Capítulo 3
Cap. 3 Palhaço
- Desculpem, desculpem...- disse Izzie por fim fechando a porta, do apartamento dos dois homens.
Seu rosto estava escarlate e sua respiração tão ofegante como se ela tivesse corrido uma maratona, as duas agora se encontravam novamente no corredor do hotel, a mercê dos olhos curiosos de qualquer pessoa que passasse por ali.
Ginny estava uma completa bagunça, seu cabelo bagunçado, a sua roupa suja, e aquele cheiro terrível de sorvete de vários sabores misturados juntos. Amaldiçoava mentalmente a idéia que tivera de entrar naquele apartamento, como fora idiota!
Mas Izzie, sem dúvida era quem estava pior, ela fora pega no meio do banho e só dera tempo para se enrolar na primeiro toalha que vira pela frente. Sendo assim ela jazia ensopada com seus cabelos pingando água por toda a extensão que havia percorrido no corredor, enrolada em uma toalha verde musgo que se contrastava violentamente com a sua pele muito clara. Essa sem dúvida era a situação mais embaraçosa que já vivenciara.
Ambas estavam rezando para que os dois não resolvessem abrir a porta do apartamento para procurá-las no corredor, pois, sinceramente nenhuma das duas achava que conseguiria olhar na cara deles sem desmaiar de vergonha.
- E agora o que a gente faz?- perguntava Izzie nervosa.
- Vamos tentar o apartamento das garotas.-disse Ginny, se perguntando como até agora não havia pensado em algo como isso, naquele momento parecia simplesmente a coisa mais óbvia a se fazer.
Então Izzie forçou a maçaneta, trancado. Bateram na campainha, esperaram alguns minutos, mas ninguém veio atender, insistiram, mas não demorou muito a perceberem que elas também havia saído. Talvez Julia já estivesse se sentindo melhor e Lucy mais descansada.
- Droga!- xingou Izzie frustrada.
- Não podemos ficar aqui!- esbravejou Ginny nervosa.
- Eu não posso ficar aqui!- disse Izzie.- Olhe o meu estado, estou toda molhada e de toalha!
- Já imaginou se alguém apare...
- Boa noite Senhoritas!- falou uma voz muito alegre a atônita. – Estamos tirando fotos da excursão para expormos quando chegarmos a Londres!- disse com uma máquina grande firmemente segura em suas mãos e um sorriso de orelha a orelha, nem reparou no estado das duas, parecia excitadíssimo com a idéia das fotos. – Digam ‘X’!
Ele estava tão agitado que nem sequer notou que Izzie estava de toalha no meio do corredor, parecia ter uns 16 anos e vestia a farda do hotel com os olhos brilhando ele disse:
- Obrigado!- e seguiu seu caminho pela escada.
As duas ficaram, durante o que pareceu ser um longo tempo, em silêncio contemplando o lugar vazio e associando a idéia de que algum garoto maluco havia tirado uma foto das duas naquele estado deplorável e que a foto iria parar em uma exposição. Até que Izzie falou com uma voz fraca:
- Eu não acredito.
Ginny permaneceu em silêncio.
- Eu não acredito. - repetiu a outra.
- Nem eu...- falou a ruiva num fiapo de voz.
- Nós vamos aparecer, em uma exposição neste estado!- disse Izzie.
- O garoto não se tocou que você estava só de toalha.
- Ou é cego ou então ele é muito retardado!- disse Izzie alterando tom de voz.
- Vem vindo alguém...- disse Ginny, se desesperando.
- E agora?!
- Não sei! Vamos entrar lá de novo?
- De jeito nenhum!- falou Izzie taxativa.
Ginny olhava tudo ao seu redor procurando uma saída alem dos apartamentos, pedindo com todas as suas forças a Merlin que a mostrasse outro caminho então seus olhos bateram na escada por onde o garoto e sua máquina fotográfica haviam acabado de subir.
- Vem!- ela falou puxando Izzie que não fez nenhuma objeção e a guiado em direção aos degraus da escada, mas não antes que pudessem ouvir o a voz:
- O que aconteceu com vocês duas?
Elas se viraram ao reconhecer a voz e suspiraram aliviadas, era Lucy e logo atrás desta vinha Julia.
- Izzie, você está louca?- perguntou Julia olhando confusa para a amiga que estava só de toalha no corredor.
- Graças a Merlin são vocês duas!- disse Ginny aliviada.
- Vocês têm a chave do seu apartamento ai?- perguntou Izzie desesperada, as duas voltando dos degraus da escada em direção as amigas.
- Claro.- falou Julia.
- Ótimo, vamos entrar. - disse Ginny apressada. Antes que alguém mais aparecesse no corredor do Hotel, e se tratando da sorte das duas, ela não duvidaria nada que o pé grande lhes fizesse uma visita justo hoje.
19horas céu escuro e estrelado, lua cheia, noite perfeita
- Eu simplesmente não consigo acreditar que estou indo para o circo...!- disse Draco soando derrotado.
O loiro estava sentado na sua cama olhando para o edredom e sentindo falta dos seus lençóis de linho todos com o seu brasão, o brasão da família Malfoy. Estava trajando uma camisa social preta, e uma calça preta, assim como seus sapatos, e quando estava prestes a colocar sua capa cinza escuro Blás lhe adverteu que não deveriam chamar atenção afinal estão em uma cidade na presença de trouxas. “Alem do mais está calor lá fora, Draco.” Disse ele.
Draco não gostava de andar sem a capa, sentia-se exposto, estava acostumado as vestes bruxas, seus sobretudos e capas, ali era simplesmente impossível, a cidade era muito quente e abarrotada de trouxas; duas coisas que ele odeia. Afinal quem pode imaginar que Draco Malfoy combinaria com calor e trouxas?
- É verdade, tenho que admitir também nunca fui muito fã de circos. - disse Blás sua voz abafada vindo do banheiro.
- Vamos logo, não quero ter que voltar muito tarde. - disse Draco que estava começando a ficar mau humorado novamente com a demora do outro.
- Já estou indo. – disse o Blás abrindo finalmente a porta do banheiro e saindo com uma toalha enrolada na cintura, e os cabelos molhados colados na testa. – Mas quem sabe, desta vez é legal, já que não estamos no meio de crianças, e bom este circo é famoso. Alem do mais se a apresentação não for boa, sempre há mulheres no local. O que me diz Draco? Vai negar a sua fama? – ele falava enquanto vasculhava o guarda-roupa.
Draco sorriu uma meio sorriso safado, é a parte das mulheres poderia compensar, e não coroar a sua noite como um fiasco total.
- Espero que você esteja certo.
- Eu também, afinal quando eu estive errado?- ele disse pretensioso.
- Nem me pergunte. Cala a boca e anda logo. - disse Draco.
- Falando de mulher, que loucura aconteceu hoje não?- disse o outro sorrindo divertido.
- Nem me fale, aquelas duas malucas que invadiram o apartamento.
- Do que você está reclamando, não foi você que teve que desviar dos tapas e dos feitiços estuporantes da que estava no banheiro.- disse Blás.
- Gostaria de ter visto isto.
- Você estava ocupado demais com a ruiva. - disse Blás insinuante.
- Minhas roupas até agora cheiram a sorvete, ou o que quer que seja que estivesse derramado nela.
- Não banque o bom samaritano Draco, você não engana nem um feto. Admita, ela era linda.
- Linda?- ele perguntou irônico. - Você tem realmente um fraco por ruivas não é Blás?
- Não meta meu passado nisso ta legal.
- E que passado obscuro, hein?
- Não fuja do assunto Malfoy. – disse Blás retomando as rédeas da situação, e encarando o loiro. – Não pode dizer que ela é a menos bonita. Ela é linda.
- Ta ela é bonita. - disse Draco dando o braço a torcer. – Mas como eu disse antes, eu prefiro a morena. Sirva-se.
- Você está cego só pode. - disse blás passando o perfume. – Foi ela que abriu a porta mais cedo quando eu fui entregar a bolsa de uma delas.
- Então, qual é o nome dela?
- Ainda não sei, mas vale a pena investigar.
- Entendo. Mas me conte sobre a que estava no banheiro, ela valeu os tapas e feitiços estuporantes?
- Ela estava tomando banho. – falou Blás sem olhá-lo nos olhos.
- Uma situação que pelo que eu sei você apreciaria muitíssimo, não é?
- Claro.- ele falou vasculhando a gaveta do criado mudo atrás de sua varinha.
- Então...?- incentivou o outro.
- Ela era bem bonita sim, apesar de eu não ter visto muito, ela estava de costas quando eu entrei, e bom logo a seguir alcançou a varinha e o resto você já sabe, depois da varinha a toalha mais próxima que por sinal era a sua. – disse ele quanto se encaminhavam para fora do apartamento.
- Só ‘bonita’?Você está me decepcionando Blás. - falou Draco, e Zabini desviou o olhar, andando mais a frente sem encará-lo.
- Escuta, ela era muito bonita ta legal, pele muito branca e cabelos pretos na altura dos ombros, o resto não é da sua conta. Sim, ela valeria os feitiços e os tapas. Satisfeito? - disse ele apressado ainda sem encarar Draco que ria em ver o amigo daquele jeito.
E os dois pegaram o elevador até o térreo.
19 horas e 40 minutos, céu escuro lua cheia, e algumas nuvens
O local era cercado por pequenas barracas, que vendia toda sorte de artigos, desde maçãs com uma leve poção do amor dentro, que fazia a primeira pessoa do sexo oposto que você olhasse depois de dar a primeira mordida lhe olhar com outros olhos, notar você, por assim dizer; até mini animais de estimação.
A atmosfera era alegre e festiva, uma música tocada em violino soava levemente de fundo, como que incitando as pessoas a entrarem nas diversas tendas que formavam o circo.
Draco nunca havia visto um circo igual, na área ao redor da grande tenda de lona encontravam-se diversas barracas com souvenires, alem de pequenas tendas onde poderia se encontrar comida e bebida, e doces de todos os sabores. Quando eles entraram na grande Lona, perceberam que está era maior ainda por dentro, dividia-se em pequenas tendas, onde o bruxo poderia escolher a atração que quisesse, e os corredores estreitos onde se tinha acesso às tendas.
A primeira pela qual passaram foi a dos palhaços, e Draco definitivamente não queria entrar nesta. Sempre odiara palhaços, eles nunca conseguiam fazê-lo rir. Seguiram em frente, lendo as placas que ficava sobre a entrada das tendas, e enfrentando o fluxo constante de pessoas que passavam pelos corredores. Eles viam o tempo todo pessoas mascaradas, com cabelos de várias cores, inclusive furta cor, todos os tipos e raças suando as vestes mais esquisitas que já haviam visto.
Então Blás falou:
- Vamos entrar aqui, eu gosto de trapezistas. – ele disse não dando escolha a Draco que não fosse segui-lo para dentro da tenda escura, iluminada por archotes de várias cores. Assim como a maioria dos lugares ali, ela muito maior do que o que aparentava, com o teto altíssimo, onde uma mulher e um homem estavam de pé sobre os trapézios.
O show pelo visto estava prestes a começar ali.
Aliás a tenda parecia não ter teto algum, quando se olhava para cima via-se apenas o céu estrelado que começava a se nublar, ambos se lembraram do teto encantado de Hogwarts, e concluíram que deveria ser o mesmo feitiço.
Quando os dois artistas começaram a fazer piruetas e se atirar de um trapézio para o outro, fogos de artifício explodiram em todo o lugar. Enquanto a mulher realizava complicadas acrobacias, um dragão vermelho ondulava ao redor do seu corpo, e travessas serpentinas explodiam em todos os lugares e acompanhavam as piruetas dos trapezistas.
Nem Malfoy teve como negar que era impressionante a perícia com a qual as acrobacias eram realizadas e a forma como interagiam com os fogos. Um verdadeiro espetáculo visual.
Demoraram-se um pouco naquela tenda, mas logo seguiram para outra, os contorcionistas deixaram Blás de boca aberta, a mulher conseguia estender o seu corpo entre duas barras de 3 metros, e dar um nó em si mesmo, sustentando ainda uma serpente no pescoço.
Viram o engolidor de espadas que realmente engolia espadas, e as fazia sair de um jeito não muito agradável pelo que pareceu aos dois, viram os equilibristas que conseguiam lutar esgrima sobre uma barra de metal de três dedos de diâmetro, e ainda realizar saltos mortais sem perder o equilíbrio. Viram os domadores que ensinaram Tigres a falar e fez um coral com Fadas Mordentes, e pirâmides de Gnomos que subiam uns em cima dos outros, e Kappas que jogavam boliche. Os mímicos, fizeram Draco perder a paciência, e até que os palhaços não eram muito ruins.
Mas sem dúvida alguma a barraca na qual eles se demoraram mais foi a de dança, na qual dez dançarinas de dança do ventre apresentavam-se exibindo seu exímio talento. Blás, acompanhava vidrado cada movimento sinuoso que as mulheres entre o público ávido executavam. Elas não estava em um palco, pelo contrário se encontravam no meio da platéia, dançando entre eles, e atingindo a todos com seus sorrisos e ritmo contagiante. Luzinhas entorpecentes e um cheiro doce dominada aquela tenda fazendo todos parecerem mais alegres.
Fazendo um esforço monstruoso Draco desgrudou os olhos da dançarina mais próxima que vestiam uma roupa dourada, e foi beber algo alegando que o ambiente estava muito quente.
Respirou o ar fresco da noite alegre que se estabelecia lá fora, e contemplou o céu que agora começava a se tornar acinzentado devido às nuvens que o nublavam. Sacudiu o rosto, saindo do torpor daquela tenda e foi procurar uma barraca na qual pudesse encontrar algo para beber, de preferência bem gelado.
Não demorou muito a encontrar, comprou uma água quase congelada por sinal, agora teria que encontrar Blás e arrancá-lo da tenda antes que ele resolvesse morar por lá, e acabasse fazendo alguma besteira. Entrou novamente pelo corredor da grade lona, mas de repente algo estranho aconteceu, as tendas pareciam estar dispostas de maneira diferente agora, as placas brilhosas sobre a entrada para cada uma ostentavam nomes diferentes, e não via palhaços ou domadores, era como se o lugar quisesse lhe oferecer opções e tendas ainda não exploradas. Teria ele entrado pelo lugar errado ou as tendas mudavam de lugar enquanto seus artistas se apresentavam formando um labirinto sem fim. O público estava tão entretido com as apresentações que nem reparava que o caminho o qual percorrera para chegar até ali não era o mesmo que percorrera para sair e encontrar outra tendas ou voltar às anteriores, se é que isto era possível.
Ele estava completamente perdido, não sabia onde estava, então simplesmente foi andando no meio do vai e vem de pessoas, esperando dar em algum lugar, tentando entender como não percebera antes este efeito mágico do circo. Ele até agora estava impressionado nem de longe aquele se comparava com os circos que conhecera quando criança. Dobrou em um corredor mais estreito ainda e que havia menos gente avistou novamente a tenda dos trapezistas ao longe.
Então uma mulher que ele nunca vira na vida o puxou pela mão de forma nada gentil, e totalmente brusca:
- O que você está fazendo aqui Jor-el? O que você está esperando? Kal-el está só esperando você para o próximo número!- ela esbravejou em cima de Draco, e o bafo de wisky barato sufocou suas narinas e o fez tossir.
A mulher era alta e muito gorda, de pele macilenta os cabelos loiros eram presos em um coque que deixavam alguns fios soltos. Os olhos verdes e injetados, se não fosse pelos seios que a deixavam parecendo uma vaca no pasto, ele diria que ela era um travesti, ou uma estátua muito mal talhada.
Trajava uma blusa vermelha toda em lantejoulas, e um short muitíssimo curto para o seu tipo físico avantajado de lantejoulas verdes, equilibrava-se de forma precária em cima uma plataforma roxo berrante com strass. Draco jurava que nunca havia vista nada mais grotesco.
Mas antes que conseguisse recuperar o fôlego roubado pelo bafo alcoólico da mulher ele já estava sendo puxado pelo antebraço e aquela mãos grosseira de unhas mal feitas estava amassando a sua camisa, arrastando-o para algum lugar.
- Garotos irresponsável! Deveria estar contando piadas e fazendo suas magiquinhas engraçadas e idiotas para o público rir! Agora Kal-el teve que improvisar, e só Merlin sabe o que vai acontecer!
- O que...? Do que a Senhora...?- tentou Draco, mas ela o interrompeu mais furiosa ainda.
- Eu já lhe disse Jor-el, não me chame de ‘Senhora’ pode passar uma mal impressão, a impressão de que sou velha! Me chame de ‘Senhorita’!
- Mas...!
- Cale a boca, garoto idiota! Quero você em cena em cinco minutos ou esse mês você não vai receber um nuque sequer! O prejuízo que tem me causado... - disse acenando a cabeça em desaprovação.
E o empurrando para dentro de uma pequena tenda que mais parecia um banheiro público de tão pequena que era, com um aceno da varinha as vestes de palhaço que estava sobre uma cadeira no canto enfiaram-se a todo custo em Draco, a peruca grudou em sua cabeça e o nariz vermelho e redondo apertou-se sobre o seu próprio o deixando sem ar por alguns instantes.
- Pronto garoto, agora você não vai poder tirar estas roupas tão cedo! Prepare-se e esteja na tenda dos palhaços em cinco minutos ou considere-se despedido!- ela gritou saindo da tenda em que se encontrava, deixando-o atordoado naquele cubículo sem nem ao menos olhar direito para ele. Draco olhou para si mesmo enfiado naquele macacão cheio de babados, e retalhos coloridos com estampas ridículas, não podia acreditar que era ele, se mirou em um espelho grudado na parede rodeado com pequenas lâmpadas algumas das quais nem funcionavam e jaziam apagadas, ele estava maquiado de palhaço!
Provavelmente aquele monstro da parada gay havia confundido ele com uma pessoa chamada Jor-el que trabalhava ali como palhaço, e agora o que ele faria? Entrar em cena certamente não entraria. E jamais sairia dali vestido daquela forma.
Tentou tirar a roupa, mas não conseguiu aquele projeto de monstro do lago ness deveria ter colocado alguma espécie de feitiço para que ele não conseguisse tirar a maldita roupa sozinho.
Procurou desesperadamente a sua varinha para tentar concertar aquela bagunça, então lembrou que ela estava no bolso da capa cinza que ele iria usar! Droga, estava sem varinha! E agora o que ele iria fazer? Tinha que achar Blás urgentemente... Seu estômago se contorceu só de pensar no que o amigo diria ao vê-lo vestido daquele jeito. O seu estômago se contorceu mais ainda inda quando ele olhou a si mesmo no espelho. Draco Malfoy vestido de palhaço.
Então a entrada atrás dele se abriu iluminando o aposento que estava na penumbra, alguém estava entrando.
- Ginny você realmente adora circo não é?- perguntou Lucy com uma sobrancelha em pé, enquanto contemplava a amiga que usava uma máscara estilo renascentista, com três estrelinhas na bochecha e segurava uma pequena esfinge que cabia na palma da sua mão, acabara de comprá-la na barraca que vendia mini-animais de estimação, na outra mão segurava uma maçã do amor que ainda não tinha tido coragem de morder.
- Eu amo circo. – ela respondeu com os olhos brilhantes, parecendo uma criança.
- Eu também gosto. – falou Julia.
- Na verdade eu nunca fui muito fã de circo, mas este aqui se superou, nunca tinha visto nada igual. - confessou Izzie.
- Eu também estou impressionada!- falou Lucy. – Acho que poderíamos ficar aqui uma semana e não visitaríamos todas as tendas.
- Você tem razão, é tudo tão fantástico que não sei o que é melhor dentro da lona ou fora. - falou Ginny maravilhada.
- Srta. Weasley dê logo a primeira mordida nesta maçã!- disse Julia fingindo-se de brava.
- Morda a sua primeiro.
- Não, você comprou primeiro você morde primeiro e depois a gente vê se funciona mesmo.
- Muito esperta, vai me usar como cobaia?- perguntou a ruiva, estreitando os olhos.
- Isso mesmo.
- Muitíssimo engraçada, vamos fazer isto juntas. - ela falou decidida.
- Parem de discutir e mordam logo!- reclamou Izzie.
- É, nós também estamos curiosas para saber como funciona. - completou Lucy.
- Comprem as suas próprias maçãs!- ela disse sorrindo.
- Pronta?- perguntou Julia.
- Sim, no três, um... - Ginny olhou ao redor para ver quem poderia ser a primeira pessoa do sexo oposto que ela veria e tentou mirar alguém. – dois... - tentou urgentemente fitar alguém interessante que ela tivesse conhecido na viagem, mas ela não havia conhecido ninguém a não ser o recepcionista, o maluco do sorvete de baunilha (e desse ela queria distância), o garoto das fotografias, o e o deus grego Zabini que havia ido lhe entregara bolsa de Izzie dono do apartamento o qual ela e a amiga invadiram mais cedo. – três... - tarde demais ela fechou os olhos enquanto mordia a maçã e sentia o gosto doce invadir a sua boca, o gosto era maravilhoso, nunca vira maçã tão gostosa, só poderia ser a poção. Então quando aquele gosto tomou conta da sua boca, lhe dando uma sensação de felicidade seus olhos se abriram antes que ela tivesse planejado abri-los.
A primeira pessoa que ela olhou, tinha os cabelos muito loiros, quase brancos e estava toda de preto, era um homem alto, e bem vestido bastante elegante que estava comprando água em uma barraca próxima. Estava de costas para ela então ela não conseguiu conhecer.
- E ai olhou alguém?- perguntou Julia ansiosa.
- Olhei, mas não faço a mínima idéia de quem seja. - respondeu ela relutante em desgrudar os olhos do loiro, mas finalmente o fazendo.
- Como assim?- quis saber Lucy.
- Você nunca o viu pelo trem ou na hora das refeições no trem?- perguntou Izzie.
- Ele estava de costas quando eu olhei. - ela esclareceu.
- Onde está ele?- perguntou Julia curiosa.
- Está... - disse ela se virando novamente na direção da barraquinha na qual ele estava, mas não o encontrando. - Estava bem ali, comprando água, sumiu.
- Poxa. –reclamou Julia frustrada pro não poder ver ele.
- Deixa pra lá. - falou a ruiva dando de ombros. – E você olhou para alguém?
- Sim, e eu também não o conheço, mas ele não sumiu, está bem ali. - ela disse apontando discretamente para um loiro que por alguns momento Ginny achou ser o mesmo para o qual dirigira seu olhar, mas logo percebeu que não se tratava da mesma pessoa.
- Bonito. - comentou a ruiva.
- Vamos lá conferir garotas?- Julia convidou animada, mas apenas Lucy se dispôs a ir com ela.
-Ok então, a gente se encontra mais tarde. - e dizendo isso elas se afastaram andando na direção do homem loiro.
Izzie e Ginny observaram durante um tempo as duas se afastando sorridentes, então Ginny falou não tão alegre:
- Vamos continuar andando?
- Vamos. - e as duas voltaram para dentro da grande lona.
- Sabe Ginny, quem sabe a gente encontra o tal cara que sumiu por ai. – disse Izzie com intuito de animar a outra, ela sabia que aquilo desanimara a amiga um pouco, mesmo que a ruiva não demonstrasse.
- É, quem sabe... - ela falou com um sorriso não muito convincente.
Neste instante elas deram com um corredorzinho mal iluminado e estreito no qual um aviso luminosos piscava indicando os camarins. Um sorriso maroto iluminou o rosto da ruiva que olhou para Izzie e está compreendeu tudo.
- Nem pense nisto!- falou ela taxativa.
- Ah, por favor, Izzie!
- Não mesmo Ginny.
- Ninguém vai nos ver. - insistiu ela.
- Não vou invadir o camarim de ninguém. - disse Izzie irredutível.
- E depois podemos pedir uma foto, sabe? Aquele trapezista era realmente um gato. - tentou a ruiva, piscando o olho para a amiga.
- Nem vem, sua maluca!
- Tudo bem, eu vou sozinha!- ela falou decidida com um sorrisinho no rosto, já de ânimos renovados.
Sempre teve vontade de conhecer os artistas de circo, esta era a sua oportunidade, e não deu ouvidos aos avisos de Izzie, tinha que aproveitar que ninguém estava olhando e que o corredorzinho estava vazio.
A passos rápidos adentrou o corredor mal iluminado e olhou a placa luminosa que estava na entrada da terceira tenda. “Que tal começar com os palhaços...?” E entrou na tenda.
- Você é Jor-el o palhaço que não consegue aparatar?- ela perguntou com um sorriso que ia de orelha a orelha, ao encontrar uma pessoa vestida de palhaço que virou de chofre para encará-la.
- Não. - ele falou seco.
- Não?- ela perguntou duvidosa, pois a placa do camarim dizia justamente o contrário. – Então que palhaço é você?- perguntou curiosa, se perguntando se ele tiraria uma foto com ela e lhe daria um autógrafo.
- Não sou palhaço.
- Como assim...?- indagou sem entender a situação, estará ele brincando?
- Não sou palhaço. - ele respondeu novamente.
- Mas você está vestido assim... - ela falou achando estranho, e começando a achar algo naquele palhaço familiar.
- Eu sei, uma maluca me confundiu com um de seus artistas. - ele falou tentando arrancar o nariz vermelho a todo custo, mas sem obter sucesso.
- Então você não é palhaço algum?- ela perguntou decepcionada, mas ainda tentando entender o que havia de familiar nele.
- Não. – ele respondeu com sinais de irritação na voz. Isso era a voz! Ela conhecia aquela voz de algum lugar, ou ao menos já ouvira uma voz muito parecida, mesmo que a voz do homem-palhaço-não-palhaço saísse um pouco fanha por causa do nariz vermelho. - Você quer o que aqui?
- Não é obvio? Encontrar um palhaço.
- Você quer pedir um autografo para um palhaço?- ele perguntou incrédulo.
- É, qual é o problema?- ela respondeu, na defensiva já um tanto quanto desafiadora. A resposta para sua pergunta veio na forma gargalhada, isso conseguiu realmente irritá-la, mas ela parou de repente como se tivesse ouvido algum barulho estranho, ela conhecia aquela risada! Mas não poderia ser, seria coincidência demais! Não poderia ser ele. Mas a risada era absolutamente igual, e a voz era tão familiar...
- Merlin?- ela deixou escapar antes que pudesse se conter, e observou os olhos do homem se arregalarem levemente surpresos.
- O que...? O que você disse?- ele perguntou inseguro, pensado ter ouvido errado o que ela dissera.
- Eu sei pode parecer estranho, mas você é Merlin?- ela perguntou se sentindo idiota, claro que não poderia ser ele.
- Morgana?- ele respondeu com uma pergunta que confirmava as suas suspeitas, seu coração acelerou de leve, era muita coincidência.
- Merlin!- ela disse pulando sobre ele e lhe abraçando.
Por um ou dois segundos Draco, permaneceu sem saber o que fazer, então a abraçou de volta com um sorriso surpreso nos lábios.
- Estive me perguntando onde você estaria...?- ela falou sorrindo feliz em revê-lo, mas ainda sem acreditar totalmente que era o Merlin que ela conhecera no apagão do trem, que havia feito ela esquecer por alguns instantes o seu medo avassalador de escuro.
- Não posso dizer que não me perguntei o mesmo sobre você. - ele disse ainda ostentando o sorriso surpreso.
- Você sumiu do nada naquele dia, e me deixou falando sozinha. - ela disse parecendo um pouco chateada.
- Você disse que não estava mais com medo do escuro. - ele alegou.
- É, mas isto era porque você estava lá!- ela falou e depois corando um pouco, dando graças a Merlin pelo Merlin ali na sua frente não poder ver seu rosto corar por debaixo da máscara.
- Você ainda tem medo do escuro?- ele perguntou curioso e divertido.
- Eu não tenho medo... - mas antes que pudesse negar ele foi mais rápido.
- Você já admitiu que tem medo, e agora vai negar?- falou astuto.
- Ta, ta, tudo bem, eu ainda tenho medo do escuro!- falou com um sorriso no rosto desistindo e dando o braço a torcer, não adiantava nada mesmo, ele sabia que ela tinha medo do escuro.
- Por que?- ele quis saber, não entendia porque ela teria medo do escuro.
- Acho que eu fico insegura. - ela disse refletindo. - Nunca parei para pensar sobre o assunto. E você ainda continuar Irritante?
- Não sou irritante. - ele disse sorrindo divertido ao lembrar as tentativas de irritá-lo da vez anterior.
- É sim.
- Ta, talvez eu seja. - ele disse encarando ela nos olhos, ela tinha olhos castanhos, um castanho profundo, ela tinha olhos alegres, adorou os olhos dela.
Ela sorriu ao ouvir o tom da voz dele.
- Você encontrou o pedaço da sua capa que eu rasguei?
- Sim, eu fui lá depois.
- Você consertou?
- Na verdade não. - ele disse rindo.
- Por que?
- Não sei. - ele falou sendo sincero, não sabia porque não havia concertado a capa, e soaria mentira se dissesse que havia esquecido.
Neste momento a tenda se abriu novamente, e a mesma mulher que o havia jogado lá dentro entrou lá parecendo furiosa.
- Jor-el seu verme ingrato, o que você ainda está fazendo aqui?! Você deveria estar na tenda dos palhaços faz dez minutos!
- Escute, eu não sou quem você... - ele tentou.
- Eu sei exatamente quem você é seu inútil! – ela disse agarrando-o pelo braço e o puxando para fora da tenda.
- Senhora, você está cometendo um erro, ele não é Jor-el. - Ginny tentou ajudar, mas a mulher lhe ignorou.
- E quem é você?! Veio tentar falar com os artistas?! Fique sabendo que isto não é permitido mocinha!
- Não...
- Agora, não se meta, este moleque tem contas a acertar comigo.
Draco já estava irritado.
- Escute aqui sua velha feiosa, tire já está roupa de mim! Eu não sou um de seus palhaços idiotas!
- Como se atreve!- ela parecia terrivelmente ofendida. – Seu bastardinho, você vai ver uma coisa quando acabar o seu espetáculo! Ingrato!
- Não, senhora, você não entende... - disse Ginny tentando chamar a atenção da mulher.
- Deixe, Morgana. - disse Draco, sua paciência chegando ao limite, não deixaria aquele projeto de gente arrastá-lo para o picadeiro. Com um safanão se livrou da mulher que o segurava, sentindo suas unhas azul- celeste arranharem seu braço. - Vamos Morgana. – ele disse segurando a mão dela e correndo na direção oposta a qual a mulher ficara.
Os dois correram até o fim do corredor esbarrando por vezes em alguém, até encontrarem uma saída da grande lona. Assim que saíram de lá sentiram gotas geladas molharem as roupas, e em segundos já estavam encharcados. Uma chuva forte despencava sobre eles.
- Droga, está chovendo!- disse Draco olhando ao redor.
- Vem. - ela disse o levando.
Eles foram se distanciando do movimento de gente que agora se aglomerava nas tendas tentando se abrigar da chuva. Chegaram em um lugar mais alto, parecia um pequena colina, coberta de grama, onde se tinha a vista completa da grande tenda de lona, e das outras pequenas tendas que vendiam souvenires.
Ela sentou no chão, suas roupas estavam coladas ao seu corpo, delineando as suas curvas bem torneadas. A blusa preta, tornara-se uma segunda pele para ela, e a saia xadrez vermelha que a deixava com ar de colegial colara-se às suas coxas alvas deixando-as a mostra, tinha pernas muito elegantes. Ele nunca havia parado para pensar como ela era bonita. Sacudiu a cabeça para afastar alguns pensamentos.
Ela sorriu e perguntou:
- Não vai sentar?
- Achei que estava me levando para algum lugar seco. - ele comentou rindo da situação.
- Por que?
- Porque é o que as pessoas fazem quando chove. - ele falou sarcástico.
- Depende da situação, se eu estiver indo para algum festa, por exemplo, e os pingos de água forem estragar o penteado ou a maquiagem, ai tudo bem, mas pelo visto esta não é a situação.
- É verdade. - ele concordou sentando-se ao lado dela.
- Eu gosto de chuva. - ela falou, deitando-se na grama e libertando a pequena esfinge que estava presa em sua mão.
- Eu também, mas geralmente não fico me molhando.
- Você tem medo de chuva?- ela disse olhando para ele, tentando enxergar por debaixo da maquiagem de palhaço que miraculosamente continuava intacta. Ele tinha olhos azuis, de um azul meio cinza-prateado, tinha olhos lindos.
- Não.
- Eu acho que tem. – ela provocou.
- Não, não tenho.
- Tem.
- Porque alguém teria medo de chuva? É só água.
- Porque você foge dela então?
- Porque não gosto de me molhar. - ele falou prontamente.
- Você não toma banho?- ela disse rindo virando-se de frente para ele.
- Claro que tomo, está me chamando de porco?
- Não sei. - ela falou e com mais um de seus risos, ela deitou-se se na grama enquanto a sua pequena esfinge corria sobre a sua barriga lhe fazendo cócegas.
- Lógico que eu tomo banho, não que seja da sua conta Morgana. Mas tomar banho é diferente. - ele falou deitando-se ao seu lado, com a cabeça apoiada em uma das mãos para continuar encarando ela.
- Por que? Quando você toma banho você não se molha?
- Molho, mas... É diferente.
- Só porque você está de roupa?
- Também.
- Fique pelado. - ela falou sorrindo mais ainda corando violentamente. Ela não podia acreditar que dissera aquilo! Ela nem conhecia ele!
- Mesmo se eu quisesse, não daria. - ele falou sorrindo também e deixando de encará-la deitando sua cabeça na grama molhada também.
- Por que? - ela disse apoiando a cabeça em uma das mãos, virando-se para encará-lo, assumindo a mesma posição na qual ele estivera, e fazendo a esfinge escorregar da sua barriga e cair em cima do peito dele.
- Me sinto lisonjeado no seu interesse, mas devo lembrá-la de que não consigo tirar esta roupa, nem sequer o nariz, a mulher colocou um feitiço, preciso da minha varinha.
- Não estava interessada. - ela falou ofendida, enquanto observava a pequena esfinge caminhar sobre a roupa estampada agora ensopada de palhaço.
- Não?- ele perguntou como quem não acredita, era visível que ele sabia que ela estava.
- Não. - ela mentiu, sem encará-lo nos olhos.- Não fuja do assunto.
- Qual era o assunto?
- Sabe, eu acho que você não tem medo de chuva. - ela disse encarando-o nos olhos.
Ele olhava fundo naqueles olhos castanhos, alegres, e de alguma forma ele sabia que ela estava sorrindo por detrás da máscara, e adorou o sorriso dela mesmo sem jamais tê-lo visto. Sentiu uma sensação estranha no estômago, e não tinha nada a ver com ele estar vestido de palhaço, para dizer a verdade ele nem se lembrava mais que estava vestido com a aquela roupa ridícula. Não estava mais ligando. E quase não sentia os passos da pequena esfinge no seu peito.
- Por que?
- Porque você não esta reclamando de se molhar. - ela falou ainda sem desfazer o sorriso e sem deixar de olhar nos olhos azuis cinza-prateado.
Ele não disse nada, era verdade ele não estava reclamando, não sabia porque, mas não estava, apenas sorriu.
Depois de uma pausa ela falou:
- Eu gosto quando você sorri.
- Tem algo de especial no meu sorriso?- perguntou irônico.
- Não sei. Você sorri sempre?
- Não. - ele foi sincero, ela estava muito próxima, ele poderia tirar a máscara que cobria seu rosto e ver o sorriso dela, poderia beijá-la. É, aquilo lhe soava uma boa idéia, aliás uma idéia muito atraente. O que estava acontecendo com ele? Ele não sabia, talvez fossem os olhos dela, o fato é que agora ela estava perto o suficiente que mesmo com toda aquela chuva ele podia sentir o perfume que ela usava invadindo as suas narinas. Por algum tempo não identificou a fragrância, deveria ser alfazema... Ele suspirou e novamente o perfume invadiu a sua mente, é, era alfazema.
Então uma voz a qual eles não esperavam soou tirando os dois do seu torpor.
- Sabe, já está tarde, e eu estou começando a ficar com frio nesta chuva. - disse a esfinge se fazendo notar pelos dois.
- Ela fala...?- perguntou Draco surpreso.
- Claro que falo. - disse esfinge.
- Você comprou ela nas tendas?- ele disse apoiando-se nos cotovelos para poder ver a pequena esfinge que andava no seu tórax, com dificuldade para saltar as dobras da roupa folgada que ele usava.
- Foi, achei ela muito fofa.
- Fofa?- ele perguntou com uma sobrancelha em pé.
- É, fofa o que tem demais?
- Uma esfinge não é fofa. - ele disse incrédulo.
- Por que não?
- São criaturas raríssimas, e muito inteligentes, podem ser perigosas se alguém ameaçar o que ela estiver guardando. Mas nunca ouvi falar que elas fossem fofas. - ele disse.
- Ele está certo. - falou a esfinge encarando a dona. – Eu não sou fofa.
- É sim, você é fofa. - insistiu Ginny. - Alem do mais, você não está guardando algo.
- Estou sim. - disse a esfinge orgulhosa.
- O que?- perguntou Ginny curiosa, ela não havia dado nada para a pequena esfinge guardar, acabara de comprá-la.
- Não é da sua conta.
- É algo meu?
- De certa forma, você deveria saber, se você não sabe não sou quem vai lhe contar.
- Você está ficando muito atrevida.
Draco sorriu da discussão das duas.
- Por Merlin você esta discutindo com uma esfinge em miniatura!
- Foi ela quem começou. - falou a esfinge.
- Ela tem nome?- perguntou Draco a Ginny.
- Não, nem sei se ela é fêmea ou macho
- Eu sou fêmea.
- Claro. - disse Draco como se fosse obvio.
- ‘Claro’, por que? - perguntou Ginny.
- Por causa do temperamento.
- Desculpe sabe-tudo. - lhe dando um tapinha no ombro.
- Dê um nome a ela. - ele disse ignorando-a.
- Qual?
- Chame-a de Cissy. - ele disse pensativo.
- Porque Cissy?
- Me veio á cabeça. - ele falou misterioso, mas era mentira.
Ela não pareceu acreditar, mas não fez mais perguntas.
- De qualquer forma acho que devo ir, não é? Já está tarde e Cissy está com frio.
- Estou mesmo. - confirmou a esfinge.
Eles se sentaram e olharam na direção do circo em silêncio.
- Tchau então. - ela falou.
- Tchau. - ele falou encarando-a nos olhos sem saber o que dizer, enquanto ela se levantava.
- Foi engraçado de encontrar, quem sabe o acaso não nos põe frente a frente novamente.
- Quem sabe...
Ela se afastou da colina, o que quer que fosse aquilo, seus pés chapinhando na grama molhada e Cissy dizendo:
- Eu gostei dele, quem é ele.
- O nome dele... - então a ruiva se tocou que ainda não sabia o nome dele, mas realmente não se importava muito com aquilo agora, sua mente estava fervilhando. – O nome dele é Merlin.
- Bonito nome, foi você quem escolheu?- perguntou ela ingênua.
Ginny estava prestes a dizer que não, afinal como poderia ter escolhido o nome dele sem nem ao menos conhecê-lo? Não era a mãe dele. Mas o que saiu da sua boca não foi isto.
- Sim. - ela se assustou com a própria resposta, mas depois sorriu, não estava de um todo errada afinal fora ela quem escolhera chamá-lo de Merlin. – Sim fui eu.
0horas, noite chuvosa, e com um vento frio.
Draco estava andando de volta para o seu apartamento, não tentara procurar Blás, sabia que não o encontraria, devia ter finalmente conseguido a atenção de alguma daquelas dançarinas tentadoras. Sinceramente ele não estava se importando.
Draco Malfoy estava ensopado, cansado e vestido de palhaço. Nem ele poderia se imaginar em uma cena daquelas adentrando o saguão do hotel enquanto atraia olhares do balconista e dos outros funcionários e pessoas que ali passavam. Ele demorara-se mais meia hora, enquanto observava Morgana sumir de vista no meio da bagunça do circo, depois descera e voltaram para o hotel. Nem passou pela sua cabeça procurar Blás, encontrar Zabini naquele estado era a última coisa que ele iria querer na vida.
Finalmente ele alcançou o elevador e entrou apertando o botão, mas não antes sem ouvir a frase do gerente que estava no balcão.
- É impressionante como tem gente que se empolga com circo não é Alfredo?
Enquanto o elevador sumia em sua própria lerdeza Draco ainda conseguia ouvir a voz de Morgana em sua mente: “Eu gosto quando você sorri”. E ainda não conseguira deixar de perguntar a si mesmo porque dera o nome da esfinge em miniatura de Cissy.
Cissy era o apelido de sua mãe, talvez fosse porque ela costumava contar-lhe histórias sobre estes animais quando era criança, ela era fascinada por eles.
É talvez fosse por isso.
Chegou finalmente ao seu apartamento, agora tudo que ele queria era tirar aquela roupa de palhaço.
N/A: oie gente eu sei, eu sei, eu demorei mais do que previ. E bom, acho que essa deve ser a desculpa mais usada pelos autores, mas a mais pura verdade a minha internet quebrou aliás, meu pc todo ta quebrado nem ligar ele queria... Mil desculpas! Apesar de que eu sei que se fosse eu no lugar de vocês estaria realmente irritada. Perdão, perdão.
Se eu consegui um pc que tenha internet eu respondo as reviews... se não eu peço pra minha beta ler por telefone e digitar as respostas pra mim ta ok?
Desculpe o atraso de tudo. È q alem de tudo , é inacreditável eu sei, mas eu tenho dever de casa de férias, e bom não é pouca coisa, mas a real culpa foi do meu pc mesmo. Continuem por ai ta legal... preciso saber se essa fic ta boa se vocês tão gostando. Ta legal...? Muitíssimo obrigado por tudo!
Beijosssssssssssss
Anny Black Fowl
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