Capítulo 8



Cap.8 Máquina, lobisomem e trabalho perfeito.

3 meses e 2 semanas

Eu finalmente comuniquei meu plano a Zatknis, e ela por incrível que pareça não se assustou nem nada, apenas fez que tudo bem com a cabeça.

- Então é isto, você não vai perguntar nada, nem se assustar?- eu perguntei a ela.

- Por que deveria?

- Porque geralmente a perspectiva de morte não anima muito a maioria, sabe. – eu disse irônico, ela olhou para mim e deu um sorrisinho debochado, levantou uma sobrancelha (Hei quem faz isto sou eu!) e disse:

- Não se preocupe, não vou deixar ele fazer nada contra você, estará seguro comigo.

E com isso saiu do escritório, ela me deixou com a boca aberta, como se eu quem precisaria de proteção! A expressão que ela fez... Para ser mais exato a sobrancelha, bem parecida comigo, justamente como eu faço... Pensando bem, talvez ainda haja mais para saber sobre Zatknis do que eu imaginava.

Fiquei no escritório até bem mais tarde da noite do que costumo, estava planejando tudo milimetricamente para não haver erros, e tudo dar certo, pois já que a louca da Zatknis não se preocupava em morrer, eu me preocupo, e conseqüentemente eu teria que cuidar dela também. Amanhã também seria lua cheia e nós vamos fazer tudo amanhã mesmo.

Eu me levantei da minha poltrona preferida e já ia me encaminhar para a torre onde fica meu quarto, me desviei um pouco da reta e fui à cozinha não tinha bebido nada durante toda a tarde, não que eu sentisse falta, eu detesto ter que beber água!

Sim, mas eu fui à cozinha e quando estava voltando para o meu quarto (isto já estava virando rotina) vi que a porta do quarto dela estava aberta, meus olhos traidores foram direto vasculhando o quarto, procurando ela, mesmo contra a minha vontade.

Ela não estava lá! Nem na cama, nem na escrivaninha, nem em lugar algum da droga do quarto! Senti a adrenalina fluir no meu sangue que já corria rápido pelas veias, será que mesmo com toda a proteção tinham conseguido invadir a mansão a levaram ela? Não é tão impossível assim em tempos tão funestos. Ou talvez a maluca tivesse saído sozinha por ai de noite e de lua cheia (francamente eu já estava ficando realmente pirado com toda esta história de lua cheia e lobisomem). Senti meu coração acelerar, eu comecei a correr pela casa, aterrorizado com as hipóteses que começavam a surgir na minha cabeça. Se ela estivesse morta, se ela fosse encontrada morta, quem é que iria acreditar na minha inocência? Com certeza os bonzinhos da Ordem iriam me linchar vivo, e eu seria preso, e se Virginia algum dia me visse de novo eu estaria louco, totalmente perdido na insanidade, preso em minha própria mente, trancafiado em uma das várias celas de Azkaban. Droga, droga! O que aquela besta quer sumindo logo agora, no meio da noite!

Vasculhava cada canto a procura de sinais dela, por onde meus olhos passavam, a varinha em punho pronto para o ataque. Eu corria cada vez mais rápido. Quando cheguei no terceiro andar eu passei desabalado pela porta da biblioteca e olhei de relance lá dentro, então eu vi os cabelos negros ondulados caindo em cascatas pelas costas e pelo rosto dela, então de repente eu coloquei a mão no peito como se assim pudesse regular a respiração descompassada. Meu coração se acalmou, e voltou a bater na velocidade normal, afinal estava tudo bem, ela estava apenas ali, lendo.

- Ah, você está aqui é?- eu perguntei, mas não obtive resposta, ela continuou calada, imóvel.

- Zatknis?- eu cheguei mais perto e pude ver, ela estava de olhos fechados, o primeiro pensamento foi “Meu Merlin, ela está morta!” então o desespero passado voltou todo de chofre. Eu me aproximei mais e pude ver o seu peito subindo e descendo, suspirando aliviado, ela estava apenas dormindo.

Eu então decidi acordá-la para levá-la ao seu quarto, ela estava toda contorcida em uma poltrona, chamei seu nome baixinho.

- Zatknis... - Esperei um pouco para ver se ela tinha alguma reação. Nada ela nem se mexeu. - Acorde, vá para o seu quarto. - continuava dormindo profundamente, então eu tentei novamente – Acorde Zatknis. – eu disse tocando no seu ombro. Foi impressionante no instante exato que eu toquei a minha mão no ombro dela, ela abriu os olhos e as suas mãos agarraram meu braço com força, ela deu um pulo e em três segundos já estava pronta para o ataque, parecia uma leoa faminta.

- Ah, é você? Você me assustou, Malfoy. – ela disse mais calma. Olha só quem está falando!

- Você também me assustou Srta. Eu não te encontrava em lugar nenhum, estava começando a achar que você tivesse saído sozinha por ai no meio da noite, ou que tivesse sido levada!

Ela apenas sorriu misteriosamente, como se soubesse algo que eu não soubesse ainda.

- Zatknis!- eu ralhei com ela, aquilo era totalmente irritante!

- Não tenho culpa, se você é paranóico, Draco!- ela disse, frisando o meu nome, e rindo.

- Eu paranóico?!- perguntei indignado.

- Exato!

- Eu não sou paranóico, Helena!- eu disse de volta frisando o nome dela também.

- Ótimo, já temos um começo.- ela disse satisfeita como se falasse com uma criança no jardim de infância explicando que dois mais dois são quatro.

- O que?!- perguntei sem entender.

- Você me chamou pelo primeiro nome uma vez, já estava me dando nos nervos, ouvir você falando “Zatknis falando " dando nos nervos, ouvir voc jm uam criança no jardimd e infancia ei seu nome baixinho.

” o tempo todo. – Ela disse saindo do cômodo e foi para o seu quarto, ainda com o sorrisinho nos lábios. Eu também fui me deitar, toda essa loucura já havia sido suficiente por um dia.

II Parte

Era noite e eu estava me preparando para sair, revisando cada detalhe do plano procurando qualquer eventual falha, por menos que fosse. Nós já tínhamos terminado de discutir tudo, primeiro acharíamos Greyback e depois a Zatkn... A Helena iria ficar lá de isca para atrair a atenção dele depois eu o acertava por trás. Se isto não desse certo, nós iríamos duelar realmente.

Teria que ser tudo na mais absoluta discrição possível, pois ninguém poderia nem sonhar que seria eu ali, ou a perfeita Ordem da Fênix perderia um de seus preciosos agentes duplos, atualmente tão escassos. Ninguém mais queria se arriscar assim, todos preferiam assumir um partido, ou ficar no seu canto esperando a sua hora de morrer chegar, é obvio que o loiro perfeito aqui não estaria arriscando a pele assim se não fosse por Virginia.

Bom era nisso que eu estava pensando quando eu ouço:

- Onde você guarda a faca de cortar pão? – eu não podia acreditar no que estava ouvindo, eu estava a beira de um colapso mental totalmente concentrado na missão de enfrentar um lobisomem em toda a forma, e ela estava com fome?! Preocupada com a faca de cortar pão! Meu Merlin eu realmente mereço!

- O que?!- perguntei incrédulo, então eu olho para ela – ela vestia apenas uma blusa de alcinhas preta e um short de malha preto também. No short dela havia várias ligas pretas em que se encontravam penduradas frascos com um líquido esverdeado, e um com o líquido cristalino. Os frascos tinham a ponta como uma agulha, pareciam ter sido feitos para injetar.

- A faca de pão, onde está?- ela insistiu.

- Você é doida ou o que? Nós no meio de um inferno, altamente tensos e você com fome?- eu disse me revoltando, afinal o que era aquilo?!

- Não é para comer sua besta! È porque faltou uma das minhas facas de atirar então eu acho que você não vai se importar se eu pegar a de pão emprestada, vai?- agora eu estava realmente espantado

- Certamente que não, mas você realmente acha que elas vão servir para algo?- eu disse sarcástico, afinal uma varinha era bem melhor.

- Não é você quem é a isca é? Não, então não se meta; ou você está duvidando das minhas habilidades?

- E se estiver?- só para ver o que ela diria.

- Se você estiver, eu posso arrumar outro alvo para provar que a minha pontaria é boa, um alvo mais loiro, pálido...- ela disse arrancando com força uma das quatro facas que estavam presas à liga da cintura, e apontou para mim sorrindo debochadamente.

- Não, não, continue treinando com o outro alvo mesmo.

- Mas e a faca de pão?

- Segunda gaveta a esquerda da pia. – eu disse depois de me lembrar de onde a ruiva costumava guardar, e quando ela virou as costas para mim e já ia saindo eu perguntei – Você vai com esta roupa?

- Quem me dera... - ela disse e saiu.

Ela definitivamente não era normal mesmo, por acaso ela achava que iria derrotar o lobisomem como? Como as dançarinas de cancan fazem?

Ela iria congelar! O que estava pensando? O inverno não estava mais tão forte, mas ainda não tínhamos chegado a este ponto.

Depois de um tempo eu decidi que estava na hora de me arrumar, daqui a pouco nós teríamos que caçar o lobisomem, então eu fui para o meu quarto e peguei um suéter justo preto, vesti uma calça preta e por cima uma capa preta. Resumindo, tudo preto.

Já disse que eu fico muito bem de preto?

Bom então eu desci as escadas e fui esperar Helena na sala, não demora muito e ela aparece, também toda de preto, com a mesma blusa de antes e uma saia preta, até o joelho...

Eu não era o único que ficava bem de preto.

- Você vai de saia?- eu perguntei levantando uma sobrancelha.

- Vou. Qual o problema?

- Bom... Eu acho... Nada, deixa pra lá.

- Como você acha que eu vou esconder esse bando de facas e venenos?

- Venenos?

- Amador...- ela disse balançando a cabeça em sinal de decepção, aquilo me irritou profundamente.

- Eu?! Amador, Zatknis?! - mas ela não em deixou terminar e me cortou no meio do insulto que eu ia dizer para ela.

- Se me chamar de Zatknis mais uma vez, eu vou mudar de idéia sobre a questão do alvo!- ela disse com um leve toque de irritação escapando na voz.

- Tudo bem Helena. – e nós aparatamos.

No momento em que eu senti o chão sobre os meus pés, eu senti algo frio escorrendo da minha cabeça para o resto do corpo, lembrava terrivelmente ovo, como se tivessem quebrado um ovo na minha cabeça. Eu olhei para ela e ela falou:

- Eu desiludi você – disse ela se desiludindo também. Olhei para mim mesmo, parecia um camaleão, não que tivesse adquirido a aparência de um, mas porque eu adquiria as cores do ambiente a minha volta, uma boa idéia dela.

Não demorou muito e nós ouvimos um uivo longe, mas nem eu, nem ela dissemos nada. Eu apenas apontei para a direção que parecia vir o som e seguimos andando naquela direção. Logo nos começamos a apressar o paço e não demorou muito estávamos correndo, os barulhos de uivos estavam se distanciando, então eu comecei a falar alto e andar fazendo muito mais barulho que o necessário, lembrei de uma coisa que estudamos no terceiro ano quando tínhamos estudado lobisomens com um outro lobisomem (que irônico), os bichos tem uma ótima audição ou coisa parecida, e precisávamos atraí-lo para nós.

Não demorou muito e ouvimos barulho de alguma coisa com pés definitivamente grandes correndo na grama, então Helena retirou o feitiço da desilusão, para que o monstro pudesse ver ela. Colocou uma das mãos na perna por baixo da saia, e com a oura disse para eu me esconder, depois disso só deu tempo de contar até cinco e o monstro apareceu desabalado, tomou impulso e pulou direto em cima dela.

Zatknis foi derrubada de costas para o chão, com um baque que foi no mínimo doloroso, e o monstro por cima dela, ele se contorcia tentando a todo custo morder o pescoço dela, que era a parte mais próxima dos dentes, eu definitivamente não queria estar no lugar dela.

Então finalmente chegou a minha vez, ela conseguiu sair das garras dele de algum modo, e os dois se separaram e ficara andando em círculos esperando para ver quem atacava primeiro. O lobisomem virou de costas para mim, era o que eu esperava.

- Estupefaça!- eu gritei, mas neste momento eu percebi a diferença entre um lobisomem e um lobo (alem do tamanho e dos dentes é claro), a pele. Nem todo feitiço penetra ali; ou seja, Greyback nem se virou para mim e investiu contra Zatknis de novo, desta vez ela estava preparada, enquanto eles rolavam no chão ouvi um ganido no meio do bolo de pêlos e pernas que eram os dois, então eu fiquei sabendo que ela tinha realmente encontrado a faca de pão, e bom, definitivamente eu não queria mais cortar nada para fins culinários com ela.

Eu vi que ela cravara a faca nas costas dele, e o lobisomem andava meio desnorteado para longe. Ela mirava nele e disparava um feitiço trás do outro, provavelmente ela também não sabia que a pele dele era tão resistente. Então foi a minha vez de me ver frente a frente com aquilo, ele voou para cima de mim, e eu corri como um desesperado, mas logo eu ouvi um baque forte atrás de mim, o lobisomem estava caído com duas facas cravadas nas costas e lá mais atrás vinha Helena correndo.

Ela me alcançou e me empurrou para o lado e se pôs entre mim e o bicho que mesmo com duas facadas profundas continuava vivo e estava se pondo de pé rapidamente.

Nunca vi nada tão difícil de se matar! Ele atacou, mas não ela, eu! Ele grudou em mim e eu tentava me desfazer dele de todos os modos, mas era difícil, ele me arranhava, e minha roupa já estava toda em frangalhos, ouvi outra seqüência de feitiços ao longe, helena ainda tentava me libertar com feitiços. Será que ela ainda não tinha percebido?

Até que ela desistiu da varinha e pulou em cima do monstro que estava em cima de mim, ela tinha uma faca da lâmina afiada encostada no pescoço de Greyback que por sua vez se levantou e parou de tentar me morder, ele se sacudia e tentava se livrar de Zatknis. O comensal uivou alto quando ela conseguiu enfiar a faca na sua barriga e eu ouvi ela gritar:

- Agora!

Eu não tinha entendido, feitiços não adiantavam naquela coisa, e eu não conseguia tirar os olhos daquela boca enorme escancarada. Então percebi! A boca! Na boca ele não tinha defesas, a pele não era tão resistente, ali as maldições e feitiços não iriam só ricochetear.

Então eu disse finalmente o que acabou com aquilo tudo.

- Avada Kedavra!- no mesmo instante ouvi um rumorejo e Greyback caiu no chão com um baque surdo. Então me deixei cair ajoelhado no chão eu estava muito cansado e machucado em alguns lugares.

Helena conseguiu sair de baixo do corpanzil do monstro e veio me ajudar, ela em abraçou forte e fez força para me levantar, foi uma sensação muito reconfortante eu quase esqueci onde estava e o cansaço pareceu em abandonar. Então ela me soltou e eu permaneci quieto de forma que tudo veio à tona novamente.

- Você está bem?- eu perguntei.

- Estou.- ela respondeu com a voz fraca e ofegante.

- Vamos logo então. - e logo depois aparatamos na propriedade.

Mas havia alguma estranha com ela. E logo eu vi. As vestes pretas de Helena estavam cobertas de sangue, ela ofegava violentamente com a mão na barriga, eu olhei e me alarmei na mesma hora, temendo pelo pior.

Ela viu minha expressão e para onde meus olhos apontavam e com isso disse:

- Não... Ele não me mordeu... Foram apenas as garras...

- Deixe-me...

- Não, eu vou aparatar na ordem, eles iram saber melhor o que fazer... Alem do mais você... Está muito... Cansado, durma.

E dizendo isso sumiu no ar, como é que eu poderia dormir depois disso, já estava amanhecendo. Sua barriga sangrava muito.

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