Capítulo 15



Cap. 15 Adeus...

5 meses e 3 semanas

As últimas semanas não foram as melhores, mesmo depois da conversa no escritório. Eu me pegava pensando em coisas que não deveria. Ultimamente Helena não sai mais da minha mente. Eu passei a chamá-la novamente de Zatknis, defini que seria melhor assim, embora todas as vezes que eu fazia isto, eu podia ver a intensidade do brilho de seu olhar diminuir. Mas era a única maneira!

É desta maneira, sendo frio, e indiferente que eu consigo me livrar de tudo isso, de toda essa confusão de sentimentos que se estabeleceu dentro da minha aturbulada mente. A pergunta que martelava na minha cabeça e me torturava dia e noite, até em sonhos era: “E Virginia?” Eu simplesmente não sabia responder.

Noite passada, aconteceu uma coisa que me deixou mais preocupado ainda com a batalha que acontecia entro de mim, estava dormindo na minha cama, enrolado nos meus lençóis, no meu quarto, na minha mansão, como de costume... Então eu ouço uma voz conhecida chamando pelo lado de fora da porta.

- Draco! Eu estou em casa...!

Eu não identificava a principio de quem era a voz, mas a pessoa continuou falando e consequentemente me tirando do meu sono leve.

- Draco, você ainda está dormindo?!

Eu é claro, acordava irritado como é natural acontecer sempre que alguém me acorda. Então tive vontade de dizer uma frase grosseira, mas antes que eu tivesse tempo para falar o que eu tinha em mente, a dona da voz melodiosa falou um pouco mais alta, e desta vez a voz pareceu bem próxima.

- Draco acorde! Não acredito que está dormindo até este horário! Sou eu...!

Então imediatamente eu percebi quem estava falando, era Virginia! Virginia estava subindo as escadas da torre! “Mas o que tinha acontecido?! Ela deveria estar na Alemanha segura! Aquela teimosa, cabeça-dura!” eu pensei.

Mas simplesmente eu não conseguia me irritar com o fato de ela estar de volta perto de mim uma alegria invadia meu peito e de repente eu me dei contar de estar totalmente desperto! Eu sentia saudades dela, queria tomá-la nos braços e beija-la ansiosamente, como tenho desejado todas as noites durante estes cinco meses... Meu corpo parecia totalmente imerso em algo morno e aconchegante, que me provocava uma sensação gostosa de alívio.

Eu estava pronto para me livrar dos lençóis que me cobria e ir ao seu encontro, só para constatar realmente que era ela, que era a minha Virginia, para poder matar a duvida que insistia em contrariar os outros sentidos do corpo.

- Draco, você não vem receber a sua noiva, não?!- ela falou soando levemente indignada. – Estou decepcionada com você... - ela disse brincando.

Eu me sentei na cama e esfreguei os olhos, pronto para me levantar, então ela abriu a aporta do quarto de uma vez.

- Draco, você estava dormindo até agora! Que absurdo!- ela disse olhando para mim sentado na cama, com um ar casual.

- Ruiva, eu estava cansado. - eu disse com um sorriso no rosto, ainda sentado na cama.

Então aconteceu algo que eu não entendi no começo, ela olhava de forma intrigada da cama para mim, ela não disse mais nada apenas ficou olhando para a cama onde eu permanecia sentado, de repente seu olhar se encheu de algo que eu não consegui entender. Sua boca se abriu e ela parecia tentar falar algo, mas este algo se perdia na sua garganta antes de chegar à boca. Ela olhava de mim para a cama, como se visse uma aberração ali, algo que só ela via. Agora seu olhar não mais era intrigado era surpreso, e bastante surpreso, como se não acreditasse no que via.

Seus olhos se encheram de lágrimas, e ela passou e me olhar com pesar e raiva reprimida, mas isso foi tão instantâneo que eu não entendi. Ela deu alguns passos cambaleantes para trás até bater as costas na parede ao lado da porá aberta.

As lágrimas agora escorriam soltas pelo seu rosto, e ela era a pura expressão de desgosto. Era nojo, como se estivesse vendo algo verde e gosmento ali ao meu lado na cama, ou será que o monstro verde e gosmento era eu?!

Sua boca abria e fechava, e deixa escapar alguns sons sem sentido como se tentasse falar, mas não conseguia então ela falou num misto de tristeza aversão e nojo:

- Agora eu sei porque você estava cansado...- ela cuspiu as palavras num fiapo e voz, e não parecia capaz de falar mais anda, perante a sua decepção. Virou-se e ainda se apoiando na parede saiu do quarto correndo tropegamente deixando as malas na porta caídas sem parecer se importar.

Eu não entendia tal atitude e vi tudo com os meus olhos confusos. Olhei na direção que ela estava olhando antes, então entendi tudo.

Ali deitada ao meu lado na cama de casal, coberta pelos lençóis verdes, estava Helena, ressonando levemente parecendo totalmente relaxada.

Fiquei levemente surpreso, me virei para encará-la, então os olhos dela, se abriram lentamente, ela me encarou preguiçosamente, e bocejou, para depois se espreguiçar, me lançando um bonito sorriso.

Sentou-se na cama ainda enrolada com os lençóis e me olhou carinhosamente.

- Bom dia. - ela sorriu alegre para mim, e então me envolveu em um beijo totalmente inebriante e delicado, aos poucos meus olhos se fecharam, e eu em vi despencando naquela sensação terna e boa. Aos poucos o beijo foi se tornando fugaz e audacioso...

Bom daí não se deve contar.

Esse sonho foi a gota d’agua para mim.

Isso tudo era sobre uma decisão que eu tinha que tomar, mas não conseguia, pode parecer mentira, mas não conseguia decidir...

Parece idiota um Malfoy dizendo isto, mas é simplesmente isto.

Em uma das muitas noites que passava sem dormir corroído por tudo que eu tinha me sufocando por dentro, eu desci da torre e comecei a andar sem uma direção exata pela mansão. Inconscientemente adivinhe onde meus pés irracionais me levaram?

Exatamente, eu fui parar em frente ao quarto dela.

Então eu vi, malas.

Tudo arrumado como se... Como se... Ela fosse embora. De repente parecia que eu tinha engolido alguma coisa realmente pesada que fez meu estômago afundar.

Andei até o guarda roupa e abri a porta.

Nada.

Eu olhei alarmado pelo quarto procurando as coisas dela por todos os cantos, mas pareia que tudo já estava cuidadosamente arrumado nas malas ali na minha frente. Logo depois eu a vi, Hele... Zatknis. Ela estava saindo do banheiro com alguns vidros, um conjunto de facas e venenos nos braços, assustou-se ao em ver e deixou tudo cair no chão aos seus pés.

- O que você acha que está fazendo?- eu perguntei um tanto quanto agressivo.

- Arrumando as malas. – ela respondeu friamente.

- Para que? – eu não querendo aceitar o que aquilo parecia, por mais que devesse ser, fosse insignificante, minhas entranhas se contraiam de uma forma nauseante.

- Eu vou embora. - ela foi simplesmente fria e seca, sem emoções.

- Por quê?

- Não dá mais para ficar, Malfoy. – ela falou frisando o meu nome. Aquela justificativa não em foi nem de perto convincente, mas eu fiquei calado, acho que em parte eram minhas entranhas que pareciam estar tomando banho gelado em pleno o inverno, pois no momento elas estavam congeladas, e isso me fazia sentir realmente mal.

O silêncio pairou no mínimo por uns dez minutos enquanto ela prendia as facas e os venenos nas ligas espalhadas pelo corpo.

- Você já sabe ao menos para onde vai depois que sair daqui?- eu perguntei baixo, mas o suficiente para ela ouvir, foi a única coisa que eu consegui me espremer para dizer.

- Não sei ainda. Qualquer lugar serve. - ela confessou. E a situação das minhas entranhas pareceu piorar levemente.

- Você vai voltar, para o lugar de onde veio?- eu perguntei só agora percebendo que não tinha idéia de onde ela tinha vindo. Merlin eu deixei uma mulher que eu nem ao menos sei de onde veio morar na mesma casa que eu! Eu só poderia estar louco mesmo. Mas aquilo por incrível que pareça não me pareceu relevante no momento.

- Não imediatamente, só tem uma chave de portal no fim deste mês.

Já?! Uma voz irritante gritou na minha cabeça. Algo dentro de mim não queria que ela fosse, mas isso era absurdo!

- Já...?

- É... - ela respondeu sem entusiasmo.

- E até lá?

- Eu arrumo um lugar para ficar. – ela falou sem me encarar.

- Fique aqui. - eu não segurei a frase que lutava para sair da minha garganta, e a batalha interior que aprecia ser travada em mim aliviou-se um pouco.

- Não dá...

- Mas, por quê?

- Porque... Simplesmente, não dá!- ela continuava a não e olhar e guardar as suas coisas que ainda não estavam nas malas.

- Você não respondeu a aminha pergunta. - eu disse já meio irritado era um esforço eu fazer a pergunta para ainda obter uma resposta infundada...?

- Por que eu estou sendo um estorvo para você!- ela falou rápido parecendo desabafar, e suspirou profundamente – Você não quer que eu fique. Mas você é educado o suficiente para fingi-lo - seus olhos estavam marejados.

Mas ela tinha acertado em cheio, eu não queria mesmo que ela ficasse, eu tinha medo que ela ficasse. Mas eu também não queria que ela fosse.

- De onde você tirou isto?! Você vai ficar e não se discute mais. - eu disse saindo do seu quarto, e pondo um ponto final na conversa, eu não iria agüentar ficar ali por muito mais tempo

No outro dia eu acordei me vesti, e desci até a mesa da cozinha o café estava pronto sobre a mesa. Eu sorri aliviado

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