Capítulo 16



Cap. 16 Desconfianças e Advertências

5 meses e 4 semanas

Como se já não bastasse todas as confusões em que eu já estava notoriamente metido, noite passada eu estava acordado, contemplando o teto coisa que costumo fazer constantemente agora perdido em pensamentos quando senti uma forte ardência no ante braço, já sabia o que era então eu vesti meus trajes e quando a dor já estava se tornando insuportável eu saí dos terrenos da mansão e aparatei.

O cemitério dos Riddle estava servindo de esconderijo mais recente para o Lord das Trevas. Sim era ele quem havia em chamado e eu sabia que aquela ia ser uma longa noite. Quantas vezes eu ainda estava dormindo tranquilamente com Virginia ao meu lado e era brutalmente acordado pela mesma ardência, no mesmo lugar. Virginia acordava surpresa, mas logo a preocupação ocupava seu semblante e as lágrimas rolavam lentamente pelo rosto dela toda vez que eu tinha que ir.

Ela implorava para que eu não fosse e pedia que eu tomasse cuidado. Eu apenas a abraçava tentando não deixar que as preciosas lágrimas dela não fossem derramadas ao vento. Era inútil ela chorar, e implorar, no fim ela sabia que eu sempre ia; mas ela era insistente. Acho que ainda tinha um filete de esperança.

Quando eu voltava geralmente muito tarde, ou até mesmo no outro dia eu encontrava sempre ela acordada, com os olhos inchados e vermelhos. Ainda lembro, quase posso sentir ela correndo em minha direção com os braços abertos, descendo as escadas quase tropeçando nos degraus e nos próprios pés de tanta pressa dizendo coisas como “Graças a Merlin ” ou “Finalmente, eu não agüentava mais de preocupação, estava temendo que...” em uma voz ofegante e fraca.

Ela me abraçava fazendo com que o seu cheiro bom invadisse as minhas narinas de cheio e se misturasse se impregnando nas minhas roupas e na minha pele fria.

Então as lágrimas era substituídas por um sorriso que era acompanhado pela mesma frase que eu não cansava de ouvir “Ainda bem que você está de volta.”

Mas o vento gelado no meu rosto, e o som de outros bruxos aparatando por todo o lado me fizeram volta a realidade, e varreram as lembranças da minha cabeça. Eu me vi novamente naquele lugar infernal e me convencia andar até um lugar de onde vinha uma luz azulada.

Lá estavam eles , todos os comensais, e o Lord no centro do círculo, tomei meu lugar entre eles rapidamente e fiquei em silencio assim como todos estavam. Sabia o que fazer aquela não era a minha primeira vez. Depois que todos os Comensais se posicionaram o Lord iniciou.

- Não vou perder tempo com besteiras, vou direto ao ponto. Me subestimaram...- ele falou em uma voz fria de cortar os ossos.

O silêncio pesou, ninguém falava uma palavra, era como se todos estivesse com as cordas vocais presas, não se ouvia nem o barulho dos grilos ou do vento batendo nos galhos das árvores esquizofrênicas do lugar. Era como se tudo parasse com o timbre da voz daquele ser.

- E eu suponho que vocês saibam o que acontece com alguém quem me subestima, ou eu preciso dar uma demonstração?

Todos continuaram em silêncio, mas a esta altura eu já sabia a onde ele queria chegar e não era um assunto nem um pouco seguro para mim. Isto me deixou um pouco nervoso, mas em hipótese alguma eu demonstraria isso, sabia que tanto o Lord como os comensais estavam prestando atenção nas reações de cada um, nos mínimos detalhes que pudessem denunciar um culpado.

- Ou talvez seja só um desafio?- ele perguntou encarando cada um de nós com os olhos vermelhos que parecia ler a alma.

Eu continuei onde estava e quando ele olhou para mim não sustentei o olhar, como um sinal de respeito, todos que apreciam a vida o suficiente, não o enfrentam assim abertamente.

- Temos um pequeno rato, um traidor entre nós. – Meu sangue ferveu e congelou ao mesmo tempo, ele realmente confirmara minhas suspeitas, e traidor era elogio, mas rato! Isso era inadmissível! Mas eu continuei apenas ouvindo.

- Ele passa informações nossas para o outro lado e vem fazendo isto a algum tempo. Mas com certeza só poder ter sido alguém muito tolo ou muito audacioso para fazer isto embaixo do meu nariz e achar que o Lord das trevas não perceberia.

Eu soube, ele estava falando de mim, então percebi que talvez não fosse viver tempo suficiente para ver Virginia novamente, estava acabado, ele sabia, sabia de tudo. Minha sentença já havia sido decidida. E considerei, que se passasse desta noite seria milagre.

- Tenho certeza que este rato está entre nós agora.

Ai neste exato momento eu tive certeza de que ele sabia. Ele vai me matar, no fim de tudo ele vai me matar, e eu já sabia, desde começo eu já sabia. Minha mente parecia anestesiada, e as palavras ecoaram na minha cabeça não havia espaço para pânico desespero, eu já sabia que mais cedo ou mais tarde esse dia chegaria.

Eu não havia deixado nenhum bilhete, nada avisando para onde eu tinha ido para Helena, nada eu simplesmente tinha indo embora quando ela percebesse que eu tinha sumido o que ela iria fazer?

Será que ela ao menos iria perceber que eu tinha saído? Como reagiria? Uma boa pergunta no geral, ou seja, eu não fazia a mais pálida idéia da resposta.

Então minha adorada titia se pronunciou, fanática como sempre.

- Diga quem ele é mestre. Diga, por favor, me deixe mata-lo e tortura-lo. Deixe-me faze-lo pagar pela sua deslealdade e atrevimento, e faze-lo se arrepender. Permita-me ver o sangue deste traidor da sua própria raça, eu prometo mestre não irei falhar. – Ela disse isso quase babando. Às vezes eu me surpreendo com o amor que Bellatrix tem pela sua própria família, mais precisamente pelo sue sobrinho (eu).

- Não. – disse o Lord com o mesmo tom de voz. Afinal agora eu não estava entendendo. Ele me xingava de rato, me aterrorizava e quando eu já estava pronto para morrer em paz pelas nobres mãos da minha amada tia, ele interrompe!? – Não ainda, Bella.

Ah agora eu compreendia, ele ainda não tinha me torturado o bastante, ainda tinha muita coisa para sofrer. Entendo... Estava aberta a temporada de caça e tortura (física e psicológica) ao Malfoy.

- Tenho minhas suspeitas sobre este rato, mas devemos esperar para ter certeza. Mas logo ele será seu Bella. Afinal um mísero rato não merece viver por muito tempo diante de sua insignificância.

Uma luz se acendeu no meu peito, e eu entendi tudo, ele não sabia que eu era o rato! Ele sabia que havia um espião, mas sabia que este era eu! Mas pelo contrário aquilo não me tranqüilizou nem um pouco, sabia que o que ele dizia era verdade.

Eu não viveria muito tempo para contar a história. Ninguém nunca resistia muito tempo, nós os comensais sempre sabíamos quando estava perto do fim. E eu sabia que o fim estava próximo, isso fazia meu sangue correr nas veias como se fosse gelo, estava em um pânico congelado. Eu vou morrer. E aquilo me mantinha paralisado como se estivesse esperando. Eu podia sentir como um velho Tigre que fareja carne . O fim estava perto.

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