Capítulo 3
Cap.3 Ajuda sempre é bom.
Uma semana depois de ter encontrado Virginia, eu estou aqui, não subi mais, não a procurei mais, Virginia ou Helena. Tanto faz, minha mente ainda está muito atordoada, mil perguntas me perturbam o tempo todo e a mais freqüente de todas é: “Porque ela voltou a ser Helena?” e para esta eu não tinha nem sombra de resposta.
Será que ela estava em perigo? Mas que tipo de perigo, agora que está tudo mais calmo...? Será que os Weasley sabiam que ela era Helena o tempo todo, desde que ela havia chegado? Por que ela não disse nada para mim que ela e Helena eram as mesmas pessoas? Bom, isso teria me poupado um bocado de tempo e culpa misturada com preocupação. Mas ao menos para está pergunta eu sabia a reposta, se ela tivesse me dito tudo antes eu teria deixado ela ficar na Inglaterra por nem mais um segundo. Não teria permitido que ela lutasse ao meu lado e muito menos que ela enfrentasse um lobisomem!
É acho que no fim de tudo eu acabei descobrindo que Virginia é muito mais forte do que eu imaginava. E afinal eu acabei encontrando mais híbridas na vida do que qualquer outro homem. Três ao todo contando com Marie e Anny, isso é porque dizem que elas são raríssimas de se encontrar... Me desculpe, mas eu sou casado com uma, ou ao menos era.
De fato elas são muito poucas, poucas passam no treinamento e muitas morrem tentando. Acho que as duas perceberam como eu estava tão preocupado hoje, pois, depois do almoço Fowl disse para mim:
- Se o que lhe incomoda tanto, Malfoy, é achar esta mulher, nós podemos acha-lá para você.- ela ofereceu ajuda, e eu a olhei desconfiado. Nunca havia mencionado isso para elas, como elas sabiam que eu estava procurando uma mulher?
- Eu nunca disse que era uma mulher. - eu falei lentamente encarando ela em seus olhos castanhos.
- Da para ver pela sua cara. - disse Marie e ela me soou um pouco apressada. – Diga como ela é e nós a achamos para você.
- E finalizamos com o seu sofrimento. - acrescentou Anny.
- Quem disse que eu estou sofrendo?
- Por Merlin Malfoy pare de tentar esconder isso, enquanto você demonstra até no jeito que segura o garfo!- ela falou parecendo irritada.
Ta, agora ela tinha me assustado, vou passar a comer de colher.
- Que tipo de treinamento você fez?- eu perguntei.
- Do tipo que você não daria conta.
- Obrigado por me encorajar. - eu disse sarcástico.
- Não mude de assunto!- ela disse severamente.
- Vou pensar. - eu falei.
- Pois não demore se quiser a nossa ajuda, tem que ser este mês.
- Por que? Estão fugindo de alguma coisa. - eu perguntei com um riso irônico brincando em meus lábios.
- Vou embora no próximo mês. – disse Marie que continuava a falar pouco.
Eu ia abrir a boca para perguntar para onde, mas parece que alguém pode ler meus pensamentos.
- França. - disse Fowl, eu fiquei calado depois disso, não sabia se deveria ou não permitir que me ajudassem, certamente eu precisaria de ajuda para achá-la de novo, mas será que deveria envolver as duas na minha história? A idéia de pedir ajuda também não me agrada, nunca me agradou, não será agora que irá agradar. Poderia ser perigoso eu mesmo não em atrevia a fazer muitos passeios desnecessários. Provavelmente eu fui inocentado perante ao ministério, mas todos os comensais ainda soltos sabem que eu os trai, e nunca se sabe quando estão sobre uma poção polisuco. E isso não é lá uma coisa muito boa. Se alguém me vir por ai andando todos vão saber que eu estou bem vivo. Além disso eu já estou em dívida com elas por terem me salvado.
Mas se bem que com ajuda isto tudo seria muito mais rápido ... Consideravelmente eu resolveria tudo mais rápido e poderia ir embora daqui com Helena, para qualquer lugar bem longe deste inferno, e quem sabe ter meu merecido ‘feliz para sempre’ como ela sempre dizia... Mas tudo isso não passa de um sonho que pode nem ser verdade e que provavelmente nem virá a se tornar real algum dia. É, uma ajuda não seria nada mal.
Passei o resto do dia pensando sobre o assunto, e eu refletia sobre isso durante a tarde, sentado em uma das poltronas lendo um livro quando um barulho enorme, algo como uma explosão toma conta da casa de uma vez, logo a seguir um grito. Pedi a Merlin que nenhuma das duas tivesse se machucado.
Me levantei de uma vez, e corri na direção de onde parecia vir o barulho, vinha da cozinha, encontrei Marie no meio do caminho, e então percebi que a causa do barulho só poderia ter sido causado por Anny. Quando adentrei a cozinha, não reconheci este cômodo da casa havia pedaços fumegantes de alguma coisa que fedia a cebola por todas as paredes. Anny que vestia um suéter preto e uma saia cinza estava irreconhecível, os cabelos bagunçados o rosto manchado e as roupas totalmente encharcadas do caldo de alguma coisa que eu só poderia supor que levava carne na receita. Suas mãos estava vermelhas, e ela gemia de dor enquanto nós a olhávamos perplexos.
- Anny você está bem?- eu perguntei hesitante.
- Eu pareço estar bem?- ela perguntou se dirigindo a pia e mergulhando suas mãos na água.
- Não. - eu admiti.
- Anny, por Merlin o que aconteceu?- perguntou Marie olhando-a espantada.
- É tudo culpa da droga dessa comida trouxa que você comprou!- ela disse gemendo, e tirando o suéter.
- Comida trouxa?- eu perguntei estranhando, porque alguém compraria comida trouxa?- O que a comida fez?
- Explodiu!- ela falou sentando na pia e molhando as pernas e a saia com urgência.
Então eu e Marie olhamos ao mesmo tempo para o buraco na parede que antes não estava lá, e em seguida eu olhei para o teto, um pacote de aluminho jazia grudado lá em cima pingando aquela substancia que estava sobre o corpo de Anny.
Então eu entendi tudo, não agüentei olhar de Fowl sentada na pia para a cozinha destruída e o pacotinho de aluminho no teto, comecei a rir na mesma hora. Ela me olhou da pia como se me censurasse.
- Anny você tentou fazer a Lasanha no fogão?
- Isso ai, mas eu fiz tudo direitinho, como você disse!- ela falou levantando-se na pia encharcada a saia cinza que ela usava colada às pernas assim como a blusa de alças preta que usava por debaixo do suéter. – Alguém pelo amor de Merlin, pode me ajudar! Isto está muito quente!- ela gritou com os olhos marejados e o rosto vermelho.
Eu fui ainda sorrindo buscar uma toalha e a minha varinha par ajudá-la, eu não conseguia acreditar, Fowl acabara de explodir a cozinha!
Procurei rápido no armário uma toalha minha e peguei e minha varinha em cima da cama ainda sem conseguir parar de rir levei para ela.
- Mas eu não disse pra você fazer no fogão!- dizia Marie- Eu disse no microondas!
- Você disse que era a mesma coisa de um fogão só que era uma caixinha menor e mais quente. Eu lacrei o fogão com a varinha e aumentei a temperatura com um aceno, depois de um tempo começou a apitar e do nada explodiu!
- Eu não acredito que você fez isso... - disse Marie.
- Como eu ia saber que não funcionava?- ela disse com uma lágrima de dor escorrendo dos olhos ao segurar a minha mão para descer da pia e segurava a toalha com a outra. – Obrigada Draco.
Eu segurava o riso a todo custo ao perceber que ela gemia por causa das queimaduras nas mãos, enquanto ela me olhava irritada todas as vezes que deixava escapar uma risada.
A cozinha estava destruída, e Fowl tinha suas mãos enfaixadas. As queimaduras do rosto tinham desaparecido sem deixar marcas já no fim da noite, mas as mãos iriam demorar um pouco já que as queimaduras tinham sido piores. Estávamos sentados jantando a comida que Marie havia comprado para nós.
- Anny, da próxima vez que você for tentar cozinhar qualquer coisa nem que seja apenas ovos, não o faça chame alguém com capacidade para isso. - eu disse olhando a cara dela.
- Como assim com capacidade?- ela perguntou com um sorriso irônico.
- Que consiga ao menos ligar o fogão.
- Eu sei ligar o fogão!- ela falou parecendo indignada, mas ainda assim com um sorriso no rosto.
- Anny você sabe que é péssima na cozinha!- disse Marie sendo sincera.
- Não é verdade.
- Não?- eu perguntei incrédulo.
- Ta tudo bem não precisa tripudiar em cima, eu saí ferida ta legal!- ela disse se fazendo de vítima.
- Você poderia ter morrido!- ralhou Marie.
- Não exagere.
- É verdade!
- Porque você não briga com o Draco? Ele está rindo da gente!- ela falou tentando desviar o foco da conversa para mim, e era verdade eu estava rindo.
- Não me culpe Fowl, só estava lembrando de como você estava engraçada!
- Espírito de Porco!- ela falou sorrindo incrédula.
- Agora eu sei que devo pensar duas vezes antes de comer algo que você preparou.
- Se ela conseguir preparar alguma coisa. - disse Marie sorrindo também.
E nós passamos o resto da noite rindo da cara de Anny até ela mesma desistir, e aceitar que a situação havia sido engraçada. Quando fomos dormir eu me sentia mais leve e menos conturbado, mas era inútil. Na hora do sono os sonhos sempre vem, e com ele a mesma sensação fria e amarga me fazendo voltar a realidade.
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