Capítulo VI
Capítulo VI
O Professor Slughorn os havia levado direto para uma pequena sala, onde todos os alunos do Primeiro Anos ficaram bem espremidos, ainda mais quando o professor se aventurou a entrar na sala com eles. Ele sorriu, indulgente, batendo uma mão na outra olhando para cada um dos rostinhos ali presentes, como se procurasse alguma coisa.
- Bem vindo a Hogwarts! – ele disse finalmente. – Eu sou o Professor Horace Slughorn, professor de Poções e Vice-Diretor nas horas vagas – ele permitiu-se dar uma risadinha convencida, esperando que os alunos se impressionassem. Vendo que a sua exibição não teve o efeito esperado, ele colocou as mãos atrás das costas e começou a falar em tom mais formal. – Dentro de instantes vocês serão selecionados entre Casas. Casas essas que aqui em Hogwarts serão bem mais que suas famílias. Serão sua obrigação. As quatro Casas são: Gryffindor, Hufflepuff, Ravenclaw e por último, mas nunca menos importante, Slytherin! Seus erros na escola custarão pontos negativos para sua Casa. Seus acertos, pontos positivos. E ao final do ano letivo, a Taça das Casas será entregue à Casa com mais pontos.
Ele parou por um instante, pensando se havia algo mais para ser dito.
- É tudo isso, eu acho... – disse, sorrindo ainda mais. – Agora só precisamos esperar que estejam... OH! – ele gritou, de repente, assustando a todos ao redor dele. - Mas eu não acredito no que meus olhos vêem! Você não seria filha de Marishka Zoroaster, seria?! – ele apontava diretamente para uma garotinha de cabelos avermelhados ao fundo da sala, que parecia bem assustada sem ninguém precisar chamar toda a atenção para ela.
- Éé... Minha tia – disse ela, encolhendo-se toda, querendo sumir.
- Há! Grande mulher a sua tia, minha jovem! – ele falou, alisando uma das pontas do bigode, ainda passeando com os olhos pelas crianças. – E vejo que o mais novo dos Lestrange também está aqui! Hohoho! – o seu sorriso se abria cada vez mais, seus olhos olhavam para todos e para cada um, cheios de cobiça. – E, pelos meus bigodes! O primogênito de Orion Black!
Sirius estava esperando por isso desde o primeiro momento em que o velho gordo começara a falar de famílias. Esperava que ele não o visse, ou não o reconhecesse, mas o Slughorn era melhor do que ele esperava.
- Não me orgulho disso, sabe? – não resistiu, dizendo em voz alta.
- Ah, mas é claro que... – ele parou, como se só agora tivesse entendido o que Sirius havia dito. Atrás de Sirius, James que tentava se esconder do olhar de Slughorn não conseguiu segurar uma risada o que, para sua infelicidade, lhe denunciou a posição. – Ora, ora! O filho único dos Potter!
James sentiu que até o seu cabelo murchava. Porque essa maldita morsa não calava a boca logo de uma vez, e os levava para o Salão Principal!? Mas o homem parecia que não ia desistir até citar toda a família de sangue-puro ali presente. Depois de Potter veio Carrow, Thornton, Avery, Bones...
- Mas vejam a hora! – ele riu, olhando para o relógio de bolso. – Aposto que já estão prontos esperando por nós! Como o tempo passa rápido quando nos divertimos, não é?
Só você estava se divertindo!, Lily disse em pensamento, os braços cruzados sobre o peito. O professor parecia estar se alimentando das famílias ali presentes. A cada reconhecimento, ele inchava mais, enchendo-se de si. Antes que saísse, porém, Lily reparou que os olhinhos interesseiros de Slughorn pousaram demoradamente sobre duas pessoas que ele sequer mencionara as famílias. O primeiro, um garoto de aparência muito abatida, que estava encostado a uma parede. A outra, fora ela própria, e ele tinha demonstrado ainda mais interesse por ela do que pelos outros. Por um instante ela se perguntou o porquê. Afinal, ela era apenas uma nascida trouxa. Não tinha uma família famosa para Slughorn se interessar.
Ela não teve tempo o suficiente para pensar mais nisso, entretanto. Pois o professor virou-se e saiu gingando pelo Saguão de Entrada, fazendo com que os alunos o seguissem de perto. Natasha olhava todo o lugar com assombro. Era a primeira vez que se encontrava em um lugar tão grandioso. Nem a casa dos seus avós era tão magnífica assim.
Mas ela ainda não havia visto o resto. Assim que as portas que levavam para o Salão Principal se abriram, sua boca abriu-se em surpresa. Se todo o Saguão e o exterior do castelo eram surpreendentes, nem se comparavam à maravilha que estava diante de seus olhos, na forma do Salão Principal. Centenas de alunos estavam sentados ali, todos divididos entre quatro grandes mesas. E logo à frente delas, havia outra mesa, onde estavam os professores.
A coisa mais impressionante, porém, não eram as mesas, nem as velas flutuantes. Era o teto. Se é que havia um. Parecia que estavam ao ar livre, pois era perfeitamente possível ver o céu estrelado sobre as suas cabeças. Gwen olhava aquilo com a mais profunda admiração. Nunca, nem em seus sonhos, imaginava que Hogwarts seria assim. Nada do que os outros filhos adotivos de Madame Dubois haviam dito se aproximava do que realmente era a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Os alunos foram postos lado a lado de frente para o resto da escola e, de repente, Peter Pettigrew se sentiu muito exposto. Todos aqueles montes de olhares fixos nele, como se esperassem que ele fizesse algo de extraordinário... E se ele realmente tivesse? Talvez ele fosse ruim o bastante para mandá-lo de volta para casa. A esperança é a última a morrer, afinal.
Slughorn – que havia desaparecido por um instante – logo voltou, trazendo consigo um banquinho que colocou em frente aos primeiro-anistas e, sobre o banquinho ele repousou algo que lembrou à Alice um chapéu completamente esfarrapado. O que esperavam que fizessem afinal? Por que não começavam a seleção.
Foi nesse instante que um rasgo se abriu à aba do chapéu e, para o espanto dos calouros, uma voz viva e profunda começou a sair dali...
Que mesmo depois de tantos séculos
Ainda costumo às pessoas estarrecer
Com as habilidades que tenho...
Pois já há mais de mil anos
Quatro grandes bruxos, sábios e poderosos,
Reuniram-se sob uma bandeira
A de educar alunos valorosos.
Dessa união é que surgiu este lugar.
Hogwarts, e há lugar melhor para se estar?!
Mas, mesmo sob união, há diferenças
Diferenças que devem ser levadas em conta.
E, por isso, cada um dos quatro fundadores
Um lugar só para os seus ergueu,
Para que a ninguém causasse afronta.
O nobre Godric Gryffindor fundou para si
Um lugar onde apenas pessoas como ele estariam:
Jovens corajosos e ousados de coração,
Ali encontrariam o seu irmão.
Já a doce Helga Hufflepuff, sempre boa e justa,
Criou para si um lugar sem distinção
Onde ficariam aqueles bons e justos
Sem ligar para sangue, raça ou religião.
A sábia Rowena Ravenclaw, por sua vez,
Que valorizava aqueles de mente aguda,
Ergueu para si lugar onde os de grande inteligência
Estariam entre os seus iguais, longe de qualquer demência.
Salazar Slytherin, por sua vez,
Olhava apenas para os nobres de sangue,
Para aqueles astutos e que não mediam esforços
Para o que querem conseguir, e foi
Para esses poucos astutos, que sua Casa foi fundada.
E durante anos, cada um selecionou,
Com vagar e sabedoria,
Os alunos que iriam educar.
Mas, o que fariam, quando a velhice os levasse?
Como ficariam os seus preciosos alunos divididos?
E foi assim, num golpe de extrema sapiência,
Que Gryffindor tirou o seu próprio chapéu,
E dotou-lhe de um cérebro, para que este objeto, então,
Os substituíssem quando não mais estivessem ali.
E agora, diante de vocês, essa herança continua.
Pois eu sou o próprio, não mais do que o único!
O chapéu da cabeça de Gryffindor!
Ainda vivo e pronto para mais uma árdua tarefa...
A de dividi-los, quem sabe para sempre...
Mas não se deixem enganar pelo que eu faço.
Por mais que eu os separe...
Não é isso o que deve acontecer bem no fundo,
Ali, dentro de seus corações...
Mary, que ainda estava boquiaberta com tudo que vira até ali, achava que sua mandíbula havia se deslocado do queixo quando o Chapéu Seletor começou a falar. Aquilo tudo estava sendo ainda mais impressionante do que ela esperava. E foi muito efusivamente que ela seguiu a multidão, dando ao Chapéu uma salva de aplausos animados.
Slughorn não era mais quem estava com eles agora. Ele havia sido substituído por uma mulher de cabelos negros e aparência severa, que levava consigo um longo pergaminho, que se desenrolava até o chão. Ela deu um leve pigarro, chamando o Salão de volta à atenção e começou.
- Quando eu chamar os seus nomes venham até aqui à frente e experimentem o chapéu. Ele os selecionará para que juntem aos seus novos colegas. HemHem... Pois bem... – ela deu uma rápida olhada no todo do pergaminho. – Avery, Sebastian!
Jean sentiu que relaxava quando ouviu as palavras da professora. Então era apenas colocar um chapéu idiota e seria selecionada! Menos mal... Sua mente já havia viajado várias milhas de distância, imaginando as mais absurdas tarefas mágicas possíveis.
- Slytherin! – o Chapéu anunciou em alto e bom tom para Avery, que logo deixou o banquinho, correndo para se juntar aos seus novos amigos, na última mesa à esquerda do salão, enfeitada com bandeiras verdes, estampadas com uma cobra de prata.
- Belby, Damocles!
Remus agora voltara a se sentir nervoso. E se aquilo que havia dentro dele o impedia de demonstrar mágica verdadeira? E se o Chapéu procurasse dentro dele e não encontrasse nada? E se, pior que qualquer outro pensamento, o Chapéu visse dentro de sua cabeça o seu segredo e o denunciasse para a escola toda?! O garoto não sabia dizer o que seria pior...
- Ravenclaw! – e dessa vez foi a mesa logo à direita da de Slytherin que vibrou. Sobre as cabeças de seus alunos, havia uma águia de prata repousando em flâmulas azuis.
- Black, Sirius!
Sirius sentiu que James lhe dava tapinhas animadores no ombro e então seguiu em frente. Sentou-se no banquinho de madeira e apenas por um segundo teve a visão de todo o Salão olhando para ele. Depois, o chapéu cobriu os seus olhos. Era a hora da verdade...
- Humm... Um Black. Mas... Que curioso... – Sirius podia ouvir perfeitamente bem a voz do Chapéu dentro de sua cabeça. O que era curioso!? Sirius sentiu que poderia esganar o chapéu se este tivesse pescoço. – Mas, eu realmente estou impressionado... Isso vai ser inédito! É, pois é! Que seja então... Gryffindor!
Foi necessário bem mais que dez segundo para Sirius assimilar o que o Chapéu havia decidido. Gryffindor... Assim que tirou o Chapéu, o garoto viu a primeira mesa à esquerda dar vivas, o leão dourado parecia rugir para ele. Gryffindor... Enquanto caminhava em direção à mesa de sua nova Casa, ele ainda não podia acreditar na decisão do Chapéu. Gryffindor! O garoto não pôde deixar de olhar para a mesa de Slytherin. Viu que a sua prima, Narcissa, trocava sussurros urgentes com um garoto mais velho e muito louro, com ar esnobe. Gryffindor... Sirius sorriu, mal acreditando na sua sorte. Ou seria azar? Uma coisa era certa: Assim que o seu pai soubesse, ele iria ficar realmente furioso. Isso apenas deixou Sirius de melhor humor.
- Err... – a mulher parecia impressionada com a decisão do Chapéu. Era sabido que não havia um Black fora de Slytherin. Até aquele momento. Pigarreou e olhou para o pergaminho. – Muito bem... Bones, Edgar!
- Hufflepuff!– o Chapéu rapidamente deu o seu veredicto e o rapaz foi se juntar à última mesa restante, encimada por um texugo negro, destacado no pano amarelo.
Lily mordeu o canto dos lábios enquanto Charity Burbage era selecionada. Começava a ficar nervosa a cada vez que chegavam mais perto da letra “E”. Não podia ter outro sobrenome? Talvez com a letra “Z”?! (“Hufflepuff!”) Não sabia se já estava preparada para o momento de se sentar naquele banquinho e ficar diante de todas aquelas pessoas. (“Carrow, Alecto!”) E se fosse um engano ela estar lá? (“Slytherin!”) Ora, acalme-se!, tentava incessantemente dizer a si mesma, mas era uma tarefa muito difícil. (“Crouch Jr., Bartemius!”) Letra “C”? Já?! A garota, ainda mais nervosa, não conseguiu evitar, segurou firmemente a mão do seu amigo Severus e respirou fundo.
- Slytherin!
- Evans, Lily!
Severus deu um último aperto de incentivo em sua mão e Lily caminhou em direção à mulher, sentindo que suas pernas talvez cedessem sob o seu corpo. Ela deu um sorriso animador para Lily quando a garota sentou-se no banquinho. E, a última coisa que ela viu antes de ter a visão barrada pelo velho Chapéu, foi a de Severus, piscando-lhe um olho.
Mas ela nem teve tempo de enregelar-se, pois, apenas um segundo depois do chapéu ter tocado os seus cabelos ruivos, ele deu o seu veredicto.
- Gryffindor!
- Oh, não! – Severus não conseguiu manter-se quieto ao ouvir para onde Lily havia sido mandada.
Gryffindor?! Não era isso o que ele tinha planejado! Durante os últimos dois anos ele tinha visto aquele momento em sua cabeça várias vezes! E em todas elas, Lily ia parar em Slytherin! E ele ia juntar-se a ele em seguida. (“Eyeful, Leah”) Algo estava errado ali! O Chapéu Seletor devia ter se enganado! Era para Lily estar indo se sentar à mesa de Slytherin, não à de Gryffindor. Ele a seguiu co os olhos enquanto ela corria para se juntar aos outros Gryffindors. Lily virou-se em direção a ele e Severus viu que ela sorria tristemente para ele. E aquele sorriso o entristeceu ainda mais. Maldito Chapéu!
- Slytherin!
- Fawcett, Harold!
Gryffindor... Lily repetiu em sua mente enquanto caminhava em direção à sua mesa. O que isso significava então? Que ela era corajosa como dissera o Chapéu em sua canção? Ou apenas que poderia ter ido ao lugar errado? Quando olhou para Severus, pode notar a grande decepção estampada em seu rosto. (“Ravenclaw!”) Será que ficariam separados? Ao chegar à sua mesa, o garoto que havia sido selecionado para Gryffindor antes lhe abriu espaço ao seu lado e Lily logo o reconheceu. Era o garoto que havia provocado Severus. No mesmo instante ela cruzou os braços e lhe deu as costas, focando os seus olhos na Seleção.
Depois de Harold Fawcett se juntar à mesa de Ravenclaw, vieram Kiss Fenwick (“Hufflepuff!”) e Martin Hughs (“Hufflepuff!”) e Natasha começou a irritar-se. Por que demorava tanto assim?! Às vezes ela via que o Chapéu levava bem mais de um minuto para fazer a sua escolha. Ele não podia apenas dizer qualquer Casa e andar logo com isso!? (“Igmon, Morgause!”) Cada segundo que um aluno passava com o Chapéu na cabeça para ela durava uma eternidade! (“Ravenclaw!”) Parecia que nunca chegaria o seu nome, até que...
- LeBeau, Natasha!
- Vai lá, Ianque. – James piscou, cruzando os braços e Natasha apressou-se a obedecê-lo.
Antes tarde do que nunca!, pensou, enquanto a professora lhe coloca o chapéu surrado na cabeça. Agora sim, o Chapéu podia demorar o tempo que quisesse!
- Mas que difícil você, jovem... – ele disse em sua cabeça. Difícil?! Oras, como se... – Atreve? Oras, eu vejo tudo o que está aqui dentro e... Ah, mas tem muito de cada Casa em você! Coragem, inteligência, honestidade, superioridade... – Natasha achou melhor calar seus pensamentos. – Mas, onde seria melhor? Hum... Vejamos. – ANDE LOGO! – Oh! Mas que impaciência! Melhor então que seja: Gryffindor!
- Oh, não! – dessa vez foi Sirius quem não pôde evitar o muxoxo.
Ele segurou a cabeça entre as mãos enquanto via a garota mimada tirar o Chapéu da cabeça e entregá-lo direto às mãos da professora. Havia três outras Casas em Hogwarts. Por que ela não tinha ido parar com a corja de alunos de Slytherin?! Seria o lugar perfeito para alguém mimada como ela.
Com outras três Casas por que você não foi parar em Slytherin?! Era exatamente o que Natasha pensava enquanto se aproximava da mesa de Gryffindor. (“Lestrange, Rabastan!”) E, mesmo que estivesse profundamente desgostosa, lançou a Sirius Black um olhar de extrema superioridade quando se sentou do lado da garota ruiva. Se for para ser assim, que ele ficasse aos pés dela, como qualquer babaca deveria ficar.
- Slytherin!
- Lupin, Remus!
Foi o sorriso doce de Gwen que fez Remus dar o primeiro passo em direção ao Chapéu, tentando parecer confiante. Mas temia desmaiar ali, na frente de todos. Parecia que seu estômago estava guerreando dentro de si! Ele já conhecia a mulher que estava ali, com o chapéu nas mãos. Minerva McGonagall havia ido com o diretor da escola, Albus Dumbledore, visitar os Lupin várias vezes durante os últimos meses, para tratar da segurança de Remus dentro da escola. Ela deu a ele um sorriso que não parecia pertencer ao seu rosto e colocou o Chapéu sobre sua cabeça.
- Ora, mas que peculiar... Lupus... – Remus gelou. Será que apenas ele mesmo quem conseguia ouvir o que o chapéu dizia? Esperava que sim porque, naquele momento, ela sabia que o seu segredo havia sido descoberto pelo Chapéu Seletor. – Pois bem. Gryffindor!
Mas, pelas vivas e palmas da Casa para a qual acabara de ser selecionado, sabia que nada do que o Chapéu dissera havia sido ouvido, além de: Gryffindor. Ele sorriu aliviado e acenou para Gwen enquanto ia se juntar aos outros Gryffindors. Ele mal olhou para os outros quatro que já haviam sido selecionados. Agora que se sentia bem mais calmo, queria é esperar para ver se Gwen se juntaria a ele.
As próximas que foram selecionadas foram as irmãs Macdonald. E Jean ficou feliz ao não ser separada da irmã, pois, uma após as outra, as gêmeas foram mandadas direto para Gryffindor, sob grandes ovações da mesa. Em seguida veio McKinnon, que foi logo juntar-se aos Ravenclaws e, logo depois dela, Dorcas Meadowes foi selecionada para Hufflepuff.
Gwen realmente esperava ir juntar-se à Remus em Gryffindor. Durante onze anos, nunca havia feito muitos amigos. (“Morpheus, Lycan!”) A única amiga que se lembrava de ter, era a sua colega de quarto na casa de Madame Dubois, Josephine Uthergus, que estava no terceiro ano, na Casa Ravenclaw. (“Ravenclaw!”) Mas nunca, nem com Josephine, se sentira tão bem conversando quanto como com aquele garoto desconhecido. Sabia que havia algo de estranho nele. Mas também sabia que eram bem parecidos.
- Mulciber, Butcher!
- Slytherin!
- Pentice, Gwen!
A garota tentou colocar o cabelo atrás da orelha, mas já devia ter se habituado que aquilo era vão. Ela sorriu para a professora e sentou-se no banquinho. E o Chapéu bloqueou a sua visão.
- Seu coração pede uma coisa... – começou o Chapéu, bastante introspectivo. – Sua mente diz outra. Mas o seu sangue grita outra, completamente diferente. Você é realmente complicada, menina... – Ele ficou em silêncio por alguns instantes. Gwen apertou com força os lados do banquinho. – Sabe, eu devia pô-la em Slytherin... – O Chapéu disse e Gwen sentiu o sangue gelar. – Mas eu temo que seria um grande erro se fizesse isso... Então, que seja... Ravenclaw!
Gwen não sabia se se alegrava ou decepcionava. Afinal, ela pensou enquanto deixava o Chapéu nas mãos da professora e seguia para sentar-se logo ao lado de Josephine, havia ficado junto com sua amiga. Longe do seu novo colega, entretanto. Mas o Chapéu cogitara colocá-la em Slytherin e ela sentia que isso seria a pior coisa para ela. A pior pessoa que conhecia - Malcolm Jugson - era daquela Casa. E dos filhos adotivos de Madame Dubois, ele era o único que tratava Gwen com desprezo e nunca a Gwen ele lhe parecera uma boa pessoa.
Já Remus estava realmente triste com a escolha dos lugares. Não sabia se sentiria confiante o suficiente para fazer amizade com os outros com os quais iria dividir o quarto. Será que ele podia trocar de Casa? Mas ele sabia que não.
- Pettigrew, Peter!
Ele olhou para Alice, pedindo por socorro. Mas, ao invés de protegê-lo, a garota empurrou-o em direção ao Chapéu Seletor. Ele podia jurar que o sorriso que ela dera era maquiavélico. Mas, vencido, ele arrastou-se até o banquinho e sentou-se. O Chapéu quase cobriu toda a sua cabeça e Peter começou a se sentir sufocado.
- Mas que cabecinha temos aqui! – Peter quase caiu pra fora do banco quando o Chapéu começou a falar dentro da sua cabeça. – Ora, fique calmo. Eu não mordo! Vejamos então para onde eu vou te mandar... Você é bem Covarde sabia? – Peter não gostou de ouvir isso, mesmo sabendo que era verdade. Como aquele chapéu ousava dizer aquilo?! – Ah, mas eu sinto que eu seu lugar não é outro senão... Gryffindor!
Peter não podia acreditar. Gryffindor?! Ele?! Achava que não teria magia suficiente nem para ser selecionado! E, de repente, ele é mandado direto para a Casa dos corajosos?! Devia ter havido um grande erro aqui. Ele se levantou do banquinho e entregou o Chapéu à mulher. Ia abrir a boca para dizer que o Chapéu devia ter se enganado, mas, ao ver o olhar duro da professora, acovardou-se e foi caminhando até a sua mesa, sem deixar de tropeçar nas vestes.
- Potter, James!
Olhando para os rostos ao redor, James achava que era a única pessoa ali que não estava nem um pouco nervosa. Muito displicente e calmo, ele caminhou até a professora Minerva McGonagall e deu-lhe um grande sorriso bem confiante que ela retribuiu. Não era de hoje que os dois se conheciam. James sentou-se no banquinho e a bruxa colocou-lhe o Chapéu sobre sua cabeça. Ele mal havia lhe tocado os cabelos e já anunciava:
- Gryffindor!
Exatamente como ele esperava, a professora tirou-lhe o Chapéu e sorriu, bastante orgulhosa enquanto o garoto caminhava rapidamente para a sua mesa, juntando-se aos seus novos colegas. Empurrando o garoto de aparência abatida para o lado, ele se sentou logo à frente de Sirius, cumprimentando-o com um aceno de cabeça.
- Quebrou a tradição, cara!
- Não sabe como eu estou orgulhoso – sorriu de lado, curvando a sua cadeira um pouco para trás.
- Prewett, Gideon! – um garoto ruivo avançou.
- Seu pai vai ficar muito feliz, né não? – James curvou-se para frente, apoiando o queixo nos braços cruzados sobre a mesa.
- Posso até imaginá-lo distribuindo doces para as crianças trouxas, de tão feliz! – ele riu, coçando a cabeça.
- Hufflepuff!
- Vocês não teriam outra hora pra conversar? – Lily virou-se para os dois, sussurrando entre dentes.
- Ooooooo... – os dois disseram, imitando-lhe a voz novamente.
- E aí, “Foguinho”? – Sirius disse, se aproximando um pouco dela, - acha que o nosso amigo Ranhoso vai vir nos fazer companhia?
Lily bufou e virou-se de costas para a dupla, enquanto eles riam. A professora chamou por Reynolds, Tara e a ruiva pediu silenciosamente que Severus não viesse para Gryffindor. Se o garoto fosse fazer parte daquela Casa, James Potter e Sirius Black transformariam a vida dele num inferno! E, de inferno, já bastava a vida que Severus levava em sua casa em Spinner’s End.
- Hufflepuff!
Enquanto os nomes iam correndo, Severus travava uma enorme batalha dentro de si. A em que Casa ele queria ficar agora. (“Rookwood, Augustus!”) A ida de Lily para Gryffindor havia estragado todos os seus planos! E agora o garoto estava dividido entre querer se juntar a Lily, tendo que aturar os garotos insuportáveis da cabine, (“Ravenclaw!”) e continuar como que quisera desde que se conhecia por bruxo: ir para Slytherin.
- Rosier, Evan.
Outra coisa que era gritante dentro de Severus, era a necessidade que tinha de alegrar a sua mãe. Eileen Snape nunca tinha alegrias em sua vida. A vida com Tobias Snape era angustiante e sufocante para a mãe de Severus. (“Slytherin!”) Brigas quase todos os dias e agressões. A última verdadeira alegria que ela tivera fora quando conseguira a bolsa de estudos para o seu filho, em Hogwarts. E Severus sabia que, se ele fosse para a velha Casa de sua mãe – Slytherin – ela iria ficar muito orgulhosa, e com certeza agüentaria melhor a violência do marido.
- Snape, Severus!
O garoto caminhou em direção à sua Seleção, ainda com os seus pensamentos em profunda confusão. Mas, quando o chapéu tocou os seus cabelos, ele não demorou a tomar a sua decisão.
- Slytherin!
Severus deixou o Chapéu Seletor com a professora e caminhou-se em direção ao que lhe havia sido reservado. Longe da única amiga que tivera. Os dois em completos opostos. (“Stubb, Mitchel!”) Quando se sentou à mesa, ainda sendo ovacionado, um garoto mais velho e louro, que usava um distintivo de monitor na capa, deu-lhe tapinhas nas costas, saudando-o. Mas Severus não se sentia realmente satisfeito. (“Ravenclaw!”) Tentou ver Lily do outro lado do Salão. A menina também olhava em sua direção. E ele sentiu-se arrasado por vê-la tão distante. Mas a garota, ao contrário dele, estava aliviada. Achava que Severus havia se livrado de uma grande enrascada.
- Thornton, Alice!
Ela não conseguiu se mexer. Ao ouvir o seu nome ser pronunciado em alto e bom som, sentiu que todas as partes do seu corpo haviam paralisado! Não conseguia se mexer, não conseguia respirar... Achava até mesmo que os eu coração havia parado!
- Thornton, Alice! – a professora voltou a chamar, procurando pela menina. – Alice Thornton está aí?
Ora, que papelão, Alice!, disse a si mesma, enquanto começava a ouvir os sussurros atrás de si. Envergonhou-se imensamente. Nem Peter havia paralisado daquela maneira. Fechou os olhos e respirou fundo, dando o seu primeiro passo à frente. Mas percebeu que havia se esquecido de abrir os olhos novamente e acabou por não ver o banquinho, trombando com ele, derrubando-o com grande estrondo, caindo junto ao chão.
O Salão Principal explodiu em risadas e a garota sentiu o rosto esquentar, como se estivesse em chamas. Com a ajuda da professora, ela levantou-se e arrumou o banquinho, ainda envergonhada demais. Sentou-se com cuidado e deixou que lhe colocassem o Chapéu sobre a cabeça. Mas logo veio a sua resposta de para onde iria:
- Gryffindor!
Com um grande sorriso de alívio, ela entregou o Chapéu à professora e saiu correndo para juntar-se a Peter – que também estava radiante com a novidade. Quase desabou no chão novamente, tropeçando na barra das vestes, mas endireitou-se, evitando uma nova série de risadas. (“Townsend, Shtriga!”). Jogou-se na cadeira ao lado do amigo e finalmente respirou aliviada.
- Foi muito ridículo? – perguntou, incerta.
- Deu pra rir bastante – Peter disse, com um sorriso mais animado no rosto.
- Slytherin!
- Pelo menos ficamos na mesma Casa! – ele continuou, segurando a mão dela.
- Vance, Emmeline!
- É sim! – ela sorriu, apertando-lhe os dedinhos gorduchos e depois se virando para as irmãs Macdonald. – E vocês também!
As gêmeas, que prestavam atenção à Seleção, a boca reabrindo-se a cada vez que o Chapéu falava, viraram-se atordoadas para Alice, que riu ao ver as caras impressionadas da irmã.
Depois que Emmeline Vance foi mandada à Ravenclaw, foi a vez de Louanne Wilkes e Juno Zoroaster serem mandadas para Hufflepuff. E então a professora enrolou o pergaminho com apenas um movimento de mãos. O Chapéu Seletor fez uma última reverência para cada uma das quatro mesas e a professora pegou-o, assim como o banquinho, tirando-os de vista.
A Seleção havia acabado.
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Disclaimer: E, para esse capítulo, um disclaimer especial [novamente, já que há uma cena rigorosamente tirada de Harry Potter and the Deathly Hallows, novamente!] Harry Potter e todos os personagens da série pertencem única e exclusivamente à J.K. Rowling. Mas a tia Jo é legal o suficiente pra deixar a gente usá-los para nos divertir:D Te amo, Tia Jo!!! \o/
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AH! E já ia esquecendo... Como disse no último capítulo, eu criei um flog dos Marotos! /o/ Só que, às vezes, aparece umas coisas que não são marotos! xD
Bom, aí está o endereço:
http://www.fotolog.com/marauders4ever
Beijos,
→ Tαsh LeBeαu
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