho vamos passar a tarde juntos e você vai comigo...
_O quê?! Pra quê?
_Pra começar a conversar com a Cho! Não vou ter tempo de fazer isso!
_Por que não? As aulas com Snape já terminaram, não?
_Já! Quer dizer, não! Ah, Mione! Não tenho paciência com a Cho. Além disso, tenho que fazer umas outras coisas como...como.... pensar no presente que eu vou dar ao Christian! Não tenho nem idéia do que dar para ele no Dia dos Namorados!
_Não acredito que vou concordar com isso!
_Valeu Mione! Você é demais mesmo! Agora tenho que ir galera! Tchau!
_Mas vai aonde?! – Harry perguntou, mas ela já estava longe demais para ouvir. – ela ta bem apressada hoje, não?!
_É... tem alguma coisa aí que ela não quer nos contar! – disse Rony, pensativo. – Mas o que pode ser? Você não sabe, Mione?
_Não Rony. Também estou achando-a muito esquisita, mas sei la´. De repente não é nada...
Mas Mione não acreditava realmente no que estava dizendo. Sabia que havia algo de muito grave acontecendo com a amiga, mas não sabia o que era, embora desconfiasse. Teve uma pequena comprovação naquele mesmo dia quando viu Rebecca entrar no dormitório depois da meia noite. Depois que se despediu dos amigos naquela noite mais cedo não foi mais vista, a não ser de longe passando apressada pra lá e pra ca. Hermione achou melhor fingir que ainda estava dormindo para não aborrecer a amiga que andava muito sensível esses dias, mas ficou de olho nela.
_E então? Ela continua chegando tarde, Mione? – perguntava Rony, preocupado enquanto o grupo voltava do jantar e se preparava para começar a fazer uma tarefa a ser entregue no dia seguinte.
_Cada vez mais tarde! Viram como ela anda cansada. To ficando preocupada.
_Acho que não precisamos nos preocupar. Vai ver ela fica ate tarde com o Christian mesmo. – dizia Harry não muito contente.
_Mais um motivo para nos preocuparmos, Harry! – disse Rony, preocupado. – Também não é certo ela ficar ate tão tarde com ele.
_Talvez devêssemos conversar com ele a respeito. – disse Hermione.
_Você quer dizer que você vai falar com ele, né? – disse Harry. – Sim, porque se eu ou o Rony formos ele não vai gostar muito né?
_Por que tudo sempre sobra pra mim, hein?
_Porque você é a melhor amiga dela! E é uma garota! Vai ter muito mais jeito para falar com ele, além do que nós três não somos muito íntimos, né? – respondeu Rony.
_Por que são uns bobos! Christian é um cara muito legal e...
_Ok, ok, Mione... – cortou Harry. – Por falar em tudo sobrar pra você, já descobriu que presente o Cedricco deve dar a Cho?
_Por que? Se eu te disser você vai tentar compra antes dele?
Harry pareceu não gostar muito da brincadeira. – Claro que não! Foi só uma pergunta...
_Já descobri sim, e já falei para ele. Dia 14 já é depois de amanhã! Você acha que eu deixaria para última hora?
Mas ninguém responderia a pergunta. Quando menos esperavam uma mancha preta passou razante pela cabeça de Harry e em seguida uma mancha laranja fez o mesmo derrubando o pote de tinta de Hermione em cima dos livros de Rony.
_O que foi isso?! – Rony se levantou rapidamente.
_Bichento! – Hermione se levantou e correu atrás do gato.
_Gato maldito! Um dia ainda afogo ele! Olha o que ele fez! – reclamava Rony, inconformado.
_Calma, Rony! Com um feitiço rápido limpamos tudo. – disse Rebecca aparecendo de repente.
_De onde você surgiu? – perguntou Harry que havia se assustado com a aparição da amiga.
_Da entrada da torre, oras! – em instantes todo material de Rony estava limpo.
Hermione voltava com Bichento muito agitado nos braços. – Ué! Quando você chegou?
_Agora. O que houve?
_Bichento estava perseguindo alguma coisa. Parecia um outro gato, mas sumiu de repente. Onde você estava? Parece cansada.
_E estou mesmo. Essas aulas estão me matando...
_Mas as aulas com Snape já não acabaram? Você mesma disse isso outro dia quando ele te enviou aquela carta.
_É, é , mas é que...
_Não foi disso que eu falei! – interrompeu Hermione. – Você está ofegante, parece que esteve correndo.
_Não, não. Eu só vim um pouco rápido porque já esta meio tarde e não gostaria de dar de cara com o Filch por ai.
Ninguém pareceu muito convencido com a resposta da garota. A verdade é que nenhum deles acreditava muito no que ela falava, pois de uns tempos para cá ela vinha agindo muito estranhamente. Então resolveram mudar de assunto:
_O que você comprou de presente para o Christian? Já descobri para o Cedrico o presente ideal para Cho. – disse Hermione.
_Ai meu Deus! – Rebecca exclamou levando as mãos à cabeça. – Esqueci completamente! Que dia é hoje mesmo?
_Dia 12 Rebecca! Em que mundo você anda hein? – perguntou Harry mais impaciente do que deveria.
_Ai droga! E agora! Não dá mais tempo! Droga! – Rebecca não deu atenção a Harry e se levantou.
_Ei! Aonde você vai? Rebecca? – Rony perguntava admirado.
_Eu volto logo! – e saiu rapidamente pelo buraco do retrato.
_Precisamos falar com o Christian o quanto antes! Temos que descobrir o que está acontecendo! – disse Harry, decidido.
No dia seguinte Harry, Rony e Hermione aproveitaram o sábado para conversar com Christian. Sabiam que no estado em que a menina se encontrava dificilmente acordaria cedo, então seria mais fácil. Procuraram Christian por algum tempo pelo castelo e não foi difícil acha-lo. Ele estava conversando no pátio com um grupo de amigos. O trio se dirigiu até eles, mas parou no meio do caminho.
_Que foi Harry? Vamos... – dizia Hermione impaciente.
_Mione, acho melhor ir só você. Você o conhece melhor... – disse Harry.
_Harry Potter, eu não vou até la sozinha só porque você não quer ver sua queridinha com o namorado dela. – Hermione voltou impaciente e começou a puxar Harry pelo braço.
_Do que você está falando? – ele resistia.
_Da Cho! Sei que é por ela que você não quer ir até la, mas pense na Rebecca! Ela é nossa amiga e está precisando de ajuda. RONY! Vê se ajuda em alguma coisa! – falou pedindo para Rony ajudar a empurrá-lo.
Em pouco tempo chegaram até o grupo.
_Ola! – disse Hermione sorridente. – Christian, podemos falar com você?
_Claro! Cadê a Rebecca?
_Ainda está dormindo. – respondeu Harry. Nessa hora Cho pareceu notar o garoto. Deu um sorriso para ele que ficou meio sem graça.
_Ei Harry! Como vai? – perguntou Cedricco apertando a mão do garoto. – Preparado para última tarefa?
_É, mais ou menos... – Harry não conseguia focalizar Cedrico, estava muito preocupado em olhar para Cho e tentar não deixar Cedrico perceber isto.
_Christian, precisamos falar com você justamente sobre a Rebecca, mas tem que ser a sós...- Hermione falou como se pedisse desculpas aos outros por excluí-los da conversa.
_Tudo bem. Vamos lá então. Já volto, galera. – disse acenando aos amigos que ficaram.
Harry se despediu timidamente de Cho e Cedricco e seguiu com o grupo para um lugar mais afastado.
_Vocês estão me deixando preocupado. O que houve?
_Esperamos que você não nos leve a mal, mas também estamos preocupados. Rebecca tem voltado cada vez mais tarde para o dormitório, não acha que isso pode prejudicar os estudos dela? Ela tem dormido tão pouco... – disse Hermione tentando ser o mais gentil possível.
_Claro que acho! Mas não sei o que eu posso fazer a respeito. – disse sem entender o rumo da conversa.
_Como assim?! – disse Rony impaciente. – Vá dormir mais cedo! Diga a ela que vocês não podem mais ficar até tarde juntos!
_Espera aí! Estão dizendo que Rebecca chega tarde todos os dias por minha culpa?! – disse um pouco ofendido e muito confuso.
_Não só por sua culpa. A culpa é dela também... – Harry tentou amenizar. – Mas ela chega tarde todas as noites e diz que estava com você...
_COMIGO?!!! Faz um tempão que Rebecca e eu não ficamos juntos mais que cinco ou dez minutos! Ela sempre diz que tem que estudar, que tem que ajudar você com a última tarefa e a noite, depois do jantar ela sempre diz que está com sono e que vai dormir mais cedo! Nós já até discutimos por causa disso! – Christian se sentou num banco desanimado depois de terminar de falar.
_Quer dizer então que vocês não têm ficado até tarde juntos? – perguntou Rony, incrédulo ficando em frente ao rapaz.
_Não... Bem que eu gostaria... – disse chutando uma pedrinha do gramado. – Achei até que ela estivesse descontando algumas coisas que eu fiz...- mas ninguém deu atenção ao comentário.
_Então onde ela fica esse tempo todo?! – perguntou Harry mais para si mesmo que para os outros.
_Não sei, mas temos que descobrir! Obrigada Christian e desculpe por termos te envolvido nisso. Vamos! Temos que resolver este assunto o quanto antes! – Hermione saiu puxando os garotos e deixando Christian estupefato para trás.
_Você tem algum plano, Mione? – perguntou Harry enquanto corria para acompanhar os passos rápidos da amiga.
_Tenho! Falar abertamente com ela e perguntar o que está acontecendo...
Os três correram em direção ao salão principal e avistaram Rebecca sentada sozinha na mesa da Grifinória tomando seu café. Ela tinha um pacote grande em sua frente e lia uma carta. Estava tão distraída que não ouviu os amigos chegarem.
_Rebecca!
_Que susto Mione! O que houve? Morreu alguém? – perguntou guardando a carta rapidamente no bolso da calça.
_Não, mas pode ser que algo muito ruim aconteça com alguém! – disse se sentando nervosamente em frente à amiga.
_A quem?! – perguntou ficando realmente preocupada.
_A você! – respondeu, impaciente.
_A mim?! Por quê? – perguntou um pouco apreensiva levando um copo de suco de abóbora a boca.
_Acabamos de falar com Christian e ele disse que faz dias que vocês não passam muito tempo juntos! Vai nos contar o que está acontecendo ou não?! – disse Harry assumindo o tom bravo de Hermione.
Rebecca não sabia o que dizer. Se pudesse contaria tudo aos amigos, mas não podia!
_E agora? – pensou. – OK! Eu conto! – disse derrotada.
_Já não era sem tempo! – disse Rony se sentando também e se servindo de umas bolachinhas.
_Não era para ninguém saber, mas eu estou tendo aulas particulares de DCAT, com Moody...
_O quê?! – perguntaram os três juntos.
_E por que ninguém poderia saber?! – perguntou Rony quase se engasgando com uma bolacha mal mastigada.
_Foram ordens dele. Ninguém pode saber. Agora que eu já contei gostaria que parassem de me interrogar, pode ser?
_E pra que você está fazendo essas aulas? – perguntou Harry incrédulo.
_Ah, não! Isso eu não posso dizer, de jeito nenhum! Nem adianta me perguntarem! – ela se impacientou. – Se me dão licença vou voltar para o quarto!
_Não! Senta aí! Não perguntamos mais nada... Prometemos! – Rony tentou.
_Mas você tem que entender que ficamos preocupados... – disse Hermione suplicante.
_E preocuparam o Chris também, né? Bom, espero que não comentem isso com ele então! Depois eu mesma converso com ele, OK?!
_Ok, ok! Vamos mudar de assunto, ta legal?- disse Rony pegando mais bolachas. – Que é isso aí?
_É o presente do Chris. – disse mais calma.
_Mas você disse que havia esquecido! – lembrou Harry.
_E esqueci mesmo. Mas, mandei uma coruja aos meus tios ontem pedindo para eles comprarem um presente e eles compraram...
_Àquela hora? Já era tarde da noite! – Rony se surpreendeu.
_Ai, Rony! Existem lojas trouxas que ficam abertas 24 horas, não é mesmo Rebecca? – perguntou Hermione.
_É. – disse, agradecida.
Os quatro passaram mais um tempo conversando. Rebecca queria muito falar com Christian, mas não sabia como. Agora que ele sabia que não era com os amigos que ela passava as noites não sabia que desculpa inventaria. Teria que ser uma muito boa.
Naquele dia Rebecca disse que dormiria mais cedo, pois queria estar bem disposta para tentar fazer as pazes com Christian no dia seguinte. Harry, Rony e Hermione ainda não estavam satisfeitos com as respostas da amiga, mas se queriam descobrir o que estava realmente acontecendo não poderiam continuar pressionando-a. Rebecca foi para o quarto realmente bem mais cedo, mas não dormiu logo. Precisava escrever uma carta, ou melhor, duas e precisava fazer isto antes que Hermione ou uma das outras meninas subisse para o dormitório.
Rebecca se trocou e se pos em baixo das cobertas levando consigo pergaminho, tinta e pena, e começou:
“Não podemos mais nos encontrar tão freqüentemente. Meus amigos estão muito desconfiados e sei que não acreditaram em uma só palavra do que eu disse. Amanhã é Dia dos Namorados e pretendo passá-lo com o meu, portanto nem adianta insistir. Não gostei nem um pouco do tom da sua carta! Estou fazendo o que posso, mas é uma tarefa muito difícil. Agradeço pelo favor que me fez. Não me mande cartas pelo correio coruja de manhã, meus amigos estão de olho. Por enquanto é isso.
R.R.”
_Certo. Agora para o Christian:
“Querido Christian, sei que tenho estado estranha ultimamente, mas tenho boas explicações para isso. Sei também que você deve estar furioso agora que sabe que não fui totalmente sincera com você quanto as minhas desculpas para não ficarmos mais tempo juntos, mas também posso explicá-las. Amanhã é Dia dos Namorados e espero podermos passá-lo juntos, se ainda formos namorados, o que eu espero sinceramente que continuemos sendo. Se a resposta for sim espero encontrá-lo amanhã na orla do lago depois do café da manhã, sei que vai estar um pouco frio, mas precisamos conversar e não quero ninguém nos espiando. Espero realmente te ver lá. Beijos, com carinho...
Rebecca.”
Rebecca ouviu passos na escada, guardou rapidamente as duas cartas e fingiu que dormia. Quem entrou no quarto foi Hermione. Rebecca pode sentir que a garota parou alguns instantes ao lado de sua cama, certamente para ter certeza de que ela dormia. Rebecca não se sentia nada bem com o que estava fazendo, mas não via outra saída. Hermione se deitou logo, e dormiu rapidamente. Rebecca esperou algum tempo até que todas as meninas se deitaram e começaram a dormir. Então se levantou, vestiu seu robe e se dirigiu a porta.
_Rebecca? – Hermione falou baixinho para não acordar as outras meninas. – Aonde você vai?
_Vou beber água...
_Só isso?
_Não to conseguindo dormir, Mione. Escrevi uma carta para o Christian e vou leva-la ao corujal agora para que ele receba amanhã cedo...
_Mas precisa ser agora? – Hermione se sentou um pouco na cama.
_Precisa, Mione! – falou impaciente.
_Ok, ok, desculpe por perguntar. Boa noite. – Hermione se virou para o lado e tentou voltar a dormir.
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