Ala Hospitalar
Capítulo 10 – Ala Hospitalar
Harry deixou-se ser conduzido por Hagrid, os dois iam à direção do castelo e o gigante murmurava alguma coisa, mas ele não ouvia. Não conseguia prestar atenção em nada. Dumbledore estava morto. Como isso podia ter acontecido? O maior bruxo da atualidade, morto. Morto pelas mãos de um traidor. Pelas mãos de Severus Snape, o homem que Harry odiava tanto quanto Voldemort.
— Harry... Harry! Preste atenção em mim. Precisamos achar Dumbledore, ele deve saber o que aconteceu. Snape... Por Merlin, eu nunca acreditei que nos trairia assim... Vamos, Harry, precisamos encontrar Dumbledore...
— Não... Não tem mais Dumbledore...
— Não tem... Quê? Como assim, o que você disse?
— Dumbledore... Está morto...
— Não, não, não. Não é possível, Harry, você deve ter se confundido, visto algo errado, Dumbledore não pode...
— Está morto. Eu vi, Snape o matou. – Harry não tinhas forças para convencer o gigante que o diretor estava morto, doía muito fazer aquilo.
— Não, não pode... – Hagrid começava a se desesperar quando viu uma aglomeração ao pé da torre de alquimia – Dumbledore não pode morrer...
Os dois aceleraram os passos até a torre, onde vários alunos se amontoavam em volta do corpo mole de Dumbledore. Harry abriu passagem entre os curiosos e se ajoelhou ao lado do diretor, derramando suas lágrimas naquela barba prateada. Hagrid também se ajoelhou, gritando algo que Harry novamente não conseguiu ouvir, sua cabeça não conseguia se concentrar em outra coisa que não fosse encontrar algum jeito de trazer o diretor de volta à vida. Vários minutos se passaram enquanto ele ficou ali, lamentando. Enfim, ele sentiu uma mão delicada em seu ombro, o puxando para longe dali. Demorou um pouco para perceber que era Gina o levando, e que Rony e Hermione já estavam ali há algum tempo. Hermione, chorando, era amparada por Rony, que segurava um medalhão prateado na mão direita. Os quatro seguiram para dentro do castelo.
— Nós precisamos ir à Ala Hospitalar.
— Eu estou bem, Gina.
— São ordens da McGonagall. Todos estão lá, Lupin, Tonks, Neville, Gui...
— Alguém mais se feriu, alguém morreu? – Harry se lembrava de ter visto algum corpo caído durante a batalha.
— Não, todos estão bem, quem morreu foi um comensal. Só o Gui que está bastante machucado, mas acho que Madame Pomfrey consegue curá-lo.
— O que aconteceu?
— Não sei direito, vamos ver quando chegarmos lá.
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— Harry! – Lupin se aproximou quando ele entrou na enfermaria – Você está bem?
— Sim, estou.
— Que bom que você voltou bem. Rony nos contou o que aconteceu com Dumbledore... Venha, sente-se.
A ala hospitalar estava apinhada de gente, todas as camas estavam ocupadas e Madame Pomfrey corria de um lado para o outro. McGonagall, Lupin e alguns outros membros da Ordem estavam ali, assim como os integrantes da AD. Lupin fez Harry se sentar numa poltrona, já que não havia mais leitos disponíveis. Ele tinha vários hematomas e cortes espalhados pelo corpo inteiro, seus músculos doíam e estava completamente exausto, mas não era o pior dali. Numa das camas dali, Gui deitava, sujando os lençóis com sangue. Mal dava para perceber que era ele, seu rosto estava completamente desfigurado.
— O que houve com Gui? – Harry perguntou ao ver o irmão de Gina naquele estado.
— Não se preocupe – respondeu Lupin – Foi Avery quem fez isso, algum feitiço cortante, aliás, vários deles.
— “Sectumsempra”. – completou Harry, lembrando do feitiço do Príncipe.
— Como?
— “Sectumsempra”. Um feitiço inventado por Snape. Provavelmente ele ensinou aos outros comensais.
— Entendo. Mas isso Madame Pomfrey consegue dar um jeito. O problema seria se Ronald não tivesse salvado seu irmão das garras, literalmente, de Grayback.
— Do Lobisomen?
— Isso. Quando Fenrir se libertou de um feitiço petrificador, atacou Gui. A sorte foi Rony ter lançado outro feitiço a tempo.
Hermione sorriu e abraçou Rony, que estava meio abobalhado por ter feito tanta coisa importante num dia só. Harry estava inquieto em sua poltrona, esperando pelo momento em que teria que contar tudo o que acontecera a eles. Gina se aproximou e sentou no braço da poltrona, segurando disfarçadamente a mão dele. Estar perto dela era o que mais acalmava Harry, ele não queria perder isso. Tentando se concentrar em outra coisa, ele começou a falar.
— Alguém deve descer à câmara secreta. Há dois corpos que devem ser retirados de lá.
— Como? – Lupin disse enquanto outros estavam surpresos – Dois corpos na câmara secreta? Como assim? Nos diga Harry, o que aconteceu essa noite? Por que há dois corpos na câmara secreta? E por que você chegou à torre de astronomia exausto e sujo de sangue?
Nos minutos seguintes Harry contou tudo o que acontecera, desde Dumbledore o chamando, Draco levando a falsa Gina para a câmara, a tudo o que aconteceu lá embaixo, como eles saíram de lá e finalmente o caminho deles até a torre de astronomia. Muitas vezes Gina o ajudou, completando partes que ele esqueceu, e uma delas foi falar que tinha recuperado toda memória, mas a garota o lembrou desse detalhe.
— E então, quando eu pulei do dormitório e voei até a torre, eu vi. Snape apontando a varinha para Dumbledore, o raio verde o acertando, ele caindo da torre... – Harry não conseguiu mais falar, Gina apertou a sua mão mais forte – Eu fui até a torre, mas eles fugiram antes que eu chegasse lá. Foi aí que eu encontrei o Rony e a Mione. O Dumbledore tinha petrificado os dois para que não fizessem nada. Eu desci correndo atrás dos comensais, não podia deixar Snape escapar. O persegui até os jardins... Mas não consegui. O desgraçado fugiu, assim como Draco e os outros.
Um silêncio se seguiu durante os instantes seguintes, enquanto eles refletiam sobre tudo aquilo. Logo Lupin o quebrou, dizendo a Harry que não havia o que ter sido feito e que tinha sido melhor assim, pois se Harry tivesse os seguido, poderia estar nas mãos de Voldemort nesse momento.
— E quanto a vocês, – perguntou Tonks, se dirigindo a Rony e Mione, que estavam quase abraçados num canto da enfermaria. – o que faziam na Torre de Alquimia quando os comensais chegaram?
— Nós... – começou Rony meio enrolado – estávamos com Dumbledore, num tipo de, uhn... Missão secreta.
— Missão secreta?
— É...
— Isso mesmo. – Harry interrompeu o amigo – Rony e Hermione foram junto com Dumbledore no meu lugar, nessa missão. Quando Dumbledore me chamou na sala dele, como eu disse antes, era para nós irmos buscar, hun... Uma coisa. Mas, então, eu fui para o dormitório, pegar minhas coisas, e estava indo para o saguão principal encontrar Dumbledore quando encontrei Draco e Cho, disfarçada de Gina. Aí eu mandei o Rony ir avisar o Dumbledore que eu não poderia ir mais. Presumo que ele tenha pedido ao Rony e à Hermione que fossem junto com ele.
— Exatamente. – concordou Hermione – Nós fomos com Dumbledore e, quando estávamos voltando, vimos a Marca Negra na torre de astronomia. As vassouras em que estávamos pareciam nos puxar até lá, pareciam estar enfeitiçadas. Logo quando descemos no terraço da torre, a porta se abriu, com Draco lançando o feitiço de desarme. Dumbledore gastou preciosos segundos para nos petrificar e nos deixar invisíveis, e talvez... – Hermione já estava chorando nesse momento – Talvez por isso que ele tenha morrido... – ela já não conseguiu falar mais nada e Rony a abraçou.
— Não se culpe querida, – McGonagall tentou tranqüilizá-la – Nós todos sabemos que Dumbledore era o exato tipo de pessoa que faria isso com qualquer um. – Agora, nos diga: O que era exatamente essa missão?
— Bem, err...
— Sinto muito, mas não podemos dizer. – Harry cortou a amiga – Dumbledore pediu que fizéssemos segredo absoluto sobre isso. Somente nós três poderíamos saber. – quando Harry disse isso ele percebeu que Gina olhou fixamente para ele, mas preferiu continuar olhando para McGonagall.
— Harry, querido. Eu te entendo, mas, no entanto, eu creio que quando Dumbledore pediu sigilo sobre essa “missão” ele não imaginava que poderia estar... Morto, como está agora.
— Ele deixou bem claro, só nós três, ninguém mais...
— Harry – Lupin interveio –, você deve entender que as circunstâncias mudaram. Dumbledore se foi. Se você tem, ou tinha, alguma missão, você deve nos contar, somos nós que devemos guiá-lo e ajudá-lo agora. Se for algo tão importante como parece, você não deve tentar fazer tudo sozinho. Apesar de ter passado por tudo que você passou, ainda não tem experiência suficiente para fazer tudo sozinho.
— Eu sei Lupin. Mas Dumbledore me treinou o ano inteiro, agora eu me lembro de tudo. Eu tive varias aulas e estou pronto para fazer o que tenho de fazer. E eu me lembro claramente: Dumbledore sempre foi veemente ao dizer que ninguém, além de Hermione e Rony, deveria saber o que estávamos fazendo, não importava o que acontecesse. Sinto muito, mas eu não vou dizer.
Antes que Lupin pudesse reclamar, a porta da enfermaria se abriu e entraram Molly e Arthur Weasley, seguidos por Fred, Jorge e Fleur.
— Gui! Meu filho, querido... O que fizeram com você?
— Fique calma, Molly, não foi nada que Madame Pomfrey não possa curar.
— Ah, Gui, querido...
— Guii, méo amorrr... – Fleur se pôs ao lado de Molly e ficou afagando o cabelo de Gui. – Quém foi u dessgrrraçad’ qu fez isso con méo amorr?
— Avery, um dos comensais da morte que entraram no castelo hoje.
— Comensais da morte em Hogwarts... – murmurou Arthur, ao lado de sua esposa – Por Merlin, como isso foi acontecer?
— Nós não...
— Eu sei. – disse Harry, fazendo todos se virarem para ele – Malfoy me disse, enquanto eu estava preso. Ele passou o ano todo tentando consertar um velho Armário Sumidouro do castelo, um que Montague ficou preso uma vez. Esse armário ligava Hogwarts a uma loja da Travessa do Tranco, a Borgin’s e Burke’s. Quando ele conseguiu, foi só levar os comensais até a loja e fazer com que eles entrassem no armário por lá. Aí eles ficaram esperando a hora certa. Como Draco não conseguiu me prender por muito tempo, eles tiveram que sair mesmo sem mim, e foram para torre de alquimia.
— Pelas barbas de Merlin... – Arthur parecia não acreditar no que tinha acontecido – E Dumbledore, por que não está aqui?
Todos ficaram em silêncio ao se lembrarem do triste acontecido. Foi Lupin quem respondeu.
— Dumbledore está morto. Snape o matou, e depois fugiu.
— Morto? Snape? Ah, Merlin! Agora o mundo está perdido mesmo...
— E Hogwarts? – interrompeu Hermione – Digo, o que vai acontecer?
— Eu não sei, não sei... – McGonagall respondeu desanimada – Mas não tenho certeza de que a escola reabrirá novamente. Por muito menos já cogitamos em fechá-la. Agora, com mais essa, comensais, Dumbledore morto... Não sei o que acontecerá.
Todos voltaram a admirar o chão e o silêncio voltou a reinar. Harry não sabia o que pensar não sabia qual era o próximo passo a tomar, sua cabeça fervilhava com tudo que tinha acontecido. Sua vontade era sumir por um bom tempo e só reaparecer quando tudo estivesse calmo novamente.
Madame Pomfrey o chamou para cuidar de seus ferimentos, e mesmo ele relutando, dizendo que estava bem, ela o puxou até o fim da ala hospitalar, onde o fez deitar numa cama que tinha acabado de ser desocupada por Neville. Ela lhe deu algumas poções e fechou seus cortes com pequenos feitiços. Mesmo ele insistindo que estava bem, ela o obrigou a continuar ali.
Os adultos ficaram conversando por mais algum tempo, então Rony e Mione foram até a cama de Harry. Gina, no entanto ficou ao lado da mãe, que ainda cuidava de Gui. Rony ainda apertava entre os dedos o medalhão prateado que tinha retirado do corpo de Dumbledore. Harry pode perceber que os dois estavam estranhamente juntos, se abraçando e trocando olhares como não costumavam fazer. Recostou-se, eles se sentaram na borda da cama e Hermione começou a falar.
— Harry, nós precisamos da sua opinião...
— Claro, e eu preciso que vocês me digam o que aconteceu na caverna.
— Sim, pois é. Como você sabe, nós estávamos indo atrás de uma das Horcruxes de Você-Sabe-Quem.
— Certo, de Voldemort.
— Isso. Fomos a uma caverna no meio do nada, numa encosta. – Hermione abaixou o tom da voz para ter certeza de que ninguém mais a ouvia – Logo que entramos, nadando, a caverna acabou. Achamos isso estranho, mas Dumbledore não pareceu se importar, ele estava procurando por alguma coisa. Então ele achou uma parte da parede, que ele dizia emitir uma energia estranha. Aí ele cortou o dedo, passou na parede e um portal se abriu. Entramos num salão de pedra imenso, com um lago igualmente grande, não dava nem para ver o outro lado. Seguimos pela margem até que Dumbledore achou uma corda invisível, por onde ele puxou um barco. Entramos nesse barco e fomos até um tipo de ilha no meio do lago. Tá, eu sei, está tudo muito confuso, mas me deixa terminar de contar. Tinha um pedestal com uma bacia cheia de um liquido estranho nessa pequena ilha. Dumbledore nos mandou dar todo o liquido a ele não importando o que acontecesse ou o que ele dissesse, então, mesmo ele implorando para pararmos, tivemos que continuar lhe dando a poção. Rony até tentou ajudá-lo, tomando um pouco da poção, mas não conseguiu continuar, então achei melhor dar somente ao Dumbledore. Assim que ele bebeu tudo, ficando muito fraco, tiramos um medalhão de dentro da bacia, esse que o Rony está segurando. Dumbledore e Rony estavam morrendo de sede, mas nenhum feitiço que eu fazia conseguia conjurar água, então eu fui buscar no lago. E aí... Aí uns mortos surgiram do da água, mas, juntos, eu e Rony conseguimos afastá-los enquanto levávamos Dumbledore de volta à margem do lago. Depois voltamos para Hogwarts e o resto você já sabe.
— Sei... Nossa... E vocês conseguiram destruir o Horcrux?
— Aí está o problema, veja. – Rony entregou o medalhão para Harry. Era uma peça simples, banhada a prata, sem muitos ornamentos, não parecia ser um medalhão importante. Harry o abriu, deixando cair de dentro um pedaço de pergaminho dobrado.
— O que...
— Leia.
Harry abriu o pergaminho e o leu, parecia uma carta.
Ao Lord das Trevas.
Eu sei que eu já terei sido morto quando você ler isto, mas eu quero que você saiba que fui eu quem descobriu seu segredo. Eu roubei a Horcrux real e pretendo destruí-la assim que puder.
Eu enfrento a morte na esperança de que, quando você se encontrar com seu Igual, você será mortal outra vez.
R.A.B.
— Eu não acredito... Quer dizer que...
— Tudo isso foi em vão. – completou Hermione voltando a chorar – Nós fomos até lá, Dumbledore se enfraqueceu bebendo aquela poção, por nada. Alguém descobriu o segredo de... Voldemort, e roubou a Horcrux antes de nós.
— Maldição... – alguns segundos de silêncio – Vocês têm idéia de quem seja esse R.A.B.?
— Não, não faço idéia... Mas vamos pesquisar isso, amanhã mesmo eu vou para a biblioteca tentar achar algo.
— Mas, Mione... Eu acho que nós vamos voltar para casa mais cedo esse ano, não teremos tempo para...
— Por isso mesmo! Não podemos perder tempo, Harry. Ainda faltam muitas Horcruxes, e nós nem temos certeza de que esse tal R.A.B. conseguiu realmente destruir o medalhão verdadeiro.
Eles pararam de conversar quando viram Gina se aproximando deles.
— Posso me juntar à conversa?
— P-pode, Gina. – Harry puxou sua mão para ela se sentar ao lado dele.
— O que vocês estavam falando?
— Nós, bem... hunn...
— Estávamos pensando no que vai acontecer ano que vêm. – disse Hermione – Sabe, se a escola vai reabrir, se vamos voltar...
— Eu não vou. – disse Harry, sério, admirando a beleza do teto – Mesmo que a escola reabra, eu não vou voltar. Hogwarts não vai ser a mesma sem Dumbledore.
— Mas, Harry, – Gina olhou para ele – você tem que terminar seus estudos. Ainda mais com Voldemort atrás de você, o sétimo ano vai ser muito importante.
— Não, Gina, não vai fazer tanta diferença, eu não vou voltar. Além disso, eu tenho muito para fazer esse ano.
— E eu posso saber o que tanto você tem para fazer? – Harry, Hermione e Rony se entreolharam, indecisos – Ah, desculpe, é a “missão especial” que só os três escolhidos podem saber. – Gina olhou para o chão e cruzou os braços, emburrada.
— Gina, você precisa entender, - Harry segurou o queixo dela, olhando em seus olhos – foi um pedido de Dumbledore, não posso contrariar a vontade dele... Ainda mais agora.
— Tá, tá...
Nessa hora Madame Pomfrey chegou até eles e mandou os três irem para o dormitório, deixando Harry descansar. Ele relutou muito, querendo voltar para os dormitórios também, mas ela foi irredutível. Gina deu um beijo rápido de despida no namorado, tentando esconder de sua mãe, e saiu, junto com Rony e Mione. Harry ficou observando ela sair, percebendo como ela era importante para ele e temendo que o que aconteceu com Dumbledore pudesse acontecer novamente. Envolto nesses pensamentos tortuosos, ele adormeceu.
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Harry estava correndo num corredor escuro, suava e respirava com dificuldade. Após algum tempo, percebeu que estava no Departamento dos Mistérios, no Ministério da Magia. Não sabia ao certo por que estava correndo, mas alguma coisa dizia que ele não podia parar, precisava chegar a algum lugar rápido. O corredor fez algumas curvas e então ele chegou numa porta negra, que ele já conhecia. Girou a maçaneta rapidamente e entrou, dando de cara com o anfiteatro que ele tinha estado um ano atrás. As arquibancadas estavam vazias, mas o palco ainda trazia o assombroso arco com o véu que tragara Sírius. O coração do garoto disparou quando ele viu duas pessoas na frente do véu.
— Ora, ora, ora. Então o corajoso Potter veio. Eu sabia que você viria atrás dela. – Voldemort prendia Gina com cordas mágicas que saiam de sua varinha – Não é lindo o amor juvenil? O amor, Harry, o amor que Dumbledore tanto dizia, o amor de sua mãe que o salvou, o amor que você tem e que eu não tenho... TUDO BOBAGEM! Não percebe? – Voldemort gargalhou – Esse seu amorzinho, sua paixão adolescente acaba de te destruir! Você veio como um patinho, do jeito que eu imaginei, salvar sua donzelinha indefesa.
— Solte-a, Voldemort. – Harry espumava de raiva – Sou eu quem você quer, ela não tem nada a ver com isso.
— Hahahahaha... Claro, Harry, é você quem eu quero. Ela já fez o papel dela, te trazer até mim. Agora ela é... descartável. – Voldemort empurrou Gina para o arco e ela caiu no véu. Da mesma forma que Sírius, ela desapareceu.
— NÃO! – Harry acordou, suado. Já estava amanhecendo, era possível ver alguns raios de sol entrando pela janela.
— Algum problema, querido? – Madame Pomfrey veio até ele assustada.
— Não, nada não. Só um pesadelo.
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