Capítulo 8
Cap. 8 Presente
Três dias depois, tudo já havia voltado a sua normalidade, na medida do possível, mas agora éramos apenas eu e Fowl na casa. No início ela ainda estava abalada, mas depois tudo pareceu se ajeitar novamente. O que quer dizer que nós amanhecemos brigando, ela implicando comigo e eu me defendendo.
Um pensamento ocupou minha mente por algum tempo “o que significava aquelas lágrimas prateadas?” eu nunca tinha visto nada igual. Mas eu contive minha curiosidade e nada disse. Hoje no fim da tarde eu decidi que tinha que fazer alguma coisa.
Virgínia voltou a controlar meus pensamentos, e eu comecei a imaginar a páscoa dela, rodeada de cabeças vermelhas idiotas e o Potter imbecil sorridente ao seu lado, ambos se entupindo de chocolates. Mas aquilo não iria durar muito, eu prometi a mim mesmo, eu queria Virgínia de volta, e o que eu quero, eu tenho.
Eu já tinha comprado seu chocolate preferido, mas não tinha decidido como entregá-lo. Pensei durante várias horas sobre como diria para ela o que realmente tinha acontecido, mas nenhuma que prestasse. Nenhuma digna o suficiente, mas a falta dela estava me prejudicando eu necessito dela comigo, ao meu lado. Sentia saudade, sim, por mais difícil que seja dizer isto, eu sinto.
Á noite eu procuro sua presença aconchegante ao meu lado. Seu corpo quente, seus cabelos impregnando os lençóis e os travesseiros com o cheiro de alfazema. Sentia falta dela se mexendo e me tomando os lençóis, falta de sua mão quente e delicada tentando aquecer a minha mão gelada nos dias de chuva.
Tudo nela faz falta, eu não consigo viver sem Virgínia. É vergonhoso para um Malfoy, mas ela faz parte de mim e é impossível tentar desfazer isto, é como se arrancassem um pedaço de mim, porque literalmente é isso que ela é.
Ver ela com o Potter era uma dor indescritível que fazia toda a minha essência arquear com espasmos de dor, a minha anestesia era a raiva. Não eu, não iria deixar o Potter ficar com ela, ela era minha! Eu passei a procurar por um sinal, qualquer sinal dela ou de Helena, eu tenho que fazê-la ver em que estado ela me deixou, isso grita na minha consciência.
Um tolo, foi isto que eu me tornei, quase um idiota sentimental, apenas ela consegue isto de mim, ela sabe, ela é a única criatura no mundo a qual eu nunca faria mal. A verdade... a verdade é que eu sinto a falta dela. Desesperadamente eu sinto falta dela. É esta a verdade. Eu sinto muito a sua falta.
Então eu simplesmente aparatei, e me vi na porta da Toca com uma caixa de chocolates na mão, já estava escuro, já se podia ver algumas estrelas brilhando solitárias.
Eu encarei a porta á minha frente, e considerei a hipótese de simplesmente girar a feia maçaneta de madeira e entrar, mas algo me conteve.
Algo dentro de mim na deixou que ele o fizesse e então eu apenas fiquei ali parado. Durante quanto tempo eu não sei, mas no fim eu acabei deixando os malditos chocolates ali, ao pé da porta, e antes de ir peguei um papel e pensei em que palavras eu poderia gravar ali. Não veio nenhuma em minha mente, e então eu simplesmente acenei com a varinha e fiz aparecer a palavra Helena. Deixei o papel ali junto com o chocolate, dei alguns passos e desaparatei dali. Provavelmente ela nunca saberia quem havia deixado aqueles chocolates.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!