E agora?



Ninguém conseguiu disfarçar o espanto diante da afirmação da garota.
Hermione levou as mãos à boca, com pena da pobre coitada. Madame Pomfrey cruzou os braços à frente do corpo e balançou negativamente a cabeça com uma expressão de pena no rosto. Hagrid, Harry e Rony ficaram sem reação, embora seus rostos estampassem preocupação. Professora McGonagall olhou preocupada para Dumbledore, que com um leve sorriso encarava a menina que permanecia imóvel e com cara de interrogação e preocupação.
_Eu já imaginava. -foi a única frase que Dumbledore tristemente proferiu. – Madame Pomfrey, acha que ela já tem condições de deixar a ala hospitalar?
_Sim, professor. Como eu disse ela não tem nenhum ferimento grave. Também já mediquei seus ferimentos leves. Tudo de que a menina precisa, de imediato, é de um banho e comida. – Afirmou a enfermeira se aproximado do professor.
Este ainda olhava para a menina que agora tinha uma expressão curiosa e preocupada. Aproximando-se da mesma e virando-se para olhar para os três alunos que ouviam tudo atentamente ele disse, apoiando uma das mãos no ombro da garota.
_Acho que vocês três podem ajudar a nossa visitante, por enquanto. Senhorita Granger, acho que vocês duas vestem o mesmo número. Empreste uma de suas vestes para ela. Podem levá-la a Grifinória e dar a senha. Prefiro que ela fique lá enquanto procuramos uma forma de encontrar e avisar os pais dela.
_Professora, por favor peça aos elfos para prepararem uma cama para ela no dormitório do segundo ano. Vocês três, já que foram vocês que a encontraram, serão os anfitriões do castelo, certo? Agora vão. – e virando-se para a desconhecida: -Aposto como você deve estar com fome!
_ Na verdade estou mais confusa do que com fome, senhor. Quer dizer que isto é um castelo? E o que são elfos? Que diabo são vocês?!!!
_Acalme-se, minha jovem. A senhorita Granger e os outros lhe explicarão tudo com calma. – disse o professor virando-se e olhando sorridente da garota para os três alunos. – Precisamos te dar um nome, enquanto você não se lembra do seu! Que tal Alissa? Você tem cara de Alissa, e eu particularmente sempre gostei desse nome.- disse o velho abrindo mais ainda o sorriso.
_ O nome é bonito, mas eu quero explicações!!! Tudo isso está muito estranho! Vocês, e principalmente o senhor, parecem personagens de livro infantil! Se por acaso eu estiver sonhando, quero acordar AGORA!! ACABOU A GRAÇA!!! – falou levantando-se da cama de um salto e cruzando os braços, nervosa.
_Vá com eles e eles lhe explicarão tudo. – disse Dumbledore, sem nunca perder o leve sorriso.
_Professor...- chamou Hermione com cara de dúvida e receio.– Falamos tudo a ela? Quer dizer... tudo, tudo?
_ Acho que não haverá como esconder nada, senhorita Granger. Falem tudo e depois resolvemos o que fazer. Aliás, acho que as aulas de vocês vão começar daqui a pouco. Acho que ela terá que assisti-las com vocês, não quero que ela fique sozinha pelo castelo, mas também não vou obrigá-la a ficar trancada aqui na ala o dia todo. Os professores serão avisados, não me olhem com essa cara de espanto!
A garota ficou assustada com o tom da conversa. O que era aquilo, afinal? Tratava-se de uma gangue? Eles teriam de mostrar seu esconderijo a ela e depois matá-la? O que ela ia fazer agora?!!
Foi como se Dumbledore tivesse lido seus pensamentos:
_Não vamos te fazer mal. Não se preocupe. Vá com eles, Alissa, depois voltamos a conversar.
O professor foi tão convicto que ela ficou sem ânimo para discutir. Simplesmente seguiu em direção aos garotos. Depois pensaria em um jeito de escapar dali.
Assim que os quatro deixaram a ala hospitalar, seguidos de Hagrid, a professora McGonagall se pronunciou:
_ O que faremos, Alvo? Não poderemos usar o feitiço da memória nela se encontrarmos sua família e ela continuar desmemoriada. Seria perigoso e ela talvez nunca mais recuperasse a memória! Além disso, você parece mais preocupado do que o necessário para o caso de uma menina desmemoriada. – ela disse se aproximando do professor.
_Essa garota me lembra alguém. Aqueles olhos... Acho que já os vi antes, mas não tenho certeza de onde e nem quando. Sobre as providências quanto às lembranças que ela terá daqui, penso nisso depois... – falou enquanto mirava o chão, pensativo. Agora vou para minha sala pensar em como encontrar os familiares dela. – se virou calmamente, ainda de cabeça baixa, e com uma mão sob o queixo, a outra nas costas, e saiu andando vagarosamente.
Madame Pomfrey e a professora apenas se olharam e a segunda também se virou para deixar a ala e voltar para sua sala.

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