Capítulo 2 - Olheiras, perda d



Cap. 2 Olheiras, perda de peso, e profunda falta de animo.

Faz uma semana que ela foi embora e eu já não estou nada bem, você nem imagina o quanto isto é vergonhoso. Eu decididamente sou uma dependente dela e eu não vou nem mencionar (nem preciso) que sinto a falta dela.

Tenho tido enxaquecas (sim eu sofro deste mau) minha cabeça freqüentemente parece que vai explodir de dor. Talvez, agora eu entenda que tipo de dor o Potter cabeça rachada sente. Que besteira! Estou uma semana sem ver aqueles cabelos ruivos reluzentes, e já estou tendo alucinações e me comparando com o idiota do Potter. Mas a dor de cabeça e o mal-estar geram uma onda crescente de mau-humor em mim, quase matei três vezes em uma semana, e olha, seria o meu recorde. E quando eu digo “quase” isso quer dizer que eu fui impedido.

Sai no tapa com um dos gêmeos malucos (Weasleys!), francamente, eu não entendo porque permaneço deste lado da guerra, todos aqui me odeiam e parecem pensar que eu irei denunciá-los a qualquer momento. Sempre me olhando como se eu tivesse duas cabeças ou alguma anormalia, o que não é o caso, eu sou totalmente perfeito.

Por isso eu briguei, todos sempre cochichando pelos cantos, falando sobre assuntos que eu não posso saber. Só existe uma diferença, alguns ao menos se esforçam para tentar esconder isto (o que em minha opinião não os torna melhores que os outros), outros fazem questão de demonstrar que eu não posso saber, como se eu não fosse digno de confiança. Um deles foi um dos gêmeos, não sei se foi Jorge ou o outro que eu não em recordo do nome, mas realmente não tem como saber. Eu entrei naquela sala mofenta e fedorenta, totalmente indigna de meus sapatos de grife e de todo o resto que eu trazia comigo. Indigna de qualquer Malfoy.

No exato momento em que eu piso naquele chão poeirento um dos gêmeos para de falar instantaneamente com o lobisomem e me olha com desprezo.

- Podem continuar eu não estou interessado no assunto - eu disse.

- Tudo bem, eu posso arrancar as suas orelhas, se você tentar ouvir. - disse aquela criatura insana, ele realmente não sabe com quem está lidando.

- Você não se atreveria, e eu não tenho tempo a perder com você. – tive que responder aquilo, quem aquele traidorzinho do sangue pensava que era? Eu já estava irritado, e aquele Weasley só estava piorando tudo.

- Pelo visto você não dorme por um bom tempo, nem come também. – disse me ignorando. – Isso é tudo falta do que comer, ou foi apenas uma torturazinha de trouxas revigorante na noite passada que te deu estas belas olheiras? – ele tinha razão, meu estado era deplorável, eu tinha realmente perdido muito peso e tinha enormes olheiras. Virginia realmente fazia muita falta. Mas em hipótese alguma aquele Weasley poderia falar assim de mim, o morto de fome ali, era ele e não eu!

- Lave a boca para falar de mim, seu traidor do sangue e adorador de trouxas. Que eu saiba os pobretões mortos de fome aqui são vocês e não eu. – eu disse, e a partir daí foi inevitável, nos atracamos a socos e tudo o mais que se tem direito. Por que fui gostar logo de Virginia? Logo uma Weasley!

Não demorou muito e o lobisomem veio correndo tentando nos separar, nem devo acrescentar que está tentativa foi em vão, eu dei um soco no nariz dele também, e ele saiu sangrando de lá. Eu e o gêmeo nos esmurramos mais um pouco, eu o soquei tanto (isso é uma terapia realmente prazerosa) que deixei um nariz quebrado um corte particularmente feio no supercílio e (será que posso chamar aquilo de lábios) os lábios completamente destruídos. Tinha realmente muito sangue, pena que ele não engoliu e se afogou com ele. Seria uma linda história, Weasley que morreu afogado no próprio sangue. Muito tentador, mas Virginia me mataria quando voltasse, isso é, se ela voltasse e eu ainda estivesse vivo para conta a história. Voltando aos danos físicos, alem de tudo relatado a cima eu também fiz questão de deixar alguns hematomas roxos isso inclui um olho roxo. Mas como o que é bom sempre dura pouco, logo veio o domador de dragões e o roqueiro doidão com o rabo de cavalo, acho que os nomes são Carlinhos e Guilherme ou algo parecido, acompanhados do lobisomem que ainda ostentava um nariz quebrado. Ambos não gastaram esforços manuais, nos estuporaram imediatamente.

Quando acordei estava deitado em uma cama de solteiro com a cabeça apoiada em um travesseiro macio, provavelmente de penas de fênix braças, muito caro por sinal (eu possuo um) enrolado em lençóis de linho branco. Ali não podia ser a casa dos Weasleys, impossível! Tudo naquele lugar era muito bonito e muito caro para aquela família. Sentei-me e senti o corpo bastante dolorido, me lembrei o que tinha acontecido da briga e depois eu sendo estuporado. Ah, se aquele filho da mãe tivesse deixado alguma marca ou seqüela no meu corpo perfeito; ele iria sofrer sérias conseqüências! Eu estava disposto a matá-lo.

- Você já está bem pelo que vejo.- eu demorei algum tempo para identificar a voz e a dona da voz, mas depois eu percebi quem era. Era a Black maluca, a mestiça do cabelo temperamental, a cada dia de uma cor, e ainda assim não consegui lembrar o nome dela. A percorri de cima abaixo com os olhos, ela não tinha nem um terço da beleza de Virginia, pelo menos não naquela forma, com os cabelos verde cana. Em resposta eu apenas bufei, ainda continuava irritado, do outro lado do quarto tinha um espelho. Então eu reconheci, aquele era um dos quinze quartos de hospede da mansão Malfoy; minha mansão! Como eu tinha ido parar lá? Eu passei a mão pelos cabelos para fazê-los para de cair nos meus olhos e ela continuou.

- Não se preocupe, já mediquei você e limpei seus machucados, os hematomas devem ter desaparecido, mas só iram para de doer amanhã pelo meio dia. De nada. - Ela disse isto tudo sorrindo levemente. Eu continuei em silêncio sorrindo levemente. Talvez ela pensasse que eu iria agradecê-la por tudo, estava redondamente enganada. Levantei-me totalmente da cama e fui ao banheiro, lavei o rosto e quando voltei, ela ainda estava lá, sentada na cama; o que ela estava esperando? Um convite para jantar? Certamente que não, ninguém pode ser tão ingênuo a este ponto. Será que ainda esperava um “obrigado”? Se fosse isso ela que tirasse o hipogrífo da chuva.

- Eu te trouxe para a sua casa e preparei o jantar... - depois acrescentou - Esperar um “obrigado” ou qualquer outro tipo de agradecimento ou demonstração de gratidão é tolice? - eu apenas respondi secamente:

- Sim. – agradecendo a todos os deuses por ter sido ela e não um dos Weasleys a vir me deixar, quanto ao jantar não sei se deveria comer, pois... Tonks! Lembrei. Tinha uma fama de estabanada e desastrada, e por acaso não era boa fama não. Quem sabe se ela não envenenou a comida mesmo sem querer.

- Você não é capaz disto Malfoy. – ela completou simplesmente, continuava sorrindo e aquilo me irritava.

- Sou capaz de coisas com as quais você nunca nem sequer sonhou. - eu disse. Ela e mesmo assim continuava sorrindo e disse:

- Você não me dá medo, Malfoy. – ela saiu do quarto antes de mim. Eu estava totalmente de mau-humor, tinha tido um dia realmente difícil, não tinha conseguido matar o Weasley ainda. Aquilo tudo era muita coisa para mim, mas a cerejinha que faltava no topo do sorvete era que eu ainda tinha que agüentar a minha prima maluca em atazanando a paciência.

Ninguém merece, eu só podia ter cometido um grande pecado mesmo, um daqueles bem horríveis mesmo na última vida e estar pagando nesta agora. Coisas do tipo matar o animalzinho de estimação preferido de Merlin e dizer que foi engano.

Eu caminhei até a minha cozinha e lá estava ela! A maluca me serviu e quando viu o olhar assustado e receoso que eu lancei a comida no prato, ela pareceu pela primeira vez naquele dia momentaneamente ofendida, levemente magoada e por um momento vacilou o sorriso.

- Pode comer eu não envenenaria meu próprio primo... - ela disse lendo meus pensamentos. – Nem por acidente. – ela acrescentou um pouco depois me deixando mais tranqüilo. NÓS jantamos! Isto mesmo, ela se sentou à mesa comigo sem nem ao menos ser convidada.

- E ai como anda o trabalho? – ela tentou puxar assunto.

- Indo bem como qualquer coisa que eu faça, é claro. - respondi normalmente, mas ela caiu na gargalhada quase que imediatamente. Eu não entendi muito bem, e coloquei o garfo na boca. Até que a comida estava boa, não era uma das sete maravilhas, mas era comida; e graças a Merlin... Não estava envenenada.

- Você é realmente muito egocêntrico mesmo, Malfoy. - ela disse, e também não pude me conter, ela me lembrou Virginia, às vezes ela dizia que tinha que manter alguma distância de mim se não meu ego não deixava espaço para o ar, de tão grande, também ri um pouco.

Logo que terminamos de comer ela se pronunciou novamente:

- Aqui tem uma biblioteca enorme, pelo que ouvi dizer. – e eu um pouco menos mau-humorado respondi:

- Sim, tem.

- Mostre-me. – disse Tonks na maior cara-de-pau mesmo, ela tinha vindo aqui em casa para fazer turismo era? Mas como perfeito gentleman que eu sou, levei-a para conhecer. Ela, como todos que vêm aqui, ficou maravilhada com a quantidade de livros, e eu como bom garoto mostrei tudo que aquela maluca me pediu.

- Você tem: “Memórias de um Bruxo no Alasca”? Este é realmente raro. - Tonks desafiou e eu não resisti em me exibir um pouco:

- Claro que tenho, e obvio que já li, quem nunca leu aquilo pode se considerar um exilado social. È um dos meus preferidos.

- Quero ver. -disse ela com autoridade, é ela realmente tem um pouco, mas nem que seja apenas uma gota de sangue Black correndo nas veias. Ou seria apenas pelo prazer de me desafiar? Até o então momento eu não sei. Minha vontade foi responder: “Então vai ficar querendo!”. Mas eu não fiz isso, de qualquer forma eu subi na escada mais próxima e alcancei a décima primeira prateleira com agilidade, corri os dedos pelos livros minuciosamente catalogados e selados com o ‘M’ de Malfoy.

Finalmente achei e desci com o livro na mão, e quando vi pela primeira vez naquele dia a expressão de admiração no rosto dela, como se não acreditasse no que seus olhos estavam vendo, valeu toda paciência que eu tinha gasto com ela. Se aquilo tinha sido um desafio eu soube de imediato que eu tinha vencido.

Tonks foi embora de noite e eu fiquei novamente só, até que ter companhia tragável de vez em quando, não poderia ser de todo o mau. Era uma das poucas pessoas na Ordem com as quais era possível manter uma conversa ao menos perto dos meus padrões. No fim do dia eu não estava tão irritado assim.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.