Fugindo



Estava entardecendo. Rebecca estava do lado de fora do castelo sozinha olhando para a Floresta Proibida. Havia alguma coisa ali que a estava chamando. Nenhuma voz podia ser ouvida realmente, mas ela sentia que algo a chamava. Ela resolveu descobrir o que era. Foi se embrenhando cada vez mais na floresta. Já tinha andado uns 10 minutos e não tinha visto nada diferente. Havia escurecido rápido enquanto ela andava, quase não dava par ver nada direito. De repente ela pode ouvir algo rastejando. Olhou para todos os lados, mas não via nada. Resolveu pegar a varinha para iluminar um pouco ao seu redor. Ela começou a se arrepender de ter entrado ali. Quando resolveu voltar para trás ouviu o barulho de novo. Procurou novamente e desta vez encontrou: era uma cobra. O bicho olhava para ela fixamente e começou a falar:
_Mate-o! Termine o que o mestre começou! Somente você pode fazê-lo! È o seu destino!
_Matar quem? Você ficou louca? Eu não vou matar ninguém!
A cobra rastejou um pouco mais para perto dela. Seus olhos mudaram a cor para um vermelho brilhante. A voz também havia mudado, não era mais um sibilo, era a voz de um homem. Um pouco fraca, mas a voz de um homem:
_Você tem que matá-lo! Eu sou seu mestre! Você tem que fazê-lo! É a única forma para que eu volte e possa reinar novamente! Você será minha herdeira! A herdeira de Sonserina! HAHAHAHAHA!!!!!
A cobra começou a rir desesperadamente. Rebecca ficou com medo e resolveu correr, mas ela não saia do lugar. Quanto mais ela se esforçava para correr, mais alta ficava a risada da cobra.
Ela acordou aquela noite totalmente suada. O coração estava disparado, mas pelo menos dessa vez ela não tinha gritado durante o pesadelo porque as outras meninas continuavam dormindo. Ela estava com mais medo agora. Tinha certeza de que aquela cobra era na verdade Voldemort.
_O que ta acontecendo agora? Será que aquele assassino acha mesmo que eu mataria alguém?! Ainda mais o Harry! Sim, porque com certeza era do Harry que ele estava falando. Acho que tenho realmente que ficar longe dele! É! É melhor mesmo.
E foi o que ela fez. No dia seguinte ela não esperou os amigos para ir tomar o café da manhã. Saiu do dormitório mais cedo e tomou o café correndo, de modo que quando os amigos chegaram ela já estava terminando. Inventou uma desculpa qualquer e saiu da mesa. O dia inteiro se passou assim. Ela continuava fugindo dos amigos. Não passava mais do que cinco minutos com eles e, sempre que havia possibilidade de ficar sozinha com Harry ela escapava.
Os amigos começaram a achar estranho o comportamento dela. Hermione imaginava o que se passava e tentava convencer os meninos de que não era nada de mais, apenas a proximidade das provas. A menina tentava de todas as maneiras entrar no assunto dos sonhos com Rebecca, mas não conseguia.
_Rebecca, o que está acontecendo com você? – a menina interrompeu o trabalho que faziam na biblioteca para perguntar.
_Nada, por quê?- ela nem levantou a cabeça para responder.
_Como nada! Você tem fugido da gente estes dias! Ou melhor, tem fugido do Harry!
_Por que eu fugiria do Harry?! – ela olhava para Hermione tentando parecer convincente.
_Era o que eu gostaria de saber! – falou a amiga.
_Rebecca! – elas ouviram a voz de Harry. Ele e Rony vinham na direção das duas.
_Oi Harry, oi Rony! – ela tentava parecer natural.
_Você não vem não?- perguntou Harry.
_Pra onde?!
_Como assim para onde?! Tem treino agora, esqueceu?! – dizia o garoto indignado
_Treino?! Nossa é mesmo!
_ E então?
_Eu não vou treinar hoje, Harry.- disse desanimada.
_Por que?! – perguntaram Harry e Rony juntos.
_Eh... Eu não to me sentindo muito bem. To com um pouco de dor de cabeça.
_Ah... Vai para ala hospitalar então. Acho que você tem estudado demais. Nem tem tempo mais para conversar! – disse o garoto em tom de reclamação.
_Desculpe...
_Nós vamos indo então. Tchau! – Harry saiu meio emburrado. Rony foi junto com ele.
_Não vai mesmo me dizer o que está acontecendo?- pediu Hermione.
_Ai, Mione! É tão complicado!
_Eu tenho facilidade em entender o que os outros acham complicado, lembra? – disse sorrindo.
_Está certo...
Rebecca contou toda história para ela, inclusive os sonhos que teve com Harry e o sonho com Voldemort. Hermione não acreditou em tudo logo no começo. Achou que fosse tudo uma coincidência e que a amiga havia ficado impressionada com o que a professora havia falado.
_Já que você está tão preocupada, por que não conta tudo ao Dumbledore? Ele com certeza vai saber te aconselhar. – dizia a menina.
_Não sei. Mione. Tenho medo do que ele vai pensar de mim.
_Não precisa ter medo. Dumbledore é ótimo! Ele com certeza vai te ajudar.
_Você pode ter razão...
Ela resolveu contar tudo. Dumbledore a aconselhou a não se assustar antes da hora. Disse que Voldemort não poderia fazer nada a ela ou a Harry enquanto os dois estivessem dentro da escola.
_Acho que a senhorita deveria voltar para suas atividades normais. Inclusive o quadribol. Soube que você não treinou essa semana...
Ela seguiu os conselhos do professor, mas não contou nada a Harry e nem a Rony sobre o assunto. Voltou a treinar quadribol, o que foi ótimo, porque enquanto voava não pensava em mais nada.
O dia do segundo jogo chegou logo. Seria contra Corvinal, ou seja, ela teria que, literalmente, encarar Christian de perto, principalmente porque ele era goleiro da casa e ela era artilheira.
O time tinha acabado de entrar no campo. Olívio Wood que estava mais próximo de Harry comentou e Rebecca que estava por perto ouviu.
_Ei Harry! O apanhador deles é uma garota! Não vai amolecer com ela, hein!
Harry olhou para ele meio sem graça. Ele já tinha reparado na apanhadora. Ela era linda! Ele quase não conseguia tirar os olhos dela. Ela sorriu para ele de onde estava e Harry sentiu uma coisa muito esquisita. Nunca tinha sentido aquilo antes. Rebecca viu que Harry havia ficado sem graça quando a menina sorriu para ele e sentiu uma pontinha de ciúmes, mas não pôde pensar muito nisso. Ela sentiu alguém se aproximando:
_Boa sorte Rebecca! – era Christian que se aproximava sorridente. – Não pense que vou te dar moleza, hein!
_Também não vou facilitar para você, viu?!- ela sorriu para o garoto.
Os jogadores tomaram posição e o jogo começou. Seria um jogo muito emocionante. Christian era mesmo um ótimo goleiro, mas Rebecca conseguiu fazer alguns pontos, embora ele tivesse feito defesas muito boas. Harry também estava tendo dificuldades com Cho Chang. Ela era muito ágil e rápida, mesmo com uma vassoura tão mais antiga que a de Harry. O jogo acabou com a vitória apertada da Grifinória. Enquanto os jogadores saiam do campo Christian veio falar com Rebecca.
_Parabéns, Rebecca! Você jogou muito bem. – disse sorridente.
_Você também esteve ótimo! Me deu muito trabalho!- ela respondeu também com um sorriso no rosto.
_É o meu trabalho, né? Posso te perguntar uma coisa?
_Aí vem! – ela ficou meio apreensiva, mas disse com a maior naturalidade que conseguiu: Claro!
_Você quer ir comigo ao próximo fim de semana em Hogsmead? – ele parecia meio sem graça, mas fazia cara de quem pedia por favor.
Por essa ela não esperava, mas também era melhor do que ela imaginava. Da última vez que ele queria lhe fazer uma pergunta ela teve certeza que tinha alguma coisa a ver com Harry. Apesar de demorar um pouco ela respondeu:
_Claro! Parece que essa é a única coisa que eu consigo dizer para ele!Patético.
_Que bom! – o garoto pareceu aliviado, e demonstrou mais entusiasmo do que pretendia, pois ficou um pouco vermelho em seguida. – Nos encontramos no três Vassouras então?
_Claro! De novo!
O garoto se despediu sorridente. Ela se virou e deu de cara com Harry olhando para ela, com uma cara meio indecifrável. Ela ficou um pouco sem graça, mas não deu bola. Também não adiantaria. Cho se aproximou para dizer alguma coisa para o garoto que se derramou em sorrisos para a menina. Rebecca decidiu que não ficaria esperando e seguiu para o vestiário.

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