A Fuga do Príncipe



N.A.: Como vocês vão perceber, tem uma parte deste capítulo que é muito parecida, quase uma transcrição, do livro Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Eu optei por fazer isso porque achava que tinha que haver esta parte para não mudar completamente o fim do sexto livro. Ms vocês vão ver que está tudo adaptado à fic, e eu acho que não ficou ruim, porque umas parte muito boa de EdP, na minha opinião.


Então, espero que gostem desse capítulo e comentem bastante! =]


 


 


Capítulo 09 – A Fuga do Príncipe


 


O corpo de Harry se encheu de adrenalina quando viu a varinha branca caindo da torre. Ainda se lembrando da conversa que ouvira semanas atrás na Floresta Negra, pegou Gina pela mão e começou a corrida. Subiram os degraus de entrada, passaram pelo saguão e subiram as escadas saltando vários degraus, correndo o máximo que conseguiam. Entraram no segundo andar e pegaram o mesmo caminho pelo qual tinham vindo. Subiram as escadas, direto para o quarto andar, parando apenas quando encontraram Pirraça, rindo como um doido e cantarolando.


— Os comedores estão aí! Vão acabar com todos vocês! Hahahahaha!


— O quê? Como assim, Pirraça?


— Os comedores estão aí! Vão acabar com todos vocês! Hahahahaha!


— Ah! Esquece esse doido, Harry. Vamos! – Gina o puxou e eles voltaram a correr.


— Gina, eu tenho que falar uma coisa... – ele falava entre pausas para respirar, enquanto eles ainda subiam correndo as escadas para o sétimo andar – Só agora eu me lembrei do que aconteceu na floresta, naquele dia.


— Que dia? – eles agora viravam num corredor para pegar um atalho – O dia que você perdeu a memória?


— Isso. Esse mesmo. – ele acabara de saltar pelo degrau que afundava, no meio da escadaria – Lembra que um comensal tinha entrado na floresta? Eu fui atrás dele, certo? Quando eu o encontrei, ele estava discutindo com alguém... Droga! Por que eu não me lembrei disso antes! Agora eu sei o que o Malfoy está fazendo! Lá na floresta, era ele e o Snape. Eles falavam alguma coisa sobre matar o Dumbledore, era para o Draco matá-lo. Ele não ia fugir da escola, agora ele deve estar lá em cima, tentando matar o Dumbledore. Provavelmente foi ele quem o desarmou! Droga! Espero que o Rony ou a Mione consigam fazer alguma coisa.


— Eles vão conseguir Harry. – agora os estrondos eram muito altos, vinham de perto. Eles já estavam quase chegando à torre de astronomia – Dumbledore não morreria tão fácil, não pelas mãos do Draco.


— Eu sei, mas estou com um mau pressentimento...


Os dois viraram mais um corredor e deram de cara com um campo de batalha. Raios luminosos voavam em todas as direções, iluminando o corredor quase escuro. Haviam alguns caídos e varias coisas destruídas. Ele conseguiu ver rostos conhecidos, como os de Luna, Neville, Lupin, Tonks e McGonagall. Os Comensais estavam do outro lado do corredor, perto da escadaria em espiral, que dava acesso à torre, e recuavam cada vez mais.


— Harry! – gritou Neville ao ver o amigo – Que bom que você veio! Harry, os Comensais, eles...


— Eu sei, Neville, eu sei! Mas não dá pra falar agora.


— Harry, você chegou! – essa foi a vez de Lupin ver o rapaz – Droga, eles estão subindo.


— Eu vou atrás deles! – Neville se adiantou para o corredor, entretanto, logo no primeiro degrau, encontrou uma barreira invisível e foi jogado, caindo vários metros para trás.


— Eles bloquearam a escada... – esbravejou Lupin, nervoso como Harry jamais o vira – Reducto! REDUCTO!


Os feitiços do lobisomem não tiveram efeito nenhum contra a barreira. Harry soltou o braço de Gina e foi na direção da escadaria. Tinha que ter um jeito, de alguma forma ele ia subir lá. No entanto, assim que chegou aos pés da escada, foi jogado da mesma forma que Neville, batendo as costas na parede do corredor. Suas costas doíam e sua cabeça latejava novamente, mas ele conseguiu ver algo que o deixou aterrorizado. Enquanto Gina vinha ao seu socorro, uma figura de preto e com cabelos sebosos passava pelo corredor. Snape andou rápido, sem que ninguém pudesse perguntar nada, apenas seguiu na direção da subida da torre. Harry não podia deixar que aquele homem chegasse lá.


— Não! Parem-no! Não deixem ele...


— É o Snape, Harry, ele veio ajudar! – McGonnagal se interpôs, o que foi o suficiente para que o professor passasse pela barreira e começasse a subir.


Lupin, achando que a barreira tinha sumido, foi atrás dele. No entanto, assim como Neville e Harry, foi repelido. Como o garoto previra, somente um Comensal da Morte poderia passar pela proteção. Harry precisava achar alguma forma de chegar ao topo da torre, cada minuto que perdia ali, era um minuto que Dumbledore se aproximava de sua morte. Decidido, levantou-se e disse para Gina esperá-lo ali. Ela relutou, mas ele foi mais rápido e correu para o lado oposto da torre. Passou como um raio pela tapeçaria dos trasgos, fazendo uma curva brusca logo depois, para então correr até o retrato da mulher gorda. Rapidamente gritou a senha e entrou num salão comunal cheio de alunos fora da cama, curiosos e amedrontados. Muitos vieram perguntar para ele o que acontecia, assim que entrou pelo buraco, mas Harry apenas ignorava e corria para as escadas dos dormitórios. Subiu cada degrau amaldiçoando quem tinha criado o dormitório tão longe da entrada do salão, até entrar no quarto e chegar ao pé de sua cama, arfando. Apoiou as mãos no joelho, tomando ar por alguns segundos. Lembrando que não tinha tempo, se atirou embaixo da cama e puxou seu malão. Abriu-o e puxou para fora sua Firebolt.


— Harry, o que você está fazendo? – Dino perguntou, chegando no quarto junto com Simas.


Harry não respondeu nada, não tinha tempo a perder. Era estranho olhar agora para Dino e lembrar que ele era o ex-namorado de Gina. Sem pensar duas vezes, colocou a vassoura na mão esquerda e apontou a varinha para a janela e exclamou “Bombarda Máxima”. Pedaços de vidro e de pedra voaram para o lado de fora do castelo, deixando um grande rombo no que antes era a parede do dormitório.


— Harry, você está louco?


Mais uma vez ele ignorou o garoto. Não hesitou mais, correu, tomando impulso e pulou pelo buraco, caindo na escuridão. Rapidamente, colocou a vassoura entre suas pernas e deu uma guinada para cima, parando a queda. Sentia o vento passar forte por seu rosto, começou a subir e a ir à direção da torre de Astronomia, que não ficava longe da torre da Grifinória. Ainda não conseguia ver nada, pois havia uma parede do castelo tampando sua visão, mas logo conseguiria. Acelerou sua Firebolt ao máximo que pôde, se inclinando e grudando nela. Alguns segundos depois ele chegou ao final da parede e fez a curva, podendo ver agora, metros à frente, a torre de Astronomia. Mas ele preferiu nunca ter visto o que viu.


Virou a tempo apenas de ver um raio verde atravessando o pátio da torre, indo atingir um homem com longos cabelos e barba brancos. Harry freou, quase despencando lá de cima, e observou, paralisado, Dumbledore cair da torre, despencando vários metros e colidindo pesadamente contra a grama dos jardins. O garoto ficou estático no ar, sem conseguir gritar, sem conseguir se mover, como se alguém tivesse lançado o feitiço petrificador nele. Tinha a sensação de que ele também tinha sido arremessado pelo espaço. Não tinha acontecido. Não podia ter acontecido.


Snape e os outros Comensais da Morte que estavam na torre, incluindo Draco, se viraram e começaram a entrar de volta para o castelo. Harry acordou do choque e acelerou sua Firebolt para frente, querendo chegar o mais rápido possível ao pátio. Entretanto, não foi rápido o suficiente, quando estava apenas a alguns metros da amurada de pedra, o último comensal passou e fechou a porta. Harry aterrissou no pátio, pulando da vassoura. Já ia começar a correr quando viu algo se mexendo num canto escuro da torre. Apontou a varinha para o local, mas logo a abaixou, vendo que eram Rony e Hermione, que vinha chorando e o abraçou.


— Harry! O Dumbledore... Ele petrificou a gente quando o Draco chegou... Não pudemos fazer nada...


— E nos deixou invisíveis. – completou Rony, enquanto Hermione gaguejava e soluçava – Não sei como não nos viram agora.


— Snape, Harry! Foi o Snape, você sempre teve razão...


— Eu vi, Mione, mas agora me solta, por favor, eu tenho que ir atrás deles, eles estão fugindo.


O terror assaltava Harry. Tinha de chegar a Dumbledore e tinha de pegar Snape. Por alguma razão, as duas coisas estavam ligadas, poderia reverter o que acontecera se pudesse juntar os dois. Dumbledore não podia ter morrido.


Ele se soltou de Mione e correu para a porta, abrindo-a com violência. Desceu a escada em espiral, saltando os últimos dez degraus. Parou onde aterrissara, colocando a varinha em punho. O corredor mal iluminado estava cheio de poeira, metade do teto parecia ter cedido e, à sua frente, travava-se uma batalha violenta. Enquanto ele tentava distinguir quem enfrentava quem, ouviu a voz que odiava gritar: “Acabou, hora de partir!”, e viu Snape virar no fim do corredor, ele e Malfoy pareciam ter aberto caminho entre os combatentes e escapado ilesos. Quando Harry se atirou no encalço deles, um dos bruxos se destacou do conflito e avançou contra ele. Era o lobisomem Greyback. Derrubou Harry antes que ele pudesse erguer a varinha: o garoto caiu de costas, sentindo os cabelos imundos no rosto, o fedor de suor, e o sangue na boca e no nariz, um bafo quente e voraz em seu pescoço...


— Petrificus Totalus!


Harry sentiu Grayback desmontar em cima dele. Com um esforço descomunal ele empurrou o lobisomem no chão na hora em que um jorro de luz verde veio em sua direção. Ele desviou-se e mergulhou no meio dos combatentes. Seus pés bateram em alguma coisa mole e escorregadia no chão, e ele perdeu o equilíbrio. Havia dois corpos caídos ali, de cara para baixo, em uma poça de sangue, mas não havia tempo para investigar. Harry viu uma cabeleira vermelha agitando-se como línguas de fogo à sua frente. Gina lutava contra um Comensal da Morte pesadão, que lançava feitiço sobre feitiço contra a garota, que se desviava. O Bruxo ria, sentindo prazer no esporte.


— Crucio... Crucio... Você não pode dançar para sempre, lindinha...


— Impedimenta! – berrou Harry.


Seu feitiço atingiu o comensal no peito. Ele soltou um guincho de dor ao ser arrebatado e arremessado contra a parece oposta, de onde deslizou para o chão e desapareceu atrás da professora McGonagall e Lupin, cada qual enfrentando um Comensal da Morte. Mais além, Harry viu Tonks combatendo um enorme bruxo louro que lançava feitiços em todas as direções, fazendo-os ricochetear nas pareces em volta, rachar pedra e estilhaçar a janela mais próxima.


— Harry, de onde é que você veio? – gritou Gina, mas não havia tempo para responder. O garoto baixou a cabeça e prosseguiu disparado pelo corredor, escapando por um triz de algo que explodiu em cima de sua cabeça, fazendo chover cacos de parede sobre todos. Snape não podia escapar, ele tinha de pegar Snape.


Harry se ergueu e tornou a desembestar pelo corredor, sem dar atenção aos estampidos às suas costas, aos chamados dos outros para que ele voltasse e aos gritos de Gina, que eram os mais difíceis de ignorar.


Derrapou na curva, seus tênis sujos de sangue escorregavam. Snape levava uma enorme dianteira, talvez já estivesse saindo para os jardins e logo poderia aparatar. Harry não ouvia nada, exceto as batidas dos próprios pés correndo e do próprio coração ribombando enquanto acelerava pelo corredor seguinte, deserto. Então ele viu marcas de sangue não chão, confirmando que os Comensais fugitivos estavam indo para as portas de entrada.


Harry entrou derrapando por outro corredor, e um feitiço passou voando, ele mergulhou atrás de uma armadura que explodiu. Viu, então, dois Comensais que desciam correndo a escadaria de mármore e disparou feitiços contra os dois, mas atingiu apenas várias bruxas de peruca, em um quadro do patamar, que fugiram aos guinchos para os quadros vizinhos. Lançou-se por um atalho, na esperança de ultrapassar os comensais e alcançar Snape e Malfoy, que, àquela altura, certamente já teriam chegado aos jardins. Lembrando-se de saltar o degrau que sumia na metade da escada secreta, ele irrompeu pela tapeçaria que havia embaixo, chegando a um corredor vazio.


Saiu correndo em direção ao patamar e ao último lance da escadaria de mármore. As portas de carvalho na entrada tinham sido arrombadas, havia manchas de sangue no chão, e vários estudantes aterrorizados se encolhiam às paredes, uns dois deles cobriam o rosto com os braços. A enorme ampulheta da Grifinória fora atingida por um feitiço, e os rubis que continha ainda caíam produzindo um ruído seco no piso latejado.


Harry voou pelo saguão de entrada e saiu para os jardins escuros, mal conseguindo divisar os três vultos que corriam pelo gramado em direção aos portões, onde poderiam desaparatar. Pelo jeito eram o enorme Comensal da Morte louro e, mais à frente, Snape e Malfoy.


Sentiu o ar frio da noite dilacerar seus pulmões quando disparou atrás deles, viu um lampejo ao longe que momentaneamente recortou a silhueta dos fugitivos. Apesar de não saber o que seria, continuou a correr, ainda não se aproximara o suficiente para fazer pontaria.


Outro lampejo, gritos, jorros de luz em resposta, e Harry entendeu. Hagrid saíra de sua cabana e estava tentando deter os Comensais da Morte em fuga e, embora cada hausto parecesse rasgar seus pulmões e a pontada em seu peito ardesse como uma labareda, Harry acelerou enquanto uma voz em sua cabeça dizia: “Hagrid não... Hagrid também, não...”.


Alguma coisa atingiu Harry, com força, nos rins, e ele caiu, seu rosto bateu no chão e o sangue espirrou das narinas. Concluiu, mesmo enquanto se virava, com a varinha em punho, que os irmãos que ele ultrapassara ao pegar o atalho, se aproximavam às suas costas.


— Impedimenta! – berrou ele, tornando a se virar, agachando-se rente ao chão escuro e, milagrosamente, seu feitiço atingiu um deles, que cambaleou e caiu, derrubando o outro. Harry ergueu-se de um salto e continuou a correr atrás de Snape.


E, à claridade da lua crescente, que surgiu inesperadamente por trás das nuvens, ele viu a silhueta de Hagrid, o Comensal da Morte louro o alvejava com sucessivos feitiços, mas a imensa força de Hagrid e a pele dura que ele herdara da mãe giganta pareciam protegê-lo. Snape e Malfoy, no entanto, continuavam a correr, logo estariam fora dos portões, e poderiam aparatar.


Harry passou, desembalado, por Hagrid e seu oponente, mirou nas costas de Snape e berrou:


— Estupefaça!


Errou, o jorro de luz vermelha passou perto da cabeça de Snape. O professor gritou: “Corra, Draco!” e virou-se. A uns dezoito metros de distância, ele e Harry se encararam, antes de erguerem simultaneamente as varinhas.


— Cruc...


Snape, porém, aparou o feitiço, derrubando Harry para trás antes que ele pudesse completar a maldição. O garoto rolou para um lado tornou a se levantar na hora em que o enorme Comensal às suas costas berrou: “Incêndio!”. Harry ouviu uma forte explosão e uma luz laranja se derramou sobre todos. A casa de Hagrid estava em chamas.


— Canino está preso lá dentro, seu maligno! – urrou Hagrid.


— Cruc... – berrou Harry pela segunda vez, mirando no vulto iluminado à luz das chamas, mas Snape tornou a bloquear o feitiço. Harry podia ver seu sorriso desdenhoso.


— Suas Maldiçoes Imperdoáveis não me atingem, Potter! – gritou ele, sobrepondo-se ao ruído das chamas, aos gritos de Hagrid e aos ganidos alucinados de Canino. – Você não tem a coragem nem a habilidade...


— Incarc... – urrou Harry, mas Snape desviou o feitiço com um gesto quase indolente. – Revide! – gritou ele – Revide, seu covarde...


— Covarde? Você me chamou de covarde, Potter? – gritou Snape – Seu pai nunca me atacava, a não ser que fossem quatro contra um, que nome você daria a ele?


— Estupe...


— Bloqueado outra vez e outra e mais outra, até você aprender a manter a boca e a mente fechadas, Potter! – debochou Snape, desviando mais uma vez o feitiço. – Agora, venha! – gritou o professor para o Comensal da Morte às costas de Harry – Está na hora de ir, antes que o ministério apareça.


— Impedi...


Antes, porém, que Harry pudesse terminar o feitiço, sentiu uma dor excruciante, tombou no gramado, alguém estava gritando, ele certamente morreria de tormento, Snape ia torturá-lo até morrer ou enlouquecer.


— Não! – urrou Snape, e a dor parou tão subitamente quanto começara, Harry ficou enroscado no gramado escuro, apertando a varinha, ofegante. Em algum lugar no alto, Snape gritava: – Você esqueceu as suas ordens? Potter pertence ao Lorde das Trevas... Temos de deixá-lo! Vá! Vá!


E Harry sentiu o chão estremecer sob seu rosto quando os irmãos e o enorme Comensal em obediência correram para os portões. O garoto soltou um grito inarticulado de raiva: naquele instante, não se importava se ia viver ou morrer. Pondo-se de pé com esforço, ele cambaleou às cegas em direção a Snape, o homem que agora ele odiava tanto quanto odiava o próprio Voldemort.


— Sectum...


Snape acenou com a varinha, e o feitiço foi de novo repelido. Harry agora estava a poucos passos, e finalmente podia ver com clareza o rosto de Snape. Ele já não ria desdenhoso nem caçoava, as labaredas mostravam um rosto enfurecido. Reunindo todo o seu poder de concentração, Harry pensou Levi...


— Não, Potter! – gritou Snape. Houve um forte estampido e Harry voou para trás, tornando a bater duramente no chão e, dessa vez, a varinha escapou-lhe da mão. Ele ouvia os gritos de Hagrid e os uivos de Canino, quando Snape se aproximou e contemplou-o ali, caído, sem varinha, indefeso como Dumbledore devia estar quando foi morto. O rosto pálido do professor, iluminado pela cabana em chamas, estava impregnado de ódio.


— Você se atreve a usar os meus feitiços contra mim, Potter? Fui eu quem os inventei: eu, o Príncipe Mestiço! E você vira as minhas invenções contra mim, como o nojento do seu pai, não é? Eu acho que não... Não!


Harry mergulhara para recuperar a varinha, mas Snape lançou um feitiço na varinha, que voou longe, no escuro, e desapareceu de vista.


— Me mate, então. – ofegou Harry, que não sentia o menor medo, apenas raiva e desdém. Já tinha passado por tanta coisa naquela noite, que não sentiria mais medo algum. – Me mate como matou ele, seu covarde...


— NÃO... – gritou Snape, e seu rosto ficou inesperadamente desvairado, desumano, como se sentisse tanta dor quanto o cão que gania e uivava preso na casa incendiada às suas costas – ... ME CHAME DE COVARDE!


E ele golpeou o ar: Harry sentiu uma espécie de chicotada em brasa atingi-lo no rosto e, por um momento, todo o ar pareceu ter fugido do seu corpo. Então, ele ouviu um farfalhar de asas no ar e uma coisa enorme obscureceu as estrelas: Bicuço mergulhara contra Snape, que cambaleou para trás ao ser atacado por garras afiadíssimas. Enquanto Harry procurava sentar, a cabeça atordoada pelo último impacto contra o chão, ele viu Snape a toda velocidade, o enorme animal perseguindo-o, aos gritos, como Harry jamais o vira gritar.


            O garoto levantou-se com dificuldade, procurando, às tontas, a varinha, na esperança de prosseguir em sua caçada, mas, mesmo enquanto apalpava a grama, catando gravetos, percebeu que seria tarde demais. De fato, quando conseguiu localizar a varinha e se virou, ele viu apenas o hipogrifo circulando sobre os portões. No final, Snape conseguira escapar e aparatar fora dos limites da escola.

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