O novo time
Hermione se despediu dos garotos ainda chateada e dirigiu-se às arquibancadas.
- Rony, é sério cara! Desde que ... aquilo... aconteceu lá na sala comunal, você e a Mione estão muito estranhos.- disse Harry, que achou que teria de dar um jeito naquela situação. Rony e Mione sempre foram amigos e, como todos sabiam, não era uma simples amizade. Ele não achava que aquilo era motivo para vergonha e sim de orgulho. – Por que não conversa com ela? Por que não se acertam? Aproveite a situação, cara. Se vocês não se acertarem quem não mais agüentar sou eu. Você só fala com a Mione quando eu estou por perto e quando realmente não consegue se segurar. E não adianta dizer que não é verdade porque eu percebi sim. – disse ele vendo que Rony abriu a boca, mas fechou pois realmente não tinha argumentos. – É sério! Eu vou acabar enlouquecendo!
- Mas Harry, - disse Rony quando chegaram aos vestiários – E... e se ela disser não?
- Você tem que concordar comigo em uma coisa: só dá para saber se você perguntar.
- E outra: Nós somos amigos desde o primeiro ano. E se algo der errado, não quero perder a amizade com a Mione, Harry. Vocês dois são meus primeiros e melhores amigos! – disse Rony. Harry percebeu a nota de desespero na voz do amigo.
- Realmente é um bom argumento, mas ainda acho que vocês devem pelo menos tentar. Eu sei que você gosta muito dela e que ela gosta muito de você.
- Como você pode ter tanta certeza?
- Rony, fala sério! Eu presenciei praticamente todas as brigas que vocês tiveram e um dos meus diálogos favoritos foi no quarto ano: nós estávamos voltando do baile quando, pra variar vocês estavam brigando. “ Por que você não contou que ia com ele?” você perguntou e eu só lembro da última coisa que ela falou antes de subir a escada correndo: “ Me convida então da próxima vez!” – disse Harry imitando a voz de Mione e vendo que Rony começava a ter uma pontinha de esperança.
- Você tem razão, cara. Mas eu vou pensar no caso.
- Você realmente tem que pensar?
De repente uma voz feminina bateu à porta para anunciar a sua presença.
- Eu ouvi alguém mandando o Rony pensar? – era Gina – Venham logo, nó não temos o dia inteiro, sabe?
- Já estou indo... - disse Harry que pegou a sua Firebolt e saiu dos vestiários com um Rony ainda pensativo às costas carregando o baú com as bolas. Eles pararam no meio do gramado e olharam em volta para, como disse Rony, “garantir o material”. Treze jogadores e jogadoras os cercavam um tanto apreensivos. – Estão todos aqui, certo? Vamos começar!
Harry estava muito nervoso, era sua primeira vez na quadra depois de se tornar capitão. Ele olhou todos um por um e pediu que se sentassem ali mesmo, no chão.
- Bom, - começou ele – este ano as vagas se expandiram devido ao fato de que o nosso trio artilheiro se formou e nossos dois batedores resolveram sair da escola. Eu pensei muito sobre o fato de que semestre passado tínhamos jogadores substitutos devido a alguns probleminhas com uma professora meio débil, mas não achei justo deixar os dois batedores e ‘demitir’ a nossa apanhadora que era excelente. – Gina corou levemente, os batedores substitutos de Fred e Jorge no ano anterior também estavam ali, Juca Sloper e André Kirke, eles estavam praticamente dentro da equipe mas Harry achou melhor assim. Harry sentiu um cutucão na espinha dado por Rony.
- Você tá me assustando! Encarnou a Angelina, é? Tá falando igualzinho ela. – todos ficavam assim ao assumir aquele cargo, mas Harry tentou se controlar.
- Bem, vamos começar! – Os treinos foram assim a tarde toda e ainda pegou um pequeno pedaço da noite. Gina foi a primeira, era ótima artilheira, podia-se comparar sem problemas à Angelina, Cátia ou Alícia. Os outros artilheiros escolhidos foram Bread Jonhston, terceiro ano e Jason Cruise, quarto ano, não eram tão bons quanto Gina, mas ainda assim não eram ruins. Já os batedores, Harry teve uma dificuldade para escolher, até que teve que descartar Juca Sloper para adicionar Nickolas Torton, sétimo ano. Apesar de Rony ter torcido o nariz, “ Não fui com a cara dele! Viu o jeito que olhava para Gina?”, Harry não tinha gostado muito disso, mas teve que aceitá-lo na equipe. “ O que você queria que eu fizesse? Deixasse Juca Sloper acabar com a equipe?”.
- Aquela Susan Counted do segundo parecia boa.
- Realmente, não fosse pelo problema de não saber ficar tempo bastante em cima de uma vassoura, ela tem enjôo e precisa pisar no chão de meia em meia-hora. –disse Harry fazendo Rony amarrar a cara. Eles chamaram Hermione e caminharam em direção em direção ao castelo.
- Hary, o que ele está fazendo lá? – perguntou Mione apontando para a orla da floresta.
- Não sei...
- É estranho, quero dizer, não está em aula, já é de noite, condições totalmente contrárias para uma ida à floresta. Será que temos que ensiná-lo a entrar na floresta escondido? – Perguntou Rony.
- Vamos deixar isso para lá, eu vou fazer uma visitinha a Hagrid, vocês vem? – perguntou Harry levantando as sobrancelhas para Rony. Ele precisava ficar um tempo a sós com Hermione, mas o amigo parecia não ter entendido.
- Por que não? – perguntou ele olhando para o chão.
- Certo. Vamos. – disse Hermione.
Eles foram para a casa de Hagrid quietos. Harry pôde ver que Rony e Hermione estavam muito desconfortáveis. Por que eles faziam isso? Por que não podiam sentar e conversar? Isso resolveria tudo. Era tão mais fácil ser criança e não ter esses problemas de relacionamento...
Eles bateram à porta e entraram.
- Entrem, entrem! Estava pensando que vocês tinham se esquecido de mim.
Harry não pode deixar de notar a mudança na cabana do amigo, estava “vazia”. Estava com menos da metade das coisas que tinha habitualmente.
- Hagrid... O que está acontecendo aqui? – perguntou Hermione que Harry percebeu estar tão estarrecida quanto ele e Rony .
- Querem chá?
- Como você vai fazer chá se eu não estou achando nem a chaleira? – perguntou Rony
- Acho que ainda sobrou uns biscoitos dentro daquele pote – disse o meio gigante indicando um pote translúcido em cima da mesa.
- Hagrid, nós queremos uma explicação, e é melhor ser das boas.
- Vocês não vão se zangar?
- Isso depende muito da sua explicação.
- Bem, Dumbledore me pediu um favor que eu relutei muito em aceitar . Mas não teve jeito, um favor a Dumbledore é muito mais que uma ordem. – disse Hagrid e mudando o tom da voz para um mais calmo e arrependido, acrescentou – Me escutem dizer tudo, depois eu ouço as reclamações. – os três assentiram.
“ Como não é segredo a ninguém, Hogwarts tem dois professores de Trato das criaturas mágicas. A professora Chantele, professora de Trato das criaturas mágicas de Beauxbeatons, faleceu mês passado e a Madame Maxime perguntou a Dumbledore se poderia lhe indicar alguém. Esse, por sua vez, dise-lhe que aqui em Hogwarts temos dois e não seria problema transferir um deles para lá, então eu vou dar aulas em Beauxbeatons a partir do próximo mês.”
Harry parecia ter levado um soco bem na boca do estômago, pois não conseguia respirar direito.
- Deixa eu ver se eu entendi. – disse Rony cujo queixo caíra – Uma velhota morre e você tem que pagar o pato?
- Basicamente... – respondeu Hagrid mirando os sapatos.
- Hagrid, você não pode ir! – Disse Harry indignado.
- Por que não mandam a Grubly-Plank?
- Por que Dumbledore disse que é melhor ter mais pessoas como eu da Ordem espalhadas pela Europa em tempos tão sombrios. Harry, Rony, Hermione; Voldemort não desistiu, continua em guerra! Se querem saber, o Profeta diário não noticia nem metade dos casos que a Ordem sabe. Não é só a Europa sabe? O mundo está sentindo isso, e desta vez mais forte do que a primeira. Se isso não pode ser evitado, então vamos apenas fazer as coisas irem mais devagar.
- O que você quer dizer com não podemos evitá-los?
- Já chega... disse Hagrid se levantando – não quero ser inconveniente, mas estou muito ocupado. – Harry sabia que ele estava se referindo à parte da profecia que diz que ele terá de ser assassinado ou virar o assassino, ele ainda não contara a Rony e Hermione.
- Hagrid, e Grope? Como você vai fazer para tomar conta dele? – perguntou Harry numa última tentativa desesperada de prender Hagrid à Hogwarts.
- Pensei que não fossem perguntar, ele está muito mais sociável, já sabe até escrever... Virei aqui todo final de semana para vê-lo. Agora vão, ou Filch os aplicará uma detenção daquelas!
Eles se despediram e voltaram ao castelo.
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