Mudanças
Albus adormeceu com o tempo, mas não demorou a acordar. Olhou em volta e viu Rosie e Christian jogando xadrez de bruxo. Pelo que parecia, Rosie estava perdendo.
- Xeque! – exclamou ela, feliz. – A sorte está vindo pra mim...
- O Xadrez não depende só de sorte, Rosie. – falou Christian, capturando a rainha que fornecia o xeque. – Xeque-mate!
Rosie ficou perplexa. Não era possível que ela perdera. Albus sorriu e olhou para o lado, onde um exemplar da revista O Pasquim estava jogado.
- Que revista é essa? – perguntou Albus interessado.
- É O Pasquim. – respondeu Christian. – Uma revista que há muito tempo era conhecida como a revista da baboseira, até que Você-Sabe-Quem foi destruído. A Profa. Lovegood conseguiu provar que tudo que ali foi postado era verdadeiro. Por isso que agora é Vice Diretora, e seu pai, o Sr. Lovegood, é considerado um dos bruxos mais velhos do mundo, assim como sua revista, que é considerada a revista de curiosidades bruxas mais lida em todo o mundo.
Albus pegou o exemplar. A capa continha Draco Malfoy e Dolores Umbridge, ambos sorrindo em fotos separadas. O tema era “O passado da terrível união: o que o mundo nunca soube”.
- O que diz este artigo Chris? – perguntou Rosie.
- É uma entrevista com a Profa. Lovegood sobre como Umbridge era quando estava na diretoria da escola e como Draco Malfoy era na escola. – respondeu Christian.
- Eu já sei de tudo isso! – falou Albus. – Meu pai já me contou tudo sobre o Sr Malfoy e a Umbridge.
Ouviu-se um “toc-toc” vindo da porta. Scorpius Malfoy estava com dois garotos em sua cola, todos com uma cara muito feia.
- Abre essa porta Potter! – urrou ele. – Precisamos conversar.
- Acho melhor não Al! – avisou Rosie. – Ele vai querer briga!
- Tenho que encarar ele! – falou Albus. – Não vou parecer um fracote!
Albus abriu a porta e encarou Scorpius. Ele tinha um sorriso desdenhoso e Albus ficou imaginando se combinaria com o chifre.
- Você já soube não é Potter? – perguntou ele, ainda com aquele sorriso desdenhoso. – Meu pai e a Umbridge vai acabar com você e sua família. Lamento que seja assim, mas...
- Eu pensei que você não era como seu pai Scorpius. – falou Albus, o encarando. – Mas estava muito enganado. Você é igualzinho a ele, um assassino frio, arrogante...
- Olha o jeito que você fala do meu pai! – urrou Scorpius.
- Seu papaizinho tentou matar meu pai! – urrou Albus.
- Albus! Scorpius!
Ambos se viraram. Kemmy Parkinson vinha correndo em direção aos dois, com uma cara preocupada.
- O que aconteceu aqui? – perguntou ela - Scorpius, você tem de levar em conta o que seu pai fez! Isso não se faz!
- Mas ele é meu pai, e amo ele! – disse Scorpius, com lágrimas nos olhos. – Vamos Kemmy, não agüento mais olhar para a cara dele.
Os quatros saíram, e Albus ouviu Kemmy murmurar “vai passar”. Talvez passasse, mas Scorpius teria de mudar.
O tempo passou devagar. Albus e Chris foram jogar xadrez enquanto Rosie foi olhar suas amigas da Grifinória, que estavam em outro vagão. Era óbvio que Chris estava ganhando, mas Albus estava determinado a ganhar.
- Xeque! – falou Chris. – Nossa você consegue mesmo resistir, não?
- Tenho que resistir para ser melhor do que a Rosie! – falou Albus, movendo seu bispo para frente do rei.
- Posso lhe dar umas aulas se você quiser! – falou Chris animado. – Conheço todos os truques trouxas, e são muito úteis! Minha família adora o jeito que os trouxas vivem sem magia... Vivem tão pacificamente!
O tempo dali em diante piorou muito. Uma densa neblina se apoderou da bela paisagem que se conseguia ver de dentro do trem. Agora, tudo estava frio e escuro e a noite já caia. Rosie demorou a voltar, estava anormalmente feliz e Albus não fazia a mínima idéia do que era. Chris com o tempo adormeceu, deixando Rosie e Albus a sós, acordados.
- Rosie... – perguntou Albus baixinho
- Sim? – respondeu a garota prontamente, fechando um exemplar de “Meninos: O que fazer?”.
Albus deu uma espiada rápida em Chris, que estava ferrado no sono e então tornou a se virar para a prima:
- Tio Charlie não contou nada sobre ele ter virado Diretor em Hogwarts? – perguntou tão baixo, que Rosie teve que fazer leitura labial.
- Bem... – começou ela, firme. – Nós não andamos tendo muito contato com ele sabe, então é natural que não saibamos de alguma coisa... E a propósito, pra que ir atacando Scorpius daquele jeito?
- Ele e sua imundice! – resmungou Albus indignado – Com o pai foragido e ele ousa a vim me ver na cabine e me desafiar? Muita pretensão...
Rosie se demorou olhando a densa neblina que fazia lá fora e depois lançou um olhar caridoso a Albus. Ela colocou o livro do seu lado, no banco.
- Acho que devíamos nos comportar mais esse ano... – disse ela enfim, mexendo em seus cabelos lisos e ruivos – Sabe segundo ano já...
- Eu me comportarei se ele se comportar! – anunciou Albus de forma grosseira e arrogante – Ele que venha arrumar confusão comigo...
Quando estavam se aproximando do grandioso castelo de Hogwarts, Albus acordou Chris, que ficou desesperado por saber que já estavam se aproximando do Castelo. Albus e Rosie conjuraram cortinas brancas no meio do vagão para cada um se trocar com sua privacidade (Albus ficou super constrangido, pois Chris teve que ficar do mesmo lado que ele). O Trem finalmente parou e Albus ouviu os passos dos muitos alunos se retirando com suas malas.
Ele tirou seu malão do bagageiro, juntamente com a gaiola onde estava sua coruja, aproveitando a deixa, Rosie pediu para Albus pegar o dela também e assim ele fez. Abriram à porta do vagão, com tudo em mãos e esperaram a grande quantidade de alunos se retirarem apressadamente do trem e só então, que eles saíram andando, arrastando seus malões.
Mal pisaram o pé na Estação de Hogsmead e Albus já ouvira uma voz muito conhecida gritando:
- Alunos do primeiro ano por aqui!
Ele se virou para trás e viu o meio-gigante Hagrid. Estava bem mais velho que as fotos que ele vira em sua casa. Agora, possuía um emaranhado de barbas brancas, que cobriam a maior parte de seu rosto. Albus teve a impressão de estar vendo um papai Noel a sua frente.
- Al! – exclamou o meio gigante, indo em passos lentos até o garoto, segurando um velho lampião aceso, cujo fogo ameaçava apagar com o vento frio que soprava lá fora – Há quanto tempo hein...
- Pois é – disse Albus feliz em vê-lo
- Olá Rosie... Chris... – cumprimentou Hagrid com um aceno da cabeça – Realmente, fico muito feliz em ver que você está bem...
- Conhece o Chris? – perguntou Albus
- Oh sim – disse ele – Isso é uma longa história não é, Sr Carter? – e deu uma piscadela para o garoto, que riu – Agora tenho que ir Albus! Nos vemos em Hogwarts...
Albus ficou super intrigado com a piscadela que Hagrid lançara a Chris, mas esqueceu completamente disso, quando avistou um enorme cavalo preto e com asas. Na verdade, parecia mais com um dragão desnutrido. Em algumas partes de seu corpo, os ossos ficavam a mostra e eles não tinham um cheiro muito bom. Albus sabia quem, ou o que eles eram, pois viu logo que puxavam as carruagens. Eram os Testrálios.
- Vamos então... – disse Rosie jogando seu malão em cima da carruagem. Albus e Chris seguiram as ações dela e os três subiram rapidamente para o aconchego da carruagem.
O Testrálio começou a trotar imediatamente e Albus deu uma olhada para trás. Não muito distante dele, Scorpius, Kemmy, McTripe e mais um outro garoto que Albus não conhecia, estavam aguardando outra carruagem. Rosie percebeu Albus observando o grupo atrás e o fez virar para frente.
Quando Albus menos esperava, a carruagem passou pelos portões, ladeados por duas estatuas de javalis alados. Albus viu o jardim completamente escuro de Hogwarts. Como era bom estar de volta a escola. Logo, a carruagem parou e eles desceram e iniciaram uma caminhada não muito longa. Subiram as escadas de mármore e passaram rapidamente pelo Saguão de Entrada, desviando dos vários copos de água que Pirraça estava lançando sobre os alunos.
Eles adentraram o Salão Principal, que não mudara em nenhum aspecto. As conhecidas velas mágicas flutuavam diante dos alunos, enquanto eles se sentavam rapidamente. Rosie teve que se separar, quando chegou ao meio do Salão, pois foi para a cumprida mesa da Grifinória, enquanto Albus e Chris foram para a mesa da Sonserina.
- Ei... – exclamou Albus enquanto se sentava – McGonagall ainda está sentada em sua cadeira de diretora...
- Ah! – disse Chris rindo – Talvez ela vai dar as boas vindas para o Prof.Charlie, bem merecido, não acha?
- Oh sim – disse Albus – Por isso então que o tal de Jack vai assumir o cargo de Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas... Vai ser bem legal ter um auror ensinando a gente...
- Com certeza! – concordou Chris
No mesmo instante, McGonagall se ergueu de sua majestosa cadeira e deu três palmas. Foi o suficiente para o Salão Principal se calar instantaneamente. Ela sorriu em resposta e começou:
- Bem, temos algumas alterações importantes, esse ano em Hogwarts. Não quis anunciar para a imprensa até que eu tivesse coragem de decidir se era isso que eu pretendia fazer de fato, pois bem... Esse ano eu deixou o posto de diretora de Hogwarts, dando o lugar ao Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Charlie Weasley!
O Salão Principal irrompeu em aplausos entusiasmados e Charlie se ergueu de sua cadeira, na mesa dos professores e agradeceu, se dirigindo até McGonagall.
- Muito obrigado professora... – disse ele – Mas com sorte, contaremos com sua presença ainda como Professora de Transfiguração certamente...
McGonagall fez que sim com a cabeça e Charlie sorriu gentilmente. O Salão tornou a ficar em silencio e Charlie começou seu primeiro discurso como diretor de Hogwarts:
- Bem. É um cargo de alto escalão e eu nunca imaginaria que chegaria até aqui... McGonagall lecionou Transfiguração quando estudei aqui nessa magnífica escola... Bom, iniciando meu primeiro discurso, quero anunciar algumas alterações no Corpo Docente...
“Com a minha nomeação para a diretoria de Hogwarts, Jack Covalline, um auror muito competente, assume o meu cargo de Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas”
Jack Covalline levantou-se de sua cadeira e acenou brevemente com a cabeça. Correu um murmúrio pelo Salão e logo após vários aplausos também entusiasmados.
- E há também mais uma alteração no Corpo Docente... – continuou Charles – Nossa querida Profa. Lovegood decidiu que já era hora de sair por ai procurando criaturas fantásticas e estudar sobre elas, então, o Sr. Teddy Lupin irá substituí-la, embora seja um tanto novo para o cargo!
Uma explosão de aplausos preencheu o salão, Albus distribuiu varias palmas entusiasmadas para Teddy, que fez um aceno com a cabeça, agradecendo a todos, pela recepção calorosa.
- Então é isso – completou Charlie – Calouros, bem vindo, os antigos alunos, bom regresso e o que me resta dizer, é, ATACAR!
Então, os pratos, antes vazios, foram preenchidos por deliciosas comidas e todos os alunos se entregaram a sedução da fome e atacaram com suas garras tudo que podiam.
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