Um beijo inocente



Capitulo três - Um Beijo Inocente




“Lá estava eu, na minha caminha de olhos abertos, sentada, encostada na cabeceira da cama, fitando aquela janela opaca e embaçada pelo abafado do quarto, fechada por causa das gotas de chuva que começou há cair essa semana. Estava tão acolhedor ficar ali, quieta, apenas ouvido o barulho da chuva bater na janela e de longe os ruídos que os alunos da Grifinoria faziam toda vez que tinha visita a Hogsmead. Pelo menos foi isso que Gina me dissera outra vez, que tinha me esquecido do mundo lá fora. E lá estava eu, revivendo momentos da noite anterior, o que deu nele pra me olhar daquele jeito? Foi quando Gina entrou no quarto ofegante e toda atarefada e se possível descabelada.
- O que você está fazendo aí? – ela perguntou de forma censurada e bem rápida. Acho que me raciocínio hoje estava lento, pois eu fiquei fitando a cara dela por alguns minutos.
- Nada. – respondi numa calma nunca vista antes, eu acho que estava em estado de monge.
- NADA? – ela rosnou como se fosse o fim do mundo. Oh meu Deus o mundo ta caindo? – ESQUECEU QUE HOJE VOCÊ E O MALFOY VÃO MONITORAR DEZ ALUNOS DO PRIMEIRO ANO PARA HOGSMEAD? – TA CAINDO! MAS QUE MERDA! EU ESQUECI DISSO!!!!! Levantei-me de um pulo, apesar de esta chovendo estava fazendo um tempo abafado. Me vesti com um vestidinho simples na altura do joelho e um casaquinho nada demais, arrumei meus cabelos num rabo de cavalo e passei pela porta do quarto voando sem nem reparar direito na cara de susto da Gina em minha rapidez largando meu diário em cima da mesa...”

**

Draco estava calçando os sapatos quando alguém bateu a porta da sala de Monitoria chefe. “entra” ele disse displicentemente.
- Draco! – disse um amigo à porta. – Prof. McGonagall mandou te chamar, avisando que os alunos selecionados já estão esperando lá em baixo, e pediu para que você chamasse também a Theron para ir junto.
- Ta, eu já vou. – respondeu ele mal humorado, abrindo os pulsos da blusa azul marinho para levantar até a autora dos cotovelos. Pegou um casaco jeans escura em cima da cama, a carteira e saiu fechando a porta. Os alunos do primeiro ano estavam todos com seus uniformes de suas respectivas casas, dois da Grifinoria, um da Lufa-lufa, três da Corvinal e quatro da Sonserina. Draco se aproximou fazendo com que três quintanistas da Corvinal suspirassem e duas Sonserinas do sétimo ano amaldiçoassem as quintanistas como se dissessem: “ele é meio e ninguém tasca”.

“Lá vai eu, além de ter uma babá, tenho que tomar conta de DEZ alunos do primeiro ano, maravilha. Minha primeira visita a Hogsmead tenho que fazer ao lado daquela COISA e ainda por cima com DEZ alunos”. “Eu mereço”. Xingava Ann em pensamento descendo as escadas até o salão principal, que estava cheio de alunos aglomerados e tagarelavam, alegremente ansiosos, para a primeira visita ao vilarejo esse ano. Ann ficou procurando com os olhos para ver se via Draco, mas não o achou. As quatro mesas do salão principal foram tiradas para receber os alunos que estavam todos no salão por causa da chuva que caia lá fora.
- Ann o que está fazendo ai, parada? – perguntou Hermione ao aparecer ao seu lado.
- Procurando aquela coisa loira aguada. – respondeu vasculhando o salão com os olhos.
- Eu o vi lá na frente perto da porta, conversando com a Prof. McGonagall. – disse Gina ao aparecer também.
- Ótimo, minha primeira visita ao vilarejo vai começar. Estou ansiosa por isso. – disse ela em tom de sarcasmo.
- Você não vai com a gente? – perguntou Hermione. Mas antes que pudesse responder a voz fina e amargurada de Filch invadiu o salão:
- Alunos façam fila, separados por casas, para comprovar suas autorizações para aqueles que visitarão Hogsmead pela primeira vez. O restante, já podem se encaminhar para os coches que já estão a espera. – uma aglomeração de alunos fizeram suas filas. Ann foi andando até a porta do salão para encontrar com Malfoy e os dez alunos e deixou que Gina respondesse a pergunta.
Draco estava encostado na porta vendo os alunos saírem, alguns garotos o cumprimentando, algumas garotas suspirando pelo jeito despojado e displicente que ele estava encostado na porta com as mãos nos bolsos da calça.
- Hei! Draco, vai dar uma de babá? – disse um amigo sonserino com ar canalha se encostando à porta também, ele era do mesmo tamanho que Draco e também arrancava suspiros das garotas de Hogwarts que estavam passando. Ele tinha cabelos negros que lhe caiam nos olhos muito azuis, mantinha no rosto uma expressão sarcástica e canalha de um sonserino.
- Tom, se você não percebeu, estou dando uma de babá desde o começo desse ano. – respondeu ele com ironia, o amigo fez uma careta sem entender.
Os alunos foram caminhando para os coches, Tom se despediu de Draco sendo arrastando por uma loira muito bonita da Sonserina. Draco olhou para o relógio e bufou virando de lado, olhando os alunos do primeiro ano a sua frente, que brincavam contentes e ansiosos, menos os da Sonserina que teimavam em ficar o mais longe possível dos da Grifinoria. Foi quando Ann apareceu com meio sorriso olhando para os dez alunos, mas seus sorriso se desfez ao se dirigir a Draco.
- Vamos! – disse a voz de Ann a suas costas
- Finalmente! – disse ele se virando e corando ao ver a garota, ele engoliu seco ao vê-la como ela estava bonita.
- O que foi? – perguntou ela o olhando.
- Nada. – respondeu andando.
- Oba! Já vamos – disse uma aluna da Grifinória do primeiro ano, ela era pequena, muito pequena para ter onze anos, tinha cabelos ruivos cheio de cachos e uma pele rosada. Ann ficou olhando pra ela por um momento, a garota sorriu pra ela com um sorriso inocente, ela retribuiu constrangida.
- O que esta fazendo? – perguntou Draco olhando Ann, esta corou rapidamente ao ver que ele a observava.
- Não é da sua conta. – respondeu ríspida e totalmente constrangida seguindo seu caminho para o coche. Os coches com os dez alunos, fora enfeitiçado para parecer maior. Hogsmead estava apinhada de gente, chovia fino. Ann mandou que os alunos andassem de mãos dadas para não se perderem e ficarem perto deles, Draco aceitou mal humorado, vista que não tinha pensado em nada para organizar, até que sugeriu que cada um levasse cinco, Ann aceitou, porem os sonserinos se recusaram a ficar com ela.
Draco ficou olhando seus amigos irem aos Três Vassouras, mas se surpreendeu em não querer estar com eles. viu Tom ser praticamente engolido num beijo avassalador pela loira que o arrastara no Salão Principal. Rindo com ironia, viu Crabbe ajudando Goyle que caíra numa poça de lama, que acabará de espirrar água em Pany que deu um grito agudo e saiu xingando Goyle de tudo quanto é nome.
- Do que está rindo? – perguntou uma voz ao seu lado.
- Nada. – respondeu grosso ao notar que Ann o observava.
- Aff... era só uma pergunta! Você não tem pai não?! – disse ela irritada.
- Tenho... um pai que presa por feitos e ganhos e resultados. – respondeu ele ríspido e sombrio. Ann o olhou por um momento.
- E sua mãe? – perguntou depois de um longo tempo.
- É a única que por sinal, vejo que tem algum sentimento. – respondeu ainda em tom sombrio. Ann baixou os olhos em seguida olhou para as crianças que brincava dentro de uma loja.
- Pelo menos você tem mãe. – disse. Draco sentiu que o chão sumiu em seus pés.
- Você...
- Se eu sou órfã de mãe? Sim. – respondeu normalmente, mas tinha um olhar triste e distante.
- Quando? – sentiu-se inconveniente por tal pergunta, mas a garota respondeu normalmente:
- Desde quando era bebê. Eu já tentei perguntar sobre ela a meu pai, mas ele fica me respondendo coisa sem sentido. Ele diz que ela morreu de acidente de trouxa...
- Diz?
- É, já minha avó contradiz dizendo que ela morreu de doença. Os dois estão mentido, estão me escondendo alguma coisa. – disse pensativa. Draco apenas observava as reações da garota.
- Você já perguntou sobre ela? Tipo se tinha alguma foto dela?
- Já, mas é a mesma coisa, dizem que não tem fotos ou coisa parecida.
- Você não é trouxa?
- Sou meio a meio! Meu pai é bruxo e minha mãe era trouxa.
- Você já tentou procurar pela família dela?
- Já sim, mas não encontrei nada. Se você achar essa história um tanto estranha, até meu pai demorou pra dizer o nome da minha mãe. – disse ela em tom de ironia quase rindo.
- Como assim? – ele franziu o cenho esboçando um meio sorriso gentilmente ao ver que ela fazia o mesmo.
- Teve uma vez que... – ela começou pensativa. –, que eu perguntei o nome dela, e meu pai ficou nervoso, e gaguejou diversas vezes. Eu não entendi muito bem. Naquela época eu só tinha uns quatro ou cinco anos... – ela disse com um sorriso triste.
- Ele não disse o nome? – perguntou em tom de interesse discreto.
- Alana, foi só o que ele me disse, mas quer saber? Eu acho que ele está mentindo, mas eu nunca fui além dessa história. Talvez minha mãe tenha sido uma trouxa ruim, talvez até uma traficante ou coisa pior para ele ficar nervoso quando eu faço perguntas...
- Mas só o nome não dá pra pegar pista alguma!
- É, eu sei, eu tentei procurar esse nome dentro da minha família, e ninguém sabe! Nem minha irmã mais velha, essa daí está mais perdida do que eu. E teve um tio meu que me respondeu meio atordoado ou exasperado dizendo que ninguém na minha família tinha esse nome. Minha avó disse que esse meu tio é louco e que eu não deveria acreditar nas palavras dele – ela olhou para os lados. – Vamos andando... – Draco notou certa tristeza em sua voz e talvez desse o assunto por encerrado.
O passeio durou um longo tempo, os alunos do primeiro ano tiveram idéias de se esconderem dando grandes sustos em Draco e Ann, que temeram ao imaginar a cara de McGonagall se soubesse que perderam os garotos. Draco olhava de forma assassina para as crianças rosnando que se fizessem isso outra vez, ele iria pessoalmente pendurar uma a um na masmorra para saciar a saudade que o Filch tinha dos gritos.
Quando visitaram a Zonko’s, os alunos não queriam mais sair de lá:
- Vamos andando! Eu não vou ficar aqui o dia todo! – dizia Draco emburrado. Alguns alunos o olharam de forma assassina.
- Tira! Tira! – dizia histérica a garotinha da Grifinoria, ela tinha se sujado de doces quando passaram pela loja Dedosdemel. Ann estava agachada com um paninho na mão que tentava tirar a mancha que estava no queixo da garota que teimava em sair.
- Eu estou tentando! – respondeu Ann para a garotinha.
- Quer andar rápido? – disse Draco ríspido se dirigindo a Ann.
- Tenha a calma! Não está vendo que estou tentando tirar essa mancha? – respondeu mais emburrada do que ele.
- Deixe-me que eu ajudo. – se ofereceu uma senhora que aparecendo atrás da estante.
- Que ótimo! Agora vamos! – disse Draco exasperado.
- Eu não vou mais! – bradou um garoto da sonserina olhando para Draco de nariz em pé. Ele arqueou uma sobrancelha olhando de cima para o garoto. Já outros garotos do primeiro ano também disseram que não sairiam mais dali. Draco quase fez um escândalo.
- Vocês vão, nem que eu tenha que arrastar vocês. – disse ele em tom ameaçador, alguns alunos começaram a chorar, outros fizeram birra e mais protestos.
- Calma, calma! – dizia Ann, mas os protestos ficaram maiores.
- Eu posso tomar conta deles, e você podem ir namorar. Eu não fecho a loja até vocês voltarem! – disse a senhora com bondade, Ann fez uma careta ao ouvir a palavra namorar, e Draco teve ataques de tosse.
- Está bem... – concordou Ann depois de alguns minutos. – Vamos! – disse saindo, Draco deu mais uma olhada assassina para as crianças e saiu atrás de Ann. Ela estava alguns passos a sua frente quando Draco viu um vulto preto passando rapidamente por uma ruazinha.
- Theron! – chamou ele. Ela parou. – Eu vou aqui um momento já volto! – disse sem nem ao menos ouvir a resposta da garota e seguiu em frente.
- Aff... ele nem espera! – bufou ela olhando para os lados. – E agora? Pra onde eu vou? – Ann fez bico cruzando os braços e correndo os olhos pelo vilarejo.

Ele passou pela ruazinha segurando sobre as vestes sua varinha e ao virar a esquina deu de cara com um homem horrendo trajando estes surradas e negras. O homem o olhou fechando a cara. Draco devolveu o olhar de forma intimidador e ameaçador.
- O que faz aqui? – perguntou Draco com uma voz grave.
- Vigiando, senhor Malfoy. – respondeu o homem com uma voz fina e amargurada.
- Não preciso de vigias...
- É claro que precisa! – disse uma voz de uma mulher ao aparecer, Draco fez uma careta ao vê-la, Belatriz Lestrange. – Achou mesmo que depois de receber uma missão como essa ficaria sem vigias?
- Já disse. Não preciso de vigias, a missão foi dada a mim. – disse ele olhando com desprezo Belatriz.
- É mesmo, você deveria se orgulhar pela missão que foi dada a você...
- Veio aqui para me lembrar ou para me dar conselhos? Poupe-me seus comentários. Tenho mais o que fazer. – disse se virando para seguir seu caminho.
- É mesmo, você tem mais o que fazer... andando com uma trouxa. – disse Belatriz com sarcasmo fazendo-o parar. Ele a encarou. – Tome cuidado Draco com quem você anda. Está se misturando muito com o pessoalzinho de Dumbledore.
- O que faço com ela não é da sua conta. – respondeu ele ríspido.
- Nossa! Como meu sobrinho está grosseiro! – ela riu sarcástica. – Fique sabendo que essa garota está na minha mira Draco, se você falha, ela morre.
- Se encostar um único dedo num fio de cabelo dela eu mesmo mato você. – ele a encarou por alguns momentos e seguiu seu caminho a diante e escutando a risada sarcástica e grosseira de sua tia, se arrependeu amargamente de ter dito isso.
Sentindo uma pequena pontada no peio, Draco se viu no meio da chuva, pessoas começaram a correr para se proteger da chuva que caia de forma densa. Ele saiu caminhando sem se preocupar muito. Ver o rosto de sua mãe chorando ao receber a noticia de sua missão dada por Voldmort, Draco, por um momento, se sentiu um servo leal e jurou cumprir o que lhe foi ordenado, mas... agora em sua mente estava confuso e se perguntava se conseguiria ou não tamanho feito. Alguns já previam a sua morte, outros o seu grande feito dado sua personalidade forte e seu senso crítico, considerado um jovem esperto e inteligente, que não iria falhar, mas será que conseguiria?
As palavras de sua tia lhe batiam a mente: “Fique sabendo que essa garota está na minha mira Draco, se você falha, ela morre”. No começo, se essas palavras fossem ditas ele não se importaria, mas agora conhecendo Ann melhor, não queria envolver a garota nisso. Mas sabia que se continuasse a se envolver demais com ela talvez não tivesse mais como voltar atrás. Teria que conseguir se livrar desta detenção que McGonagall lhe impôs. Amaldiçoou a diretora por colocar Ann em seu caminho e amaldiçoou o dia em que ela chegou a Hogwarts. Conhecendo sua tia, se Ann não fosse trouxa, seria apenas uma ameaça, mesmo sabendo que fim teria; mas sendo, saberia muito bem as conseqüências que isso traria. Ele se amaldiçoou em milhões de gerações por estar se preocupando com uma trouxa que nem o importa, e não é importante em sua vida. Mas a imagem de Ann sendo morta por sua tia ou quem quer que fosse, começou a lhe assombrar desesperadamente, foi quando se deu conta de que não sabia onde ela estava, e começou a se desesperada silenciosamente ao saber que sua tia ainda estava ali. Voltou a Zonko’s, os alunos do primeiro ano ainda estavam lá, mas ela não se encontrava. “Ann, onde você está?” Pensou ele. As ruas já estavam quase vazias, algumas pessoas esperavam a chuva passar, e Draco continuava a procurar a passos apressados temendo que sua tia a encontrasse primeiro. Foi quando sentiu um puxão em seu braço e deu de cara com ela, que estava toda molhada e o olhava irritada.
- Onde é que você estava? – ela disse quase gritando por causa da chuva. Draco, porém se sentiu aliviado por ela estar bem o que ela nem percebeu o sorriso que ele deu ao vê-la. – Fiquei preocupada, e te procurando depois que sai dos Três Vassouras! Acabei de ver Lestrange passando pelas árvores no final da cidade, sabia?
- Lestrange? Como... como você sabe? – gaguejou ele.
- Profeta Diário existe, Malfoy! – respondeu ríspida cruzando os braços. – Mas eles não me viram... O que eles estavam fazendo aqui? – murmurou ela mais pra si do que para ele. Draco olhou rapidamente para as árvores, e depois olhou para Ann, ele não conseguia falar nada. As palavras de sua tia ainda lhe martelavam a mente e registrando tudo o que a garota estava dizendo a palavra preocupada clareou sua mente. Começou a se sentir estranho a vê-la ali esperando por uma resposta dele. “Então ela se importava com ele?”.
- Estava preocupada comigo? – perguntou ele sorrindo maroto espantando as palavras de sua tia, achou melhor ir por esse caminho do que dá na vista. Ela corou, arregalou os olhos ao perceber que havia dito que estava preocupada com ele. Draco ficou feliz ao ver que ela não perceberá sua mudança repentina de assunto.
- Na... não... não estava não! – gaguejou. Draco ficou olhando pra ela vendo as gotas de chuva caindo sobre sua face enquanto ela mantinha os olhos semi-cerrados. – Vamos voltar pra Hogwarts! – disse ela se virando, se sentindo constrangida por ter dito que estava preocupada com ele, mas ele a puxou para si e a beijou. Ann se assustou, mas deixou levar pelo beijo que começou tímido e terno, acolhedor e sincero. Draco não sabia o porquê estava fazendo aquilo, era como se seu corpo criasse por um instante vida própria. Ele a pressionara contra o seu corpo, sentido o calor dela ao seu, mesmo estando molhados até os ossos. Ele foi aprofundando o beijo de forma tensa como se isso o pudesse fazer esquecer as palavras de sua tia e a dúvida se conseguiria ou não o seu feito, como se o fizesse esquecer de tudo a sua volta. Foi quando ele afastou os lábios dos delas que tremeram de frio. Ela o empurrou e saiu andando a passos pesados, enquanto ele levava as mãos aos cabelos molhados pensando no que fizera. Tinha que se livrar da detenção e se afastar dela, mas por que esse beijo agora fazia seu coração bater forte? Foi quando ele se dera conta e se surpreenderá de que tinha um coração.

Ann subiu as escadas do dormitório das garotas ignorando o chamado de algumas em querer saber por que estava molhada. Bateu a porta numa batida forte que fez algumas meninas pularem das poltronas com o susto. Gina olhou para Hermione, as duas trocaram olhares preocupados.
- Malfoy. – respondeu Gina suspirando pesadamente.

Draco seguiu andando pelos corredores em direção a sala de McGonagall, tinha que acabar com isso, viera pensando nisso o caminho todo, alguns amigos lhe cumprimentavam no caminho e lhe perguntavam se ele não se protegeu da chuva, ele apenas acenava com a mão, caminhava a passos apressados. Chegou à porta de McGonagall, e bateu sem hesitar. Ouvindo que já poderia entrar e ele o fez.
- Senhor Malfoy, eu já iria ter uma palavra com o senhor. – disse McGonagall ao levantar a cabeça. Ela estava sentada na sua mesa lendo alguns livros. – O que aconteceu com o senhor?
- Foi à chuva professora. – tratou de responder educadamente apesar da sua ansiedade em acabar de vez com aquela detenção idiota.
- Os alunos do primeiro também chegaram neste estado? – ela perguntou preocupada, mas com uma voz ameaçadora.
- Não, senhora. – respondeu ele tentando não encarar aqueles olhos firmes.
- Quero saber como foi o passeio e saber se todos os alunos estão bem.
- Estão, sim senhora. Todos já foram para as suas casas. – respondeu.
- Muito bem... então senhor Malfoy o que quer? – disse ela se voltando para seus afazeres.
- Se me permite, quero que a senhora me dispense da detenção que me deu no começo desse ano. – ela o olhou incrédula por alguns segundos.
- Não posso. – respondeu seca. Draco não sabia se ficava feliz ou não, pensou em se distanciar de Ann, mas depois do beijo que dará nela... tudo ficou confuso, ele engoliu seco. – Por que o senhor quer que eu lhe tire da detenção, senhor Malfoy? – ela disse de cabeça baixa olhando os livros. Ele demorou um tempo para responder e realmente não sabia o que dizer.
- Pelo fato de não estamos nos dando bem, senhora.
- Não estão se dando bem? Impossível senhor Malfoy, quando a senhorita Theron estudavam em Beauxbatons e tinha alguém que ela não estava se dando bem rapidamente comunicava a diretora, até agora não recebi nenhuma reclamação vinda da senhorita Theron. Presumo senhor Malfoy, que seja pelo fato dela ser da Grifinoria; mas, contudo, mesmo que ela venha até mim, não os dispensarei de tal tarefa. Vocês serão um exemplo de respeito entre essas duas casas. Agora vá. – finalizou fazendo gestos para que ele saísse da sala. Draco ficou olhando a professora por alguns minutos e saiu em seguida sem pestanejar.

“Diário filho de uma...

AAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH QUE RAIVA!!!! QUE RAIVA!!!!!! Aquele idiota imbecil! E eu ainda disse que eu estava preocupada com ele??? E aquele beijo... aquele beijo tão... tão... tão... lindoo... *rabisca lindo com força que rasgou a folha* NÃÃÃÃOOOOOO NÃO FOI LINDO NÃO!!! Meu primeiro beijo foi logo COM ELE?? NÃO PODERIA SER COM OUTRO NÃO?? A CULPA É TODA SUA, DIÁRIO FILHO DE UMA... QUEM ME MANDOU VIM PRA HOGWARST??? ALMALDIÇOADO SEJA ESSE INFELIZ...”

- Ann o que acontece em Hogsmead? – perguntou Gina inocentemente. Ann que estava antes rabiscando o diário com ferocidade, fechou o mesmo com brutalidade o jogando em cima da mesa que escorregou e caiu, pesadamente no chão, aberto.
- Nada. – respondeu seca se levantando da cama.
- Por que você está toda molhada?
- Eu estava... – mas antes que pudesses responder Lilá abriu a porta num estrondo que assustou as duas e fez Parvati jogar o livro que estava lendo pra cima.
- EU VI E NÃO ADIANTA MENTIR PRA MIM! – berrou Lilá com uma cara espantada e excitada apontando o dedo no rosto de Ann que gemeu. Gina a olhou curiosa.
- O que está acontecendo? – perguntou Gina.
- É o que eu quero saber também! – disse Parvati emburrada pegando o livro do chão ao ver o diário de Ann aberto. – Ann o seu diári...
- NADA! NÃO ESTÁ ACONTECENDO NADA! – gritou Ann que saiu porta a fora ignorando mais uma vez os chamados das garotas.
- O que há com ela? – perguntou Gina atordoada.
- Malfoy a beijou... – disse Parvati como um tom de horror e tristeza na voz ao ler a pagina aberta do diário de Ann no chão. Gina desconfiou seriamente se essa tristeza era pela Ann ou pelo Malfoy. Já Lilá parecia confusa, não sabia se ficava feliz ou se ficava triste também pelos mesmos motivos de Parvati.

Draco se sentia perdido em seus pensamentos e ficava se perguntando por que beijara Ann, mesmo alegando a si próprio que seu corpo criou vida própria naquele instante, o que era impossível. Ele andava de um lado para o outro pensando no beijo, no toque dos lábios dela aos seus, no corpo dela pressionado no seu. Ele passou as mãos sobre os cabelos ainda molhados como se tal gesto afastasse tais pensamentos. “Bruxa maldita” pensou ele agressivamente. Teria a todo custo ficar responsável por ela, mas uma idéia lhe passou pela cabeça.

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Comentários (1)

  • thaís

    Por favorpororoca favor, atualiza essa fic! Eu sou louca por ela, preciso saber como termina! Tem misericordiosa! o fandom precisa disso! Beijos e nao esqueça de nos, já faz 4 anos sem att!

    2012-12-11
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