Capítulo 5

Cap. 5 A máscara

- Merda!

- O que foi Zabini?- perguntou o loiro emburrado.

- A droga do baile.

- Pensei que você havia adorado a idéia.

- E tenho que admitir foi uma ótima idéia.- ele disse derrotado.

- Então qual é o seu problema?!

- Como eu vou vestido.

- A pelo amor de Merlin Blás, sempre pensei que você era meio gay, mas agora eu tenho certeza, o que é agora deu pra ter problema com roupa é? Pede ajuda paras loucas do apartamento da frente. - Draco falou debochando da cara dele.

- Só se for pra tirar. - retrucou Blás sorrindo.

- Então vá logo pelado.

- Malfoy eu sempre soube que você era meio devagar, mas nunca imaginei que fosse tanto. Você está sabendo que é um baile de máscaras não está?

- O que?!

Zabini sacudiu a cabeça em tom de reprovação e com um longo suspiro explicou.

- Meu caro Draco, você tem que se virar para arranjar um traje a rigor e uma máscara!

- Você está brincando não é?

- Lógico que não.

- Mas...

- É um baile de máscaras, você achou que fosse para usar o que? Cuecas?!

- Eu esqueci totalmente... Onde eu vou arranjar uma máscara?!

- É parece que eu não sou o único gay por aqui... - comentou o moreno.

- Cala a boca.

- Devo lhe lembrar que você só tem dois dias contando com hoje.

- Merlin!

Silêncio... Ambos se faziam a mesma pergunta, onde encontrar uma máscara, e ambos não acharam outra solução. Procurar... Draco andava muito distraído os últimos dias, tanto que esquecera totalmente que o baile era de máscaras, e que como ele iria precisaria de uma. Suas noites, mais mal dormidas que nunca seus sonhos visitados por mulheres sem rosto. Blás até se atreveu a dizer durante o café da manhã que ele andara falando durante o sono. Ele estava começando a se irritar com isso, afinal ultimamente o que é que não o irritava?

- Draco? Você vai ao baile?- perguntou Blás curioso tirando-o de suas divagações.

- Vou.

- Com quem?

- Não é da sua conta. - ele rebateu frio.

- Sério, com quem você vai? Você não está saindo com ninguém...

- Você não sabe tudo sobre minha vida Blás.

- Hei, calma ai... Não me diga, não me diga que você vai com aquela tal de... Como era mesmo o nome dela?

Draco permaneceu calado.

- Morgana! Era isso não era?! Você vai com ela?

- Vou.

- Quer dizer então que vocês se encontraram de novo?

- Foi.

- Quando?

- Escuta, você não está querendo saber demais não?

- Não.

Draco contou todo o resto da odisséia, do circo, do elevador...

- Cara eu ainda não acredito que você estava vestido de palhaço.

- Cala a boca e anda logo, a gente tem que achar essas máscaras.- ele disse sem conter um leve sorriso no canto dos lábios ao lembrar do episódio.

Ginny andava sob o sol quente das ruas, junto com as amigas enquanto elas procuravam roupas e máscaras para o baile; Já estava praticamente desistindo, e uma ou duas vezes já tinha passado pela sua cabeça simplesmente dizer a Merlin que ela não iria, mas mesmo que ela desistisse totalmente ela não saberia como avisá-lo mesmo. Mandar uma coruja estava fora de cogitação, ela iria endereçar para quem? Para Merlin? A coruja no mínimo iria rodar os sete cantos do mundo e voltar cansada suja morta de fome, e com a carta na pata. Mas ela, Julia, Izzie e Lucy, já haviam rodado toda a cidade e nenhuma delas achara algo que lhes agradasse, com excessão de Lucy que conseguira um vestido que combinasse com ela.

Ela estava irritada, queria realmente ir ao baile, e depois ela iria encontrar com Merlin! Mal podia esperar, parecia era realmente muita coincidência que ambos se encontrassem tantas vezes sem ao menos saber o nome um do outro. Ela sorriu e olhou para o céu azul intenso. De uma coisa ela sabia, os olhos dele eram azuis, azuis acinzentados. Na verdade eram mais cinza dos que azuis, o azul vinha lá no fundo, quase todo encoberto pela cor de chumbo, como se... Como se fosse um pontinho de esperança, algo que faria a diferença, algo mais profundo além... Do que ela poderia ver...

- Ginny!

- Oi, oi...- ela respondeu parecendo sair de um longo transe e voltando ao calor infernal das ruas.

- Você parou e ficou olhando para o céu... Está se sentindo bem...?- perguntou Julia soando preocupada.

- Sim, sim, estou bem. – ela falou apressada andando para recuperar a distancia entre ela e as amigas.

- Lucy estava sugerindo que parássemos em algum lugar para tomar alguma coisa e depois fossemos a algum shopping.

- Ah, perfeito, eu estou desidratando aqui mesmo- ela concordou.

- Posso saber no que você estava pensando mocinha?- perguntou Lucy curiosa.

- Eu... ah...- ela começou gaguejando.

- Estava pensando no Merlin. - respondeu Izzie com um sorriso maroto.

- É, estava. - ela disse desviando o olhar.

- Sabia, pode ir se acostumando Lucy, ultimamente é tudo que ela tem feito. - comentou Julia.

- Não é verdade. Não escute essas maldosas, Lucy. Nós somos apenas amigos.

- Hummmmmmm... é com ele que você vai ao baile não é?

- É.

- Amigos, claro. - ela comentou e todas elas caíram na gargalhada.

- Não tem a mínima graça...! – dizia Ginny, mas as outras a ignoravam.

Enquanto as três entravam na lanchonete mais próxima.

Sentaram-se todas em uma mesa só, o lugar era relativamente agradável, as paredes pintadas com cores berrantes, que deixavam a atmosfera elétrica e se possível mais quente. As cadeiras eram bagunçadas e uma de cada tipo, uma mistura de bancos cadeiras altas e baixas de todas as cores não pareciam fazer parte de um conjunto só. O que fez a ruiva lembrar bastante da cozinha da Toca, as cadeiras sempre desemparelhadas. As toalhas de mesa eram estilo xadrez verde e branco e bem no centro da mesa havia um pequeno jarro de flores um pouco secas.

Os atendentes usavam um avental azul, por cima de qualquer roupa branca, era uma incoerência de cores e estilos enorme.

Mas mesmo assim aconchegante, ela gostou de lá nunca havia entrado naquele lugar. O local não estava muito lotado, ela pensou dando uma olhada em volta. Alguns casais de meia idade, dois ou três jovens, e então seu olhar parou perplexo na mesa perto do canto. Aquele era o cara do apartamento que elas haviam invadido sem querer, o tal Blás Zabini, o moreno lindo e de olhar sedutor que batera na sua porta logo que chegaram ao hotel devolvendo a bolsa de Izzie.

Ele parecia entretido demais mexendo o suco com o canudo para notar a presença delas ali, mas no mesmo instante um frio subiu pela sua espinha, e se ele olhasse elas, nem ela nem Izzie, tinham tido coragem de falar com eles depois do que aconteceu, episódio do qual ela ainda não conseguia se lembrar sem ficar da cor de tomate. De alguma forma pelo calor que ela sentia nas bochechas ela poderia dizer que era isso que estava acontecendo exatamente agora.

Cutucou Izzie com o cotovelo e fez um gesto com a cabeça para que esta olhasse, mas ela parecia não entender nada, Ginny fez de novo, ela apenas repetiu o gesto fazendo cara de confusa. Santa burrice! O garçom chegou na mesa, e as duas ainda estava entretidas na conversa entre gestos.

- O que as senhoritas irão pedir?- ele falou educado com um sorriso bonito no rosto.

- Eu vou querer suco de laranja, bem gelado por favor. - falou Júlia

- Eu a mesma coisa. – falou Lucy. – Ou você tem alguma coisa mais refrescante?

- Temos a nova especialidade da casa, que é com hortelã, é a mais pedida durante os verão principalmente em dias quentes como estes. - ele falou.

- Então eu vou querer isso ai mesmo.

Ginny agora movia os lábios em uma linguagem muda para Izzie formando as palavras “Olhe para trás.”, Izzie olhava, mas para o lado errado, e continuava sem entender. Dessa vez Ginny passou a sussurrar o nome dele bem baixinho. Pelo leve empalidecer que a deixou da cor de papel que decorreu em seu rosto Ginny pode perceber que ela entendera. Finalmente.

- Ginny!

- Ham, o que?!- ela falou prestando atenção em Lucy que parecia estar chamando-a a algum tempo.

- O que você vai querer? O cara já está a meia hora aqui esperando.- ela falou olhando de esguelha para a amiga.

- Querer?

- É, qual é o seu pedido... - disse Júlia.

- A senhorita está se sentindo bem? – perguntou o garçom a olhando preocupado para ela, que parecia muitíssimo sem graça.

- Ah, eu... eu estou ótima. Eu quero uma água. - falou sorrindo amarelo.

- Só isso? Nada para comer?- ele perguntou.

- Não, não. Só isso. - ela falou enquanto observava Izzie procurar Zabinni no recinto com olhares rápidos, mas nada discretos.

Ginny observava desejando com todas as forças que a amiga fosse mais discreta, então aconteceu, ele olhou de volta para Izzie, percebeu claramente que ela o estava encarando e então Izzie ficou realmente sem cor, parecia um fantasma. Ginny congelou no seu lugar.

- A sua amiga ela não vai pedir nada?- perguntou o garçom gentil.

Izzie sequer olhou, para ele ela abria e fechava a boca sem saber com o que se preocupar se seria com o garçom a sua frente ou com o moreno super charmoso do outro lado que estava olhando para ela.

Agora ele parecia finalmente ter reconhecido as duas, e agora sorriu um sorriso misto de diversão e educação, talvez algo mais que elas não souberam identificar.

- Ela não vai pedir nada. – falou Ginny mais do que depressa cutucando a amiga.

- Tem certeza?

- Tenho.

- Tudo bem. - ele falou anotando o pedido e saindo de perto da mesa, que provavelmente era a mais maluca que ele havia pego esta semana.

Finalmente Izzie desviou o olhar de Zabini e fixou-o no tampo da mesa com as bochechas levemente rosadas sabia que ele a havia reconhecido.

- Olha eu não sei o que deu em vocês duas, mas eu vou ao banheiro.- falou Lucy olhando para as duas com uma expressão confusa.

- Bom eu também, preciso lavar meu rosto para aliviar este calor. - falou Júlia se levantando também.

- Ah, me esperem eu também, vou.- falou Ginny apressada e se encaminhando a passos mais do que rápidos para onde devirá ficar o banheiro.

- Hey Ginny você... - Com esta declaração Izzie se virou tão rápido na cadeira para encarar Ginny que não teve tempo de terminar a frase e simplesmente estatelou-se no chão do lugar com um barulho seco. As pessoas nas mesas ao redor se viraram para observar o que havia provocado o barulho. Sua vontade era permanecer estatelada ali no chão para o resto da vida e não ter que encarar os rostos das pessoas que provavelmente a essa altura já tinham certeza de que ela tinha problemas mentais de alto grau. Ela levantou-se e esticou as mãos para retirar a cadeira do chão, então uma mão meteu-se na frente da dela e trouxe a cadeira ao seu lugar de origem.

- Seu nome é Izzie Samdrews não é?- Blás Zabini perguntou de pé em sua frente com um sorriso educado e um brilho no olhar que fez as pernas dela amolecerem, e seus lábios formarem involuntariamente um sorrisinho idiota, enquanto suas bochechas ficavam cada vez mais cor de rosa.

- É, Sr. Zabini.

- Você é... - ele começou a sentença puxando a cadeira de volta para que ela se sentasse, mas ela o interrompeu antes que ele terminasse.

- A maluca que invadiu o seu apartamento. Me desculpe.

- Eu não ia dizer isso, Srta.Samdrews. Apesar de que me lembro da senhorita durante este episódio. – ele disse com um sorriso divertido.

- Sinceramente eu preferia que não lembrasse.

- Não se preocupe com isso, é algo que podemos considerar superado.

- Seu companheiro de quarto, o loiro, ele não ficou zangado?

- Não. - ele falou rindo internamente ao lembrar da expressão assustada de Draco naquele dia.

- Tem certeza? Ele parecia um tanto quanto assustado... - ela comentou.

- O que a Senhorita não pode negar que era perfeitamente normal em uma situação... ham...- ele hesitou procurando as palavras. – Tão inusitada como aquela.

- Tudo bem pode dizer maluca, estranha, o que quiser, eu sei que realmente foi isso mesmo. - ela falou sorrindo.

- Se você assim desejar. - ele falou.

- Onde estão meus modos... - ela falou ainda nervosa- Sente-se por favor.

-Muito obrigado senhorita, mas suas amigas devem estar voltando.

- Agora eu quem digo, não se preocupe com isso tenho a leve impressão de que elas não irão voltar tão cedo. E a propósito depois de eu ter invadido o seu apartamento e lhe atacado com alguns feitiços...

- E dois tapas. – ele completou.

- E dois tapas, - ela acrescentou rindo – acho que pode me chamar de Izzie.

- Só se você concordar em me chamar de Blás. - ele devolveu a ela com um sorriso charmoso enquanto sentava-se na cadeira a sua frente.

- Certo.

- Então Izzie, o que você tem feito mais nessa viagem alem de invadir apartamentos e atacar os seus donos?

- De interessante? Nada. Mas eu tenho planejado invadir a suíte presidencial do hotel, já que o meu estoque de apartamentos já se esgotou. - ela falou.

- São planos a serem considerados, mas acho que terá que adiar isso já que de acordo com o gerente teremos um baile este fim de semana.

- Nem me fale deste baile.

- Você não vai?- ele perguntou.

- Vou, este é o problema.

- Bom, até agora eu ainda não entendi.

- Roupas, máscara e etc... São coisas complicadas de conseguir. - ela falou soando exausta.

- Não se preocupe estamos em Veneza Izzie, tudo pode acontecer. - ele falou piscando um olho.

- Essa frase não se referia a Las Vegas?

- Bom, agora se refere a Veneza.

- Tudo bem, como quiser. – ela falou.

O garçom chegou à mesa com os pedidos, em uma bandeja habilmente equilibrada sobre o braço. Simplesmente deixou-o em cima da mesa sem fazer mais perguntas, afinal suas perguntas nunca eram respondidas direito pelas pessoas daquela mesa.

-Bom acho que vamos ter que tomar todos estes sucos sozinhos.

- Sozinhos?- ele perguntou levantando as sobrancelhas.

- Claro, ou você acha que eu vou tomar isto tudo e ter uma superhidratação sozinha?

- Passou pelos meus planos. - ele falou.

- Pois trate de desfazer essa parte dos planos e tomar esse suco de laranja.- ela completou.

- Com uma condição.

- Qual?

- Você também terá que mudar os seus planos.

- Como assim?

- Nada de invadir a suíte presidencial, que tal invadir o baile?

- Como já disse, isso envolve um tanto de preparativos trabalhosos...

- E é claro você não poderia fazer isto sozinha, por isso permita-me acompanhá-la nesta missão.

- Você quer dizer ir ao baile comigo?- ela perguntou com o ar de leve incredulidade.

- Depende, se essa frase se referir a um “sim”, então sim.

Ela parou por alguns segundos encarando o seu rosto, e olhando em seus olhos que ainda mantinham aquele mesmo brilho, ele tinha alguma coisa em mente, ela podia dizer. Sorriu e corou imensamente.

Blás a observava atento, ele gostava do jeito tímido dela, e como ela sempre corava quando ele sorria, e ai então ele não conseguia conter um sorriso maior ainda. Ela olhava curiosa para ele, ele devolvia em mistério, seria interessante brincar com ela. Ela sorriu. Ele gostou do sorriso, e continuou encarando os olhos verdes dela os quais por incrível que pareça ele não conseguia ler. Não conseguia dizer se ela se sentia atraída por ele ou não, ela parecia tímida demais, mas ele iria descobrir, afinal ela era uma mulher, e delas ele entendia.

- Acho que faríamos uma ótima dupla dinâmica.

- Wow...! Alguém está vendo aquele cara, com a Izzie, ou eu estou tendo uma alucinação?- perguntou Lucy.

- Um moreno, de olhos castanhos, sorriso bonito, cabelo liso, e super charmoso?- devolveu Júlia com os olhos grudados na cena a sua frente.

- É. - confirmou Lucy.

-Estou vendo.

- Alucinação em grupo. - concluiu Lucy.

30 minutos depois ainda no banheiro...

Julia, Lucy e Ginny espiavam a amiga sentada na mesa com o tal moreno deus grego como se suas vidas dependessem disso. Ginny tinha que admitir ele era extremamente charmoso, bonito e ao que parecia educado. Ela se perguntava se Merlin seria assim, charmoso e etc... A julgar pelo pouquíssimo tempo que eles passaram juntos, ele fora... Na verdade ela não sabia pois na maioria do tempo eles acabavam discutindo alguma questão sem sentido ou qualquer fundamento. Ela sorriu ao se lembrar, mas ela gostava deste jeito, ele era bastante sarcástico que quase sempre a fazia rir, ela gostava do cheiro dele, dos olhos dele...

- De onde a Izzie conhece ele? - perguntou Júlia.

- É uma longa história... - disse a ruiva suspirando.

- A gente não tem a mínima pressa em sair daqui afinal eles parecem estar se divertindo o suficiente sem nós, para que interrompê-los...? - comentou Lucy com um sorriso.

- Bom, nós meio que invadimos o apartamento deles... - ela falou em um tom de voz quase inaudível.

- Vocês o que?!- perguntou Júlia, incrédula.

- Invadimos o apartamento deles.

- Sério?- perguntou Lucy sorrindo divertido.

- Serio. - confirmou ela.

- Que legal!- disse ela entusiasmada e alegre, divertindo-se com a idéia.

- Porque vocês fizeram isso?

- Pode-se dizer que foi um tanto quanto acidental...

Ela contou a elas toda a história, e no fim das contas estavam as três as gargalhadas no banheiro, rindo da situação que até algumas horas atrás havia sido um motivo de extremo constrangimento. A barriga da ruiva latejava e sua respiração ofegava arquejante, enquanto ela se apoiava na pia a sua direita e seu corpo ondulava com as risadas. Até as três conseguirem se controlar já havia passado algum tempo, e então elas deram uma ultima olhada para a mesa onde os dois se encontravam, e Izzie sorria gostosamente enquanto Blás contava algo.

- Meninas, eu não sei quanto a vocês, mas eu acho que a conversa lá está muito boa para ser interrompida, então eu acho que seria prudente continuar procurando por vestidos e máscaras sem a nossa fiel companheira Izzie. - concluiu a ruiva.

- Acho que sou obrigada a concordar. – disse Julia.

- Afinal acho que ela própria já arranjou seu próprio companheiro fiel. – comentou Lucy satisfeita. – Sortuda.

No fim do dia Ginny jazia imersa na banheira transbordante de água quente, seus pés parecia estar na mais completa carne viva, afinal ela não sentia nada a não ser aquela dorzinha constante ao tocar a parte de baixo que continuava mesmo depois que ela não estava mais tocando. Era sete da noite, ela e as meninas haviam voltado da busca épica faziam quinze minutos, e ela não hesitara sequer um segundo em se atirar na banheira de água quente que a aguardava fielmente no banheiro.

Ela estava praticamente em coma com a cabeça encostada na borda que agora lhe parecia tão confortável quanto seu travesseiro, ou quem sabe mais. Estava exausta, e Izzie ainda não havia aparecido, ou dado qualquer sinal de vida nem mesmo sinais de fumaça... Mas ela não estava preocupada com a amiga, afinal ela estava bem acompanhada, muito bem, diga-se de passagem. Ela, Júlia e Lucy haviam rodado quase toda a cidade para achar algo que agradasse a elas, passaram talvez, por umas cem lojas, mas ela poderia jurar que haviam sido mais.

No fim das contas ela havia conseguido algo que queria, o vestido era simplesmente tão fantástico, parecia realmente ter saído de alguma história bela demais para ser verdade, o vestido era de um verde musgo e degradê onde no busto era um tom pouco mais claro um verde oliva e o tecido parecia estar amassado ou dobrado dando um efeito muito bonito, haviam folhas bordadas perto da bainha no mesmo tom de verde oliva do busto. A máscara era preta, que lhe cobri até um pouco abaixo do nariz, com algumas aplicações de pedras verdes. Formara simplesmente o conjunto perfeito, ela sequer podia esperar para vesti-las e encontrar com Merlin, no dia do baile. Ah, e a propósito não ir ao baile agora, do seu ponto de vista, estava totalmente fora de cogitação, ela iria a este baile mesmo que tivesse que fazer tudo de novo.

E com certeza ela no mínimo morreria se tivesse que andar tudo aquilo novamente debaixo daquele sol assassino.

Então uma voz altiva lhe tirou do seu torpor tão merecido.

- Morgana?

Ela quase pulou de dentro da banheira, de susto, se virou bruscamente para a direção de onde a voz parecia vir de olhos arregalados e atentos, seu coração batendo muito rápido e aquela mesma sensação de frio na barriga que parecia empurrar seu coração do peito em direção à boca.

Então ela olhou de onde viera a voz

- Por Mer... - ela percebeu o que iria falar e interrompeu-se – Você me assuntou!- ela exclamou com a respiração levemente ofegante pelo susto.

- Por que? Tenho uma terceira cabeça ou coisa do tipo?- perguntou Cissy levantando uma sobrancelha e dando mais alguns passos para perto.

- Não, é só que... Você me chamou e eu achei que fosse...

- Merlin?- ela disse com ar de quem sabe das coisas.

- É. – admitiu a ruiva.

-Porque eu te chamei de Morgana...?

- Exato.

- Você não gosta?

- Gosto, é só que...

- O que?

- Ah, deixa pra lá. – ela falou sacudindo a cabeça, e os fios ruivos que se desprendia suavemente do coque no alto de sua cabeça balançaram ao redor do rosto.

- Estou vendo que você já fez os preparativos para o baile. - comentou Cissy, se referindo ao vestido e a máscara que ela no auge de seu cansaço havia simplesmente jogado-o sobre a cama.

- Já e acredite estes preparativos me deram mais trabalho do que você hoje.

- Muito engraçadinha, Morgana. - falou a esfinge estreitando os olhos.

- Eu costumo ser. - falou Ginny, concluindo que havia passado tempo alem do necessário dentro da banheira, a ponta de seus dedos já estava enrugada depois de tanto tempo imersa na água quente com espuma que cobria a superfície.

Ela se levantou e pegou o roupão que estava no gancho, enrolou-se e sentiu a leve brisa refrescante da noite e contraste com o calor infernal que fazia pela tarde. Saiu do banheiro com Cissy em seu encalço.

- Com quem você vai?- ela perguntou.

- Com o Merlin. – ela falou corando de leve, mas Cissy pareceu não notar.

A esfinge ficou em silêncio durante algum tempo,como se avaliasse a situação, e Ginny interpretou o silêncio dela, como um fim para a conversa, sendo assim começou a vestir-se para dormir. Ela não estava com um pingo de fome, e parecia não agüentar nem mais um segundo sobre os pés, então simplesmente decidiu não descer para jantar, não estava com fome mesmo. Vestiu o pijama e deitou-se na cama.

Já estava deixando seus pensamentos voarem para longe quando ouviu a voz da esfinge baixa não mais que um sussurro, como se houvesse constatado algo.

- É eu acho que você gosta dele.

Seus olhos se arregalaram em espanto, e sua respiração ficou suspensa em um momento de tensão com o que pareciam ser os músculos do seu corpo inteiro retesados, foi exatamente como se tudo tivesse congelado naquele instante. Então ela soltou a respiração devagar, fechou os olhos pelo que pareceram ser horas, mas foram na realidade apenas alguns segundos, e perguntou com as sobrancelhas franzidas:

- O que você quer dizer com isso Cissy? Ele é meu amigo.

E com uma voz sonolenta e preguiçosa, o que indicava que esta estava se preparando para dormir também ela respondeu, com um frustrante:

- Você entendeu o que eu quis dizer Morgana.

E então novamente o silêncio reinou no quarto, mas Ginny já não achava que iria dormir instantaneamente como antes, algo conseguira com uma eficiência inacreditável deixar seus olhos bem abertos e sua mente a mil por hora. Enquanto isso Cissy ressonava aos pés da cama.

Um barulho de tropeço, e um ranger de porta denunciaram que Izzie havia chegado, uma claridade externa iluminou a penumbra na qual o quarto estava imerso durante algum tempo, havia pouco tempo que Ginny conseguira dormir, o cansaço finalmente a abateu completamente, e ela dormia levemente enquanto o vento soprava as cortinas.

Outro tropeço, e desta vez acompanhado de um rápido xingamento.

- Se eu não estivesse tão cansada, você teria que enfrentar o interrogatório completo. - falou a ruiva com a voz embargada de sono.

Uma risada e o barulho de uma bolsa e chaves batendo na mesa de mármore.

- Então você estava acordada. - falou Izzie.

- Não, eu estou acordada. - ela devolveu.

- Não precisa se preocupar comigo eu estou bem, agora é que são nove horas. - ela disse enquanto se dirigia ao guarda-roupa.

- Não estou preocupada, na verdade eu acho que você está melhor do que eu, a palavra certa seria curiosa. - Ginny falou virando-se de costas para onde a amiga estava tentando a todos os custos ignorar os barulhos que ela vazia.

- Imaginei isso.

- Então como foi?

Silêncio, por alguns segundos e então Izzie sorriu em meio a boas lembranças e falou:

- Perfeito.

- Bom, isso era o que eu queria saber, o resto pode esperar até amanhã. - falou a ruiva, mas ela quase não pode ouvir a risada da amiga em resposta, pois, tão rápido como ela acordara ela adormecera.

O resto das novidades teria que esperar até o sol voltar.

N/A: escutem, esse capítulo foi pequenino, pq eu estava apressada, morta de vergonha por ter demorado tanto para atualizar, mas não se preocupem pq agora está mais folgado pra mim ate pq minha beta adorada(N/Beta: obrigada obrigada. Hehehe ;D) está digitando cicatrizes então fica mais folgado... Tenho grandes planos para essas férias, quero postar o maior número de capítulos possíveis... Me livrei da prova que eu tinha que fazer agora estou livre ate janeiro, não pretendo viajar mais... Sou inteiramente de vocês, voltei as minhas origens, e agora eu respiro fics, mas devo dizer que estou em falta de ler algo que me agrade, se alguém tiver uma sugestão estou aberta...! Ah quem quiser me add no msn... sinta-se a vontade ok? No pros.. so queria que me dissesse que me conhece pela fic... pra eu poder reconhecer tb...!

Então that’s all folk!

See you...

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