Debaixo da Tempestade



N.A.: Mil desculpas a todos os leitores pelo imenso atraso. O capítulo já estava pronto, mas eu não consegui postar porque peguei uma virose e estava na cama desde sexta-feira. Espero que vocês gostem do capítulo e que isso compense a demora =]


Ah, e para aqueles que estão quase me matando por causa do sonho do Harry no último capítulo, confiem em mim, não parem de ler o capítulo antes de ele terminar!

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Capítulo 11 – Debaixo da Tempestade


 


Os preparativos para o enterro de Dumbledore começaram a ser feitos durante a manhã. Todos os professores concordaram que Hogwarts era o melhor lugar para ele ser sepultado. Nenhum outro diretor tinha sido enterrado na escola, contudo, nenhum outro diretor fez tanto por Hogwarts, como Hagrid fez questão de enfatizar no café da manhã. Os alunos foram informados por McGonagall do que tinha acontecido no dia anterior. Anunciou, também, que o ano letivo acabaria mais cedo, naquela tarde mesmo, logo após o enterro do diretor, o trem partiria de Hogsmeade. Disse que não tinham definido se a escola reabriria no ano letivo seguinte, mas declarou que a vontade dos professores era de que se houvesse um único aluno disposto a estudar em Hogwarts, ela estaria de portas abertas.


Harry preferiu não tomar café com o resto da escola, seria alvo de intermináveis perguntas sobre a noite passada e isso era o que ele menos queria naquele momento. Seguiu para o salão comunal da Grifinória e o encontrou vazio. Ficou contemplando o salão por alguns momentos. Os sofás, as poltronas, os tapetes, as mesas, a lareira, todos aqueles pequenos objetos traziam inúmeras lembranças a ele. Quantos dias ele passara ali, quantos trabalhos feitos, quantas conversas, quantas descobertas, tudo naquele salão lhe traria saudades. Aquela era, de fato, sua casa, nenhum outro lugar. Lembrou-se de seu primeiro beijo com Gina, ali mesmo, há algumas semanas.


Então se lembrou do sonho e tentou esquecê-lo.


Subiu ao dormitório, também vazio e se jogou na cama. Aquele sonho, as palavras de Voldemort não saíam de sua cabeça. Queria poder conversar com Dumbledore, se aconselhar, ou mesmo com Sírius. Mas agora não tinha nenhum dos dois. Mais de uma hora se passou enquanto ele refletia e admirava o teto de sua cama, então Rony entrou no dormitório.


— Você está bem? Não apareceu no salão principal. – Rony se sentou em sua cama, olhando para o amigo.


— Estou, só não queria um monte de gente me interrogando. – Harry também se sentou.


— Agora eu te entendo, sabe? O que você sempre disse. É um saco esse monte de gente que fica em cima de você quando faz alguma coisa importante. Quase não consegui fugir para cá. Eu preferia continuar sendo o coadjuvante.


— Está vendo... – Harry riu – É um saco.


— A McGonagall disse que não sabem se vão reabrir a escola, mas eu acho que vão. Você não vai voltar mesmo?


— Não, já decidi. Esse lugar foi a melhor casa que eu já tive, mas meu tempo acabou aqui. Sem Dumbledore eu não sei o que vai ser da escola. E eu tenho que ir atrás das Horcruxes, não é?


— Nós, temos que ir atrás das Horcruxes. – Hermione entrava no dormitório dos garotos – Não pense que você vai se livrar da gente assim tão fácil. – Harry soriu, enquanto Mione se sentava ao lado de Rony – Se você não vai voltar para Hogwarts, nós também não vamos. Nós vamos te ajudar, Harry. Vamos procurar as Horcruxes com você. – Rony concordou com a cabeça.


— Eu não sei, Mione... Vai ser muito perigoso, não sabemos o que vamos enfrentar, talvez fosse melhor eu ir sozinho...


— Por isso mesmo! Não sabemos o que vamos encontrar, vai ser muito perigoso, Harry. Lupin está certo, você não pode fazer tudo sozinho. Se não pode contar a eles, pelo menos nós vamos te ajudar. E não adianta reclamar, nós vamos e ponto final.


— Está bem, está bem. Obrigado, por estarem do meu lado. – Harry sorriu um pouco mais tranqüilo – Deveríamos arrumar as malas, não?


— Não, não precisa. O resto dos alunos vai embora hoje, depois do enterro de Dumbledore, mas nós vamos ficar mais uma noite, só vamos amanhã, escoltados pela Ordem.


— Certo. E quanto à Cho, vocês sabem o que vão fazer com ela?


— Parece que os pais dela vieram buscar o corpo. Farão o enterro perto da casa deles. Mas a McGonagall teve o cuidado de contar a história sem pôr nenhuma culpa nela, todos saberão que ela foi uma vítima dos comensais também.


Neville, Simas e Dino entraram no quarto, fazendo Harry se levantar, não queria mesmo responder a perguntas.


— Ah, Harry. – Mione o chamou – A Gina pediu que, se eu o visse, avisasse que ela queria te ver. Provavelmente ela vai estar no salão principal, junto com os Weasleys, ou na enfermaria.


— Certo. – Harry respondeu desanimado e saiu do dormitório. Naquele momento não sentia nenhuma vontade de encontrar Gina.


 


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Uma brisa de verão balançava a franja de Harry, enquanto ele estava sentado na borda do Lago Negro, alimentando o polvo gigante. Ao, longe, ele avistava os preparativos para o enterro de Dumbledore. Vários bruxos se agitavam conjurando cadeiras, montando um pequeno palco para os discursos e arrumando a decoração. Afastou os olhos de lá, tentando pensar em outra coisa que não o lembrasse do diretor. O polvo se entediou com a parca atenção do garoto e afundou, sumindo de vista.


— Harry. – Lupin vinha em passos lentos na direção dele – O que está fazendo aqui?


— Não sei. Só queria ficar um pouco... Sozinho.


— Entendo. Todos nós queremos. Mas é melhor você ir se arrumar, não acha? A cerimônia começa em menos de uma hora. Não vai querer se atrasar, vai?


— Não, já estava indo mesmo.


— Certo. Bom, eu tenho que ir agora, muitos amigos de Dumbledore chegando.


— Ok, até mais. – O lobisomem já ia se afastando quando Harry o chamou de volta – Lupin! – Harry se aproximou devagar, ainda indeciso se deveria perguntar aquilo ou não – Posso te perguntar uma coisa?


— Claro, pergunte.


— Você já amou alguém?


— Err... Bem, pode se dizer que sim...


— E... Se essa pessoa, que você amou, corresse perigo se ficasse junto de você... O quê você faria?


— Bem, Harry... Eu creio que eu faria de tudo para protegê-la. – Lupin tinha um olhar vago, como se pensasse em algo antes de responder. Ficou mais alguns segundos em silêncio e então continuou – Mesmo que isso significasse ficar longe dela. – os dois voltaram ficar em silêncio por alguns instantes – Mas eu posso saber o porquê de você estar me perguntando isso?


— Nada não. Bobagem.


— Bom, se você diz... Tenho que ir, mesmo, nos vemos mais tarde.


— Até mais.


Harry ficou mais alguns minutos na borda do lago, antes de voltar para o dormitório. Aquela resposta de Lupin tinha o deixado mais confuso ainda, não sabia o que fazer. Seu coração sabia que nunca conseguiria ficar bem sem a garota que amava, mas sua razão o lembrava do perigo que ela correria ao ficar com ele. Mesmo relutante, ele já tinha decidido o que fazer. Tinha de fazer.


Enfim, levantou-se e arrastou os pés até o castelo. Quando passou pelo saguão de entrada, viu o Salão Principal apinhado de gente, conversando, debatendo. Viu também os Weasleys, que estavam num canto da mesa da Grifinória, e viu Gina, ao lado de sua mãe. Ele ficou alguns instantes, decidindo se ia até lá ou não, mas quando ela percebeu estar sendo observada e olhou para a porta do salão, Harry desviou o olhar e pôs-se a subir as escadas. Não teria coragem de fazer aquilo agora.


Foi até o dormitório, trocou de roupa e desceu para a cerimônia.


 


 


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O sol já tinha se escondido por trás das pesadas nuvens que cobriam todo o céu, quando Harry voltou para o lado de fora do castelo. Parecia que uma tempestade estava por vir. Dumbledore estava deitado sobre um túmulo de marfim, logo à frente do tablado montado, ladeado por dezenas de rosas brancas, que enfeitavam o sepulcro.


Quase todas as cadeiras já estavam ocupadas naquele momento, mas ele encontrou uma livre perto de Rony e Mione. Passou por trás da platéia, tentando evitar o olhar de Gina, mas não conseguiu. A garota estava junto com seus pais, um pouco longe de Rony, e ficou observando ele passar, expressando tristeza, buscando o olhar dele, buscando alguma resposta. Harry passou rápido e se sentou ao lado de Hermione.


— Você sumiu, Harry.


— Estive por aí, precisava ficar sozinho.


— Foi falar com a Gina?


— Ah, é... Hun... Não.


— Por quê?


— Ah, por nada. – mentiu ele – Só não tive tempo ainda.


— Então porque você veio se sentar com a gente, se tinha um lugar vago ao lado dela? – Harry virou-se para trás, vendo que realmente tinha um lugar vazio ao lado de Gina, mas rapidamente voltou seu olhar para frente, depois de perceber que ela ainda o observava. Felizmente para ele, não precisou responder à pergunta de Hermione, pois um bruxo baixinho e atarracado subiu no palco, pediu silêncio e começou a falar.


— Senhoras e senhores, estamos aqui, hoje, reunidos para os atos fúnebres de Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore, Chefe Supremo da Confederação...


Harry não conseguiu prestar atenção no baixinho por muito tempo. Várias lembranças passavam por sua mente, desde a primeira vez que conhecera Dumbledore, até o último encontro dos dois, na noite anterior. O bruxo falou várias palavras bonitas, contando alguns feitos e histórias do ex-diretor, fazendo inclusive algumas pessoas rirem, em meio às lágrimas. Depois, várias outras pessoas falaram, professores, amigos, e por fim, uma surpresa a todos, a fênix de Dumbledore, Fawkes, bela como uma chama, em seu ápice de vida, sobrevoou o local e pousou sobre o túmulo. Todos podiam ouvir o lindo canto que ela produzia, uma música que parecia acalentar os corações de todos e, ao mesmo tempo, produzir lágrimas intermináveis, fazendo o vazio no peito de muitos que estavam ali crescer, trazendo a realidade à tona. Dumbledore se fora, nunca mais estaria entre eles. O maior bruxo da atualidade, o diretor de Hogwarts, o único homem que Voldemort temia, o amigo de todos dali, morrera.


Vários minutos de canto depois, a ave levantou vôo e seguiu para o horizonte, deixando apenas a lembrança daquele homem, fresca na memória de cada um. Quatro bruxos, sem a ajuda de magia, levantaram a tampa do túmulo e selaram Dumbledore lá dentro. Fez-se uma fila na frente da tumba, para as pessoas deixarem flores e prestarem suas últimas homenagens. Harry se apressou em ser um dos primeiros, não queria demorar mais ali, e muitos cederam espaço para ele.


Quando chegou sua vez, depositou mais uma rosa branca ao pé da sepultura e disse adeus ao amigo, ao professor, ao pai.


 


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Os alunos pegaram o trem em Hogsmeade, duas horas depois do enterro, restando apenas Harry, Hermione e os Weasleys no castelo, além dos professores. Harry preferia voltar ao Lago Negro a ter de já voltar ao castelo, ainda tinha muita coisa a pensar, mesmo já tendo decidido. Tentava adiar ao máximo aquele momento, mas sabia que uma hora ele viria. Uma hora ela viria.


O céu estava cinza-chumbo, quase negro, anunciando o temporal que viria, mas ele pouco se importou com isso. Deixou a cerimônia sem falar com mais ninguém e seguiu caminhando pelos jardins. Gostaria de falar com Hagrid, entretanto, ele ainda deveria estar prestando suas homenagens a Dumbledore. Pensou em buscar Canino para dar uma volta, seria uma ótima companhia naquele momento, só que o cão tinha sido levado ao enterro também. Enfim, contentou-se em sentar embaixo de uma árvore, na frente do lago, e ficar observando os galhos se agitando com o vento forte, e as pequenas ondas que este formava na superfície da água.


Estava tão distraído que nem percebeu quando Hermione chegou e se sentou ao seu lado.


— Oi.


— Ah, oi, Mione, não vi você chegando.


— É, eu percebi. – ela riu.


— Parece que vai chover, não acha?


— É verdade. Vai continuar aqui, mesmo assim?


— Acho que sim.


— O quê houve, Harry? Quer dizer, eu sei que aconteceu tudo isso, a morte do Dumbledore, o ataque de ontem, mas não me parece ser isso que está te deixando assim. Você ficou o dia inteiro sozinho, não comeu, não falou mais com a Gina.


— Não sei...


Uma trovoada cortou o céu, assustando os pássaros dali.


— Claro que sabe, Harry. Só não quer me contar. Você podia ter ido falar com a Gina depois da cerimônia, mas não foi. O que você quer que ela pense?


— Eu sei... Mas é muito complicado, você não entenderia.


— Eu consigo entender História da Magia e Aritimancia, Harry, garanto que posso entender isso também. – Harry esboçou um sorriso.


— Está bem. É que, é difícil, sabe? Eu gosto da Gina, queria estar do lado dela agora, mas não dá.


— E por que não?


— Porque eu a amo! Você não vê? Voldemort tirou meus pais de mim, depois tirou Sirius, e agora Dumbledore. Ele quer acabar com todas as pessoas que eu amo. Se eu continuar com a Gina, ele vai querer acabar com ela também! Eu não posso correr esse risco.


— Não vale à pena correr esse risco?


— Nã... Quer dize... Ah! Não sei! Foi nisso que eu fiquei pensando o dia inteiro.


— Harry, pense bastante mesmo. Vocês dois passaram por tudo aquilo ontem e sobreviveram. Talvez vocês dois, juntos, fiquem mais fortes. E talvez, se você se afastar da Gina agora, não consiga se aproximar dela de novo.


— Eu sei disso. Por isso não quis me encontrar com ela hoje. Eu ainda não sei o que fazer – ele mentiu –, e não conseguiria agir normalmente, como se nada tivesse acontecido.


— Só que você não pode fugir dela para sempre, Harry. Uma hora você terá que se decidir e falar com ela. – Hermione olhou para o lado, vendo que alguém se aproximava – E eu presumo que essa hora é agora. – Harry olhou para onde ela estava olhando e viu Gina chegando, e sentiu um jato de adrenalina percorrendo seu corpo – Vou deixar vocês a sós.


— Não, Hermione...


Mas a garota já tinha se levantado, e estava indo de volta para o castelo. Harry se pôs de pé, querendo segui-la.


— Harry! – ouviu Gina o chamar, e o coração dele disparou. Tentou fingir não ter ouvido e continuou andando atrás de Hermione. – Harry, me espera!


O garoto parou ainda indeciso, e se virou. Gina vinha para ele, meio que correndo, meio que andando, e ele não teve mais coragem de sair dali. Queria sair correndo também e abraçá-la, mas suas pernas não respondiam. Ficou ali, paralisado, deixando que ela viesse. Quando ela chegou e parou na sua frente, os dois se observaram sem saber o que dizer, por onde começar.


— Harry... – ela começou, depois de vários segundos, com a voz fraca – O que está acontecendo? Por que você me evitou o dia inteiro?


— Eu...


— O que houve? Eu fiz alguma coisa? Estava tudo tão bem ontem, depois de tudo.


— Gina... Desculpa, eu não consegui falar com você antes... Mas eu tenho que fazer isso. – a voz dele tremia. Esperou alguns segundos, juntando coragem, torcendo para que alguém o impedisse de fazer aquilo. Não vendo alternativa, ele falou – Eu não posso mais ficar com você, não posso correr esse risco. – Gina arregalou os olhos e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa ele continuou – Você viu o que fizeram ontem, Voldemort vai querer te atacar para me atingir. Não quero que aconteça a você o mesmo que aconteceu com Dumbledore. – Um trovão silenciou a voz dele.


— Não vai acontecer, Harry! – ela mantinha a voz firme, mas seus olhos brilhavam.


— Ontem quase aconteceu. Você não sabe como eu tive medo. Cada vez que eu ouvia aquele Comensal lançar algum feitiço contra você, eu temia, torcia para que nada acontecesse.


— E não aconteceu! Não está vendo? Juntos nós temos mais chances de sobreviver, Harry. Para quê eu lutaria se estivesse longe de você? – vários raios cortavam o céu nublado da escola - Foi por você que eu enfrentei aquele homem ontem, e enfrentaria quantos fossem necessários. Mas só se eu estiver com você.


— Gina... – ele se virou, preferindo não encarar os olhos dela e tentando esconder os próprios – Não é tão simples assim. Eu não conseguiria me concentrar em outras coisas se tivesse que pensar em te proteger.


— E você acha que eu preciso de proteção, é? – ela o abraçou por trás, destruindo qualquer coragem que restava nele – Bobo. É você quem precisa de ajuda. Eu quero te ajudar.


— Eu sei – ele se virou de frente para ela, tentando se livrar do abraço –, mas o Rony e a Hermione já vão me ajudar...


— Harry! – ele sentiu um pesado pingo de chuva em seu ombro – Então era mentira aquelas histórias de “Eu te amo pra sempre” ou “Nada mais vai nos separar”?


— Não, Gina, claro que não! É só que... – mais dois pingos, agora em sua cabeça – A situação é diferente...


— Não é diferente! – ela batia os punhos cerrados no peito dele, sem força. Agora várias gotas caíam sobre os dois – O meu amor por você não vai ser diferente. Não importa se tem um louco degenerado lá fora querendo nos matar, se eu morrer, pelo menos, quero estar perto de você. – Os dois já estavam encharcados pela chuva que caia intensamente. Estavam extremamente perto um do outro, ela tinha os braços pousados no peito do garoto, suas cabeças se tocavam, os dois olhos inundados fixavam-se.


— Gina, por favor... Não faz isso comigo, eu não vou resistir...


Ela o ignorou, entrelaçou seu pescoço com os braços e o beijou. Harry desistiu e a abraçou também, correspondendo ao beijo. – O que eu menos quero é que você resista. – ela disse em sussurros e voltou a beijá-lo. A chuva os unia, fazendo com que seus corpos se colassem. Os dois se aqueciam, ignorando a água gelada que caía sobre eles. Harry parecia querer torná-la parte de si mesmo, tamanha a intensidade que a beijava. Todos os pensamentos, todas as angústias, todas as dúvidas, foram embora naquele momento, ele esqueceu tudo novamente, só queria sentir a garota que ele amava.


Gina se entregava a seu namorado, querendo compensar toda a tristeza e a solidão daquele dia. Agarrava-se ao pescoço dele, como se sua vida dependesse disso, sentia as mãos dele em sua cintura. Sentia-se feliz, novamente.


Quando pararam, vários minutos mais tarde, não sabiam o que dizer, apenas se olhavam e sorriam, esquecendo todo o resto do mundo. Só foram tirados dessa realidade alternativa alguns minutos mais tarde, por um grito de Hermione, que vinha de longe, abafado pela chuva.


— Alguém! Socorro, ajudem!

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