Capítulo 6



Cap.6 Ter uma inquilina nem sempre é ruim.

Dois meses e uma semana depois que ela se foi

Bom, como você pode ver eu já estou convivendo há duas semanas e meias com a Zatknis, não é tão ruim como eu imaginava, ela cozinha bem. Toda manhã ela que faz o café, e o resto das refeições, nós saímos para comer alguma coisa, ela é bem divertida e engraçada, algumas vezes é bom ter companhia, afasta os pensamentos tristes.

No primeiro dia eu estava irritado no escritório, mas por incrível que pareça ela entrou lá e nós conseguimos sustentar uma conversa de mais de cinco frases. Alguns poucos momentos que eu estou com ela a saudade diminui, em tudo ela lembra Virginia. Acho que é a falta de convivência intima com alguma mulher, ai sempre que eu vejo Zatknis eu lembro de Virginia. Pequenos gestos ou manias, como a de coçar o calcanhar com o outro pé, e o jeito que ela dorme.

Noite passada eu desci para tomar água e a porta do quarto dela estava aberta, eu como o Malfoy que sou fiquei extremamente curioso, aquela porta me chamava. Ela estava dormindo reta, com o corpo de frente para o teto e os braços caídos ao lado do corpo, igual à Virginia depois que fez o treinamento para Híbrida, respirava leve e controladamente, muito bonita sim. Fiquei para lá por um bom tempo até ela mover um braço, então eu em dei conta do que estava fazendo e o que ela pensaria se acordasse e me visse ali de pé como um idiota olhando ela dormir?

Saí e voltei rapidamente para o meu quarto sem nem ao menos me lembrar o que eu realmente havia ido fazer.

II Parte (2 meses e duas semanas que ela se foi)

Eu já havia passado informações sobre novos planos de ataque do Lord para a ordem, já que o ataque passado não tinha dado certo. Então ontem Dumbledore nos convocou, eu, Zatknis, e os outros, para uma reunião de emergência; lá ele falou sobre quais eram os seus planos para a ordem e no fim explicou a cada um, o que fazer e qual seria sua parte no trabalho.

Quando acabou ele pediu:

- Sr. Malfoy e Srta. Zatknis, por favor, fiquem por mais alguns instantes, eu preciso falar-lhes.- assim ela e eu nos viramos para ele, nós já estávamos saindo, mas eu me contive e encarei aqueles olhos azuis de Dumbledore por trás dos óculos de meia-lua. – Como eu vejo, os dois já se conhecem, e estão se dando bem, o que é um bom sinal.- ele sorriu bondoso para ela, mas a mim pareceu que aqueles olhos escondiam um sorriso maroto de quem consegue um intento, mas aquilo logo saiu de minha mente. Onde aquele velhote queria chegar com aquilo? Eu passei a me perguntar, mas Zatknis ao meu lado parecia bem serena e paciente. – Vocês moram na mesma casa... Mesmo que por tempo indeterminado. - ele acrescentou frisando o indeterminado ao me ver abrir a boca em sinal de quem iria protestas, morar junto uma bosta de morcego anorexo! Zatknis estava apenas hospedada na mansão, ele falando assim parecia até que nós tínhamos alguma coisa, nem amigos nós somos!

- Onde você quer chegar? Por favor, vá direto ao ponto. - eu cortei o falatório asmático para que pudéssemos ir embora logo.

- Eu preciso dos dois.

- Para que?- eu disse sem muita delicadeza, e sem modos já perdendo a paciência.

- É Greyback .

- O que tem ele?- eu perguntei o mais rude possível, me irritava o modo como ele demonstrava indiferença a minha irritação, a sua voz calma.

- Ele está ameaçando e desconfiando de Lupin, que como vocês sabem, está infiltrado entre os seus iguais, quero dizer os Lobisomens. - tive vontade de alfinetar “E é lá que deveria ficar.” Mas não o fiz.

- Então você o quer morto?- esta foi a primeira vez que Zatknis falava na conversa, que até agora estava restrita apenas a nós dois.

- É... Como eu poderia dizer... Uma questão de sobrevivência coma-o antes que ele coma você.

- Tudo bem.- e a conversa se deu por encerrada com um aceno de cabeça do velho diretor, agora era matar aquele lobisomem o mais rápido possível.

Lobo Greyback

Sempre foi “amigo” de minha família, amigo entre aspas é claro, era mais um aliado que qualquer outra coisa, meu pai tina uma boa relação com ele, tinha respeito por ele e fingia existir alguma amizade entre os dois.

Já eu, para mim ele não fede nem cheira, nunca convivi muito com ele, apenas aproveitava o fato de ele ser “amigo” da família para conseguir o que queria. Intimidar é sempre uma boa prática e pode ter certeza que funciona e muito bem, eu sempre acabava com o que, ou quem queria na minha mão.

Greyback lidera os lobisomens do lado das trevas e era realmente perigoso, lunático também por sinal, eu tinha minhas dúvidas quanto a conseguir tirá-lo do caminho, tinha algumas idéias de como poderia fazer isso, mas seria arriscado, muito arriscado.

Sem contar que eu ainda iria ter que carregar a Zatknis comigo, que provavelmente só seria mais um peso para dificultar tudo. Nunca vi uma Híbrida agindo e nem tenho muita curiosidade por tal fato.

Eu sei, eu sei, minha noiva é uma, mas e daí? Eu nunca vi a Virginia em ação, sempre tentei com todas as forças argumentos, em fim todos os poderes que me cabiam faze-la não participar dos planos e se possível da Ordem, mas nem preciso afirmar que nisto eu não fui muito bem sucedido, tenho certeza de que ela participava mesmo assim escondida, fora das minhas vistas.

Mais de uma vez senti o gosto da famosa (e útil) poção do sono no meu suco, momentos antes de desmaiar pesadamente onde quer que estivesse. Normalmente eu estouraria a cabeça de quem ousasse me dopar de qualquer forma sem meu consentimento, mas não com ela, eu acho que confiava nela (ou a conhecia) o suficiente para saber que ela nunca teria coragem para me dar algo que fizesse realmente mau, ou algo do gênero.

Talvez a única pessoa em quem já confiei na vida.

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