Capítulo 2




Cap. 2 Helena

Agora eu entendo porque nunca achei Virginia depois daquela vez, pelo simples fato de que tenho procurado por Virginia, pelos cabelos ruivos, pele clara, e sorriso doce; estava procurando o alvo errado. Descobri hoje que deveria ter procurado por Helena é claro! Passei o dia inteiro fora, tentei passar o mais despercebido possível no meio das pessoas, ninguém poderia me identificar, meus olhos sempre ávidos pelos cabelos ruivos ou qualquer parte que me lembrasse ela, quase deixaram passar os cabelos negros e olhos pretos com os quais eu me encantei. Deparei-me com Helena.

O susto foi tão grande que eu não pude suportar. Ela tinha novamente... Tinha voltado a ser Helena. Minha Helena. Eu a segui por vielas estreitas e sinuosas passei horas seguindo-a tentando reunir coragem dentro de mim para poder me dirigir a ela, mas sempre que eu parecia prestes a tentar, o sangue congelava em minhas veias, e toda a coragem reunida se esvaia de mim.

Então ela percebeu que uma sombra caminhava atrás dela, Helena apressou o passo. Começou a tomar caminhos diferentes, entrar em esquinas escuras cada vez mais rápido. Já estava começando a achar difícil acompanha-la, já tínhamos nos afastado das imediações do beco diagonal e estávamos quase no fim da travessa do tranco. Ela entrou em um beco e eu fui atrás , quando entrei dei de cara apenas com um muro de pedras úmidas e limosas, nem vestígios dela.

Nem o perfume marcante estava no ar para provar que eu não havia sonhado ou imaginado aquilo tudo. Andei até o fim do beco e olhei para os lados a procura de alguma passagem a qual eu não tinha visto ainda, toquei as paredes como que para ter certeza de que eram feitas de pedra sólida.

Será que ela tinha aparatado? Seria a única explicação para aquilo, ela não tinha uma capa da invisibilidade, era a única alternativa antes de admitir que havia simplesmente imaginado e perseguido a pessoa errada. Me xinguei mentalmente por ter deixado ela escapar assim sem fazer nada, por ter sido covarde e não ter falado nada quando tive oportunidade. Só Merlin sabe quando a encontraria de novo.

Então uma voz atrás de mim gritou:

- Quem é você?!- eu me virei e vi aqueles olhos. Era ela ! Na minha frente falando comigo! Quanto tempo eu não ouvia aquela voz, eu sorri internamente. Fiquei um tanto mais feliz em poder ouvir aquela voz novamente. Ela chegou mais perto estava com a varinha apontada para o meu rosto, não podia ver meu rosto que estava oculto pelo capuz da capa preta. Era um completo estranho para ela.

Agora podia sentir o perfume dela entrando pelo meu nariz e atordoando o meu cérebro, me deixando incapaz de formular uma frase com mais de duas palavras e apenas um nome martelava na minha mente: Helena. Era ela.

Eu não respondi, não consegui, agora que chegara a hora, eu não conseguia falar nada! Um absurdo para um Malfoy.

- Diga agora quem é você e porque está me seguindo, ou eu te estuporo aqui mesmo!- ela gritou agressiva comigo, mas eu simplesmente não conseguia falar, algo bloqueava minha garganta o que ela faria quando descobrisse que eu estava vivo. De repente eu me peguei com medo de que ela descobrisse que era eu. Então no meio de toda aquela confusão que estava a minha mente eu aparatei.

Voltei para o subterrâneo e lá estavam Marie e Anny me esperando.

- Encontrou o seu passarinho fujão, Malfoy?- Anny perguntou, mas a coisa que bloqueava a minha garganta ainda estava lá junto com uma sensação fria de fracasso então eu respondi apenas com um aceno negativo da cabeça. – Bom, com a cara que você está, parece que quem fugiu foi você. – o pior é que eu sabia que ela estava certa.

- Cala a boca Fowl.- foi tudo que escapou da minha boca, a cada palavra parecia que eu iria vomitar aquela sensação amarga no peito estava pior. Com Anny era sempre assim, inesperado, ela conseguia fazer com que eu ficasse sem palavras.

Sem dizer uma palavra eu entrei no quarto e me joguei na cama, fiquei lá até aquela agonia horrível, se amenizar.

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