Um Diferente Tipo de Campeão..
- Parte I -
Olho-Tonto Moody. Ele pode ter sido Barto Crouch Jr., um extraordinário Comensal da Morte; ele pode ter se disfarçado como um auror; ele pode ter tentado matar Harry, mas cometeu um erro.
Nos ensinou.
Estava tão determinado a parecer com Moody que cometeu um terrível erro e nos ensinou tudo o que precisávamos saber. Ao bem da verdade, era um ótimo professor, aprendemos tanto com ele. É difícil acreditar que ele não era verdadeiro.
Os terceiranistas da Corvinal e da Grifinória aguardavam ansiosos na sala de Defesa Contra a Arte das Trevas. Nós tínhamos ansiado pelos ensinamentos de Moody por quase uma semana, havíamos ouvido a história de Malfoy ter sido transformado em um furão, ouvimos recomendações, ouvimos que ele era demente, mas assombroso.
Sentando-me próxima de Delia e Luna, ouvimos um som distinto. Thum, thum, thum e Moody entrou pela porta. Seus cabelos estavam tão grisalhos quanto da primeira vez que o vimos e seu pé de madeira martelava contra o chão, por debaixo de suas roupas.
“Coloquem seus livros dentro da mala”, ele rosnou, como se tivesse dito aquilo para todas as classes. Nós obedecemos, enquanto ele lia nossos nomes em um papel. Depositando o papel sobre a mesa com um baque surdo, ele andou na frente da sala. Parou na minha frente, “O bisbilhocópio em sua mala... têm assobiado muito ultimamente?”
Como ele poderia saber que eu tinha um dentro da minha mala? Ele estava certo, o pequeno objeto não havia parado de assobiar desde o instante em que pisei no colégio. Havia enrolado-o em um pergaminho para abafar o barulho e o tirava apenas algumas vezes para dar uma olhadinha, “Sim, professor”, eu disse.
“Suspeito que toda a desordem nesse colégio tenha algo a ver com isso”, Moody rosnou, “Se você o der a mim, poderei ajustá-lo propriamente”, tirei-o da minha mala e entreguei-o a ele. Ele apontou a varinha para o bisbilhoscópio e ele desapareceu.
Voltou-se para a sala, “Tenho recebido reclamações de pais, dizendo que eu não deveria estar aqui”, Moody grunhiu, seu olho mágico analisando cada um de nós atentamente, “Eles dizem que estou louco, que os anos lutando contra Comensais da Morte retalharam meu cérebro...”, bateu na mesa com força e pulamos em nossos assentos, “Calúnia! Minha mente está tão afiada como sempre fora...”
Mancou em direção ao lado direito da sala e pegou o livro didático de Collin que não estava guardado, folheou as páginas, “Os pais dizem que não deveria ensiná-los sobre as maldições, o Ministério teria algumas coisinhas a adicionar se soubessem o que estive fazendo. Eles dizem que vocês são muito novos... eu digo que eles estão errados”, fechou o livro com força e devolveu-o a Collin.
“Se algum de vocês acha que é novo demais para estar nessa sala, ali está a porta”, Moody apontou, “Não será punido. Dumbledore lhes dará diferentes lições para fazerem por conta própria... lições sem significado, importância, puro lixo”
Varri a sala com os olhos. Ninguém se levantou para sair, Moody capturou nossa atenção.
Continuou, “Foi o que pensei”, disse, “Disse às outras salas o mesmo que direi a vocês. Qual é a necessidade de uma aula de prevenção, se não sabem o que os espera lá fora? Um bruxo das trevas não será atencioso o suficiente para mandar-lhe uma lista dos feitiços que usará ou não contra você. Vocês têm que estar prontos. Vocês têm que estar preparados”
Olhou a sala, analisando-nos como uma cobra pronta para dar o bote, “Existem três maldições imperdoáveis. Você...!”, apontou para o grifinório atrás de mim, chamado Ethan Taylor, “Pode me dar o nome de uma delas?”
Ethan assentiu, parecendo horrorizado, “Meu pai teve uma usada contra ele anos atrás, quando lutava com um Comensal da Morte”, ele sussurrou, “A maldição da tortura... a Crucia... Crucia...”
“A Maldição Cruciatos”, Moody rosnou. Caminhou em direção à sua mesa, e abriu um pequeno baú sobre sua mesa. Enfiando a mão lá dentro, tirou uma aranha, “Maldição indecente...”, murmurou, apontando para o aracnídeo, “Crucio!”
A aranha imediatamente vergou sob o efeito do feitiço. Engoli em seco enquanto a criatura se contorcia nas mãos de Moody, se ela tivesse voz, provavelmente estaria berrando agora.
“Uma maldição indecente, de fato”, Moody repetiu. Interrompeu a maldição e olhou em volta, “Os bruxos mais poderosos sucumbiram à essa maldição. Se alguém for mantido sob o efeito da maldição por muito tempo... temo pela sua sanidade”, respirou fundo e voltou-se para mim, “Weasley, não é?”, e assenti, “Mais uma maldição, sim?”
- Parte II -
Eu tinha rezado para que ele não me chamasse. Sentia-me intimidada por ele. Eu sabia as duas outras maldições. A Maldição Mortífera era uma delas, mas não queria ser responsável pela morte de uma criatura inocente, por mais horrível que fosse. A única que sobrou foi, “A Maldição Imperius”, eu disse.
Moody assentiu, “Foi essa que seu irmão escolheu”, apontou a varinha para a aranha, “Império!”, e a aranha parou de se mover. Quase instantaneamente, ela pulou na direção da mesa; e como se Moody já o tivesse feito por vezes o suficiente naquele dia, sua expressão era austera. A aranha tinha desenvolvido o talento de fazer acrobacias e sapateado.
Encarei a criatura, mas me neguei a rir, como meus colegas começavam a fazer. Eu sabia o que aquela maldição fazia: ter o controle total sobre outra pessoa. Perguntei-me, com grande tremor, se fora isso o que a memória de Tom Riddle fizera comigo.
“O que ela deveria fazer em seguida?”, Moody perguntou à classe, “Pular pela janela? Se jogar dentro de uma de suas gargantas? Pegar uma varinha e amaldiçoar um de vocês com isso?”, ninguém mais ria, “Espero que tenham compreendido que tipo de problemas essa maldição pode causar”
Delia ergueu a mão esta vez e me surpreendi. Ela disse baixo, “Você pode fazer alguém matar a família inteira e ninguém jamais saberia que estava sendo controlado”
“Exatamente”, Moody disse, “Muitas pessoas disseram estar sob o controle da Maldição Imperius após a derrota de Vocês-Sabem-Quem. Já que não há maneira de detectar a maldição, como podemos afirmar que estão mentindo? Não podemos!”
Ergui minha mão, desta vez, “A Maldição pode ser invocada sem varinha?”, perguntei, pensando em como Riddle poderia ter usado o diário ao invés da varinha.
“Nunca ouvi tal coisa”, respondeu, e decidi que teria que falar com ele em particular mais tarde.
“Você!”, Moody apontou para Luna, “Pode me dizer a última maldição?”
Luna, que normalmente parece sonhadora, estava assustada, “Não quero”, sussurrou. Ela fechou os olhos e tentou apagar a cena de sua mente.
“A Maldição Mortífera”, Moody disse. Assisti a aranha para sobre a mesa antes de rapidamente escalar em direção ao baú, como se soubesse o que a esperava, “Avada Kedavra”, ele berrou. Com um facho de luz verde, a aranha permaneceu onde estava, imóvel.
“Não há contrafeitiço”, Moody disse, “Sei de somente uma pessoa que sobreviveu a ela, e o conheci cinco dias atrás”
Pensei, imediatamente, em Harry. Será que o Moody disse a exata mesma coisa ao dar esta aula ao quarto ano? Harry sentiu dor ao ver como seus e pais morreram e como ele deveria ter morrido, se não fosse por aquele milagre?
Ethan se pronunciou, “Professor, se não há contrafeitiço, por que está mostrando isso para a gente?”
“Vocês... têm... que... saber...”, ele respondeu, a cada palavra, aproximava-se mais de Ethan, “Vigilância constante! Se não estão preparados para o pior, não terão como se defender!”, Moody virou-se para escrever na lousa, “Quero que todos copiem isso em seus papéis...”, parou de escrever, mas não virou-se, “Miss Fawcett, espero que tenha comido sapos de chocolate o suficiente por todas as aulas”
Olhei para Sarah, e ela tinha uma expressão aturdida; suas mãos estavam embaixo da mesa e, obviamente, escondiam algo.
Quando nossa primeira aula de DCAT terminou, falei à Delia e Luna que as encontraria mais tarde. Demorei-me e esperei até que todos tivessem deixado a sala. Caminhei em direção a Moody, enquanto ele cuidava de alguma coisa, suas costas viradas em minha direção.
“A aula terminou, senhorita Weasley”, ele disse, sem se virar, “E não sei se poderei concertar seu bisbilhocópio tão cedo”
“Eu sei, professor, mas tenho uma pergunta para você”, disse baixinho, “Sobre a Maldição Imperius”
“Muito pessoal para ser feita na frente do resto da turma, suponho”, Moody perguntou, “Tem alguma coisa a ver com a Maldição sem varinha?”
“Sim”, eu disse. Hesitei, e então contei a ele uma resumida versão do meu primeiro ano, como a memória de Tom Riddle me controlou, “Você acha que foi a maldição?”
“Seria preciso muita habilidade mágica para fazer algo desse porte”, Moody disse, finalmente se virando, “Se algum bruxo poderia fazê-lo, eu diria que era Você-Sabe-Quem. Mas o que você me descreveu parece mais com uma possessão. Muito parecidos, mas logicamente diferentes”
Assenti, “Eu só odeio a idéia de Você-Sabe-Quem dentro de mim”
Moody grunhiu, “Quer dizer que você conseguiu expulsá-lo rapidamente?”
“Sim”, respondi.
“Contra o bruxo mais poderoso da nossa era”, Moody disse, seus olhos me analisando, “Isso é impressionante”, gesticulou me direção à porta e caminhou ao meu lado, “Acho que se dará bem quando praticarmos resistir à Maldição Imperius”
Parei subitamente. Minha mala devia estar aberta, porque meu livro de DCAT caiu no chão. Ignorando o objeto caído, eu disse, “Você o usará em nós?”. Aprender sobre elas era uma coisa, testemunhá-las era outra, mas... Usá-las na gente?
“Vigilância constante”, Moody repetiu seu pregão. Abaixou-se desajeitadamente e recolheu meu livro, havia sido aberto nas últimas páginas, “Duvido que iremos tão longe”, grunhiu, analisando a página, “Feitiço do Ataque de Morcegos”, entregou o livro a mim, “Difícil feitiço de ser feito... embora eu duvido que você tenha algum problema com isso”
Enquanto me direcionava para o salão comunal, folhei até encontrar a página que ele estava lendo. Vi uma ilustração onde um bando de morcegos atacavam o rosto de um personagem de aparência apatetada. Li a descrição do feitiço:
Encanto: Chiroptera
O feitiço do ataque dos morcegos é divertido, mas muito poderoso. Ele transfigura os pêlos do nariz do alvo em morcegos. Seguindo as instruções, os morcegos irão imediatamente atacar o alvo.
O Feitiço dos Morcegos-Pêlos é muito difícil de ser executado. Precisa de experiência em transfiguração e controle dos recém-transformados morcegos por meio do uso feitiço Oppugno. Muitos jovens bruxos não conseguem facilmente combinar dois feitiços completamente diferentes em um mesmo encanto. É necessário determinação, constante prática e força de vontade.
Fechei o livro e sussurrei o feitiço. Repeti a frase ‘divertido, mas muito poderoso’ em minha mente. Assim era eu, decidi, divertida, mas poderosa. Lembrei da frase de Moody ‘Difícil feitiço de ser feito... embora eu duvido que você tenha algum problema com isso’. Ele tinha certeza de que eu conseguiria executar feitiços difíceis. Decidi, naquele momento, que praticaria o feitiço e veria até onde poderia ir com ele.
- Parte III -
Dei um passeio pelo lago depois do jantar; senti vontade de ficar sozinha aquela noite. Hermione tinha me perturbado, tentando fazer com que eu me aliasse ao F.A.L.E., com o que eu, honestamente, não queria me envolver. Antes que eu pudesse dizer não, Neville tropeçou em uma pilha de livros, causando uma distração. Fugi antes que Hermione pudesse voltar sua atenção para mim.
Gostava de ficar sozinha antes e ainda gosto. Às vezes, percebia que a melhor companhia com quem poderia contar era eu mesma. Peguei uma pedra e joguei-a no lago; onde a pedra afundou, formaram-se bolhas. Uma criatura de pele verde, com dois chifres veio à tona. Era um grindylow (demônio aquático). A criatura aquática silvou para mim.
Encantada, tirei minha varinha do bolso e resolvi praticar meu novo feitiço. Apontando-a para o grindylow, berrei, “Chiroptera!”. O grindylow me fitou, curioso, silvou novamente, e sumiu sob a superfície aquática.
Desapontada, pensei que talvez o feitiço não pudesse ser usado em criaturas aquáticas. Guardei minha varinha no meu bolso e caminhei de volta à Torre da Grifinória. Afinal de contas, eu ainda tinha lição de casa e poderia praticar um outro dia.
A semana seguinte, Moody anunciou para o resto da turma que praticaríamos resistência à Maldição Imperius, “Tive algumas reclamações em relação ao meu método de ensino. Digo o mesmo que disse na semana anterior: se prefere aprender da maneira difícil, quando alguém estiver controlando você, a honra é toda sua. Então, está dispensado”
Nenhum dos meus colegas saiu. Um por um, Moody chamou os alunos para sentirem como era estar sob o efeito da maldição. Luna falou com sotaque francês e gargalhou incontrolável. Delia abriu os braços e fingiu voar pela sala. Ethan, que era incapaz de dançar, dançou sobre as mesas. Lentamente, todos os alunos foram chamados e nenhum foi capaz de resistir à maldição.
Finalmente, Moody olhou para mim, “Weasley, sua vez”, levantei-me de minha carteira e caminhei para a frente da sala. Respirando fundo, me preparei. “Imperius!”, Moody grasnou.
A sensação era prazerosa, em nada parecida com a que vivenciei com Riddle. Com o diário, eu me sentira perdida, infeliz e diferente. Com a maldição, me sentia livre, mais autêntica do que nunca e (ouso dizer?) feliz. Não precisava mais me preocupar. Outra pessoa estava no comando e, por mim, tudo bem.
Gire, Weasley. Ouvi a voz de Moody, e aquilo pareceu uma idéia brilhante. Não consegui entender porque não pensei naquilo antes. Dei uma volta completa de 360 graus, e ouvi Moody dizer para eu continuar.
Então, ouvi minha voz dentro de minha mente, Não vou ficar enjoada? Não posso fazer isso. É bobo. Acho que prefiro ficar parada. Mas girei mesmo assim.
Pensei: Não foi isso que Riddle fez? Ele não mandou em mim?
Gire novamente, Weasley.
Você ouviu o Riddle, pensei, E ele a fez machucar seus amigos.
Eu disse para girar novamente, Weasley.
Não. Eu não vou ser controlada novamente. Não, não, não, não...
GIRE NOVAMENTE, WEASLEY!
Não, não, não, “NÃO”, berrei com tanta força que cai contra a mesa, derrubando um dos vasos de Moody e o vidro se partiu no chão.
Os olhos de Moody se cerraram, “Demorou um pouco”, Moody disse, “Mas como eu achei, você resistiu. Você é a segunda pessoa que ensino até agora que conseguiu fazê-lo”
“Quem foi a primeira?”, perguntei.
“Potter”
No dia 30 de outubro, os dois colégios estrangeiros chegaram em Hogwarts. Quando os alunos de Durmstrang chegaram, ouvi Rony exclamar: “Harry! É o Krum!”
Estava sentada com Delia, alguns assentos atrás do Trio. Delia era ignorante quando se tratava de celebridades bruxas, mas mesmo ela reconheceu o jogador internacional de quadriboll, “Não tenho uma pena!”, ela chiou.
Revirei meus olhos e olhei Hermione. Ela se esforçava para não parecer animada, “Pelo amor de Deus, Rony, é só um jogador de Quadriboll!”, disse. Sorri, porque sabia que ela só estava tentando encobrir a própria admiração.
Enquanto víamos o colégio atravessando o Salão Principal, ouvi várias sextanistas revirando as bolsas, tentando encontrar seus batons. Delia as ouviu, “Você acha que ele me daria um autógrafo, se eu tivesse um batom?”, freneticamente procurou pela sua própria bolsa.
Antes do banquete, Dumbledore explicou que o Cálice de Fogo seria um juiz imparcial que escolheria um representante de cada colégio e que haveria uma restrição etária, para o descontentamento de muitos estudantes, inclusos meus irmãos. Quando o banquete terminou, o torneio iniciou-se oficialmente.
A noite seguinte, no Dia das Bruxas, o Cálice de Fogo escolheu os representantes. Ninguém ficou surpreso que Vítor Krum havia sido escolhido pela Durmstrang. Os garotos ficaram prazerosamente maravilhados que Fleur Delacour era a escolhida de Beauxbatoms. Os estudantes de Hogwarts suspenderam a respiração quando chegou a vez do nosso colégio...
Cedrico Diggory fora o escolhido. Aplaudi-o. Eu não conhecia realmente o garoto, apesar de ele ser meu vizinho, mas o respeitava. Ele era sempre respeitável para os professores e legais com os alunos acima e abaixo dele. Ele era uma excelente opção, já que não podia ser alguém da Grifinória.
“Harry Potter”, ouvi Dumbledore dizer, tirando-me dos meus pensamentos. Olhei em volta e percebi o que estava acontecendo. Dumbledore segurava um pedaço de pergaminho, com uma feição perplexa.
- Parte IV -
Harry tinha sido o segundo escolhido de Hogwarts. Os cochichos no recinto lentamente cresceram. Harry... era... o segundo... escolhido de Hogwarts... Como podia ser possível? Soube imediatamente que havia algo errado. Lentamente, como se andassem na marcha de um funeral, Harry caminhou entre todos nós e passou pela porta que os outros três escolhidos haviam atravessado. Os professores, diretores das casas, Bagman e Chrouch todos trocaram olhares de confusão e dúvida. Um por um, levantaram-se de suas mesas e seguiram o último selecionado.
Pulei do meu assento e ocupei o lugar de Harry, ao lado de Rony, “O que está acontecendo?”, perguntei, porque se alguém sabia, eram eles.
“Não sei”, Hermione admitiu.
Rony largou a colher que estava segurando. Sua expressão o entregava, ele estava furioso, “Nem se importou em me contar”, Rony rosnou.
“Você não viu a cara dele?”, questionei, “Ele não tinha nem idéia!”, lancei um olhar a Hermione, pedindo ajuda.
“Ela está certa”, Hermione concordou, “Ele não sabia”
“Tá bom que não tinha”, Rony murmurou. Empurrou seu prato para longe e saiu em direção ao Salão Comunal. Hermione berrou quando um pouco de pudim respingou em seu rosto.
Aquela foi a primeira vez que a amizade de Harry e Rony sofrera um abalo. Hermione e eu pegamos a tarefa de botar um pouco de bom senso na cabeça dos amigos; ofereci meus serviços a Rony e Hermione ficou com Harry.
Encontrei Rony uma noite fazendo lição embaixo de uma árvore. O vento frio do outono lançou meu cabelo para todos os lados, enquanto eu me sentava ao lado do meu querido irmão. Esperei pacientemente alguns minutos, mas quando ele não deu sinal de ter me percebido, fechei o livro.
“Gina!”, ele rosnou para mim, “Preciso terminar isso!”
“Não, você tem que parar de ser tão idiota”, eu disse.
“Cai fora”, ele murmurou, e se reclinou contra a árvore, “Não fui eu quem mentiu para o meu melhor amigo”, apontou para si mesmo, “Sou o honesto”
“Você realmente acha que Harry colocou o nome no Cálice?”
“Claro que sim! Ele está sempre querendo se mostrar”
“Querendo se mostrar?”, silvei. Meu irmão era mesmo tão estúpido?
“Ele não se importa com as regras”, Rony disse, alto, “Era ele quem tinha que salvar a pedra filosofal, era ele quem tinha que encontrar a Câmara Secreta, era ele quem tinha que procurar por Sirius Black”
“Isso é diferente”, disse. Expliquei que Harry tinha feito tudo aquilo para salvar outras pessoas, inclusive eu, e não pela fama e atenção que isso traria a ele. Colocar seu nome no Cálice de Fogo, contra as regras de Dumbledore, seria um ato egoísta e seria somente para seu ganho pessoal; uma ação completamente descaracterizada, vindo dele. Ele recuperou a pedra filosofal para impedir Voldemort, não para viver para sempre. Ele encontrou a Câmara Secreta para me salvar. Ele arriscou muito para salvar Sirius...
Ele me olhou, surpreso, “Como você sabe sobre...?”
“Não importa”, eu disse, rapidamente, “O que importa é que você está errado desta vez...”
Rony me interrompeu, “Claro que você vai ficar do lado dele. Gosta dele desde que o viu pela primeira vez”
“Ronald Bilius Weasley!”, berrei e coloquei-me de pé em um pulo, sentindo-me uma vez mais como minha mãe, “Como você ousa me acusar...”, nem consegui terminar minha frase, Lancei-lhe o olhar mais irritado que já lancei a alguém e marchei de volta ao castelo. Enraivecida e com as bochechas avermelhadas, não conseguia acreditar que Rony achava que eu estava do lado do Harry só porque eu gostava dele. Que idiota! Que anta! Que estúpido! Tenho certeza que escolhi algumas outras palavras piores no meu caminho em direção ao Salão Comunal.
- Parte V -
“Rony é impossível”, disse a Hermione, dois dias antes da Primeira Tarefa. Espetei um dos ovos com meu garfo e levei-os aos lábios, soprei sobre a comida, para esfriá-la e dei a primeira mordida.
“Harry não é muito melhor”, Hermione admitiu, mordendo uma torrada, “Nós sabemos que Rony não acredita realmente nisso. Ele só está com ciúmes”
Eu sabia disso. Harry era o bruxo mais conhecido do mundo bruxo e Rony acontecia de ser seu amigo, “Odeio vê-los tão bravos um com o outro. Me reconforta saber que vocês três estarão sempre juntos. É uma das poucas coisas de que dependo”, disse, bebericando meu suco.
Hermione corou, “Isso significa muito para mim”
Decidindo que o tema ‘Harry e Rony’ era muito deprimente, mudei o assunto para algo mais leve, “Como a sua lição de casa está indo?”
Hermione franziu o cenho e rapidamente recordou-se do que tínhamos conversado antes do começo do ano letivo, “Ah, sim, isso...”, disse, distraindo-se com o que resta dos seus ovos, “Ainda não sei como me sinto”
“Não teria nada a ver com...”, sorri e apontei para um exemplar do Profeta Diário alguns centímetros de distância, “... seu amor por Harry Potter?”
Hermione agarrou o papel e arremessou-o para o outro lado da sala; páginas voaram por todas as direções, “Sinto muito, Gina. Rita é uma mulher estúpida. Você não acredita...”
“Claro que não”, eu disse, “Você nunca faria isso comigo”, sentamos em silêncio por alguns instantes, enquanto continuávamos a comer nosso café da manhã. Resolvi que poderia erguer uma questão interessante, “Acha que Krum vai se sair bem na Primeira Tarefa?”
Hermione bufou, “Assim espero, com toda a pesquisa que ele têm feito. Ele sempre está na biblioteca, seguido de perto pelo seu fã-clube. É meio irritante”
Antes que eu pudesse responder, Harry interrompeu nosso café da manhã, “Hermione, preciso da sua ajuda”, ele disse, sem se dar ao trabalho de sentar.
“Quer um pouco de café, Harry?”, ofereci.
Ele se virou, finalmente me notando, “Ah, oi, Gina. Não obrigado, não estou me sentindo muito bem”
Hermione rapidamente engoliu o que faltava da sua comida, se despediu, e saiu, deixando-me sentada sozinha. Eu esperava que tivesse alguma coisa a ver com uma reconciliação com Rony. Terminando meu café da manhã, dei uma volta para buscar por Rony para ver se ele estava mais bem humorado e, se ele não tivesse, eu teria alguém em quem praticar o Feitiço do Ataque de Morcegos.
A Primeira Tarefa foi uma prova aterrorizante, mas Harry foi fenomenal. Ele convocara sua varinha com um feitiço que Hermione ensinou-lhe, ele voou com o Rabo Córneo às suas costas por todo o terreno até que finalmente voltou para pegar o ovo; Grifinória estava em êxtase. Harry pode não ter alcançado a maior pontuação, mas o prêmio real foi que Rony admitiu que estava errado e os dois voltaram a ser amigos.
- Parte VI -
Quando o anúncio do Baile de Inverno foi finalmente feito, a atmosfera do colégio mudou drasticamente. Encontrei-me esperando mais tempo do que o necessário após as refeições, esperando e desejando que Harry me notasse. Para o meu desânimo, ele só lançava olhares nervosos na direção de Cho. Encontrei-me andando pelos mesmos corredores depois das aulas que eu sabia que Harry percorria, implorando-lhe silenciosamente que ele me chamasse para o Baile. Para o meu horror, uma fila de garotas o parava a cada instante. Harry era adorável recusando os convites delas.
Extremamente perturbada, deite-me na cama de Hermione. Estava frustrada. Outros garotos começaram a me notar. Na verdade, recusei dois convites de garotos do ano de Harry só para que eu estivesse livre quando ele me chamasse. Por que eu conseguia capturar a atenção de todos, menos do que eu mais desejava?
“Alguma sorte?”, Hermione me perguntou. Lancei-lhe um olhar e ela parecia tão frustrada quanto eu. Ela tinha, sem sombra de dúvidas, feito a mesma coisa que eu, pacientemente esperando que seu Príncipe Encantado levasse-a às alturas. Infelizmente, seu Príncipe Encantado era o bruxo ruivo mais desatencioso da escola. Talvez, do mundo.
“Não”, suspirei, “Você?”
“Não”
Parvati e Lilá entraram. Lilá ficou rosada e deu o maior sorriso que já a vi dar. Elas me viram e berraram, “Gina!”, Parvati disse, “Você tem que nos deixar arrumar seu cabelo para o baile”
“Eu não vou”, admiti.
“Pensei que Miguel Corner tinha te chamado”, Lilá clamou.
O engraçado é que ele chamou. Nunca tinha o visto até ele aparecer e falar comigo no almoço. Aparentemente, ele tinha me admirado pela maior parte do ano letivo e queria me levar para o baile. Corei furiosamente e lhe disse que eu tinha que recusar. Depois, saí correndo.
“Eu disse ‘não’”, respondi.
“Por quê?”, Parvati perguntou, “Ele é um cara lindo”, fitou-me, curiosa, estudou meu rosto e acenou, compreensiva, “Você está esperando pelo Harry, não está?”
“Não”, menti. Eu precisava parar de deixar minhas emoções tão à mostra, era ridículo que todos soubessem o que eu sentia. Desesperada para mudar de assunto, perguntei às garotas quem as havia convidado.
“Simas acabou de me chamar”, Lilá deu um gritinho, ficando ainda mais corada. Parvati admitiu que ainda não havia sido convidada e isso me surpreendeu, ela era maravilhosa. Aposto como muitos dos garotos ficaram intimidados por isso e acharam que ela já tinha sido convidada.
“O Rony já te chamou?”, ouviu Parvati perguntar a Hermione.
Hermione ficou aturdida, “O quê?”, perguntou, “Não... Quero dizer... por quê... Rony? Por que ele me chamaria? Somos só amigos!”
“Não se preocupe. Ainda tem tempo”, Lilá retrucou, “Ou você pode chamá-lo”
“Não vou chamá-lo para o baile!”, Hermione disse, histérica, pondo-se de pé, “Se vocês me dão licença, vou fazer algumas pesquisas”, ela pegou sua mala e voou quarto afora, deixando-me sentada em sua cama.
“Não sei quem ela está tentando enganar”, Parvati disse, “Ela têm ficado tão estranha com ele desde o anúncio do baile”
Dei de ombros. Me sentia tão irritada quanto Hermione, eu precisava de um tempo para pensar. Era tempo para ficar sozinha. Despedi-me das meninas e sai em direção à quadra de Quadriboll. Tirei minha varinha e comecei a praticar feitiços, tentando conseguir executar o feitiço dos morcegos em alguns pássaros inocentes.
“Nos encontramos novamente, Gina”, disse uma voz às minhas costas. Virei-me para encarar Zacarias Smith e dois dos seus colegas do time da Lufa-lufa, cada um segurando uma vassoura. Suspirei aliviada, sabendo que Zacarias estava no meu ano, e não me chamaria para o baile.
“Olá, Zacarias”, murmurei, “Eu já estava de saída”
“Você deu sorte, Weasley”, Zacarias sorriu, “Dumbledore cancelou a temporada de Quadriboll. Realmente bom para você”
De propósito, ergui minha varinha na altura dos meus olhos, fingindo que a estava analisando, “O que quer dizer com isso, Zacarias?”
“Afim de uma corrida?”, ele sugeriu, “Se eu ganhar, você vai ao baile com o meu amigo Summerby aqui...”, ele apontou para seu amigo, reconheci-o como o apanhador, “Mas você dança comigo”
Summerby balançou a cabeça, “Gina, você não precisa fazer isso”
Ignorei a observação de Summerby. Eu sabia, é claro, que conseguia voar bem mais rápido que Smith e estava ansiosa para mostrar a ele como ele estava enganado, “E se eu ganhar?”, perguntei, curiosa.
“Sua escolha”
Pensei por um longo tempo. O que seria o pior para um garoto como ele? Desistir do time de Quadriboll? Não, não era embaraçador o suficiente. Me deixar em paz para sempre? Mas, então, em quem eu praticaria meus feitiços? Já sabia... Gostava da garota e não tinha problema algum com ela, mas todos os garotos a detestavam, “Você tem que levar Heloísa Midgen ao baile... e ser um cavalheiro”
Smith rangeu os dentes. Jogou a vassoura de Summerby com violência na minha direção. “Você que sabe”, ele chiou, enquanto eu pegava a vassoura, “Duas voltas ao redor da quadra de Quadriboll”
Concordei. Nós dois nos posicionamos lado a lado, próximo a um dos aros. Summerby colocou-se na nossa frente e ergueu sua varinha. Quando a faísca vermelha saiu da ponta de sua varinha, Smith e eu arrancamos.
Surpreendentemente, ele era um voador rápido. Observá-lo durante os jogos era enganador; lá, ele voava e parava. Quando se tratava de vôo direto, ele era rápido, mas não rápido demais para que eu não pudesse acompanhá-lo. Estávamos lado a lado quando terminamos a primeira volta.
Inclinei-me. Gargalhei vitoriosamente quando o senti se esforçando para diminuir a distância, em vão. Ouvi-o xingar à medida que nos aproximávamos da linha de chegada. Perto, mais perto... então minha vassoura se virou sozinha, afastando-se da linha de chegada. Trapaceiro! Ele deve ter enfeitiçado minha vassoura quando eu me aproximava da chegada. Ouvi-o gargalhar enquanto minha vassoura se desviava do caminho.
Bati contra uma árvore. Xinguei, enquanto cuspia algumas folhas que entraram na minha boca. Resmungando, sentei-me lá, tentando decidir qual feitiço usaria para levá-lo ao esquecimento.
Ouvi uma voz, abaixo de mim, dizer, “Explique-se! Andrei disse que você vai para aquela biblioteca todo o dia onde a Sangue Ruim estuda. Concordamos antes de sair do colégio que não nos misturaríamos com esse tipo!”
- Parte VII -
Espiei entre as folhas e vi Igor Karkaroff que estava obviamente irritado. Tentei, silenciosamente, ver com quem ele falava.
“Não, eu nunca concordei com isso!”, a voz era forte e profunda, “Não compartilharei do seu preconceito”
“Vítor, seja razoável!”, Karkaroff berrou. Então era com Krum que ele conversava... e então, tudo se juntou. Krum estava na biblioteca porque tinha se interessado por Hermione. Coloquei a mão sobre minha boca, em surpresa.
“Estou sendo razoável!”, Krum berrou de volta, “Vou chamá-la para o Baile de Inverno e você não vai me impedir!”
Karkaroff soltou um ganido enojado, “Você envergonha todos os conceitos Durmstrang apóia!”
“Não, você fez isso sozinho”, os passos firmes de Krum fizeram-se ouvir enquanto ele saía. Os passos mais leves de Karkaroff se ouviram em seguida.
Quando desci da árvore, minutos mais tarde, saí correndo em direção à biblioteca; tencionava contar a Hermione tudo o que tinha ouvido, mas resolvi não fazê-lo. Se fosse comigo e Harry fosse me chamar, não queria que a surpresa fosse arruinada. Ao invés disso, a convenceria a desistir de esperar por Rony.
Madame Pince gritou para que eu parasse de correr na biblioteca, diminui o passo e encontrei Hermione alguns segundos depois. Ela esteve chorando e, para se esconder, ela pilhou livros até que eles ficassem da altura de anões. Sentei de frente para ela, ela ergueu os olhos, “Oi, Gina”, murmurou, tentando tirar sua atenção das bochechas úmidas por lágrimas, “Não me importa o que Harry diz, eu sei que ele está tendo problemas com a próxima tarefa...”
Eu, sinceramente, não estava preocupada com aquilo, “Estive pensando”, comecei, “Você devia...”
Mas ela me interrompeu, “Não vou esperar por Rony”, ela disse, baixo.
Encarei-a. Bem, pelo menos não foi difícil convencê-la, “Concordo com você”, respondi, “Você está choramingando por ele. Ele não vale tantas lágrimas...”, interrompi-me e pensei em Harry. Ele valia as lágrimas? Valia a pena esperar por ele? Senti lágrimas se formando em meus olhos, mas rapidamente expulsei-as.
“Eu sei”, Hermione sussurrou. Peguei sua mão e sorri, compreensiva, “Você realmente quer ir ao baile, Gina?”, assenti, “Sinto muito por ser eu a dizer isso, mas acho que você deve parar de esperar pelo convite do Harry”
“Eu sei”, respondi e realmente sabia. Ele não estava interessado. Ele não me convidaria. Ele ia convidar a Cho. Senti uma reviravolta no estômago e considerei, por um momento, armar Cho para outra pessoa... mas isso seria maldade, eu não poderia fazer aquilo com Harry.
“Somos duas garotinhas bobas”, Hermione falou, dando uma risada falsa, “Chorando por garotos estúpidos”, fechou o livro que estava lendo e o empurrou, “Estou cansada de ler”, deitou a cabeça na mesa e suspirou. Era um claro sinal de frustração se aquela garota não queria ler.
Peguei o livro dela, “Quer que eu o guarde?”, perguntei, e ela sussurrou algo que parecia ser um ‘tanto faz’. Levantei-me e caminhei para uma gôndola para devolver o livro. Achando o lugar apropriado, empurrei um livro inclinado para o lado, conseguindo abrir uma fenda por onde espiar.
Vítor Krum parou, em pé, na frente de Hermione. Ela ainda nem percebera que ele estava lá. Se ouviu alguém se aproximar, deve ter imaginado que era eu.
“Com licença”, Krum disse, tão polidamente quanto podia, no caso de Hermione estar dormindo.
A cabeça de Hermione ergueu-se subitamente. Se eu pudesse ver sua expressão, tenho certeza de que me faria rir, “Oh”, ela disse, um pouco rápido demais, “Oi”
“Eu tenho querido falar com você faz um tempo”, Krum disse, parecendo um pouco envergonhado, “Você não olha para mim como as outras garotas olham...”
“Ah, bem... eu...”
“Vim aqui quando você estava, mas estive muito tímido para tentar falar com você”
Krum...? Um jogador internacional de Quadriboll era muito tímido para se aproximar de uma garota? Ah, se Rony ao menos pudesse ouvir isso, me pergunto o que ele pensaria.
“Muito tímido?”, Hermione sussurrou.
Ele estendeu sua mão para ela, “Meu nome é Vítor Krum”, ele disse, e revirei os olhos. Quem não sabia quem ele era? Ele pegou a mão de Hermione e balançou-a, “Qual seu nome?”
“Hermione Granger”, sua voz estava levemente trêmula.
Krum assentiu, tentando compreender o difícil nome. Franziu o cenho.
Você vai se divertir muito à custa disso, não vai? pensei.
A expressão de Krum tornou-se um sorriso, “Hermio-ni-ni”, ele disse, “O jornal disse que você é namorada do Harry Potter”
Acho que pude sentir o calor proveniente das bochechas de Hermione, “Os jornais mentem”
O sorriso de Krum alargou-se um pouco. Isso era, com certeza, o que ele queria ouvir, “Você me concederá a honra de ser minha acompanhante no Baile de Inverno?”
“O quê... Você quer dizer, ir com você?”, Hermione engasgou-se um pouco, “Vítor, eu adoraria ir ao baile com você”
Krum inclinou levemente a cabeça, deu a meia volta e saiu da biblioteca. Assisti Hermione levar as mãos ao rosto e dar um berrinho animado.
“Pode sair agora”, chamou, olhando por cima dos ombros.
Caminhei como se fosse dona do local e sentei-me de frente para ela. Fingi que não tinha testemunhado o ocorrido, “Foi muito difícil achar o lugar onde o livro deveria ficar”, disse, indiferente.
“Tenho certeza”, ela disse, seu sorriso estava tão brilhante, “Agora precisamos achar uma companhia para você”
Sai da aula de Poções mais tarde naquele dia, com Delia. Ela falava sobre como não poderia ir ao baile, porque ninguém a convidara e de como ela iria ao salão comunal e aguardar pelo primeiro garoto mais velho que aparecesse e o obrigaria a levá-la. Vi, de relance, Neville sentado sozinho em um banco; ele parecia tão triste. Falei para Delia ir sozinha.
- Parte VIII -
Sentei ao lado do rapaz de aparência deprimida, “Por que está tão triste, Neville?”
Ele olhou para cima, parecendo surpreso. Duvido que ele tenha sequer que eu tinha me sentado até eu tê-lo cumprimentado. Forçando um sorriso, ele disse, “Nada, Gina”
“Sou a mestre em fingir que não há nada errado. Você não pode me enganar”
Neville parecia levemente embaraçado, mas suponho que não seja culpa dele. Grifinórios não são conhecidos por conseguir esconder seus sentimentos muito bem, e isso é, ao mesmo tempo, uma bênção e uma maldição, “Convidei Hermione para o baile e ela recusou”
Ele convidou Hermione? Isso era novidade para mim. Nunca pensei em Neville realmente gostando de garotas, mas suponho que faça sentido. Hermione sempre foi muito legal com Neville, ajudou-os com as lições, e prestava mais atenção a ele do que outras meninas.
“Você acha que Hermione estava mentindo quando disse que já tinha sido chamada?”
“Acredite em mim, Neville. Ela foi chamada”
Neville assentiu. Ele não achava, realmente, que Hermione seria tão superficial. Ele se inclinou, ligeiramente, e escondeu o rosto entre as mãos, apesar de não estar chorando, “Gina”, ele começou.
Eu sabia exatamente o que ele ia perguntar, antes mesmo de ele começar. Neville sentia-se confortável comigo, eu sabia que ele não gostava de mim, e ele, que eu não gostava dele. E antes mesmo de ele perguntar, eu sabia que aceitaria. Ele era muito gentil, talvez não o mais inteligente, bonito ou mais organizado garoto, mas não estava preocupado com aparências como meus irmãos e Harry. Tá bem, talvez Harry não estivesse tão preocupado com beleza e sua queda pela Cho fosse um pouco além disso. Se Harry não ia me convidar, eu poderia muito bem ir com Neville e me divertir.
“Você iria ao baile comi...?”
“Claro que sim, Neville”, respondi.
“Não sei qual é mais patético”, era Harper que saía da aula de Poções, “Se o Logbottom que estava tão desesperado ao ponto de chamar uma sangue-ruim e uma doninha ao mesmo tempo...”, zombou, “... ou se o fato de que a doninha realmente queira ir com ele”
Neville não disse nada quando me levantei, “Harper, se você não calar a boca, vou enfeitiçá-lo como fiz na Copa Mundial”
Harper automaticamente agarrou o ombro que o feitiço acertou meses atrás, “Ainda lhe devo uma por essa, Weasley. É melhor você tomar cuidado”
Aproximei-me dele, “Por que não faz algo a respeito disso agora? Não tenho nenhum compromisso”, nossos narizes estavam se tocando e eu estava, internamente, implorando que ele tentasse algo. Estava coçando para tentar o meu feitiço do ataque de morcegos.
“Fazendo ameaças, Weasley?”, dessa vez, foi Snape. Ele parou atrás de Harper, e deu um sorriso maldoso, “Dez pontos a menos para Grifinória”, ele disse, “Por que está perambulando pelos cantos se as classes acabaram há dez minutos?”
“Logbottom estava implorando para que ela fosse com ele ao baile”, Harper sorriu.
“Que... tocante”, Snape disse, olhando-me enojado, “Se suas técnicas de namoro forem do mesmo nível das suas relacionadas à poções, Weasley, vai deixar à desejar”
Respirei fundo e tentei conter meu temperamento e minha língua. Não podia responder para o Snape ou acabaria por perder mais pontos. Poderia enfeitiçá-lo, mas isso poderia levar à uma punição ainda pior. Lancei um olhar ao Harper, ele sorriu para mim; fuzilei-o com os olhos.
“Siga seu caminho, Weasley”, Snape ordenou, “Ou eu tirarei cinco pontos extras da Grifinória por ficarem rondando pelos corredores sem motivo”
Lancei um olhar semelhante a Snape, e quando me virei para ir embora com Neville, ele já tinha ido.
Dias mais tarde, abri com violência a figura da Mulher Gorda e sai do salão comunal. Para do lado de fora, tremi de raiva e tristeza. Você não vai chorar, Gina, mas pelo menos duas lágrimas escaparam. Eu tinha acabado de descobrir que Harry tinha convidado Cho para o baile.
Nunca pensei que Harry conseguisse juntar coragem o suficiente. Depois de todos os olhares nervosos ele lhe lançara desde o ano anterior, pensei que ele fosse covarde demais para fazê-lo. Tinha dito a mim mesa que, quem quer que fosse que Harry convidasse, eu não ficaria brava. Prometi para cima e para baixo que ficaria contente por ele.
Chutei o corrimão da escada e grunhi, frustrada. Ele só gostava dela porque ela era bonita! Bem, eu era bonita também! Os muitos garotos que me convidaram eram provas de quem alguém pensou que eu valia a pena. Ele só gostava dela porque ela era uma boa jogadora de Quadriboll. Bem, eu era boa também, só não consegui provar. Ele só gostava dela porque ela era mais velha... OK, nesse ela ganhou mesmo.
Ela já tinha sido convidada, no entanto. Esse pensamento deveria ter sido o suficiente para me consolar, mas foi em vão. Ainda assim, Harry tinha convidado ela... ela, não eu. Eu não deveria estar tão brava, ele não era minha propriedade. Ele estava livre para se apaixonar por quem quisesse.
Então, Rony... meu estúpido irmão teve que me oferecer ao Harry como se eu fosse dele. E sabia que Harry teria sido educado o suficiente para me levar. Sabia que se eu pudesse somente mostrar a Harry como sou engraçada e como ele poderia se divertir comigo, poderia afastar seus pensamentos de Cho para sempre. Mas eu já tinha sido chamada. Eu não poderia ter esperado alguns dias mais. Simplesmente aconteceu de eu já ter sido chamada.
Culpa sua!, resmunguei para mim mesma. Neville era uma pessoa gentil e afetuoso e eu deveria estar contente em tê-lo como acompanhante. Ele só não era... só não era... Não se atreva a dizer isso, Gina... Não se atreva a dizer isso...
- Parte IX -
O quadro se abriu e Hermione saiu, cumprimentou-me com um sorriso de partir o coração, “Eles finalmente nos convidaram”, ela disse, baixinho.
“Tecnicamente”, eu disse, “Harry não me convidou. Rony fez isso por ele”, puxei-a para mais perto e passei meu braço pelo seu ombro, “Ele vai algum dia reparar em mim, Hermione?”
Hermione sorriu e deu de ombros, “Ele está muito ligado na Cho agora”, admitiu. Ficou em silêncio por alguns segundos, “Mas isso é porque ele não sabe quem você é”
“Ele sabem que eu sou”
“Você tem muito medo de ser você mesma na frente dele”, Hermione observou, “Você é exatamente o que ele precisa na vida dele, mas tudo o que ele vê é a envergonhada irmã caçula do seu melhor amigo. Se você relaxasse e fosse você mesma, ele veria, mas você tem que parar de esperar que ele te note, e se fazer notar propositalmente”
Ela não estava sendo má, mas verdadeira. E eu sei pelo modo como ela o disse, que ela não se referia somente a Harry e eu. Ela estava certa. Pela primeira vez, eu realmente considerei desistir de Harry, mas recusei, “Ainda não estou pronta para isso”
“Também não estou”, sussurrou, “Vamos jantar”
Mamãe me mandou um vestido vermelho simples que deixava minhas costas à mostra. Eu preferiria surpreender os demais com um vestido espetacular, se é que me entendem, mas fiquei satisfeita. Deixei, finalmente, Parvati e Lilá cuidarem do meu cabelo e, tenho que admitir, ficou maravilhoso.
Hermione estava linda. Ela usou uns dez litros de alisador de cabelo, mas valeu a pena e seu vestido era de um azul maravilhoso. Era uma pena que ela não tenha se vestido para impressionar Krum. Tudo aquilo era para o Rony, para mostrar a ele o que ele tinha perdido.
Sem qualquer ofensa ao Neville, ele é um péssimo dançarino. Meus pés me matavam, no fim da noite. Lancei um olhar a Harry e ele tinha apenas um pouco mais de habilidade que Neville. Ao menos, ele conseguia manter os pés longe dos pés de sua acompanhante, Harry lançou-me um olhar no instante em que Neville pisou novamente no meu pé. Fiz uma careta, mas não disse nada. Quando lancei um novo olhar para Harry, ele parecia aterrorizado e não pude evitar pensar quão adorável ele era.
Varri a sala com os olhos e percebi que Rony nem havia ido para a pista de dança ainda. Ele deve ter, finalmente, visto Hermione com Krum. “Bem feito”, pensei. Ele teve todas as oportunidades de chamá-la. Enquanto divagava sobre a estupidez do meu irmão, Harry sentou-se ao seu lado. Mais um cliente insatisfeito. Ao menos Hermione estava se divertindo.
“Neville, você se importa se eu dançar com sua adorável acompanhante?”
Virei minha cabeça e abafei um ofego. Miguel Corner estava em pé, ao nosso lado. Ele usava vestes azuis e bronze, as cores da Corvinal, sua casa. Seus cabelos escuros estavam penteados para trás, de maneira precisa. Seus olhos, da cor de esmeralda, me observavam, admirados. Ouso dizer que, por um momento, esqueci-me completamente de Harry. Miguel Corner era tudo o que eu buscava.
“Er...”, Neville disse, olhando para mim, certificando-se se eu não me importaria. Ao perceber que não, ele disse, “Não”
Miguel pegou minha mão e me guiou para longe. Deslizando pela pista de dança, estava perdida em sua beleza, em seus olhos verdes, seu queixo proeminente, o modo como sua roupa realçava seus músculos levemente. Não ousei dizer nada, com medo que não fosse real.
“Você me disse que não viria ao baile”, Miguel disse, tão próximo da minha orelha que senti sua respiração no meu lóbulo.
“Mudei de idéia”, respondi, de maneira suave. Senti-me em segurança nos seus braços. Nunca desejei estar em um lugar com tanto ardor... Harry e eu nunca havíamos partilhado algo daquele estilo.
“Se Logbottom fosse seu namorado, você poderia ter me dito”, Miguel disse, “Eu teria entendido”
“Neville e eu somos só amigos”, respondi.
“Isso era o que eu queria ouvir”, ele observou.
- Parte X -
Meu coração perdeu uma batida. Ele era tão confiante. Meus braços esbarraram em muitas pessoas. Eu mal notei, mas o corvinal que estava me segurando reparou, e puxou-me para mais perto.
“Tive certeza, quando você me rejeitou de que já tinha um namorado”, Miguel admitiu, “Devo dizer que estou surpreso em encontrar uma garota bela como você sem um pretendente”
E charmoso! Esse foi o primeiro garoto que me elogiou daquela forma. Ele disse que eu era bela! Antes que pudesse me impedir, disse, “Não sei porque está tão preocupado...”, disse, colocando toda a experiência em flerte que eu tinha em minhas palavras, “A não ser, é claro, que você queira ocupar a posição”
“Passou pela minha mente”
A música parou de tocar, e não percebi, nem me importei. Antes que eu pudesse responder, Cedrico Diggory e Cho Chang tinham caminhado em nossa direção, de mãos dadas. Miguel e eu nos separamos, mas sua mão continuou junto à minha.
“Eu queria agradecê-lo, Miguel, por me apresentar uma garota tão maravilhosa”, Cedrico disse, e apertou a mão de Miguel. Pela primeira vez, olhei para Cho e não quis arrancar-lhe o cérebro com um feitiço. Eles pareciam tão felizes juntos.
“O prazer foi meu”, Miguel falou.
“Não acho que conheço sua companheira”, Cedrico disse, e não quis corrigi-lo, “Mas suponho que, talvez, você seja uma Weasley”
“Pensei que parecia mais com uma Malfoy, mas mostra que não sei de nada”, eu disse e eles riram. Eu fiz um participante do Torneio Tri-Bruxo rir, fiz um incrível apanhador rir, fiz... fiz Miguel rir. Eu poderia, facilmente, me acostumar a fazê-lo sorrir, “Gina”, me apresentei.
“Encantado em conhecê-la”, Cedrico sorriu.
E vi uma cicatriz pálida abaixo de seus lábios que ele havia conseguido durante a primeira tarefa contra os dragões. Lembrei-me de ter ouvido como Harry contara a Cedrico sobre a tarefa, e lembrei de Hermione dizendo, para cobrir sua tristeza, antes de Krum se aproximar dela, ‘Não me importa o que Harry diz, sei que ele está com problemas com a próxima tarefa’. Chutei-me mentalmente por estar pensando em Harry quando estava ao lado de dois dos garotos mais bonitos da Corvinal... talvez de Hogwarts.
“Eu teria dito isso mais cedo, se tivéssemos nos falado antes”, comecei, “Mas mandou muito bem na primeira tarefa, e estou sendo sincera”
“Ele foi muito corajoso”, Cho adicionou.
“Como está indo a segunda tarefa?”, perguntei, rezando para que ninguém mudasse de assunto.
“Foi difícil decifrar, a principio”, Cedrico admitiu, “Na verdade, descobri essa manhã. Posso relaxar, por enquanto”
Tentei fazer minha próxima observação o mais casual quanto o possível, “Ouvi dizer que o nosso escolhido da Grifinória está tendo um pouco de dificuldades”, esperei que ele tivesse entendido a minha indireta. Você lhe deve uma.
Cedrico assentiu e não disse nada. Esperei que isso fosse bom. Ele se despediu e guiou Cho em direção à poncheira. Observei-os se afastar, implorando silenciosamente a Cedrico que procurasse por Harry esta noite, e senti-me terrivelmente perturbada porque Harry estava chateado por não estar lá com Cho.
“Oh-oh”, Miguel disse. Pensei que ele tivesse lido minha mente e descoberto que eu estava pensando em Harry novamente. Em vez disso, apontou em direção às mesas, “Parece que seu irmão e Hermione estão se divertindo bastante”
- Parte XI -
“O quê?!?”, perguntei, meio que esperando encontrar Rony e Hermione dançando e aproveitando a companhia um do outro. Em vez disso, Hermione parecia furiosa e se inclinava sobre Rony que parecia tão zangado quanto. Abri espaço entre a multidão para ter um local onde pudesse ouvi-los melhor. Aparentemente, a briga já estava acontecendo fazia um tempo. Apenas peguei o fim dela:
“Por que não vai procurar pelo Vitinho? Ele deve estar se perguntando onde você está”, Rony disse.
“Não o chame de Vitinho”, Hermione guinchou, virando-se de onde estava e caminhando em nossa direção, na pista de dança. Lancei um olhar a Miguel que gesticulou para que eu fosse atrás dela.
Quando a alcancei, ela não parecia chorosa. Ao contrário, ela tinha uma mistura de ultraje e satisfação estampados em seu rosto. Quando me viu, abraçou-me rapidamente e disse, “Vi-a dançando com Miguel Corner”
Extremamente confusa com o fato de ela estar tão distante da cena que se sucedera, eu simplesmente assenti, “Ele é muito charmoso... e bonito... e ele quer...”, menos de quinze minutos atrás, estaria em êxtase para contar à Hermione que Miguel queria ser meu namorado, quando estava entretida na dança que ele e eu compartilhamos, mergulhada nas palavras que ele dissera para mim, mas a necessidade de ajudar Harry tirou-me da minha transe hipnótica.
“Ele a chamou para sair, não foi?”, Hermione berrou.
“Não realmente”, respondi, “Mas acho que está interessado”
“E o que você vai fazer?”
Eu, honestamente, não tinha idéia e foi o que lhe disse. Ela me estudou com os olhos, lembrando-me do que havíamos conversado antes, e desejou-me sorte. Finalmente, tirei o assunto de mim mesma, e perguntei, “Como pode estar tão feliz? Acho que todos no colégio ouviram a briga que você teve com Rony”
Ela sorriu, astuta, “Ah, o garoto me enfurece, mas isso só prova que ele está começando a notar, e agora que eu posso estar escapando entre seus dedos...”, ela não terminou sua frase, pois Krum havia se colocado ao lado dela e perguntado se ela queria dançar novamente. Ela lançou-me uma piscada e concordou, alegre.
“Caçulinha do Rony!”, berrou uma voz familiar e duas mãos cobriram meus olhos, vindo de trás de mim, “Advinha quem é!”
“Huuuum...”, eu disse, “Quem mais me chama de um apelido tão carinhoso?”, agarrei as mãos e puxei Dino Thomas para a minha frente, “Com quem você está aqui?”
“Nesse momento?”, Dino ponderou, colocando sua mão sobre as sobrancelhas e varrendo o recinto, “Acho que todas as damas aqui estão comigo agora”
“Nos seus sonhos”, zombei.
Ele passou o braço pelos meus ombros, brincalhão, e me diverti sabendo que ele nunca me tocaria se Rony estivesse presente. “Caçulinha”, ele disse, “Quando é que você vai parar de brincar com o meu coração e sair comigo?”
Empurrei seu braço para longe, “Quando é que você vai parar de me chamar de caçula do seu amigo e me tratar como a dama que eu sou?”
“Essa noite é cedo demais?”, perguntou, mas tirou um relógio do seu bolso e observou-o, “Desculpe. Já passou sua hora de estar na cama. Talvez amanhã?”
Desde que Rony me apresentou a seu companheiro de quarto, ele tem me chamado desse supramencionado apelido. Desenvolvemos um laço interessante imediatamente. Ele estava sempre tirando sarro de mim pela minha idade e dando indiretas divertidas, e eu sempre o recusava. Era uma relação engraçada, mas se você me dissesse que eu estaria namorando ele dali a dois anos, eu te perguntaria se eu estava sob o efeito de alguma poção do amor.
Desculpando-me e afastando-me da companhia de Dino, dancei com Neville mais algumas vezes, para o horror dos meus pés. Conversamos sobre Hermione, Krum, Rony e Harry. Conversamos sobre o Torneio e as missões que estavam por vir. Eu amava conversar com Neville, fazia com que me sentisse confortável com quem eu era.
Quando busquei por Miguel pela multidão, não o encontrei. Tinha esperanças de dançar uma vez mais com o garoto, tinha esperanças de dividir mais um momento como o que dividimos momentos atrás. Era estranho o quanto queria falar ‘boa noite’ para ele, o quanto eu queria beijá-lo.
Depois do Baile de Inverno, Miguel pareceu desaparecer completamente. Via-o de relance nas refeições e nos corredores, mas parecia que não tínhamos feito mais do que dançado amigavelmente. Comecei a pensar que ele dançara comigo para ganhar uma aposta ou que fora pago por Vaisley e Harper para me fazer de idiota.
- Parte XII -
Hermione e eu conversávamos freqüentemente sobre nossos problemas. Ela e Rony haviam voltado a se falar fingindo que a discussão da noite anterior não houvera ocorrido, mas Rony continuava resguardar sentimentos nocivos em relação a Krum. Harry continuava a buscar por Cho em meio a multidão. Hermione voltara a ser ativista do FALE.
Ela me disse para buscar por Miguel e acertar as coisas, mas me recusei a fazer o papel da desesperada garotinha apaixonada novamente. Se Miguel estivesse interessado, me encontraria. Além do mais, disse à Hermione, ainda não sabia se estava pronta para desistir de Harry, apesar do fato de que, à cada olhada que ele dava a Cho, mais e mais eu esperava que Miguel procurasse por mim.
A Segunda Tarefa pareceu bem mais fácil do que a Primeira. Passando por criaturas marinhas e algas perigosas parecia cóceguinhas comparado à lutar contra dragões. Como esperei, Cedrico passou a informação para Harry, embora o garoto tenha precisado de até cinco minutos antes da tarefa para entender tudo o que aconteceria. Aconteceu que Harry interpretou erroneamente a dica e achou que todos que não fossem salvos seriam mortos. Não pude evitar admirar seu desejo de ser o herói de todos.
Numa noite, não muito tempo depois da Segunda Tarefa, acordei terrivelmente assustada do meu sono. Acordei tão repentinamente que derrubei o livro que estava lendo no chão. Não tinha tentado adormecer, mas o fiz, e estive de volta à Câmara Secreta por algumas horas.
Delia e as garotas estariam de volta a qualquer instante, se bem as conhecia. Eu precisava de um tempo sozinha; precisava de ar fresco. Olhando para fora, pela janela, vi flocos de neve descendo lentamente em direção ao solo. Agarrei um cachecol e uma roupa quentinha e, apesar de violando as regras, fui para fora.
Pratiquei meu feitiço do Ataque de Morcegos em alguns duendes da neve. Tinha quase certeza de que tinha controle sob o feitiço sem muitas dificuldades, mas ainda estava me comendo por dentro para usá-lo em Harper, Malfoy ou Smith. Assisti alguns duendes saírem irritados com pequenos morceguinhos os seguindo.
Tinha parado de nevar e um fresco tapete branco cobria o chão. Fiquei à margem do lago, pensando na tarefa. Se tivessem esperado por mais alguns dias, a água estaria coberta por uma crosta de gelo. O lago parecia pacífico, especialmente porque as nuvens cinzentas estavam sendo empurradas para longe, revelando um céu escuro.
Não o ouvi aproximando-se; a neve deve ter abafado seus passos. Colocou a mão sobre meu ombro e não precisei vê-lo para reconhecer seu toque gentil. Tinha pensado sobre isso desde que dançamos, “Estive procurando por você está noite”, disse Miguel, gentilmente.
Tinha perguntas para ele, como para onde ele fora depois que dançamos e por que demorara dois meses para se aproximar de mim novamente, mas quando vi seu rosto maravilhoso contra a negritude do céu, não me importava mais.
“Esteve?”
Miguel sorriu; era um sorriso tão lindo. Arrepiei-me de animação e ele interpretou errado o gesto, achando que era frio. Tirou o próprio casaco e posicionou-o sobre meus ombros. Não tive coragem de dizer a ele que estava sentindo um claro atípico. Envolvi o casaco dele em volta de mim, firmemente, seu cheiro saindo do casaco e instigando meus sentidos.
Sem mais nenhuma palavra, Miguel aproximou-se e eu nunca quis um beijo mais do que naquele momento, e não um beijo de Harry que nunca aconteceria, mas um beijo de alguém que o desejava de maneira tão desesperada. Ele hesitou por um instante, olhando intensamente para os meus olhos, provocando-me, privando-me do que eu queria.
E seus lábios estavam sobre os meus e isso foi tudo o que foi preciso para que eu desenvolvesse uma queda por Miguel Corner. Em baixo das estrelas, ele me beijou. Enquanto um lindo tapete branco se estendia aos nossos pés, ele me beijou. Enquanto o lago estava congelado e paralisado, ele me beijou. E enquanto ele me beijava, eu o beijei de volta.
Ele rompeu o beijo, para o meu desânimo; queria mais. Eu não sabia o quanto gostava de beijar; eu tinha gostado quando Collin me beijara, mas eu não tinha querido. Aquilo era diferente. Roguei por isso. Ansiei por isso. Precisava disso.
Seus olhos verdes encontraram com os meus castanhos, e ele sussurrou, “Então, quem é Tom?”
- Parte XIII -
E meu mundo perfeito foi terra abaixo. Minha voz alterou-se do guincho-Luna que estava usando para um muito parecido com o da minha mãe, “O que quer dizer com ‘Tom’?”
Miguel não sorriu, obviamente percebendo que tocara uma área sensível, “Sinto muito, Gina. Delia disse que você o chama quando está dormindo. Tom Riddle”
Como eu disse antes, poucas pessoas sabiam o que acontecera na Câmara Secreta. Delia era uma daquelas pessoas que não tinham idéia e eu não podia contar a ela. Ela não entenderia, não mesmo.
Não tinha idéia do que sentir nem de como reagir. Ele não sabia, é claro, quem Tom Riddle era e o que significava para mim. Como eu poderia deixar passar um cara tão lindo só por causa de um mísero erro? Apesar do raciocínio, não conseguia deixar de lado o fato de todas as exigências feitas por hormônios ou afeição que eu tinha, estavam derretendo como a neve faria.
Miguel estava segurando minha mão, mas soltou-a, “Desculpe. Pensei...”
Pressionando um dedo contra seus lábios, impedi-o de falar. Levantei o argumento mais verdadeiro que pude, “Tom Riddle...”, estremeci, “...é uma pessoa do meu passado que me magoou intensamente; ainda tenho pesadelos sobre ele”
Ele deve ter se arrependido de ter largado minha mão, pois o vi erguendo a mão para tomar as minhas novamente, mas ele se interrompeu, “O que ele fez?”
“Não quero falar sobre isso!”, berrei, muito mais alto do que queria. Ele recuou; tirei seu casaco e devolvi-o, “Gosto de você, Miguel, mas acho que isso foi um erro”
Deixei-o parado ao lado do lago, o vento frio balançando as árvores, os flocos de neve caindo sobre ele, enquanto estava parado lá. Não me importei em olhar para trás, porque fazê-lo significaria arrependimento, e não queria que ele soubesse o quanto me arrependia de sair dali. Parti meu primeiro coração.
Hermione tentou me convencer a dar uma nova chance a ele, e eu sabia que ela estava certa. Mas também sabia que Tom Riddle me assombraria para o resto da minha vida e nenhum garoto bonito poderia me ajudar ou entender, a não ser pelo garoto que fora capaz de salvar-me das garras dele para começo de conversa, mas ele estava ocupado demais olhando para Cho e tentando salvar o mundo bruxo.
A terceira tarefa estava acima de nós. Dumbledore convidou minha família para se apresentar como a família de Harry. Ele nunca pareceu tão contente em nos ver sentados ali. Quis enfeitiçar Fleur quando a vi fazendo contato visual com meu irmão, Gui.
Quando os escolhidos caminharam para dentro do labirinto, ninguém poderia antecipar o que aconteceria. Sentei com Rony, Hermione e minha família, Conversamos sobre quão excitante o Torneio havia sido até aquele momento e como esperávamos que um dos nossos escolhidos fosse o vencedor.
Quando vimos Harry e Cedrico aparecerem com o troféu do campeonato, Hogwarts vangloriou-se alto. Rony e eu ficamos de pé em um pulo, punhos erguidos para o ar, e nos abraçamos. Vencemos as escolas estrangeiras. De alguma forma, através do barulho, ouvi a voz desesperada de Harry e meu sangue congelou.
“Ele voltou. Ele voltou. Voldemort”
Caos se instalou, “Ele está MORTO!”, ouvi pessoas berrarem, “Cedrico Diggory está MORTO!”
- Parte XIV -
Vi Cho gritar enquanto corria em direção ao vencedor desfalecido.
Moody agarrou um Harry desorientado, e guiou-o em direção ao castelo. Vi os dois desaparecerem pelas portas do colégio e soube, no ato, que algo não estava certo. O Moody que nos ensinou o ano inteiro, lembrava-nos repetidamente sobre vigilância constante e estarmos preparados para o pior. Ele havia imposto a maldição Imperius na gente, simplesmente porque disse que precisávamos saber. O impostor, como viemos a saber mais tarde, cometeu seu segundo erro ao afastar Harry da cena.
Dumbledore viu aquilo, também. Depois de tentar acalmar todo mundo e o senhor Diggory, ele saiu com Snape e McGonagall em direção ao escritório do Moody. Hermione me puxou para mais perto e se apoiou no meu ombro, chorando. Não me lembro de começar a chorar, mas as lágrimas estavam lá inacabáveis.
Horas mais tarde, não conseguia agüentar todos os estudantes e adultos chorando. Precisava de um tempo sozinha e me afastei da companhia de minha família. Ninguém tentou me impedir. Se Voldemort tivesse voltado, precisaria de tempo para poder invadir o colégio. Ele não atacaria ainda, não naquela noite. Caminhei pelos corredores do castelo e finalmente me encontrei parada ao lado de fora do escritório de Moody.
Notícias se espalhavam rapidamente pelo colégio, especialmente pela minha família. Moody era um impostor. Barto Crouch Jr., para ser exata. Um Comensal da Morte extraordinário, mas vocês já sabiam disso. Parei ao lado da porta e notei que ainda estava aberta.
Toquei a porta levemente, olhando lá dentro. Como pudemos não perceber? Como eu pude não perceber? Minha mente voltou-se para o bisbilhoscópio que Moody havia pegado de mim meses atrás. Aquele pequeno artefato havia percebido. Tinha apitado, feito estardalhaço e se iluminado desde o momento em que Barto pisara no castelo, com certeza. Xinguei-me internamente. Barto sabia também, por isso o pegara.
Empurrei a porta, abrindo-a. Perguntei-me se ele o havia guardado. Queria-o de volta, é claro, porque sabia que ele poderia ser confiado. Se pudesse encontrá-lo, nunca mais o perderia. Pisei, cautelosamente, dentro da sala.
“O senhor foi mau”, ouvi um choro no fundo da sala. Parecia muito com a Winkie, a elfo-doméstico que esteve na Copa Mundial.
Fazendo o menor barulho possível, encontrei o objeto alguns minutos mais tarde dentro de um armário; estava quebrado. Suspirei, e estava para fechar o armário, quando algo me chamou a atenção. A palavra “marotos”. Tirei os papéis que estavam em cima dele e puxei o pergaminho para fora do armário. Com certeza, aquele era o mapa que deveria estar sob a posse de Harry. Como Barto conseguiu-o era um mistério, mas entendi muito bem o porquê um Comensal da Morte desejaria tanto o mapa.
Olhei para o pergaminho que ainda estava na forma de mapa. Harry estava na Ala Hospitalar. Mamãe, Gui, Rony, Hermione e Sirius, muito provavelmente na sua forma animaga, estavam ao lado dele. Mamãe estava caminhando. Vi alguns corredores de distância que Fudge, McGonagall e Snape estavam correndo nessa direção. Mais a frente, e parecendo seguir o mesmo caminho, estava Dumbledore.
Sem pensar duas vezes, corri na mesma direção, com os olhos no mapa. Ao tempo que alcancei a Ala Hospitalar, Dumbledore já estava lá dentro há algum tempo. Não ousei entrar, mas também não precisei. Eles estavam discutindo alto.
“Voldemort voltou”, Dumbledore disse, e pude perceber que esse argumento estava sendo repetido, “Se aceitar esse fato de imediato, Fudge, e tomar as medidas necessárias, ainda poderemos fazer algo a respeito...”
Mas Fudge não estava dando ouvidos à razão e não ouviria nada do que Dumbledore tinha a dizer. Ele estava, como Dumbledore disse, “cego pelo poder do cargo que exercia”. Afinal, ouvi-o dizer algo como, “alcançamos um desencontro de idéias” e “se você é contra ele, então, continuamos, Cornelius, do mesmo lado”
Finalmente, Fudge trovejou para fora do quarto, batendo a porta, parecendo irritado e assustado. Me notou, mas não pareceu pensar nada a respeito. Depois de tudo, minha mãe estava no quarto com Harry. Fudge murmurou algo como “Perda de tempo!”, e sumiu.
Mais tarde, quando todos saíram do lado de Harry, me esgueirei para dentro da Ala Hospitalar e sentei-me ao lado do garoto adormecido. Peguei as mãos dele nas minhas e senti as lágrimas caírem dos meus olhos, “As coisas estão mudando, Harry...”, sussurrei, sabendo que ele não me ouvia.
- Parte XV -
Falei com voz suave, e contei a ele como eu tinha mudado e como sabia que ele não precisava de mim, quando tinha Rony e Hermione. Contei que tomaria uma importante decisão. Contei o quanto ele significava para mim, mas como eu não podia seguir me magoando daquela forma. Contei que precisava de alguém que me segurasse e que achava que tinha encontrado alguém que pudesse fazê-lo. Contei a ele... Contei...
“Desisti de você”, chorei, sabendo muito bem que não era verdade. Vendo-o lá, em um sono sem sonhos, e saber que ele acordaria lembrando daqueles terríveis eventos que aconteceram me fez chorar ainda mais. Pensei sobre o que Hermione disse: Você é exatamente o que ele precisa na vida dele. Mas eu sabia que ele não sabia disso, e eu não sabia se ele algum dia o descobriria, mas eu não poderia esperar por ele. Precisava seguir em frente.
Depositei o mapa no meu colo, apontei a mapa para ele, e choraminguei, “Mal-feito, feito”. Dobrei o pergaminho e coloquei-o no bolso das vestes dele. Levantei-me, lancei mais um olhar ao seu rosto, sua expressão pacífica, e sussurrei, “Eu te amo, Harry Potter”
A viagem de trem de volta para casa foi relativamente calma; fiquei com Delia e minhas colegas de quarto. Ela estava me perguntando sobre os meus planos para o fim de semana, mas eu disse pouco. Ela disse que não sabia se voltaria no ano seguinte, já que todos os anos que ela aparecera foram perigosos. Não respondi.
Miguel passou por nós e, antes que percebesse, me coloquei de pé em um pulo, abri a porta, e chamei por ele. Ele parou no corredor e voltou-se para mim. Seu rosto, seu lindo rosto, entregou-o. Ele estava triste, e talvez ele tenha acabado de aprender a lhe dar com a rejeição, e agora eu estava voltando para sua vida.
“Olá, Gina”, ele disse, melancólico.
Eu não disse nada. Caminhei em sua direção e o abracei. Passando a mão pela sua cintura, puxei-o para mais perto e ele me abraçou de volta, me apertando firmemente e senti-me à salvo.
“Gosto de você, Miguel”, eu disse, suavemente, “Se ainda estiver interessado no cargo, estou buscando por alguém que queira ocupá-lo”
Ele sorriu, “O que a faz pensar que não desisti de você?”
“Isso”, colocando-me na ponta dos pés, ergui-me em direção aos seus lábios e beijei-o gentilmente.
Quando me afastei, ele pegou-me pela mão e guiou-me em direção a sua cabine. Olhei para Delia e ela me deu o dedão para cima. Passamos pelo vagão de Harry e capturei os olhos de Hermione que se arregalaram quando ergui a mão de Miguel e a minha, entrelaçadas.
Sentada em seu vagão com Terry Boot e Anthony Goldstein, expliquei que não sabia como aquele verão seria para mim. Se pudesse visitá-lo, iria. Se pudesse escrever, escreveria. Mas se não, ainda assim gostaria de ser sua namorada, isso é, se ele quisesse. Ele concordou.
- Parte XVI -
Quando o trem parou na estação King’s Cross, vi Rony e Hermione saírem de seu compartimento, seguidos por Fred e Jorge. Eles pararam abruptamente e viraram-se para quem quer que fosse que ficara no recinto. Falei a Miguel que o encontraria mais tarde.
Ficando fora de vista, ouvi a voz de Jorge, “Deve ter milhares de galeões aqui”
“É”, a voz de Harry disse, “Pense em quantos Cremes de Canários dá para comprar. Apenas não contem a mãe de vocês onde conseguiram...”
Minha boca se escancarou. Harry estava dando o seu prêmio do Torneio Tri-Bruxo para Fred e Jorge. Entendia que Harry não fosse querê-lo, mas dá-lo a Fred e Jorge para a loja de truques? Mamãe ficaria furiosa.
Harry saiu sem me notar e, pulando sobre Draco, Crabble e Goyle, entrei no compartimento, bem quando eles escondiam o dinheiro em suas malas, “Olá, garotos”, cumprimentei-os, “O que estão escondendo?”
“Não faça perguntas...”
Interrompi Fred no meio da frase, “Você se lembra com quem está falando?”, perguntei, “Você realmente acha que eu não ouvi tudo o que acabou de acontecer?”
Fred e Jorge se entreolharam, surpresos, e depois olharam para mim, novamente. “Eu sempre disse que você era uma bruxinha inteligente”, Jorge disse.
“Não se esqueça disso”, eu disse.
“Draco?”, ouvi uma voz familiar berrar. Virando-me, vi Harper para lá, olhando abobado para os três sonserinos deitados no chão, com marcas de feitiços pelo corpo, “O que diabos...?”, e olhou para nós, “Weasley! Eu devia ter sabido! O que fizeram?”, berrou.
“Um pouco de decoração”, Fred riu.
“Embora eu acho que não gosto muito do novo tapete”, sorri.
“Falei que cuidasse de onde pisa, pequena Weasley!”, ele chiou.
Harper pegou sua varinha e eu nunca fiquei tão feliz por isso. Eu podia não ser tão rápida com uma varinha quanto era com uma vassoura, mas venci Harper no ato, “Chiroptera!”, berrei e raios pretos e roxos acertaram Harper bem no nariz.
O efeito foi instantâneo. Vários morcegos saíram do seu nariz e começaram a atacar seu rosto furiosamente. Berrando e estapeando os morcegos, ele caiu na cabine de frente para a nossa e a porta fechou-se com um estrondo forte.
Minha primeira vítima do feitiço do Ataque de Morcegos. Ótimo resultado, se me permitem a palavra. Virei-me para pegar o sorriso impressionado do Fred e do Jorge.
“Quando é que ele vai aprender?”, Fred perguntou, passando o braço pelo meu ombro.
Jorge colocou sua mão no meu outro ombro, “Tamanho não é tudo”, terminou.
N/A: Gina esteve em situações muito parecidas às quais Harry se encontrou... Por exemplo, nesse capítulo, Gina consegue resistir à maldição Imperius. E eu tenho certeza que ela conseguiria, já que ela conseguiu lutar com a Horcruxe de Voldemort por tempo o suficiente para conseguir se livrar do diário.
Sei que JK Rowling disse que simplesmente se esqueceu de mencionar que Harry pegara o mapa de volta do escritório de Moody, mas já que isso não é tecnicamente Cannon, aproveitei-me desse pequeno erro. Espero que tenham gostado.
N/T: Todo esse capítulo resume-se a um só comentário: ALGUÉM ME DÁ UM MIGUEL CORNER?!?
;D
Gente, eu adorei traduzir esse capítulo e já estou trabalhando no próximo... se tudo der certo, postarei-o semana que vem! ;D
Obrigada a todo mundo que mandou um comentário! Aqui estão as respostas!! Gente, muito obrigada pelos comentários!!!
Larrisa Manhães - A relação da Gina com os irmãos é perfeita, realmente! Gostou do capítulo novo? ;D
Lola Potter - A quedinha da Hermione pelo Krum foi correspondida! ;D Aqui está o capítulo novo! Curtiu?
Janaina Potter - Fico contente que você esteja gostando da tradução! Normalmente, posto um capítulo por semana! ;D Espero que tenha gostado!!
Larissa Manhães - Obrigada pelo apoio, mas eu sei como é difícil conseguir comentários! Me contento com vocês! :D
Juh_ - Nossa! Fico muito contente que você esteja gostando tanto assim da fanfic! Aqui está o novo capítulo!!
Glaau. - Ah, o Rony sempre afasta a Gina! Hauihaiuah Então, eu também fiquei em dúvida em relação a Romilda, mas a fic é do Justin, então... E acho que a Demelza e a Gina só vão se falar mais para frente! Espero que tenha gostado do capítulo novo!! ;D
Espero que tenham gostado deste capítulo tanto quanto eu!
Um beijo gigantesco,
Gii
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