Capítulo 13



Cap. 13 Voz rouca, Pintura, e Coisas que não deveriam acontecer.

cinco meses

O resto da semana passada eu passei bem melhor, não tive febre, e a garganta não doía mais, agora o problema era a minha voz, que passou de fanha para rouca.

Eu levantei, parecia um belo dia para tomar meu café que Helena já havia preparado de forma eficiente e encontrei-a sentada á mesa.

- Bom dia, está melhor?

- Estou.- quando eu falei ela esboçou um leve sorriso no rosto parecendo divertida com alguma coisa.

- Como passou a noite? Nada de febre?

- Bem, eu até que dormi bem, não tive febre nem nada. – eu respondi calmamente, e aquele sorriso no rosto dela se alargou mais ainda, então assim, do nada ela falou:

- Draco fala: “Mamãe”. - eu não entendi onde ela queria chegar com aquilo e a olhei de forma estranha como se perguntasse se ela estava bem.

- Porque eu faria isso?

- Apenas fale. - ela disse ainda sorrindo.

- Você está bem?- eu insisti sem compreender.

- Diga!- ela pediu. Eu não entendi nada e fiz o que ela pediu de uma vez.

- Mamãe.- no mesmo instante eu entendi, logo que ela explodiu em gargalhadas.

Eu tentei corajosamente pronunciar “Mamãe”, mas o que tinha saído da minha boca, havia sido uma mistura de “Banbãe” com qualquer outra coisa ridícula. A minha voz estava rouca e fanha. Um horror, e Helena estava rindo disto. Do fato de eu parecer um aleijado das cordas vocais. Amaldiçoei os deuses que me “protegiam”...

Se não bastasse eu ter adoecido e passado por todo aquele tormento, ainda por cima eu iria ter que agüentar Helena me gozando até a minha voz voltar ao normal!?

Isso me deixava aumente irritado. Eu tomei café irritado e tentei passar o maior tempo possível calado e quieto, mas isso era quase impossível, ela me fazia falar de propósito e depois ficava rindo. Quando acabei de comer já estava irritado o suficiente com os ataques freqüentes de risos que Helena tentava abafar, mas não era nem preciso dizer que ela não estava tendo nenhum sucesso, não estava conseguindo.

Acho que ela percebeu que a bomba não estava muito longe de explodir e começou:

- Desculpe... - eu não respondi, dava para perceber claramente que ela estava contendo a vontade de gargalhar da minha pessoa com todas as forças existentes do seu ser. – Não, sério agora... Não queria te deixar com raiva. - ela continuou tentando se desculpar e amenizar o meu estado, mas também não conseguindo realizar o seu intento.

- Mas conseguiu.- eu falei apenas e continuei eu caminho para o meu jardim de inverno, lá eu teria paz, e a deixei abrindo e fechando a boca como um peixe, sem em importar.

Finalmente cheguei cruzei a porta de vidro e me sentei em um banco (o meu jardim de inverno é bem maior que os habituais, é muito grande, muito grande mesmo) no meu banco preferido perto dos arbustos gordos e floridos com rosas pretas. Todas as flores ali eram pretas, as rosas eram as que mais me chamavam atenção. Fiquei em silêncio olhando as fontes, eram deusas gregas, estava de frente para uma que soltava água pelas mãos através de uma abertura no pulso a água escorria pelas suas mãos de mármore branco. Suas mãos estavam estendidas a frente do corpo levemente curvado, como se esperasse eu dar as mãos para ela, e assim me levar para o Olímpio, ela vestia uma túnica comprida até os pés, com uma abertura que revelava as belas pernas bem torneadas, os cabelos ondulados e soltos pelos ombros, belíssima.

Passei algum tempo olhando para ela, quanto tempo, eu não sei ...

Ela me lembrava algo... Alguém... Aqueles olhos... Eu em levantei toquei as mãos estendidas da deusa que molharam as minhas, então o nome veio na minha cabeça e escapou os meus lábios sem que eu pudesse evitar ou tivesse qualquer controle sobre meus próprios lábios:

- Helena...- eu sussurrei, e sentia uma sensação estranha seguida de eu arrepio, enquanto eu olhava nos olhos da estátua que aprecia incrivelmente com ela a meus olhos. Mas porque isto tinha vindo à minha mente, aquilo era simplesmente impossível, eu nem ao menos conhecia ela quando construí o jardim! Ultimamente eu estava assim.

Mas somos só amigos e de certa forma ela é uma pessoa é... Diferente, ela era divertida, me fazia rir de vez em quando, e freqüentemente me irritava.

- Espere um minuto... - eu falei comigo mesmo, e desviei o olhar da estatua a minha frente me distanciando dela como se houvesse levado um choque elétrico e me virei de costas. - Não , é possível, eu não posso...

Não! Não, mesmo... Definitivamente NÃO! Oh meu Merlin... Aquilo simplesmente não podia acontecer, não podia estar acontecendo comigo! Comecei a andar a paços rápidos em direção a porta de vidro do jardim de inverno, eu tinha que ver ela, tinha que ter certeza disso...

Saí do jardim, tinha passado bastante tempo lá, já era de tarde.

- Helena... Eu sussurrei novamente como se assim ela pudesse me ouvir. Eu andava rápido e olhava para todos os lugares que passava, procurando qualquer sinal, do cabelo, da pele, e até do cheiro que ela tinha.

Tudo nela me lembrava alguma coisa. Agora eu já não andava mais, estava praticamente correndo, estava nervoso.

- Helena!- desta vez eu não sussurrei, eu gritei mesmo. Mas anda nenhuma resposta então eu continuei minha busca frenética no segundo andar. Passei pela sala, pelo laboratório, pela biblioteca, e pelos inúmeros quartos.

Nada nem sinal ou rastro, então eu chamei novamente.

- Helena!- agora eu já não estava mais praticamente correndo, estava literalmente correndo. Afinal onde aquela mulher tinha se enfiado? Eu fui para o terceiro andar e revistei os vários aposentos, achei o quarto dela, entrei de uma vez, escancarando a porta.

Nada a primeira vista, andei um pouco e perguntei incerto:

- Helena? Você está aqui? - o silencio me respondeu, não, ela não estava. Eu continuei minha corrida desabalada pela mansão. Vasculhei todos os lugares pelos quais meus olhos passaram, e resolvei como última das hipóteses procurar na minha torre, já estava começando a achar que ela havia saído, então eu vi uma porta aberta, a porta do ateliê.

- Helena? – eu chamei. Olhei e lá estava ela. A morena se virou bruscamente para mim e me olhou com a cara assustada. Ela andou até perto de mim e eu pude ver que quadro ela estava olhando.

Era o que eu tinha pintado recentemente que era ela e Virginia ao mesmo tempo. Então um de repente eu entendi porque tinha acontecido aquilo, e eu tinha pintado o quadro daquele jeito... Era verdade o que eu pensei na estufa! Estava mesmo...

Helena desandou a dar explicações sem ter nem espaço para respirar e gaguejando muito:

-Draco! Olhe... Eu estava apenas... O quadro...! Ele estava coberto, e como... Você sabe... Muito curiosa...- ela disse tentando a todo custo explicar-se e dando pequenos passos em minha direção e gesticulava olhando para o chão. – Eu vi... Achei... Achei... – ela gaguejava. – Que era parecido comigo... Aí... Aí... Desculpe-me... Eu... Eu... Não posso ir entrando assim nos lugares... – ela falava muito rápida tropeçando nas palavras, e eu não assimilava nada. Então fiz a burrada. Alguma coisa se apossou de mim, juro não era eu ali, ou melhor, era sim, mas eu não podia ter feito o que fiz, e acredite eu não consigo em arrepender totalmente disso, até agora o gosto ainda está em mim.

Eu sou um homem comprometido! E eu amo minha noiva, não amo?! Claro, sem dúvida! Então o que diabos era quilo?!

Isso nem eu mesmo soube responder, nem naquele momento nem agora. Eu só sei que enquanto ela estava ali parada na minha frente, falando desesperadamente, tentando se desculpar desnecessariamente porque eu não estava nem um pouco zangado com ela...

Eu a abracei e beijei!

Assim ela calou a boca, acho que também se surpreendeu, mas não se afastou. Beijar ela era aliviante, assim como estar na sua presença. Quanto mais tempo eu permanecia ali, mais eu parecia estar perdido naquele misto de sensações.

Eu definitivamente queria me perder nela helena causava aquilo em mim.

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