Capítulo 7



Cap. 7 Banheiro, confusões e feitiço de silêncio.

3 meses que ela se foi

Eu não fui para sede hoje, fiquei e casa organizando as idéias depois de tomar café. Eu precisava organizar o nosso plano de ação para matar o lobisomem. Passei toda a manhã, trancado no escritório, depois que Zatknis saiu (ela foi na sede) pensando e repensando, eu sabia onde Greyback ficava junto ao seu bando, em uma floresta pequena afastada, perto apenas de um povoado onde poucos bruxos moram.

A chance perfeita era quando ele saía para “caçar” ele sempre ia sozinho geralmente ele se contentava em arrancar pedaços das pessoas do povoado, mesmo que fosse estúpidas o suficiente para vagarem por ai em uma noite de lua cheia no meio do mato, (em sua maioria eram crianças). Quando estava com muita fome ou raiva, ou seja lá o que for, ele aumentava a dose.

Esta era a chance perfeita para atacar, ele não teria a quem recorrer, não poderia usar a varinha naquele estado (eu duvido muito que ele consiga segurar uma varinha com aquelas patas monstruosas).

Este era o problema as patas... Os pêlos... O focinho... Os dentes, principalmente os dentes... As garras! Era justamente quando ele estava transformado em lobisomem que o filho da mãe ia caçar! Óbvio! Esse era o único furo no meu plano perfeito. Se um de nós fossemos mordido era o fim. Adeus pele perfeita e corpo lindo, no lugar dos meus estimados cabelos loiros, pelos grossos e pretos iriam surgir toda noite de lua cheia.

Eu duvido que Virginia ainda fosse querer ficar comigo sabendo que levaria de brinde uma aberração instantânea uma vez por mês! Aquilo estava me estressando. Sabe o perigo de ser dilacerado por um lobisomem faminto não me alegra muito. Eu tinha que dar um jeito, passei bastante tempo pensando até que...

A porta do escritório se abriu e minha mão voou para a varinha, mas era só a Zatknis.

- Cheguei, Sr. Mau-humor.

- Ha-ha-ha.- disse fingindo uma risada falsa e sem humor

- Vamos almoçar? Estou morta de fome. - ela disse. Parecia alegre e não sei porque aquilo me animou um pouquinho.

- Já está na hora?- eu perguntei totalmente desorientado, nem tinha percebido o tempo passar tão rápido.

- Você está brincando?

- Que horas são?- perguntei novamente, afinal não podia ser tão tarde assim.

- São quinze para as duas. Você está realmente distraído heim?

- Nossa isso tudo!- é realmente poderia ser tão tarde assim, sim.

- Só por acaso, o que você estava fazendo que nem viu o tempo passa?- ela perguntou, é talvez eu tivesse que rever meus pensamentos sobre a relação que levávamos, ela é agradável. Geralmente eu teria me incomodado com a intromissão dos outros, mas desta vez não em incomodei. É talvez não fossemos só conhecidos.

- Pensando.- respondi a sua pergunta, não queria falar o plano agora, não com aquela falha, isso provavelmente iria assustá-la. Ela percebeu que eu não iria falar e não insistiu, então voltamos ao assunto do começo:

- Então você vai continuar ai até eu desmaiar de fome?- não consegui me conter e sorri levemente diante do drama que ela fazia.

- Não. – disse ainda rindo, levantei-me e nós fomos almoçar no lugar de sempre. A comida estava boa, conversamos algum tempo, rimos um pouco, serviu para tirar um pouco da tensão que tinha arranjado abrigo em mim.

Foi bem rápido, mas na hora que estávamos indo embora, choveu muito, desabou um temporal com direito a raio e trovoada, muita chuva mesmo, estava alagando as ruas, não tínhamos como ir embora.

Minha casa como, toda casa de bruxo que se preze, tinha toda a sua propriedade sob feitiço anti-aparatação, ou seja, não se pode aparatar dentro da propriedade Malfoy, então teríamos que aparatar bem em frente aos portões. E foi exatamente o que fizemos, aparatamos em frente aos portões de entrada com grandes “M”s cheios de arabescos, que eram o brasão da minha família, conjuramos um guarda-chuva para cada um e corremos em direção a porta, depois que eu desarmei os feitiços de segurança da mansão. O caminho passando pelos jardins, e o labirinto até as portas de mogno entalhadas também com o brasão, não é lá nenhuma maratona, mas ainda assim eu tive que diminuir o passo para pegar fôlego, e quando eu fui parando apareceu do nada uma poça enorme de lama esverdeada, na qual eu tropecei e inevitavelmente cai de cara. Uma queda ridícula!

Fiquei totalmente sujo de lama parecendo o monstro do lago Nesse, Zatknis começou a rir instantaneamente assim que me viu contorcido no chão, ela ficou tanto tempo parada que acabou se molhando por causa da chuva levada pelo vento. Ela esperou eu me levantar e entrou ainda gargalhando, eu entrei em casa altamente sujo e ensopado, subir até o meu quarto, nem em sonhos ou devaneios, logicamente, iria sujar a casa toda de lama. Então logicamente usei o primeiro banheiro que eu encontrei, sem nem reparar em que quarto era, sabia apenas que era no segundo andar. Entrei e tirei a roupa ensopada e enlameada do corpo, jogando-a aos meus pés, entrei no chuveiro, mas não antes de lançar um feitiço silenciador no ambiente, e xingar todos os xingamentos possíveis de se dizer de um fôlego só. Depois de me ensopar na chuva, e cair em uma poça de lama fedorenta e verde, não pode-se condenar ninguém por estar de péssimo humor. Ah não vamos esquecer que ainda assim o pensamento de como iríamos pegar Greyback ao deixava a minha cabeça, juntamente com os riscos que correríamos.

Droga! Minha vida estava uma merda, nada estava dando certo, nada vale a pena, em uma guerra medíocre, e lutando por um lado mais medíocre ainda o qual pouco importa se eu morro ou se eu sobrevivo, e eu sequer apoio seus ideais, pelo que eu estava lutando afinal?

Estava dando uma de herói (O que definitivamente não é meu papel preferido) e o que eu ganhava com isto? A resposta veio irônica e sarcástica na minha cabeça: Uma chance imperdível de ser morto ou virar um lobisomem, e eu ainda sou obrigado a me afastar da mulher que...

Eu realmente sou um sujeito de sorte.

Depois de algum tempo pensando ainda no plano e em como realizá-lo, ouvi o barulho da porta se abrindo, me virei rapidamente para ver quem era, e gritei:

- Estou aqui!- mas não adiantou em nada, Zatknis parecia não ouvir, então me lembrei, ela não poderia me ouvir, apenas eu podia ouvir ela.

Ela foi em direção a pia e se olhou no espelho, eu estava esperando ela se virar a qualquer instante para mim. Virei de costas rezando para que ela visse a minha varinha em cima da pia deduzisse a situação, o que estava acontecendo, e fosse embora, mas como os deuses têm algo contra mim, ou nunca atendem um Malfoy mesmo... Ela olhou para a varinha... Da varinha para as roupas espalhadas no chão... E finalmente para o box onde eu estava (devo acrescentar que o box daquele banheiro é de um vidro meio azulado, mas mesmo assim não em pede e olhar o que está dentro, ou neste caso quem).

Ela me viu e pareceu não se importar, mas então olhou novamente então seus olhos se arregalaram ao me ver de frente para ela.

- Droga...! É... Desculpe...! Eu... EU já estou indo.

E saiu ventando pela porta do banheiro, eu nem preciso mencionar o quanto foi constrangedor, realmente alguém lá em cima, não vai definitivamente com a minha cara.

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