Quando Um Segredo É Revelado
- Cara eu odeio frio, eu já disse isso antes? – Jason perguntara com uma voz trêmula enquanto ele, Scorpius, Lily, Alvo e James subiam uma imensa montanha de neve a pé.
- Já, já disse mais de cem vezes em menos de dois minutos Jason. – Lily respondia com um olhar de repressão.
- Não posso fazer nada se eu odeio o frio! – Resmungara o loiro cruzando os braços.
Scorpius sequer dava importância ás reclamações do melhor amigo, afinal sua ira estava concentrada em outro lugar. Ele não podia crer que Harry Potter havia optado por colocá-lo na mesma equipe que James, isso era quase declarar uma guerra interna na Ordem. Para a sorte de Scorpius, James também não parecera muito feliz com a decisão do pai e com isso resolveu permanecer no seu mais absoluto silêncio durante toda a caminhada.
- Não sei por que não podemos usar magia... – Jason continuava sua lista de reclamações.
- Para não sermos detectados sua besta! – Ralhava Alvo já impaciente.
- Assim ofende Alvinho! – O rapaz fazia bico fazendo a namorada prender uma gargalhada.
- Weiss têm razão... – James falara pela primeira vez em horas de caminhada, todos os olhares voltaram ao ruivo inclusive o de Jason. – Não podemos usar magia e com isso estamos atrasados...
- É impressão minha ou você está louco para voltar para ás costas de sua esposa Potter? – Alfinetara Scorpius recebendo olhares de repreensão de Lily e Alvo e um olhar divertido de Jason.
- Não, não é impressão sua Malfoy... – James respondia calmamente. – Realmente desejo retornar aos braços de meus filhos e minha esposa, se você tivesse uma certamente também desejaria.
Scorpius pensara até em dar uma resposta mal criada, entretanto sua mente parecia vazia e ele sequer conseguira responder a provocação do ruivo. Aquilo era irritante por demais! O que Harry Potter queria? Humilhá-lo? Sim, pois era isso que ele sentia, afinal colocá-lo ao lado do imbecil do primogênito de Harry era o mesmo que dizer que Scorpius não era nada.
- Sabe, este era um excelente momento de dar uma boa resposta... – Sussurrara Jason ao ouvido do amigo enquanto James voltava a passar o plano a limpo com Alvo.
- Não enche. – O rapaz falara mal humorado.
Amanhecera um dia lindo na Romênia, Jackie estava frente à imensa televisão colocada na sala assistindo um desenho animado qualquer enquanto se balançava para frente e para trás, já Jay estava mais concentrado em comer seu cereais na mesa da cozinha enquanto Rose fazia algumas panquecas.
- Jackie desligue a TV e venha comer! – Chamara Rose a sua caçulinha.
- Mas mamãe! – Jackie surgia na cozinha encostando-se no vão da porta segurando um hipogrifo de pelúcia. – São os padrinhos mágicos! E eu ainda não vi esse episódio!
- Creio que ele se repete mais tarde... – Rose sorria bondosa.
- Não e não! – A menininha emburrava. – Como eu vou saber o que vai acontecer com o Jimmy?
- Deixa ela ver o desenho mãe, assim ela para de fazer birra... – Jay rolava os olhos.
Antes mesmo que Rose pudesse dar uma resposta, a pequenina Potter já havia corrido de volta para a sala, a monarca rolou os olhos era incrível como á personalidade de seus filhos ficava mais forte a cada dia que passava.
A ruiva voltou a se dirigir a última panqueca pronta na frigideira e assim que pegou no cabo da mesma dera um leve grito de dor, Jay arregalou os olhos e franziu o cenho, sua mãe nunca se queimava ou se distraia nas tarefas domésticas.
- Só queimei o dedo... – Explicara a ruiva levando o dedo à boca.
- Eu acho que devíamos ir para lá onde o papai está... – Jay falava olhando para os cereais.
- Não podemos Jay... – Rose colocava um imenso prato com panquecas sobre a mesa. – É arriscado por demais, lá está uma confusão daquelas! Não quero colocar você e sua irmã no meio de uma guerra...
- Mãe, querendo ou não com o papai na guerra nós acabamos fazendo parte dela... – O loiro erguia os olhos.
Por um momento Rose não vira seu filho falando consigo, mas sim a imagem perfeita de Scorpius, a ruiva engoliu em seco e esfregou os olhos com ás costas das mãos. Jay levantou-se da cadeira e colocou gentilmente a mão na testa da mãe medindo se esta estava com febre ou não.
- Você está bem mamãe?
- Sim querido... – Rose afastava gentilmente a mão do menino. – Apenas cansada... Agora termine seu café da manhã, eu vou arrastar Jackie para cá nem que eu tenha que fazer a televisão flutuar até a cozinha!
Jay sorriu levemente ao ver a bela silhueta de sua mãe desaparecer pela porta, algo lhe dizia que sua mãe não estava cansada, mas sim triste.
Eles estavam no topo da montanha, James sentia algo lhe doer no peito como se alguém fosse em breve arrancar-lhe algo importante, o ruivo olhou de esguelha para Scorpius. Só Merlim era capaz de saber o quão ele odiava Scorpius Malfoy... Só de pensar que seu filho, Jay, o garoto que ele tanto amava não era filho seu, mas sim de um Malfoy era motivo suficiente para que ele odiasse Scorpius.
- Temos que começar a atacar em dez minutos... – Alvo falava com uma voz seca.
- Cara eu ‘tô louco para ver a cara do Morbius quando me ver! Ele deve ‘tá um bagaço enquanto muá aqui está perfeito!
- Como você é modesto Jason... – Lily rolava os olhos.
- Faço o que posso ruiva amada... – O rapaz fazia uma leve reverência arrancando risinhos de Alvo e Lily.
Scorpius virou-se para James, sabia que o ruivo lhe encarara de esguelha durante um bom tempo e daria todos seus galeões para saber o que se passava em sua cabeça. Aproximou-se do homem e cruzou os braços apoiando-se em uma imensa pedra.
- Como ela está? – Perguntou o loiro finalmente.
- Pensei que não perguntaria... – Retrucara James encostando-se na pedra ao lado do loiro. – Ela vai bem.
- Hum... – Scorpius encarava a bela paisagem a sua frente e suspirava fundo. – Não se preocupe não vou perguntar se ela pensa em mim.
- Sei que não vai... – James desencostava da pedra e sorria de canto. – Até porque se me perguntasse eu lhe daria um belo soco.
- Bom saber... – Scorpius retribuía o meio sorriso.
- De todo modo... – James caminhava até Alvo e os outros parando apenas para encarar Scorpius por cima do ombro. – Creio que ela ficará feliz em saber que perguntou por ela.
Scorpius respirou fundo e sorriu levemente, escutou Alvo falar algo sobre estar na hora e endireitou sua varinha no bolso dentro da capa negra que trajava. Logo iria começar.
Os céus estavam escuros por conta das nuvens cinzas que o cobriam, os raios caíam e os trovões ressoavam. A guerra estava bem visível diante dos olhos de qualquer um. Morbius estava dentro de uma das salas de uma imensa mansão, pela janela ele podia ver todo o sangue derramado de seus seguidores ou até mesmo dos membros da nova Ordem.
- Harry Potter já chegou? – Perguntou Morbius a um homem alto, robusto e careca.
- Sim, está ao lado dos dois filhos mais jovens duelando contra Paxton.
- Hum... Bom... – O homem dera um leve sorriso sádico. – Acho que já posso entrar em cena.
O homem abrira espaço para que seu mestre passasse, Morbius atravessou a porta da sala e logo a porta da mansão, no campo de batalha todos pareciam querer evitar um confronto contra aquele jovem homem de cabelos muito negros e olhos da mesma cor com brilho avermelhado.
- MORBIUUUUUUSSSSS!!! – Uma voz animada ecoara no campo de batalha.
John Morbius parara seu andar bruscamente para fitar quem o chamava, virou-se com uma cara nada amigável fitando Jason Weiss, uma dúvida imensa surgiu em sua cabeça, ele próprio havia matado Weiss com sua varinha, como era possível aquele inseto ter voltado?
- Pois é, eu sei que você não diz nada por estar surpreso e comovido com minha presença... – Jason falava numa voz teatral. – Mas aposto que estava com saudades de mim não estava?
- Como você escapou do inferno Weiss? – Morbius falara num fio de voz.
- Inferno? Bem... Eu não estive lá creio eu, mas... O que importa não é? O importante é que eu saí da tumba para te matar!
Morbius sacara a varinha no mesmo instante que Jason avançara contra si, ambos começaram um intenso duelo, os jatos de luzes que emanavam das varinhas de ambos fazia um show colorido no meio daquela guerra toda.
A magia de Jason não era tão poderosa, e como poderia ser? Morbius descendia de um grande bruxo das trevas e possuía poderes inexplicáveis, e ele, Jason Weiss andava um pouco enferrujado após tantos anos dentro de um caixão debaixo de dez palmos de terra.
Morbius lançara uma magia intensa, Jason batera com ás costas no chão, havia um corte em sua bochecha que escorria um filete de sangue, Morbius apontara a varinha para o peito do rapaz e Jason sabia o que viria a seguir.
- Você fugiu da morte uma vez Weiss... – Morbius dava um sorriso cruel. – Vamos ver se consegue fugir novamente...
- ESTUPEFAÇA!
O berro de James fizera com que um jato vermelho saísse de sua varinha e atingisse um distraído Morbius, o homem vôo alto e James correu até Jason lhe estendendo a mão. Jason levantou-se com dificuldade logo sentindo uma tontura tomar conta de si e tudo se apagar.
- Weiss! ACORDA! – Berrava James desesperado deitando o rapaz no chão e o sacudindo levemente.
Scorpius corria na direção dos dois desviando de alguns feitiços o loiro ajoelhara-se ao lado do melhor amigo e olhava desesperado para James temendo o pior.
- Ele está apenas inconsciente... – Alertara James levantando-se bruscamente quando vira Morbius indo a direção deles fazendo algumas pedras flutuarem.
- Maldito Morbius... – Scorpius levantava-se com tudo.
- Fique com o Weiss... – James falara sério não dando tempo de resposta ao loiro e avançando contra Morbius.
Scorpius lançava alguns feitiços em Jason, alguns para curar os ferimentos e outros para o despertarem, assim que o rapaz despertara ambos olharam para o duelo de Morbius e James. Morbius parecia estar tendo dificuldade com James já que o rapaz era muito bom duelista, Scorpius arregalou os olhos categoricamente, agora ele sabia o porquê de Harry Potter querer tanto seu filho como aliado na guerra.
- Esse ruivo é... – Jason sentava-se com dificuldade. – É incrível!
- Odeio admitir isso. – Sussurrara Scorpius.
James esquivara-se com dificuldade de um Avada Kedrava, Morbius era poderoso, mas ele era James Sirius Potter, o primogênito dos Potter’s e um dos maiores duelistas do mundo mágico.
- RENDA-SE MORBIUS! NÓS JÁ GANHAMOS A BATALHA, SE VOCÊ SE RENDER CREIO QUE NÃO VAI LEVAR O BEIJO DO DEMENTADOR, APENAS LEVARÁ A PRISÃO PERPETUA! – Berrara James defendendo-se de um feitiço.
- Ora vejam só! Estou recebendo conselhos de um exemplo da sociedade... – Desdenhava Morbius. – O Filho de Harry Potter! O homem que casou-se jovem e mora em um país distante com a bela e delicada esposa...
- Não meta Rose nisso... – James franzia o cenho.
- ELA poderia ser grande ao meu lado, mas não... Ela aceitou se casar com o exemplo de caráter... Estranho isso não? Uma mulher com um futuro brilhante pela frente, jogar tudo para o alto por conta de um qualquer.
- ELA é minha esposa Morbius... – James falava dentre os dentes. – E sei que ela é grande assim.
- Patético... – Morbius rolou os olhos.
James e Morbius duelavam com suas vidas, Scorpius e Jason até tentaram intervir ao meio do duelo, mas era impossível, não havia nenhuma brecha ali que permitia os dois homens ajudarem James Potter, que no momento parecia que tinha o objetivo de matar Morbius com a própria varinha.
Morbius lançara um feitiço poderoso contra um feitiço de James, o conflito do feitiço branco contra o verde dera uma luz roxa e uma grande explosão, Morbius desviara por um triz sendo acertado apenas no braço esquerdo, já James caíra no chão com o corpo coberto de sangue.
- Caraca! – Jason corria seguindo Scorpius em direção a James.
O ruivo tinha uma imensa espada roxa cravada em seu peito, o suor escorria de sua testa como nunca e Morbius parecia ter perdido um braço. Scorpius aproximou-se e se ajoelhou ao lado do corpo do rival segurando com força a fim de tirá-la.
- Não...- Balbuciara o ruivo.
- Se isso ficar aí você vai morrer! – Anunciara Scorpius segurando o cabo da espada.
- É magia negra... – Murmurara James com dificuldade. – Eu vou morrer de todo o modo.
- Cara você não pode morrer! – Jason ajoelhava-se ao lado de Scorpius. – E a Rose Gatinha e seus filhos?
- Meus... Filhos... – James cuspia sangue e encarava os dois homens. – Eu preciso...
- Para de falar, guarde suas forças! Talvez a gente consiga... – Scorpius começara.
- Não! EU PRECISO FALAR! – Berrara James arfante. – Eu devo isso a você antes de morrer.
- Cara que cena dramática, eu não quero chorar! – Jason falava nervoso passando ás mãos pelos cabelos.
- Escute Malfoy... – James o segurava pelo colarinho o puxando para encara-lo nos olhos. – Morbius tem um ponto fraco, se atingido no coração ele morre... Você tem que me prometer que vai mata-lo...
- Eu prometo... – Scorpius segurava com força as mãos do ruivo.
- Você não é tão filho da puta quanto eu pensava... – James respirava com dificuldade.
- Você também não... – Scorpius dava um meio sorriso.
- Ela te ama ainda... – O ruivo balbuciara fazendo Jason arregalar os olhos e encarar Scorpius.
- Ela casou com você... – Respondera o loiro friamente.
- Estava amedrontada, grávida de um filho... – James puxava um pouco de ar. – Um filho seu.
Scorpius afastara-se com brutalidade do corpo do ruivo, Jason parecia ter visto um fantasma, pois estava tão pálido que parecia que teria um enfarte a qualquer momento.
- Fico, fico feliz de ter tirado esse peso de minhas costas... – James anunciara fechando os olhos.
- COMO É POSSIVEL? COMO ELA PODE TER UM FILHO MEU? RESPONDA POTTER! – Scorpius o sacudia pelos ombros sem obter resposta. – RESPONDA!!!
- Scorpius ele morreu... – Jason afastava o amigo do corpo inerte do ruivo.
- NÃO! ELE TEM QUE ME CONTAR A VERDADE! COMO ISSO É POSSÍVEL? COMO ELA PÔDE? EU QUERO SABER A VERDADE! SOLTE-ME JASON!
- Você está descontrolado cara... – Jason segurava mais firme o amigo. – Estamos numa guerra, precisamos nos controlar.
Ás lágrimas molhavam o rosto imundo de Scorpius que de pé encarava o corpo de James, como aquilo podia ser verdade? Por que Rose o omitira algo tão grandioso? Ele não pôde naquele momento encontrar alguma resposta já que um jato de luz dourada o atingira nas costas e a última coisa que ele conseguiu escutar fora à voz de Jason chamando por seu nome.
Rose tomava uma xícara de chá nos jardins, sentia um embrulho no estômago que nunca sentira antes, escutara alguém lhe chamando, ergueu-se com força da cadeira olhando para os lados, naquele mesmo momento sua xícara explodiu e seus olhos marejaram-se. A ruiva caíra ajoelhada ao chão chorando compulsivamente, tinha certeza do que havia acontecido, tinha a mais absoluta das certezas.
O grande cemitério da Londres Bruxa estava lotado, vários corpos estavam sendo enterrados naquele dia fatídico, e um daqueles corpos era o do filho mais velho de Harry Potter, o corpo de James Sirius Potter.
Próximo ao caixão de cristal estava uma linda garotinha ruiva que enxugava algumas lágrimas que escorriam de seus olhos, ao seu lado um garotinho loiro segurava a sua mão murmurando que tudo iria ficar bem e atrás das duas crianças estava uma bela mulher ruiva, ás vestes negras e os óculos escuros faziam muitos ali perceberem o quão a mulher havia endurecido por conta da morte do jovem marido.
- Ele não gostaria de ter ver tão amarga Rose... – Harry falara tristemente aparecendo ao lado da mulher.
- Vá consolar a tia Gina, ela vai precisar de muito apoio nesse momento tio Harry... – Rose respondera com uma voz severa sem tirar os olhos do caixão onde James repousava.
- Você também precisa ser consolada... – Harry tocava o ombro da mulher com pesar.
- Está me parecendo que alguém está com peso na consciência... – Rose falara secamente virando-se para o senhor. – O que foi Tio Harry? Está magoado pelo fato de seu filho ter morrido por sua causa?
- Mamãe... – Jay murmurara ao ver o estado da mãe segurando com mais força a mão de Jackie.
- Escute bem Harry James Potter, você foi à única causa para que… Para que…
Rose não conseguira terminar a frase, uma onda de choro e soluços tomara conta de si, Harry a abraçou com carinho, um abraço que for a retribuído na mesma intensidade. Uma chuva grossa começara a cair, Rose afastou-se de Harry e voltou a encarar o caixão, pouco se importando se a chuva estava ensopando-lhe as vestes.
- Leve ás crianças para sua casa, agora com o fim dessa maldita guerra acho que eles merecem conhecer a casa dos avós.
- Enquanto a você? – Murmurara Harry.
- Quero ficar mais um pouco até baixarem o caixão, ás crianças não podem ficar aqui e você também não, não podem correr um risco de pegar um resfriado.
Harry consentira com a cabeça e apanhou a pequena Jackie no colo, Jay apenas acompanhou o avô para longe dali não deixando de lançar um olhar tristonho para sua mãe que ainda permanecia em pé frente ao caixão de seu pai.
Rose apoiara as duas mãos no caixão, retirou os óculos escuros revelando os olhos azuis avermelhados por conta do choro. Sua vida estava tão perfeita, tudo estava tão bom, por que haviam o tirado dela? Por que?
- Rose... – Uma voz branda soara em seus ouvidos. – Por céus eu quase não te reconheci! – Alvo aproximava-se da ruiva a abraçando com força.
- Al... – A mulher abraçava o melhor amigo e cunhado com carinho.
- Vamos sair dessa chuva você...
- Não eu... Eu quero ficar mais um pouco... – Ela respondia voltando à atenção ao caixão.
- Incomoda-se se eu fizer companhia?
- Não, tudo bem... – Ela o encarava de esguelha fitando uma imensa cicatriz no olho direito do homem. – Todos saíram com marcas desta guerra...
- Sim... Algumas marcas que jamais vão sair como a perda de meu irmão... – Alvo falava numa voz trêmula. – Ele fugiu Rose.
- Quem?
- Morbius, ele azarou Scorpius e por pouco Jason também não foi atingido.
- Jason? – A mulher arregalara os olhos.
- Há muita coisa que você desconhece Rose... – Rira levemente o rapaz. – De todo modo, James conseguiu arrancar um braço de Morbius e ele após azarar Scorpius desapareceu, a guerra foi ganha, mas Morbius não foi capturado.
- Aquele cretino... – Murmurara a ruiva.
- Jason está de volta, uma velha amiga da Ordem deu sua vida pela dele, ele retornou dos mortos.
Os olhos azuis de Rose arregalaram tanto que por um instante Alvo teve a ligeira impressão de vê-los saltarem da face da mulher, Rose só voltou ao normal quando o caixão de James começara a baixar e ela beijara a ponta de seu dedo colocando o mesmo nos lábios do marido. O caixão fechou e desapareceu, em seu lugar uma bela lapide branca com escritos dourados surgira com o nome de James.
Rose fez um aceno com a varinha e logo uma bela frase surgira:
“Homem corajoso, pai fabuloso,marido exemplar”.
- Vamos para casa Rose... – Alvo abraçava a mulher pelos ombros a encaminhando para longe daquela chuva toda.
Juntos como nos tempos de Hogwarts, lado a lado, Alvo e Rose adentraram um imenso carrão negro.
Jason adentrara a mansão dos Potter’s ao lado de Draco Malfoy, Scorpius ainda não havia acordado após ter levado uma bela azaração de Morbius e Sarah Malfoy recusava-se sair ao lado do filho até este acordar. Os dois homens atravessaram o hall de entrada e caminharam até a sala de estar, os Potter’s estavam no mais profundo luto.
- Jason... – Lily levantava-se abraçando o namorado com força.
- Ele ainda está desacordado, os médicos disseram que em uma semana ele deve despertar... – O rapaz falara beijando em seguida a testa da namorada.
Draco Malfoy parecia não enxergar ninguém presente ali, apenas um garotinho encostado na parede com braços cruzados e cabeça baixa, por um leve instante Draco sentiu-se retomando o passado na época que seu filho não era um homem feito, mas sim um garotinho.
-Garota. – Draco chamava Lily que o olhava intrigada. – Quem é o pirralho ali?
- Ah! – Lily mordia o lábio inferior. – É o filho da Rose e do James, o filho mais velho, a caçula está dormindo no meu quarto.
- Filho mais velho? – Jason interessava-se olhando o garotinho com curiosidade.
-Lílian você pode me ajudar aqui? – Hugo chamava a prima enquanto ele tentava inutilmente enfaixar o próprio punho machucado.
- Aff Hugo! Você não sossega? – Esbravejara a garota andando em direção ao primo.
Draco abandonou o olhar para o garotinho e caminhou até a poltrona onde Harry Potter estava pensativo, Jason deu os ombros caminhando em direção ao garoto e se agachando para ficar na altura do mesmo.
- Oi... – Saudou Jason.
- O que quer? – Perguntara Jay num tom ranzinza.
- Bem, eu sempre quis muitas coisas... – Jason colocava o dedo indicador no queixo. – Mas não se pode ter tudo não é?
Jay ergueu os olhos azuis escuros para encarar o homem, Jason sorriu abertamente, o garoto era a cópia de Scorpius até mesmo na personalidade, retirando os olhos azuis escuros de Rose é claro.
- E então? Vai ficar com essa cara de nervosinho por muito tempo?
- Meu pai morreu seu imbecil, quer que eu faça o quê? Atire fogos de artifício?
- Ah claro... – Jason coçava a cabeça. – Na verdade queria que você não usasse meu ironismo contra mim, é bem desagradável... Sou Jason Weiss...
- Weiss? – O garoto franzia o cenho. – Impossível.
- Por que impossível?
- Por que Jason Weiss foi um grande amigo de minha mãe que morreu, por isso me chamo Jason Luke Potter, em homenagem a esse amigo dela.
- Ah claro! A Rose Gatinha colocou o meu nome em você, me lembre de abraça-la quando a ver...
- Rose Ga o quê? – Jay arqueava ambas sobrancelhas.
- JASON! – O berro de Rose alastrou-se na sala.
Todos os olhares pairaram sobre a bela ruiva que adentrara correndo, Jay encolheu os ombros temendo ter feito algo errado, mas para a sua profunda surpresa, sua mãe abraçara o homem inconveniente que conversava há segundos com ele.
- Como... Como é possível? Eu te vi morto! – Rose falava ainda abraçada a Jason.
- Ora Rose Gatinha eu sou o cara! E a velhota amiga de Scorpius ajudou muito!
- Mãe... – Jay puxava o vestido molhado da mulher a fazendo o encarar. – Esse daí era o cara morto não é?
- Sim, mas parece que por algum milagre voltou a vida... – Rose falava emocionada. – Por Merlim, pelos menos uma noticia boa neste dia cruel...
- Então se ele voltou à vida podemos fazer o papai voltar também não é? – Jay falava animado.
O silêncio na sala se alastrou com a pergunta do garoto, os olhos de Rose marejaram e ela engoliu em seco, Jason abaixou-se na altura de Jay e o encarou nos olhos.
- Olha, eu voltei por causa de uma pessoa que sabia magia antiga, ela trocou a alma dela pela minha e morreu levando o segredo de como fazer os mortos voltarem... – Jason falava cuidadosamente. – Infelizmente não podemos fazer seu pai voltar.
Jay engoliu o choro que vinha, afastou-se delicadamente de Jason e passou por Rose sem dizer nenhuma palavra, logo subiu ás escadarias da mansão Potter e se trancou em um dos quartos. Uma lágrima escorreu de um dos olhos de Rose, Jason levantou-se e enxugou com carinho a lagrima abraçando a amiga com força.
- Vai ficar tudo bem Rose Gatinha, eu estou aqui não estou?
A ruiva maneou positivamente a cabeça e sentiu os braços de alguém lhe enlaçarem, seu pai estava atrás de si o tempo todo e a abraçou com tanta ternura que ela se sentia uma garotinha novamente.
Jason estava do lado de fora da mansão fumando um cigarro, era estranho estar de volta e tudo ao seu redor estar tão diferente, escutou um barulho de porta abrindo e virou-se para trás. Rose estava estonteante em um vestido de cetim negro, a ruiva caminhou em direção a ele e sentou-se ao lado do rapaz no banco de pedra colocado na soleira.
- Ás coisas mudaram drasticamente, Jay não vai se acostumar facilmente... – A ruiva falava apanhando um cigarro e o acendendo, logo o levando a boca.
- Quando foi que a Rose Quietinha começou a fumar? – Jason indagava olhando a ruiva.
- Desde meu casamento... – A ruiva sorria de canto tragando e em seguida soltando a fumaça. – James odiava quando eu fumava, teve tempos que tive que fumar escondida...
- Parece que vocês tiveram um bom casamento... – Jason olhava os jardins com uma seriedade inexplicável.
- Ele era bom comigo... – A ruiva suspirava fundo. – Foi um bom pai para meus filhos e acho que não tenho como agradece-lo.
- É, você deve agradecer muito a ele... –Jason comentava desta vez encarando a ruiva. – Deve ser difícil viver com um segredo como ele viveu.
- Do que está falando Jason? – Indagara Rose apagando o cigarro.
A boca de Jason abrira levemente para dar uma resposta, mas o barulho de uma menininha ruiva saindo da imensa casa e jogando-se em cima da mãe fora o suficiente para o homem se calar. A ruivinha abraçava Rose com força e escondia seu rosto na curva do pescoço da mesma.
- Algum problema querida? – Perguntara Rose docemente afastando a filha de si para ver seus olhos.
- Não gosto daqui... – A menininha respondia chorosa. – Não tem dragões, não tem o papai, não tem meu quarto!
- Eu sei meu amor, eu prometo que vamos voltar para casa em breve tudo bem?
- Eu não quero voltar para lá! – Retrucara a menininha.
Rose respirou fundo, entendia muito bem o que Jackie queria dizer com aquelas palavras, Jason olhou com carinho mãe e filha, elas eram parecidas.
- Olá! Sua mãe não me apresenta, mas eu posso fazer isso... – Jason esticava a mão para a pequenina. – Eu sou o Jason.
- Você tem o mesmo nome do meu maninho... – Jackie encolhia-se no colo da mãe pegando com delicadeza a mão de Jason. – Eu sou a Jackie.
- Jackie? Uau que nome bonito! – Jason sorria divertido. – Sabe Jackie, se você fosse um pouco mais velha eu namoraria você!
As bochechas da menina coraram furiosamente, Rose rolou os olhos e deu um tapa na cabeça de Jason, Jackie gargalhou com aquilo fazendo Jason sorrir abertamente.
- Não venha com seu charme barato para cima de minha pequena. – Retorquira Rose.
- Ok Rose, ok! – Jason erguia ás mãos para o alto se rendendo.
- Eu gosto dele mamãe, ele é engraçado... – A menininha ria-se.
Rose beijou a testa da filha e levantou-se a carregando no colo, Jackie aninhou-se mais no colo da mãe e acenou para Jason que ainda sorria carinhoso para a menina.
- Eu vou te levar para a cama agora docinho... – Rose falava caminhando em direção a porta e logo adentrando a mansão.
Jason respirou fundo, ainda bem que Scorpius estava desacordado, ele sabia que o amigo iria fazer o maior escândalo e Rose iria o odiar para todo o sempre.
Os olhos azuis acinzentados abriram-se e piscaram algumas vezes, Scorpius podia sentir sua cabeça latejando de segundo a segundo, olhou para os lados vendo sua mãe adormecida sobre um sofá, bufou indignado ele não estaria num hospital, estaria?
- Scorpius? – A mulher erguia-se num salto do sofá assustando o loiro. – Meu filho! Que bom que está bem!
- Mãe onde raios estou?
- St.Mungus, a guerra acabou... – A mulher falara emocionada.
- Onde está o James Potter?
- Ele faleceu meu filho... – Sarah falara encarando o chão. – Pobre mulher, a esposa dele estava tão endurecida...
- E ela vai ficar mais ainda quando eu acertar minhas contas com ela... – O loiro caminhava pelo quarto. – Onde estão minhas calças?
- Filho você acabou de acordar, não é melhor...
- Não! Não é mãe! A palhaçada entre Rose e eu já durou tempo demais e vai acabar agora!
- Querido do que você esta falando?
- Me dê minhas calças que você vai ver do que eu estou falando! – Rosnara o loiro.
Todos tomavam café da manhã na mansão dos Potter’s com um ar fúnebre, Jay que recusara-se tomar café estava nos jardins jogando pedrinhas num pequeno lago, Jackie parecia só comer se Jason fizesse caretas para ela e Rose estava na soleira da casa vendo um álbum velho de fotografias.
Uma limosine negra estacionara frente a casa, Rose nem se quer retirara os olhos do álbum para fitar quem descia do carro.
Jason que fazia mil e uma caretas olhou para a janela frente a mesa percebendo que um loiro enfurecido atravessava os jardins. Jason beijou a testa da pequena Jackie e correu para a sala de jantar sem dar explicações a ninguém.
- ROSE! – O berro cortara os jardins.
Jay que jogava pedrinhas no lago parara instantaneamente para fitar um homem loiro dirigindo-se a sua mãe.
- Scorpius? – A ruiva dava um salto de susto pondo-se de pé e encarando o loiro.
- Quem esperava que fosse? Morgana?
- Abaixe o tom de voz Malfoy. – Rose o olhava com reprovação.
- Olá família! – Jason saia pela porta da casa colocando-se entre a ruiva e o loiro. – Sabe, eu amo vocês, amo mesmo!
- Jason não se mete. – Scorpius falava dentre os dentes.
- Não é um bom momento cara... – Jason indicava com a cabeça o pequeno lago onde um garotinho estava parado os encarando.
Os olhos de Scorpius encheram-se de lagrimas, o garotinho era parecido com ele, Rose levou a mão a boca no mesmo momento, eles não poderiam saber daquilo, eles não tinham como saber, tinham?
- JAY! – berrara Rose ao filho. – VÁ TOMAR SEU CAFÉ DA MANHÃ!
- EU JÁ DISSE QUE ESTOU SEM FOME! – Berrara o garotinho de volta.
- EU NÃO ESTOU PERGUNTANDO SE ESTÁ COM FOME, EU ESTOU MANDANDO VOCÊ IR COMER! – A ruiva berrara nervosa com algumas lágrimas escorrendo pelos olhos.
Jay bufara de raiva, jogou uma última pedrinha no lago e correu até a soleira parando frente a mãe.
- Eu vou comer mãe, não precisa chorar... – O garotinho falara com tristeza na voz já entrando a mansão.
Rose soluçou quando a porta se fechou, Jason passou as mãos pelos cabelos, já Scorpius tinha um brilho diferente em seus olhos, o loiro virou-se para Rose com tanta decepção que Rose sentiu-se torturada por um crucciatus.
- Como pôde esconder de mim Rose? – Perguntara o loiro com uma voz rouca.
- Não sei do que está falando.
- NÃO MINTA PARA MIM!!! – Berrara Scorpius a sacudindo pelos ombros.
- Hey! CorCor, calminha aí... – Jason afastava o amigo da mulher. – O James contou a gente antes de morrer... Ele... Ele queria que o Scorpius soubesse da verdade.
- Ele não tinha esse direito... – A ruiva engolia o choro. – Você não tem o direito de me cobrar nada Malfoy!
- COMO NÃO TENHO? É O MEU FILHO ROSE, O MEU FILHO!
- ELE NÃO É SEU FILHO!
- SIM ELE É! ELE É A MINHA CARA! ELE FOI GERADO GRAÇAS... GRAÇAS AQUELA NOITE!
- Uma noite que eu esqueci e espero que faça o mesmo. – A ruiva falava com uma voz arrastada assustando Jason.
- Você nunca foi injusta Rose...- Scorpius a olhava com tristeza. – Como pôde me esconder um filho? Um filho nosso.
- Um filho MEU! – Berrara a ruiva. – MEU FILHO! MEU BEBÊ! Entendeu? Você... Você não ligava para nada, não iria ligar para ele, você foi embora!
- Eu tinha que me vingar de Morbius! – Explicara-se o loiro.
- E aonde sua vingança ridícula te levou Scorpius? – A ruiva retrucava secamente. – A uma vida vazia.
- Você podia ter me salvado dessa vida se tivesse me falado de um filho!
- Faça-me rir... – Zombara a mulher. – Jay teve muito mais felicidade sendo criado por James do que teria sendo seu filho!
- JAY É MEU FILHO ROSE! MEU FILHO! QUE MERDA! – Berrara Scorpius.
Um barulho ecoara na soleira, fazendo com que os três adultos virassem sua atenção para a porta aberta onde Jay estava, o loirinho havia derrubado uma caneca de café no chão e estava com uma cara tão aterrorizada que por um momento Rose sentiu seu mundo inteiro desabar.
-Eu... Eu sou filho dele mãe? – Gaguejara o menino. – Esse cara é meu pai?
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Comentários (1)
agora fer** tudo d vez...ahhhh..q droga scorpius se vira pra vigança e vem cobrar d rose agora?..poupe-me scorpius(te amo loiro, mas covenhamos q vc errou neh?).. amei o capitulo..tadinho do jay..\0/
2012-08-25