Palavras também ferem



Capitulo 4
Palavras também ferem



Era um final de uma tarde quente e as casas mantinham suas janelas escancaradas em buscas de uma mínima brisa leve de vento inexistente que nunca vinha. Os gramados esverdeados que se aglomeravam ao redor das casas estavam ressequidos e amarelados, suplicando por uma gota de água que também não vinha. Os cata-ventos nos tetos das casas rodavam a prestação, e bem devagar, mostrando que os ventos não estavam com cara de bons amigos naquele dia quente e o sol teimava em castigar as pessoas em baixo. Pessoas abriam as portas de seus carros e pegavam papelões para abanar o enorme vapor que saia dos acentos dos carros, alguns até usavam extintores de incêndios achando que o carro iria pegar fogo, mas era só mais um dia quente, que obrigava os habitantes a tomarem banhos ao ar livre, visitar piscinas ou viajarem para algum país mais frio. Uma garotinha muito pequena, aparência cinco anos de idade, tinha cabelos curtos na altura dos ombros muito negros e olhos castanhos, brincava sozinha na faia de uma casa na mínima sombra. Ela falava com uma boneca de pano surrada sentada no jardim. Com um estalo que mais parecia de um estepe de carro, uma velha senhora de pele enrugada, vestindo vestes amarrotadas com um olhar severo, apareceu atordoava olhando o lugar a sua volta, foi quando avistou a pequena garotinha brincando sozinha.
- Onde está Ordélio, minha querida. – soou a voz da velha senhora, meio arrastada. A garotinha olhou para cima e ficou encarando a velha senhora por um tempo.
- Lá dentro. – respondeu e simplesmente voltou-se a brincar com sua boneca de pano surrada. A velha senhora passou pelo portal e bateu na porta, ainda dando olhares na garotinha que brincava como se não tivesse sido interrompida. Uma imagem distorcida vinha crescendo pelo vidro opaco e sujo da porta, um homem de cabelos grisalhos e curtos, de corpo corpulento abriu a porta para receber a velha senhora, ele a olhou por um momento com um olhar desconfiado e intimidador, e com gesto a mandou entrar. A garotinha ficou olhando a rua silenciosa e vazia em seguida abriu a porta devagar e entrou também revelando uma sala mal iluminada. Uma porta entreaberta que levava para um corredor escuro e sombrio revelava vozes alteradas e altas. A garotinha ficou a porta a escutar.
- O que está fazendo aqui? – rosnava o homem tentando manter a voz baixa. Ele olhava de esgoelar a velha senhora.
- Não pude fazer nada, tive que vir, você sabe que depois do assassinato dos Potters ele desapareceu e achei que depois de cinco anos...
- Eu sei disso, e não me peça para abrigar antigos comensais da morte! Ela me pediu para deixá-la fora disso, não quer que a menina se meta nessa confusão! – ele a cortou ríspido.
- Ficou maluco? Eu nunca faria isso!
- Então pra quê veio aqui? Se for dinheiro infelizmente não tem! – bradou ele.
- Não sou uma morta de fome, Ordélio, mas venho aqui pedir para que você não atrapalhe nos estudos da menina, sabe muito bem que ela é...
- ELA NÃO VAI! – berrou ele transtornado. – Ela não vai se tornar um de nós!
- Vai. Ela vai sim! Ela é um de nós. Não pode querer mudar isso. Ela não se adaptaria a escolas de trouxas pelo amor de Deus! Por Merlin!
- Ela vai acabar descobrindo tudo! – disse ele ainda transtornado passando a mão pelos cabelos andando de um lado para o outro.
- Ela NÃO saberá. Ela NUNCA saberá, se ninguém contar a ela, sabe muito bem que ELA queria que sua filha nunca soubesse disso. Agora impedir que ela se prepare para ser bruxa... Ah por favor!
- Mas aqui em Londres ela não vai ficar!
- E vai pra onde? Hogwarts é uma das escolas mais importantes!
- Vamos para França, longe disso tudo! Lá ela terá estudos e tudo o que precisar longe dessa bagunça...
- Não é preciso mais fugi Ordélio! Ele se foi!
- Quem garante? Olha só que história mal contada de que um garotinho, um garotinho! Teve a chance de vive depois do... – ele parou um momento como se as palavras tropeçassem em sua boca.
- Isso já faz cinco anos e você parece um fugitivo de Azkaban, Homem! – ele andava de um lado para o outro, ela apenas o acompanhava com os olhos. – Se vocês vão para França, não deixe de pelo menos me enviar uma noticia de como ela está. Sabe muito bem que eu a quero bem e como uma filha.
- É... é... em escola de trouxas ela poderia assustar as crianças.
- O que quer dizer com isso?
- Ela anda dando sinais... Uma vez ela fez com que os livros da biblioteca chicotear as paredes e os vidros das janelas se quebrarem. – a senhora riu saudosa.
- O que Dorca sempre fazia quando estava irritada!
- Era sim, era isso mesmo. Todo mundo ficou contando histórias diferentes achando que um vendaval teria invadido a biblioteca. – o homem sorriu.



Querido diário...

Desculpa, te deixei na rua da amargura pedindo carona numa rua deserta no meio de uma noite solitária. Foi mal! Vejo que o último dia aqui foi o que aquela coisa loira aguada me... me... be... ARRE!!! Você sabe então não me faça perguntas! Depois daquilo ele ficou durante quatro dias me ignorando, e o vi conversando algumas coisas com o gay do Zabini, com os aspirantes a filmes de baleia, Crabbe e Goyle e se recusando permanentemente a falar comigo e eu não sei por que, mas também não fui dar uma de idiota pra sabe e também o ignorei, depois ele some POR DUAS SEMANAS, DUAS SEMANAS SEM ME DÁ UMA ÚNICA SATISFAÇÃO!! Do que eu estou reclamando??? Ele FINALMENTE me deixou em paz e eu estou reclamando?? Não sou... definitivamente não sou eu. Mas vamos atualizar isso, Keichi Sato, SIM ELE MESMO, estamos saindo, Lindo, perfeito, gostoso, tesudo... T-U-D-O de bom, é pra você mesmo baba diário, ele é alto, forte, cabelos negros que lhe caiam nos olhos, basicamente acho os cabelos dele muito parecido com os do Harry, este que pegou uma certa mania de ficar me observando e eu não sei porquê? Mas vamos voltar a falar do Keichi, enquanto o aguado finalmente me deixou em paz, PRA ONDE É QUE ELE FOI??? ALGUÉM AÍ SABE? PORQUE ELE NÃO APARECEU NEM NAS AULAS E A HERMIONE TEVE QUE TOMAR CONTA DA MONITORIA CHEFE EM SUA AUSÊNCIA! E quando eu me encontrar com ele eu JURO QUE VOU DAR UM SOCO BEM NO MEIO DA CARA DELE!!!! Estávamos em detenção! Tínhamos que fazer a porcaria de trabalhos escolares juntos, e ONDE FOI QUE ELE SE METEU???
Eu não quero mais falar desta anta! Vamos falar do Keichi que eu estou notando estou falando demais daquela praga chamada Draco Malfoy!
Hoje o dia amanheceu frio, frio só não, ta nevando lá fora e do jeito que ta todo mundo vai virar picolé rapidinho! Mas o nosso querido solzinho, que parece que tem medo de dar as caras, apareceu entre as nuvens dando uma pequena esquentada, o que dá vencimento mesmo são as lareiras. Dois jogadores de Quadribol iriam se despedi do time e da escola, uma da Sonserina e o Corvinal (clichê?), e resolveram fazer um jogo para essa despedida sem fins lucrativos, e eu ia ver Keichi jogar, ele é artilheiro! Estou realmente muito feliz de estar com ele, sabe aquela pessoa que te faz esquecer de tudo quando ela aparece? Que te faz rir? É assim que me sinto... feliz.
Além disso tem também a notícia que foi posta em grandes cartazes nas quatro casas, vai ter um baile do Dia das Bruxas que está prestes a chegar trazendo grandes bruxos de Beauxbatons e de Durmstrang. O Baile do dias das Bruxas vai abrir o Duelo de Prata (considerado por muitos no mundo dos bruxos, um dos duelos mais importantes já praticados na antiguidade, provando os maiores bruxos em duelos já vistos), que tem como objetivo faze parte da pontuação no campeonato das casas. Somente alunos do quinto, sexto e sétimo ano irão participar. E com o Baile, espero que a aquela dona de um ar severo e que cisma em me castigar numa detenção patética como essa (não, sinceramente não tinham o que inventar não?), McGonagall, me livre disso pelo menos nesse dia e assim espero.
Agora vamos a três traidores do meu próprio corpo, são eles: Meu estomago, que resolver criar asa; meu coração, que inventou de querer sair pela boca ou bater furiosamente nas minhas costelas e a MINHA PRÓPRIA BOCA! SIM ELA MESMA, essa TARADA ta me levando a situações das quais e NUNCA imaginei na vida.
Estava eu sentada na mesa da Grifinória tomando meu café da manha, juntamente com Gina, que esta, estava em estado beta grudada na boca de Harry; Hermione que estava com os olhos grudados no Profeta Diário e Rony, este que tentava chamar atenção de Hermione inutilmente. Quando eu vejo a coisa loira aguada das às caras brevemente na mesa da Sonserina, e o primeiro traidor começa a dar sinais. Meus estomago criou asinhas não é lindo? MAS QUE POHA É ESSA?? Nem em meu próprio corpo eu posso mandar agora além de ter ele como babá? Ele estava conversando animadamente com dois garotos da Sonserina enquanto Pansy dava os costumeiros pulinhos saltitantes para falar com ele, sinceramente meu estomago revirou dentro de mim de nojo, agora sim eu concordei com o próprio. Enquanto Pansy se pendurava no pescoço dele, ele continuava falando normalmente com os dois garotos na mesa da Sonserina foi quando eu percebi que minha torrada estava esmigalhada da minha mão. E me vi numa encruzilhada, se é que posso chamar disso: por que Pansy estava no pescoço dele? (isso pode ter um duplo sentido, mas admito: NÃO É CIÚME!), por que ela não pegava logo a gravata dele e o enforcava de uma vez? Poderia até me fazer um favor e eu seria fã dela por toda a eternidade e ela até ganharia uma medalha por Serviços Prestados a Escola, e a outra por que ele estava me ignorando? (NÃO ESTOU PREOCUPADA COM ELE! QUERO QUE MORRA!), mas poderia muito bem dizer que a detenção acabou, ora! Eu não estudo aqui há seis anos e não quero mais fazer com que McGonagall me veja de forma errada. Mas ele tinha que simplesmente se virar e ir embora sem nem ao menos dar uma olhada na mesa da Grifinória? Foi isso que ele fez, parecia que eu nem existia ou que ele nem me conhecia ou talvez nem me visse. MAS DO QUE É QUE EU ESTOU RECLAMANDO? Eu estava feliz e com Keichi era só isso que eu queria.
Foi quando eu estava indo em direção ao corredor da grifinória quando sinto um puxão no meu braço e dou de cara com ele, sim ELE MESMO!!! DRACO MALFOY e pela cara não estava alegre e MUITO MENOS EU.
- Quero falar com você. – disse ele já em tom ameaçador me arrastando com ele sem nem ligar para os meus protestos.
- O que deu em você? Quer me soltar?! – eu disse no mesmo tom fazendo com que ele me soltasse.
- O que está fazendo andando com Keichi Sato? – ele perguntou grosso e diretamente, eu olhei pra cara dele sem entender.
- O quê? – eu falei interrogativa sem acreditar em tal ABSURDO da pergunta. – Não é da sua conta! Desaparece durante duas semanas e vem querer tirar satisfações?
- Você está sob minha responsabilidade! Ele não é pra você! E as duas semanas não lhe interessam! – bradou ele. Mas eu fiquei chocada e HIRADA!
- Ora! Eu posso está sob sua responsabilidade, Malfoy, mas não sob suas ordens! Você não toma conta da minha vida! E se as duas semanas não me interessam, também vale que a minha vida não lhe diz respeito o que faço ou deixo de fazer! – retruquei histérica, é óbvio, ELE SOME E EU É QUE PAGO O PATO?
- Você quer o desafio? Então eu lhe darei um! – ele disse mais uma vez em tom ameaçador.
- Eu não tenho medo de seus desafios! – respondi no mesmo tom, quero que ele morra.
- Ok! – ele ficou me encarando, e eu retribuir da mesma forma, não iria deixar por menos. – Quebre a cara você sozinha e depois não venha pra cima de mim chorando. – disse me dando as costas.
- Como você se importasse com isso não é? Desde quando você se importa comigo? – eu disse em alto e bom som, fazendo-o parar. Qual é a dele agora? Querer dar uma de protetor? Já vai tarde!
- Você se acha muito esperta. – disse me olhando com desprezo. – Acha mesmo que o conhece ou que me conhece? – sua voz saiu maquinalmente fria e desafiadora. Eu praticamente tremi na base ao ver àqueles olhos cinza me encarando.
- Eu estou começando a conhecê-lo, mas a você... eu aceito o desafio. – que olhar frio ele tem, quando ele quer ser intimidador não tem como você não tremer na base.
- Você só vai ser mais uma brincadeira nas mãos dele. É como eu disse uma vez: As grifinórias são sempre as mais fáceis. – eu pirei.
- NÃO DUVIDE DA MINHA DIGNIDADE, MALFOY. VOCÊ NÃO ME CONHECE! – pisar no meu orgulhe e dignidade é algo que me deixa fora de si.
- VOCÊ DEVERIA ABRIR OS OLHOS! É SÓ MAIS UM BRINQUEDO PRA ELE!
- VOCÊ É UM IGNORANTE!
- E VOCÊ É BURRA
- NÃO ME CHAME DE BURRA!
- ALÉM DISSO VOCÊ BEIJA MAL! – berrou ele.- AGORA VAI ME DIZER QUE NÃO GOSTOU DO BEIJO QUE EU TE DEI? E DE TER TIRADO A TEIA DE ARANHA QUE TAVA?
- NÃO EU NÃO GOSTEI, ALÉM DO MAIS EU ODIEI AQUELE BEIJO QUE VOCÊ ME DEU LÁ NAQUELE VILAREJO! – eu não acreditava no que ele estava dizendo, minha fúria estava crescendo, meu coração estava explodindo e meu estomago parecia ter cortado as asas com as mãos, se é que ele também criou mãos.
- Hogsmead? – ele disse com um sorriso canalha com um fio sarcástico, parando de gritar.
- ESSE MESMO! – eu berrei, e daí que agora alguns alunos estavam parando no corredor vendo esse show particular.
- Sei... – ainda com um sorriso canalha no rosto cruzando os braços com a mão no queixo de forma analisadora. EU ODIEI ISSO! Ele estava me olhando com se eu fosse uma criancinha mimada de cinco anos.
- Não me interrompa. – eu disse entre dentes. – EU NÃO GOSTEI! – gritei em plenos pulmões.
- TEM CERTEZA?! – ele gritou de volta se aproximando me olhando com um olhar desafiador.
- TENHO! NÃO ME OBRIGUE A BATER EM VOCÊ!
- PROVE!
- Malfoy... VAI PRO IN... – antes que eu terminasse, ele me puxou para cima dele com tamanha força que praticamente eu fiquei em cima dele. Empurrou-me contra a parede possuindo meus lábios de forma tensa e avassaladora em pleno corredor. Ele desceu até o meu pescoço colocando a mão em minha boca de modo que eu não gritasse ou soltasse alguma objeção para fazê-lo parar, mas não era nem necessário, a filha da mãe da minha boca retribuía com tamanho desejo que o fazia enlouquecer, EU NÃO ACREDITO NISSO! Esquecendo que estávamos no meio do corredor, sendo uma atração constrangedora para quem passasse ali, ele começou a acariciar a minha cintura por baixo de minha blusa, pressionando meu corpo mais contra a parede fria agora aprofundando o beijo com mais fervor, O QUE ERA ISSO...?? MERLIN! Eu o notei um leve arrepio nele com o leve toque tímido da minha mão acariciando sua nuca, possuindo os meus lábios como se fosse comê-los numa fome sem fim, E EU TAVA DEIXANDO ISSO ACONTECER? Ele separou os lábios devagar, sentido a minha respiração ofegante e eu sentido aquele hálito de menta que estava me embriagando, e me deixando tonta, sem mover um milímetro de distancia dos corpos. Notei que algumas garotas que passavam no local suspiravam desejando estarem em algum lugar naquele momento, e eu tenho certeza que era no meu lugar, pois outras tinham as varinhas em punhos imaginando maldições imperdoáveis para me azarar de todas as formas possíveis, outras tampavam os olhos de alguns alunos do primeiro ano que passavam no local. MAS EU NÃO TENHO CULPA! ELE QUEM EM AGARROU E VOCÊS VIRAM, e se Keichi visse uma coisa dessas? E se soubesse disso, LÓGICO que ele iria saber, ESTAMOS NO MEIO DO CORREDOR!
- Então Ann... – começou ele com uma voz grave e ofegante. – Você não quer bater? Então bate, mas bate com força.
- Você quer? – eu disse em tom ameaçador ele me olhou interrogativo. – ENTÃO TOMA! – senti meus dedos da minha mão direita pulsarem ardendo na face dele que saiu cambaleando pra trás.
- COMO OUSA ME BATER?! – ele berrou transtornado.
- VOCÊ MERECEU! E PEDIU! – eu gritava em plenos pulmões. Se estávamos no meio do corredor depois de um beijo desses, de certo umas garotas que estava ali querendo me matar iriam correndo contar para o Keichi e eu não iria deixar isso barato.
- VOCÊ É IRRITANTE, SABIA? – ele me respondeu os gritos.
- QUAL O SEU PROBLEMA, HEIM? – eu gritei de volta.
- TO DE FRETE PRA ELE!
- AHH QUER DISER QUE EU SOU O SEU PROBLEMA? MUITO ENGRAÇADO! – urrei cheia de sarcasmo.
- É SIM! VOCÊ É O MEU PROBLEMA!
- A CULPA É TODA SUA! POR SE ACHAR O MANDA CHUVA!
- A CULPA É MINHA AGORA POR VOCÊ TER ME AGARRADO?
- O QUÊ??? EU NÃO AGARREI VOCÊ, VOCÊ QUEM ME DESAFIO E FOI VOCÊ QUEM ME AGARROU!
- VOCÊ É UMA SANGUE-RUIM, IGUAL AQUELA LÁ, AMIGA DO POTTER! – rosnou ele com desprezo.
- GRR!! EU SÓ NÃO TE ENCHO DE PORRADA AGORA PORQUE EU NÃO QUERO TOCAR NESSA SUA PELE ASQUEROSA DE SERPENTE!
- E EU NÃO QUERO ME CONTAMINAR COM UMA SANGUE-RUIM COMO VOCÊ!
- ARRE! ODEIO VOCÊ
- ÓTIMO! PORQUE EU TAMBÉM TE ODEIO
- IDIOTA!
- PIRADA! – nós dois saímos batendo o pé por lados contrários bufando.
- Ann o que houve? – perguntou Hermione com uma voz de preocupação ao me avistar passando pelo corredor com cara de poucos amigos.
- Um idiota que se acha o rei está me tirado do sério! – eu bufava de raiva dando passadas pesadas sem nem parar pra conversar, enquanto Hermione, coitada, lutava para me acompanhar. E praticamente eu nem sabia pra onde eu estava indo.
- Calma! Respira, e me conta o que houve! – pediu Hermione.
- NÃO ME PEÇA PRA FICAR CALMA! – eu gritei me virando pra ela.
- Minha nossa! Que estresse é esse? – perguntou Rony quando nos encontrou no meio do corredor.
- Ann está...
-... Prestes a matar um! – eu conclui seguindo meu caminho deixando Hermione e Rony confusos.
- Como? – eu escutei Rony perguntar desorientado à Hermione que não ligou para o que o amigo disse e saiu me seguindo pelos corredores.
- Ann espera! – gritou Hermione correndo para me alcançar. – Por que você está tão alterada?
- MALFOY ME BEIJOU! – urrei. Algumas garotas que passavam olharam de forma assassina para mim. Hermione me olhou como se tivesse pegado uma doença contagiosa, Rony me deu um olhar de pêsames.
- Calma, isso passa. – disse Hermione muito lentamente. – Vai dar tudo certo...
- LUNA! ONDE ESTÁ A LUNA! – eu rosnei transtornada, continuando meus passos apressados pelos corredores ignorando a cara de susto de Hermione e de mais cinco Lufa-lufas que passavam pelo local.
- O que você quer com a Luna? – perguntou Hermione temendo mais um ataque meu, o que era inevitável.
- EU QUERO SABER SE NAQUELE LIVRO IDIOTA QUE ESTÁ HÁ ANOS NA FAMÍLIA DELA SERVE PARA ALGUMA COISA, JÁ QUE A LILÁ E PARVATI VIVEM ME AMEAÇANDO CASO EU NÃO CONTE NADA SOBRE A INTIMIDADE DAQUELA PRAGA CHAMADA MALFOY! – eu disse isso tão rápido e aos gritos que Hermione precisou de cinco minutos para entender.
- E pra que você quer o livro?
- É ÓBVIO! PRA MATAR O MALFOY!
- Isso! Eu aprovo totalmente, está no seu direito! – disse Rony, eu o olhoi como se o tivesse visto agora.
- Ann... calma ta... vamos para o salão comunal e lá a gente conversa, está bem! – disse Hermione ao ver meu olhar pra cima de Rony como se dissesse: “Quem é você?”.
Eu não estava a fim de conversar, estava me sentido transtornada e jurando a mim mesmo que se eu encontrasse o Malfoy dessa vez eu só não bateria naquela cara lisa dele como eu o mataria, e OBRIGARIA a McGonagall me dar uma medalha banhada a ouro de Serviços Prestados a Hogwarts, pode acreditar.
O desgraçado desaparece durante duas semanas, e quer vir tirar satisfações do que eu faço ou deixo de fazer da minha vida e ainda fica colocando na minha cabeça que Keichi não é pra mim? E se não for, eu mesmo posso descobrir sozinha! Será que eu joguei pedra na cruz pra merecer isso? Eu não me lembro!
E que beijo foi aquele? E COMO EU PERMITI ISSO? Acho que eu estava fora de mim, e minha boca tarada estava praticamente gostando e me vi acariciando a nuca dele e aquele hálito de menta que estava me deixando tonta.
O frio também não estava tão ruim assim, pelo menos eu estava achando que estava quente, já Gina começou a me dizer que era por que eu tinha visto o Malfoy, e juro que quando ela disse isso eu só não peguei a varinha pra lhe mandar uma bela de uma azaração porque ela é minha amiga, AMIGA DA ONÇA! DEVERIA ME APOIAR! E vi Hermione soltar alguns risinhos, ela ia ver o que eu iria fazer aqueles com aqueles risinhos dela... AFF ISSO PORQUE NÃO É COM ELA!
Apensar daquele beijo ficar impregnado na minha mente, ainda tinha os traidores do meu corpo que não estavam contentes com os beijos de Keichi, e foi no almoço que tudo aconteceu.
Eu estava almoçando na beira do lago, sentada com aquelas comidas maravilhosas na minha frete, aquele ar frio e aconchegante batendo no rosto, e o sol tímido lá em cima completando aquele clima romântico.
- Parece que está sonhando acordada. – disse a voz de Keichi, E QUE VOZ! Eu corei na hora, ele estava me observando. Ele veio se aproximando.
- Estava só pensando. – respondi meio nervosa, meio não... é elogio pra esse meio nervosa.
- Em quê? – ele quis saber me olhando de forma galanteador.
- Algumas coisas... – EM QUE POHA EU ESTAVA PENSANDO MESMO QUE EU NÃO ME LEMBRO? ALGUÉM SABE?
- Que coisas? – foi quando dei por mim ele estava bem perto, mas tão perto que eu senti sua respiração em cima de mim, seus lábios tocaram os meus de forma terna e tão simples, que me senti voar naquele momento, porem meu estomago e coração não deram nem sinais de vida, mas foi à bendita da minha boca que resolver criar vida própria. Aprofundei o próprio beijo com ardor indo pra cima dele. Eu praticamente estava quase deitada em cima de Keichi, minhas mãos segurando sua nuca enquanto ele estava se equilibrando para não cair de costa na neve. E aumentei sem nem perceber o beijo de forma tensa e foi quando ele caiu de costa e eu em cima dele. – Uau... – ele disse meio ofegante. Eu fiquei vermelha nem sabia o que estava fazendo e senti que Keichi não conseguia retribuía do mesmo ardor que eu estava fazendo, EU NÃO, A MINHA BOCA! E notei por um momento que a minha boca estava era se vingando de mim, era como se ela falasse que Keichi não consegue satisfaze-la da mesma forma que certa pessoa, eu fiquei irritada, não com Keichi e sim comigo mesma. Me amaldiçoando com tais pensamentos. Eu me levantei meio desorientada.
- Tenho que ir. – disse sem nem ao menos encarar Keichi, estava envergonhada com o que fiz.
- Espera! – ele me segurou. – pra onde vai? Eu te fiz alguma coisa? – ele pareceu preocupado.
- Não... eu só esqueci de fazer uma coisa. – É, REALMENTE EU ESQUECI! ESQUECI DE ENFIAR A MINHA CARA NA TERRA COMO AS EMAS FAZEM! Eu sai apanhando a minha mochila e quando já estava indo ele me chamou:
- Ann... – eu me virei e ele me olhou com um olhar tranqüilo e sensível. – Eu gosto muito de você, eu não quero te machucar. – e me quebrei todinha agora.
- Você não fez nada de errado. – disse sorrindo desconcertada.
- Então nos vemos no jogo, certo? – ele sorriu. Eu afirmei que sim e fui direto para o castelo com a cara mais vermelha que já fiz. O Salão Principal estava apinhado de alunos esperando para ver o jogo de despedida, e parece que a noticia do meu agarramento com Malfoy no corredor tinha se evaporado, o que eu dei graças a Deus por não parar nos ouvidos de Keichi principalmente agora com aquela declaração! E ainda tinham testemunhas que depois do beijo eu bati no Malfoy.
- Ann! – disse Hermione ao me avistar.
- Oi Mione! Pronta para o jogo? – eu disse tentando parecer o mais natural possível e ela percebeu!
- Sim, e me parece que pela sua cara...
- Não termina!
- Não terminar o quê? – perguntou uma voz sonhadora atrás de mim, Gina.
- Nada, Gina. – respondi quando todos já estavam seguindo para as arquibancadas.
Uma onda de alunos trajando seus uniformes com coloração azul e verde estavam se encaminhando de forma entusiasmada para o jogo de despedida de dois dos maiores jogadores da escola. Todos agasalhados se protegendo do frio denso que se acomodou esta semana em Hogwarts eu estava caminhando para a arquibancada junto com Gina, Hermione, Harry e Rony quando uma voz me chamou meio histérica.
- Theron! – eu me virei e dei de cara com um artilheiro da Sonserina já com o uniforme do time, ele tinha olhos muito azuis e cabelos negros acompanhado por uma garota da Sonserina que não fazia parte do time, mas me olhava com uma cara de esnobe que eu nunca vi.
- O que é? – disse ríspida, mais pra ela do que pra ele.
- Draco está te chamando lá no vestiário! – ele respondeu como se falasse comigo fosse pegar uma doença.
- Diga que eu não vou. – disse dando as costas e seguindo meu caminho.
- Mas ele disse que era urgente!
- Ele vai ter que esperar!
- Mas ele disse que você sabe o que é e não pode esperar! – eu olhei de lado e fui até o bendito vestiário. No caminho vi o time da Sonserina passar por mim, eu não tava nem aí pra cara de nojo que eles estavam fazendo, e contei por quantos eu havia passado e me dei conta que só o Malfoy estava lá dentro. Eu entrei e ele estava acabando de colocar a luva.
- Diz – comecei indiferente. – qual é a urgência?
- Ann, minha querida – disse ele com um sorriso maroto vindo em minha direção. – só quero que me deseje boa sorte!
- Como? – perguntei displicente. – Era isso? Malfoy poupe-me de suas criancices, tenho mais o que fazer! E má sorte pra você o jogo! – mas antes que eu pudesse ir embora, já tem como adivinhar né! Ele me agarrou com tanto ardor que eu nunca vi, parecia que fazia anos ou talvez séculos que não beijava ninguém ou me beijava, e olha que isso aconteceu hoje de manhã, como se tivesse com uma sede e tivesse com uma vontade louca de saciar seu desejo a todo custo, e como os mesmos toques que me fazia delirar, EU NÃO ACREDITO QUE ESTOU ESCREVENDO ISSO??? TAMPEM OS OLHOS DAS CRIANÇAS! QUEIMEM A BRUXA QUE ESTÁ ESCREVENDO ESSA FIC NA FOGUEIRA PELO AMOR DE MERLIN OLHA O QUE ELA ME FAZ PASSAR?
Ele começou a sugar meu pescoço de uma forma que nunca vi antes, me prendendo em seu corpo de modo que eu não tivesse defesas de uma forma incrível, eu praticamente estava sem espírito naquele momento e ele levou meu cérebro junto com ele também, além do meu estomago estava dando acrobacias e não sei se era o meu coração ou o dele que estava batendo acelerado, foi então que senti o dele batendo na palma da minha mão esquerda furiosamente, E MINHA BOCA NÃO PARAVA DE BEIJAR A DELE! Quando ele chegou ao pé da minha orelha, NO PÉ DA ORELHA NÃO!!! Eu pirei e me ouvir dar um suspiro alto, e foi quando ele mordeu os meus lábios inferiores aí foi à vez que eu vi o que Raul Seixas viu em dez mil anos! Eu soltei uma exclamação que nem conseguiu deixar isso pra mim, ele pareceu pirar ao ouvir em que estado eu me encontrava que me colocou em cima da mesa, sentada, de modo que ele ficasse entre minhas pernas e arrancando com um gesto rápido a minha capa que eu nem percebi onde é que estava o meu cachecol quando ele estava beijando meu pescoço, ele se propusera mais sobre mim de forma que eu já estava inclinada quase deitada sobre a mesa, sem parar de me beijar como se ele tivesse esquecido que tinha um jogo lá fora esperando por ele! Já que ele é o capitão deveria está dando um bom exemplo aos menores lá fora que estavam esperando para o começo da partida. E acariciando novamente a minha cintura por baixo da minha blusa ele deu mais uma mordida em meus lábios inferiores que se eu vi o que Raul viu em dez anos, dessa vez eu fui bater um papinho agradável com São Pedro lá em cima, sobre a chuva que não caia no sertão de alguns países. Você entendeu a minha situação crítica? Eu não estava lá, não estava lá! Era como se tivesse uma outra personalidade que tomasse conta de meu corpo e expulsasse a minha alma pura de lá porque o que acontecia quando ele me beijava dessa forma ERA PECADO!!!! Se parando os lábios devagar, ele ficou me olhando por uns instantes com um olhar maroto acariciando meus cabelos ao pé da minha nuca e me levantando junto com ele.
- Isso... – disse ele grave e ofegante. – É boa sorte. – terminou com um olhar malicioso se afastando de mim, colocando a sua vassoura nos ombros e passando a línguas nos lábios como se tivesse se deliciado de algo muito saboroso saiu satisfeito do vestiário me deixando em estado de transe no qual eu só fui perceber com a volta da minha alma que pelo estado que volto, sabe aqueles desenhos animados que quando ficam com raiva ficam vermelhos e explodem como chaleiras? Foi assim que eu fiquei. Peguei minha capa e... ONDE ESTAVA MEU CACHECOL? Só fui notar que ele estava em cima do armário. Eu me amaldiçoei em diversas gerações e fui andando furiosa para a arquibancada quando avistei Hermione vindo em minha direção.
- Vi Malfoy passar sorrindo de modo que nem me viu. Achei que tivesse acontecido alguma cosia com você! – disse Hermione com uma voz abafada.
- É... Aquele imbecil! – eu disse com uma cara assassina para o campo, Hermione soltou uma gargalhada, que insensível essa menina!
- Você está perdida!
- Eu não! Ele que não desça daquela vassoura porque aí sim ele ta perdido! – respondi furiosa me dirigindo com ela para as arquibancadas. COMO SE EU TIVESSE FORÇAS PRA ISSO? MAS TINHA QUE ARRANJAR UM JEITO!
Eu tinha que admitir, ele era bom, bom demais pra ser verdade, EU TÓ FALANDO DO JOGO! É DO JOGO, SEU DIÁRIO INDECENTE! Mas o apanhador da Corvinal não ficava atrás deu muito trabalho pra ele, Keichi também era bom, muito bom! E me deu uma pontada no coração ao velo passar veloz por cima da arquibancada e imaginar a cena no vestiário com o Malfoy, GRR, garoto irritante! Me senti enojada, aquele beijo por mais tenso e avassalador que foi, por mais quente e cheio de desejo, me fez sentir a pior das garotas ao ver o sorriso de Keichi ao passar depois de mais um ponto marcado. Eu não estava mais agüentando ficar ali, estava doendo demais ver aquilo! E senti mais raiva do Malfoy por isso, eu estava ótima com o Ken, não estava? Estava sim e não minta pra mim!
Não sei o que ele tinha em mente, mas já estava passando dos limites, ele não iria me fazer de besta agora e isso eu não iria permitir. Não iria permitir que ele brincasse comigo desse jeito, eu tinha que acabar com isso de uma vez por todas!
Depois do blá, blá, blá da Madame Hooch elogiando os dois jogadores que iriam se despedir da escola e do Quadribol, todos se encaminharam novamente para o castelo e eu esperei na espreita para ver os jogadores da Sonserina saírem do vestiário (isso soou estranho, mas pense que é por uma boa causa, EU QUERO ME LIVRAR DELE!). Eu estava decidida em dizer que se afastasse de mim para não estragar minha vida e meu relacionamento. O vapor de água que estava saindo do box do vestiário Sonserina, mostrava que o Malfoy ainda estava no banho, eu particularmente fiquei nervosa em esperar ele sair e quando eu decidi dar meia volta...
- O que está fazendo aí? – eu me virei e me deparei com uma visão que eu nunca vi, é se você é uma garota correta deve ter se sentido como eu..., mas pra quem eu estou falando? Com o meu diário, que vive me bombardeando com perguntas? Ele tava lindo, lindo só não, PERFEITO, mostrando aqueles músculos e um tórax bem definido desprovido de pelos, com uma toalha enrolada na cintura e a outra enxugando aqueles cabelos aloirados que lhe caiam na testa e me olhando de um jeito maroto.
- Ah... – SERÁ QUE EU SÓ CONSEGUI PRODUZIR ISSO DE SOM?? ALGUÉM POR FAZER ME DÁ UM CHOQUE PRA VER SE EU ACORDO, EU AGRADEÇO!
Ele foi andando par o armário e pegou o uniforme da Sonserina se virou e ficou me olhando ainda com um jeito maroto e um sorriso canalha no rosto.
- Veio aqui pra me ver trocar? – ele perguntou se aproximando a passos perigosos. EU POR UM ACASO ESTAVA PREGADA NO CHÃO?
- Não! – disse firme, mas esse firme são mais tremulo do que pensei também pudera! Ele estava ficando cada vez mais perto até que chegou bem perto e já viu né? Eu não estava consciente com aquela visão bem diante de meus olhos!
- Estou esperando. – ô sorriso desgraçado! Respirei fundo e DESGRUDEI meus olhos daquela visão pra encará-lo, mas não sei se estava dando muito certo, já que as mechas do cabelo dele estavam convidando... estavam fazendo um convite para me atracar com aquele corpo maravilhoso que estava bem na minha frente, e me desesperei ao sentir meu corpo suplicando por isso, mas eu respirei fundo.
- Não, eu não vi aqui pra ver você se troca, vim aqui para falar a você, se é que não percebeu, eu estou namorando e quero distancia! – disse num tom firme que ainda saiu tremulo de novo. Ele ficou me olhando por alguns instantes e se aproximou ainda mais, que senti sua respiração em cima de mim, e aquele corpo mais perto, eu já estava ficando tonta! Não! Eu tinha que me controlar. Tinha que fazer isso por Keichi. Eu dei um paço para trás.
- Você vai fazer besteira. – ele disse em tom sério.
- Não me importa. Eu posso descobrir sozinha. – ele ainda me olhava e eu tentava encara-lo.
- Posso? – ele perguntou e o olhei interrogativa.
- Como? – mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, estas situações estão ficando cada vez mais perigosas e RIDÍCULAS. E não preciso mais contar às sensações que eu senti né! Você já sabe diário, mas posso dizer que cada toque dele era novo e me proporcionava uma sensação nova. Sentir seu corpo molhando é até assustador tentar descrever isso! Ele me agarrou novamente como fez antes do jogo, minhas mãos, coitadas, estavam perdidas e se permitiam ficar em penitencia ao tocar em seus ombros largos e nus. O beijo foi mais terno, sem apelação, sem pudor, eu percebi que ele estava se detendo a descer para meu pescoço, mas ele realmente não resistiu. Seus beijos estavam tomando cada vez mais fervor, estava ficando cada vez mais avassalador, ele fez à mesma coisa que fizera antes do jogo, me colocou sentada em cima da mesa e mais uma vez entre minhas pernas, me pressionando em seu corpo. Eu não tinha forçar para parar com isso, estava totalmente entregue, basicamente MEU CÉREBRO SE DESLIGOU! E eu não estava gostando disso, pois a situação estava ficando crítica em vista que ele praticamente tirou meu cachecol, minha capa e já estava desabotoando minha blusa branca do uniforme da grifinória. Eu não poderia deixar isso ir adiante, tentava lutar por um juízo na minha cabeça que batia na porta da casa do meu cérebro que alegava não está em casa. Foi quando uma batida muito forte na porta do vestiário nos fez volta a realidade. Ele rapidamente separou nossos lábios e ficou fitando a porta, contrariado e virando para encarar a porta notei algo tatuado em seu ombro, não me dei contado do que era, pois acho que ainda estava voltando lá de não sei onde, pois nem notei que ele pegou o uniforme da Sonserina que colocará em cima da mesa e se encaminhou para box novamente e sai somente com a calça.
- Fique aqui. – disse ele sem me olhar e saiu cautelosamente porta a fora. Eu abotoei a minha blusa o mais rápido que pude, peguei minha capa e meu cachecol e me vi mais uma vez me odiando, isso estava ficando ridículo e eu permitia isso, foi quando senti as primeiras lágrimas de culpa me matando rolando pela minha face. Sai porta a fora sem me importa com o quê havia batido na porta. Eu me sentia culpada quando pensavam em Keichi, me senti mais uma vez a pior das pessoas no mundo, e só me amaldiçoar não era o bastante, era como se Draco Malfoy controlasse minhas emoções, se eu tinha vontade de bater nele essa vontade se evaporava, ele tinha controle sobre mim do qual eu perdi desde o momento que eu o sentir me tocar no primeiro dia. Sai correndo de volta para o castelo e não encontrei Malfoy no caminho, passei correndo pelos corredores se me importar com as pessoas me olhando. E finalmente cheguei ao lugar onde queria a torre da Grifinória. Fechei a porta numa batida surda e lancei um feitiço para que ninguém entrasse, enfie a cara no travesseiro e me desabei a chorar. Passei o resto do dia dormindo depois de chorar, me sentido mal por isso está acontecendo, eu tinha que me livrar dessa detenção. Eram nove horas quando passei pelo quadro da Grifinória em direção à sala da diretora McGonagall esperando um por um alívio que talvez não viesse.
- Entre! – disse a voz seca e severa da McGonagall quando bati a porta dela. Eu entrei sem excita, ela estava em pé atrás de sua mesa e me olhou com o olhar de sempre. – Diga o que quer senhorita Theron, e seja rápida, pois está quase na hora da proibição dos alunos ficaram rondando os corredores da escola.
- Serei breve, professora. – comecei meio nervosa. – Quero que a senhora me dispense na detenção que me impôs no começo do ano, se assim puder. – ela me olhou por um breve momento arqueando uma sobrancelha.
- Isso será impossível. – confesso que fiquei triste, com raiva e decepcionada. – Vou lhe dizer as mesmas coisas que disse para o senhor Malfoy quando ele veio aqui fazer o mesmo pedido – foi a minha vez de arquear a sobrancelha. –, vocês serão exemplo de respeito entre essas duas casas e não vale só o fato da situação deplorável que presenciei em pleno horário de aula numa sala que continha pessoas. – ela me olhou com um olhar mais severo ainda e pela voz parecia está se chateando com aquilo, eu me pus a ficar olhando pra os meus pés, minha coragem se evaporou rapidinho. – Também é uma detenção para que o senhor Malfoy venha a se comunicar com alunos de outras casas sem ter desavenças, intrigas ou brigas desnecessárias, a qual ele foi acostumado. Mas bem senhorita Theron, era só isso que veio pedir? Se for, infelizmente não irei fazer o que a senhora pede...
- A senhora poderia pelo menos me dispensar no dia do Baile? – arrisquei. Ela me encarou. – por favor! – pedi.
- Está bem. Mas só por esse dia. Agora vá. – ouvir os anjos cantarem! Sai contente da sala, e olhei para o relógio e vi que já estava ficando tarde. Fui correndo pelos corredores com um sorriso de orelha a orelha, não queria pegar uma detenção agora que eu consegui pelo menos algo de bom!
E ao cruzar o corredor vi Malfoy parado, olhando para o céu estrelado, debruçado sobre o parapeito da janela do corredor, sem nuvens. Parecia está meditando, e como ele estava lindo com uma expressão séria, sem ter em face a expressão de cretino canalha que sempre faz. Eu fui andando com intenção de passar por ele sem dar uma única palavra, mas ele me fez parar e me olhou com um olhar sério.
- Desculpe se estou fora da cama, senhor Malfoy, mas se o senhor quiser me passar uma detenção pode ir em frente, mas, por favor, eu quero passagem. – disse o mais natural possível, mas ele não saiu da frente e ainda ficou me encarando. Se aproximou mais uma vez a passos perigos, mas eu dei um passo para trás com um olhar firme, e me contive na minha saída daquela detenção por pelo menos um dia e não era agora que eu iria estragar tudo. – Malfoy, por favor. – pedi.
- O que está fazendo? – ele perguntou em tom sério. Eu respirei fundo.
- Fui falar com a Prof. McGonagall e consegui fazer com que pelo menos no Baile eu não tenha que ficar com você – vi seu maxilar estalar de leve, agora não me pergunte por quê!
- Pra ir com Sato?
- Tem outro? – disse em tom sério e desafiador, me afastei dele. – Olha, Malfoy, eu fui até o vestiário da Sonserina para falar com você sobre o que anda acontecendo. Não sei o que você tem em mente, mas quero que isso acabe!
- Acabe com quê? – ele parecia nem prestar atenção no que eu estava dizendo, apesar de está ouvindo.
- Isso! Isso que você está fazendo comigo! – disse exasperada não agüentando a cara que ele fazia como se analisasse cada palavra sem tirar aquela expressão de: “Não to nem aí para o que você está dizendo”.
- Pode ser mais especifica? – AHHHH que vontade de bater nele!!!
- Ser mais especifica? Ta legal! Eu não agüento mais ver a sua cara! – disse com raiva e ele não mudou a expressão.
- O que mais? – FILHO DA....
- EU NÃO AGÜENTO MAIS VOCÊ ME FAZENDO DE IDIOTA! – ele gesticulou com as mãos fazendo com que eu baixasse a voz com uma expressão de sarcasmo e ironia.
- Fala baixo, pois você pode acordar o castelo todo. – eu fiquei boquiaberta.
- Malfoy! – disse em tom ameaçador. – Pare com o que quer que seja que você tenha em mente, pois não vai funcionar! Me deixe livre para que eu viva a minha vida. Eu não quero mais ter você por perto! – ele me encarou em tom sério e depois voltou a sua expressão que já estava me irritando.
- Tem certeza, Theron? Você não se lembra de alguma coisa? – ele perguntou como se fosse à coisa mais importante do mundo. E agora sorria num sorriso canalha.
- Eu odeio você. Odeio e odeio muito e se pudesse eu te mataria, Malfoy. Você não sabe o quanto está me fazendo...
- Você pediu um desafio, Theron. Agora agüenta! – ele disse sério.
- Como? – minha voz saiu tremula. Eu senti que fosse chorar, por que eu estava ao sensível aquele dia?
- Você disse que não tinha medo de desafios, pois então pronto! Estou lhe dando a chance de conhecer o lado que todo mundo conhece, mas só falam! O lado escroto e cretino que todos falam, mas jamais provaram o quanto posso ser impiedoso o qual ruim eu posso ser. – vi que em seus olhos estavam pulsando de raiva.
- Você está me dando o pior desafio? – perguntei, e sentir que algumas lágrimas embaçarem minha vista.
- Não, Theron, eu estou lhe dando o único. – ele disse com um tom ameaçador se aproximando de mim.
- Você não sabe o que...
- Não tem outro ser embaixo da minha pele asquerosa de serpente, Theron, não tem!
- Você está me humilhando! – minha voz saiu alta e tremula.
- É, É EXATAMENTE ISSO O QUE EU QUERO! – ele gritou, e nunca o vi tão irritado. E eu engoli seco me permitindo respirar pesadamente evitando que as benditas lágrimas saíssem – É EXATAMENTE ISSO QUE QUERO MOSTRAR A VOCÊ!
- NÃO! NÃO FOI ISSO QUE EU VI! – eu gritei também.
- FOI ISSO QUE VOCÊ VIU SIM, THERON E É ISSO QUE VOCÊ VAI VER! EU SOU O PIOR DOS HOMENS, E VOCÊ NÃO NOTOU ISSO AINDA! – eu não conseguia mais falar, tentava a todo custo impedir daquelas lágrimas saíssem.
- Você não é assim!
- EU SOU ASSIM! E SEMPRE SEREI ASSIM! VOCÊ É INGÊNUA EM ACHAR QUE NÃO, SE PRENDEU NUMA IDÉIA DE ME MOSTRAR QUE TERIA UM LADO DIFERENTE DENTRO DE MIM, MAS ADIVINHA? VOCÊ ERROU! – ele gritava e aquelas palavras me feriam como nunca, eram como facas me rasgando em diversas partes do meu corpo. Eu não conseguia olhar nos olhos dele que me encaravam com fúria e agressividade e o que eu só conseguia fazer era respirar.
- Não. – disse com uma voz vacilante. – Não fui ingênua em perceber isso...
- Você disse que não tinha medo de desafios. Estou mostrando a minha única face, a minha única face podre que todos detestam, que todos temem, a face que muitos vem a mim querer se aliar por medo de estarem em meu caminho que por azar você o atravessou! – sentia seu olhar me fuzilar, eu não estava agüentando aquilo, era terrível demais escutar aquilo.
- Você não sabe o que está dizendo. – minha voz saiu fria e arrastada. – e vai perceber isso, eu não estou enganada, Malfoy, e você vai perceber isso muito tarde.
- Pra quê? Para pedir o seu perdão? – sua voz saiu no mesmo tom que a minha meio tremula. E foi quando eu o olhei.
- Não. Pra perceber que tem alguém aí dentro gritando pra sair.
- Tem alguém aqui dentro sim, Theron e é este que eu estou mostrando. Esse! O Draco Malfoy, o cara que todos se afastam, o cara que muitos têm medo, o que ameaça o que humilha o que destrói e faz sofre; o que odeia o Potter e os Weasley, o cara que odeia e tem nojo de sangues-ruins como você! O cara que...
-... que me pediu desculpas quando eu levei mais uma detenção, o primeiro a quem eu contei um pedacinho sobre minha vida. E o único a quem eu notei confiança.
- Me perdoe se eu te decepcionei, mas o que eu quero de você é seu desprezo.
- Não precisa mais se esforçar, você já o tem. – eu me virei e sai andando, deixei finalmente as lágrimas rolarem por minha face e uma dor fulminante no meu peito explodiu.
- Pode parar por aí! – ele disse fazendo com que eu parasse, eu deveria seguir em frente sem me importar, mas eu de burra fiquei pra ouvir. Pra ouvir mais daquelas palavras horríveis.
- O que quer? – disse em tom chateado me virando.
- Está em detenção. – Hã? Eu não entendi isso.
- O quê?
- Detenção Theron. – ele repetiu se permitindo sorrir em um tom sarcástico, sem sucesso, olhando pra minha cara interrogativa.
- Como é que é?
- Exatamente o que você ouvi, passou do horário. – ele disse sério.
- Eu não acredito! – disse incrédula. Ele olhou para fora da janela um instante, como se quisesse procurar palavras lá fora.
- Ah pode acreditar, e se não se importa, tem como você da um jeito de sair da minha frente? Sua presença me da nojo e me irrita. – Eu poderia está chorando, mas também não sou cega e nem surda, e vi que em seus olhos se instava uma tristeza terrível e sua voz saiu tremula tentando se manter num tom firme e totalmente sem sucesso. Se eu já estava com raiva e com uma vontade louca de chorar pelas benditas palavras que disse a ele e aquelas que fui obrigada a ouvir, que de alguma forma estavam me machucando! Senti um ódio tomar conta do meu corpo ao perceber que essas palavras nem o afetaram e talvez eu tenha mesmo sido ingênua em acreditar que ele poderia ser outra pessoa, como eu fui burra em me deixar machucar dessa maneira.

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