Memórias e coisas estranhas

Memórias e coisas estranhas



Capítulo 6 – Memórias e coisas estranhas

Harry estava sentado em frente a Rony com o tabuleiro de xadrez entre eles, distraído. Suas peças estavam olhando para ele com olhares acusadores, fazendo com que ele olhasse mais ao redor da sala do que encontrasse seus olhares de desapontamento a cada jogada que fazia. Hermione estava lendo um livro enorme e pesado, o que o fazia pensar com divertimento se o principal objetivo dela no momento era ler um livro tão largo quanto ela mesma.

Ele estava perdendo feio, mas não estava realmente muito concentrado no jogo. Estava pensando que estava na hora de contar a Rony e Hermione sobre a profecia. Tinha passado o dia todo tentado reunir coragem o suficiente para fazê-lo, mas sempre parecia achar uma desculpa para deixar para depois.

“Xeque-mate”, disse Rony, enquanto seus peões começaram a aplaudir sua performance. Ele não parecia tão satisfeito com a vitória. “Harry, eu não acho que sua mente estava no jogo em momento algum. Foi muito fácil, mesmo com meus padrões normalmente devastadores.”

Harry suspirou. Era melhor acabar logo com isso. “Tem algo que a gente precisa conversar a respeito. Uma coisa que Dumbledore me contou no final do ano passado. Uma coisa ruim.”

Hermione levantou os olhos de seu livro, alarmada. “O que é, Harry?”

“Aqui não. Acho que a penseira pode ajudar com isso. Vocês poderão ver por si mesmos”, disse ele.

“Está bem, Harry. Vamos até o lago então?” disse Hermione.

“Sim, acho que lá seria um bom lugar. E também – eu acho que gostaria que a Gina também ouvisse isso.” Harry desviou os olhos, um pouco embaraçado.

“Gina? Tem certeza?” disse Rony.

“Sim. Isso, er, tem a ver com Voldemort. E como ele tem que ser derrotado. Gina lutou sua própria batalha com Riddle. E depois do que aconteceu no ministério, eu acho que ela tem o direito de saber disso. Onde ela está?”

“No quarto dela, eu acho”, disse Rony.

Harry subiu as escadas e pegou a mochila onde tinha guardado a penseira em seu quarto. Depois foi até o quarto de Gina, que estava com a porta aberta. “Gina?”

Gina estava deitada em sua cama, lendo um livro. Harry espiou um pouco mais perto e viu que era um livro de Defesa. “Eu não sabia que você estava lendo livros de Defesa. Ele parece ser bastante avançado, na verdade.”

“Eu tenho que estar pronta para as reuniões da A.D., não é?” ela disse, sorrindo. “O que foi?”

Harry estava sorrindo, mas com a pergunta sua expressão ficou séria enquanto se lembrava do motivo de estar ali. “Bem, uma coisa aconteceu no final do ano passado. Dumbledore me contou – uma coisa. Eu ainda não contei pra ninguém. Eu estou indo contar para Rony e Hermione, e – eu gostaria que você também soubesse.”

“Você quer que eu vá também?” ela disse cautelosamente.

“Sim.” Harry olhou ao redor, como se alguém pudesse estar escutando. “É sobre derrotar Voldemort. Você lutou sua própria batalha com ele, e eu – acho que você merece saber disso. Gina, não são boas noticias, er, para mim.”

Gina pareceu preocupada. “Harry, o que quer que isso seja, eu tenho certeza que você vai conseguir superar, como sempre conseguiu.”

Harry deu um sorriso fraco para ela. “Vamos? Eu vou mostrar a vocês usando a penseira e nós estamos indo até o lago.”

Gina se levantou e desceu as escadas onde eles encontraram Rony e Hermione, os quais tinham olhares preocupados nos rostos. Todos eles saíram da casa e caminharam até o lago em silêncio, a luz do sol de meio de tarde iluminando através das árvores. Eles acharam um bom lugar perto da água e se sentaram. Harry tirou a penseira de sua mochila e quebrou o silêncio tenso.

“Certo. Dumbledore me contou algo em seu escritório depois do ministério no ano passado. Uma coisa – difícil de escutar. É sobre a profecia que foi destruída no Departamento de Mistérios. Dumbledore me contou o que a profecia dizia.”

“Como ele poderia te contar isso se a profecia foi quebrada?” perguntou Rony.

“Porque Dumbledore estava lá quando a profecia foi feita. Feita por Trelawney”, disse Harry.

“Trelawney?” Rony disse duvidosamente.

“Isso não foi uma de suas leituras em borrões de chá. Foi uma das profecias verdadeiras que ela fez. Dumbledore acredita nisso.”

“Okay. Então o que ela dizia? O que é tão ruim nisso?” disse Rony.

Harry suspirou. “É melhor vocês ouvirem por si mesmos.”

Harry levou sua varinha de encontro a sua têmpora e colocou a memória na penseira. Tocou com a varinha na substância estranha, enquanto dizia o feitiço que faria com que a memória fosse mostrada na superfície da penseira. Trelawney começou a falar, repetindo a profecia.

“Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar...”

Rony, Hermione e Gina estavam sentados paralisados enquanto escutavam a profecia. Um longo silêncio se instaurou enquanto eles assimilavam as palavras.

“Oh, Harry, eu sinto muito”, disse Hermione, finalmente. “Você tem vivido com isso o verão todo?”

“Harry, amigo...” Rony disse fracamente. Ele parecia não saber o que dizer.

Harry contorceu-se. Sabia que essa seria a reação. Ele detestava pena.

Gina, no entanto, parecia ter se recuperado e parecia pensativa. “Isso é – interessante, não é?”

Harry piscou ao ouvir aquilo. “Bem, essa não é bem a palavra que eu usaria, mas...”

“Harry, você não vê? São boas notícias, de um certo ponto de vista”, disse Gina, com um olhar decidido.

“Boas noticias?” Rony disse, incrédulo. “Você ficou maluca? Você ouviu o que isso falava? Harry ou Você-sabe-quem tem que morrer!”

“Sim, dizia. E o que há de novo nisso? No caso de você não ter notado, Você-sabe-quem já tentou matar Harry quatro vezes, antes mesmo da gente saber sobre a profecia. Você achava que ele ia parar de repente de tentar? Nós já sabemos que ele quer Harry morto.” Gina fez uma careta e se virou para Harry. “Desculpe Harry, eu não queria que isso soasse tão ruim assim.”

Harry teria sorrido se o assunto não fosse tão terrível. “Não, você está certa. Não são exatamente grandes novidades. Mas qual é a boa noticia?”

“A boa notícia é que a profecia diz que você pode vencer. Harry, não existem mais duvidas. Não é uma questão de será que você pode derrotá-lo. Você pode. Você ‘tem um poder que Você-sabe-quem desconhece’.”

“Mas Gina, não fala que ele vai derrotá-lo”, disse Rony.

“Ele vai.” Gina disse, confiante. “Olha, quantas pessoas escaparam de Você-sabe-quem quatro vezes? Ainda mais tendo quinze anos de idade? Isso sem contar Harry derrotando Tom Riddle. Não parece que algo como – destino – está trabalhando aqui?”

Harry sentiu-se um pouco embaraçado com a segurança dela. Mas de algum jeito também se sentia melhor. Ele não tinha pensado naquilo por aquele lado – o que realmente tinha mudado? Voldemort estava tentando matá-lo de qualquer jeito, mas agora ele sabia que era possível vencer. A profecia dizia isso. Ele só tinha que descobrir como. Ainda poderia morrer, mas ele tinha uma chance.

“Eu concordo com a Gina”, disse Hermione. “Mas a questão é, qual é o poder que Harry tem? Dumbledore te disse o que era, Harry?”

“Não, não diretamente. Ele só disse que há uma sala no Departamento de Mistérios que contém o que quer que seja o meu poder, e que Voldemort não tem nem um pouco disso. Ele também disse algo sobre ‘meu coração’ ter me salvado quando Voldemort tentou me possuir no final da batalha.”

“É por isso que Voldemort tentou te matar quando você era um bebê?” perguntou Hermione. Rony tremeu ao escutar o nome e ela lhe lançou um olhar irritado.

“Sim, mas Dumbledore também disse que Voldemort só escutou a primeira parte da profecia. Só que eu nasceria, mas não a parte sobre ‘o poder que o Lorde das Trevas desconhece’. É por isso que ele queria escutar o resto dela”, disse Harry.

Todos eles ficaram em silêncio, considerando. Harry pensou em mencionar que Neville tinha sido outro candidato, mas isso não parecia relevante e tecnicamente isso era da conta apenas de Neville de qualquer jeito. Dumbledore já tinha dito a ele que não havia nenhuma dúvida que a profecia era sobre ele.

“Eu apenas não sei o que devo fazer”, disse Harry. “Isso está sendo muito frustrante.”

“Bem, Harry, Dumbledore deve ter um plano para tudo isso. Eu acho que tudo que podemos fazer é confiar nele”, disse Hermione. “Talvez quando nós retornarmos para a escola nós possamos aprender mais.”

Confie em Dumbledore. Harry sabia que era um pouco injusto, mas toda essa idéia de confiar em Dumbledore o tinha levado à batalha do ministério. Dumbledore sempre pareceu perfeitamente o sabe-tudo. O fato dele ter admitido fraqueza tinha feito Harry começar a pensar de que ou quem ele poderia depender.

No ano anterior ele se sentiu como uma rolha no oceano, sendo atirado aos caprichos de Voldemort, da Ordem e de seus professores. Tinha percebido que não poderia mais depender dos outros para se proteger. A profecia dizia que ele tinha que matar ou ser morto, então não havia nenhuma proteção que poderia ser oferecida a ele.

E francamente, ele estava cansado de ser manipulado pelos outros. A Ordem poderia fazer o que quisesse, ele não se importava mais. Talvez Dumbledore contasse a ele o que estava acontecendo ou talvez não. Mas Harry iria tomar o controle das partes que podia e certamente iria treinar e ter certeza de que estaria preparado para a próxima batalha.

Harry percebeu que todos os outros estavam olhando para ele enquanto tinha estado pensando.

“Sim, bem, nós vamos ver”, disse finalmente.

“Vamos voltar?” perguntou Hermione.

“Vão vocês. Acho que quero ficar sozinho um pouco para pensar”, disse ele.

“Está bem, Harry. A gente se vê depois”, disse Rony.

Parecendo preocupadas, Hermione e Gina concordaram e saíram com Rony.

***

Rony sentou-se em sua cama, algumas semanas depois de Harry ter contado a eles sobre a profecia. Todo mundo tinha ido para a cama, mas pensamentos demais estavam passando por sua cabeça, não lhe deixando dormir.

Depois de ter contado tudo aquilo, Harry começou a desaparecer por longos períodos de tempo. Rony não tinha certeza do que estava acontecendo com ele, mas decidiu que quando estivesse pronto, ele iria voltar. Ouvir sobre a profecia tinha sido chocante, mas Gina estava certa. Não era como se Harry já não tivesse Você-sabe-quem tentando matá-lo.

Desde esse dia, Rony e Hermione tinham começado a passar mais tempo juntos. A tensão tinha começado a crescer vagarosamente dentro dele, e ele estava confuso com aquilo.

Normalmente ele se divertia muito com Hermione, e ainda se divertia, mas esse ano estava diferente. Ele não tinha certeza do que estava sentindo, mas resolveu que iria descobrir. Isso tudo está me deixando maluco, pensou.

Estava cuidadosamente mapeando sua estratégia, como num jogo de xadrez. Avalie seu oponente. Preste atenção em sua estratégia e ajuste-se de acordo. Isso era a chave no xadrez. O que isso significava no caso de Hermione era que ele precisava descobrir exatamente como ela se sentia. Iria precisar de astúcia e táticas inteligentes para descobrir isso sem que ela percebesse o que ele estava fazendo.

“Claro, nós estamos falando de Hermione aqui, a rainha da observação. Como eu vou fazer isso sem que ela descubra?” ele disse alto para si mesmo.

De repente ele deu um soco na palma da mão. “Táticas! É como um jogo de xadrez. Preciso fazer meus movimentos. Ser sutil. Não mostrar toda a estratégia.”

Ele caminhou até sua mesa, abriu a gaveta e tirou de lá a foto de Hermione.

“Você realmente gosta daquele idiota?” ele perguntou para a foto-Hermione. Ela apenas sorriu de volta para ele e abraçou um livro.

Ele guardou a foto e começou a andar de um lado para o outro no quarto. Hermione acha que eu não posso ser sutil, mas eu posso, pensou. Eu vou descobrir o que preciso saber. Eu vou descobrir se é realmente sério o que ela tem com o Vítor Estúpido Krum.

“E se não for, então eu vou poder ver se ela gosta pelo menos um pouco de mim”, ele disse, impertinente. Uma vozinha falou em sua cabeça. Você realmente acha que há uma chance de alguém gostar de você? Ela não merece algo – melhor?

“Inferno sangrento”, ele disse, triste. “Eu não sou tão ruim assim. Eu ajudei a grifinória a ganhar a taça no ano passado, não ajudei?”

Mas você sabe que Hermione não se importa com quadribol. Quantos N.O.M.s você acha que conseguiu, Weasley?

“Talvez eu não tenha ido tão mal assim...”, ele disse melancolicamente para si mesmo.

Uh huh, certo, Weasley. Encare isso, você não vai ser como Percy com seus 12 N.O.M.s, disse a vozinha.

A voz dele abaixou-se, tornando-se apenas um sussurro. “Mas ela me pediu para convidá-la para o próximo baile, não pediu?”

Sim, mas ela estava brava, não estava? Ela não quis realmente dizer isso. E você não foi exatamente gentil com ela naquela noite, foi?

“Ah, esqueça. Eu acho que vou apenas ter que descobrir.”

***

Na manhã seguinte Hermione estava em seu quarto, se trocando para descer. Ela estava preocupada com Harry, que estava gastando um período de tempo desmedido sozinho com sua penseira. Ele passava um pouco de tempo com os amigos, mas nessas horas sua mente parecia estar em outro lugar. Ele não parecia estar nem um pouco disposto a falar sobre o que fazia quando sumia para ficar sozinho, então ela lutava contra a imensa vontade de perguntar.

Ela tinha esperanças de que ele iria parar com isso logo, o que quer que fosse. Temia confrontá-lo sobre qualquer coisa. Mas apesar disso, se ele ainda continuasse com isso por muito tempo, ela sentia que era seu dever como amiga intervir.

Seus pensamentos foram levados para seu outro problema. Desde que Harry estava ocupado, ela começou a passar mais tempo sozinha com Rony. Gina estava certa, ele estava diferente, mas se o problema dele envolvia sentimentos por ela, era difícil dizer. Além do mais, eles pareciam estar tendo mais discussões agora, e não menos.

Algumas vezes tudo parecia normal e eles jogavam algum jogo ou apenas se sentavam e conversavam sobre o próximo ano em Hogwarts. Mas em outras, ele parecia nervoso e inquieto, e faria algum tipo de comentário que iriam levá-los a mais outra discussão.

Ela suspirou enquanto descia as escadas, onde viu Rony já sentado, lendo uma revista sobre quadribol.

“Bom dia, Rony!”

“Bom dia”, ele resmungou. Rony não parecia estar completamente acordado ainda.

“Ei, Hermione!” Gina a chamou da cozinha.

Hermione sorriu e acenou.

“Onde está o Harry?” perguntou, virando-se para Rony.

“Onde mais? Ele saiu cedo essa manhã. Não o vi nenhuma vez hoje”, Rony respondeu, ainda lendo a revista.

Hermione sentou-se ao lado de Rony. “Nós precisamos falar com ele sobre isso o quanto antes.”

“Se ele quiser, ele irá conversar com a gente. Porque é que nós vamos tentar forçá-lo a falar?” Rony disse, irritado.

“Rony! Nós somos amigos dele! Você viu o que aconteceu no ano passado. Ele fica com esse humor e começa a pensar todos os tipos de coisa, como quando estava preocupado achando que todo mundo estava com medo dele atacá-los”, Hermione disse, começando a ficar um pouco irritada também.

“Bem, ele não viu ninguém ser atacado ultimamente, viu?” Rony disse, tentando ler sua revista de novo.

“Como nós sabemos? Ele não está falando com a gente”, ela disse sarcasticamente. “Rony! Pare de ler essa revista e me escute!”

Rony suspirou, deixando a revista cair em seu colo com uma pancada. “Certo, talvez você...” Hermione lançou-lhe um olhar perigoso e Rony continuou rapidamente, “er, talvez nós possamos tentar falar com ele depois que ele chegar. Está feliz agora?”

Hermione sorriu, alegre. “Sim, obrigada. É para o bem dele, você sabe que é!”

Rony pareceu não estar convencido.

“O café está pronto!” A Sra. Weasley chamou da cozinha. Os dois se levantaram e foram até lá para comer.

Depois da refeição, Hermione sentiu-se pronta para começar o dia. Tinha uma pilha de livros que estava morta de vontade de começar a ler e aquela parecia uma boa hora enquanto esperava até Harry voltar.

“Vamos, Hermione, vamos caminhar até o lago”, disse Rony.

Ela olhou hesitante para sua pilha de livros. “Bem, eu queria começar a ler alguns dos meus livros de aritmancia...”

Rony olhou para ela em descrença. “Está um dia lindo lá fora – você não vai querer desperdiçá-lo aqui dentro!” Hermione lançou-lhe um olhar ofuscante. “Er, não que estudar seja um desperdício, mas, bem, talvez você possa levar alguns de seus livros para o lago.”

Ela suspirou. “Está bem, deixe-me pegar o que preciso. Gina, você não quer vir conosco?”

“Não, obrigada. Mamãe e eu vamos até a cidade comprar algumas coisas. Divirtam-se vocês dois”, ela disse com um sorriso para Hermione.

Hermione pegou seus livros, algum pergaminho e uma manta para poder se sentar perto do lago.

“O que você acha de eu levar o tabuleiro de xadrez?” Rony perguntou.

“Está bem, mas eu realmente quero estudar um pouco”, Hermione respondeu.

Eles saíram da Toca e caminharam lado a lado pelo caminho que levava ao lago. Hermione deu uma olhada rápida para Rony, que parecia estar nervoso. Estava um dia maravilhoso, com o sol brilhando e pequenas e fofas nuvens no céu. Depois de não muito tempo eles chegaram ao lago, e Hermione estendeu a manta e colocou seus livros em cima. Rony começou a organizar as peças do jogo de xadrez.

“Vamos jogar!” disse ele.

Hermione olhou ansiosamente para seus livros, os quais pareciam estar implorando para que ela os abrisse.

“Ah, vamos, Hermione. Nós temos a manhã toda. Não vão crescer perninhas neles para que eles possam fugir, diferente das peças de xadrez.”, ele sorriu.

Ela riu. “Está bem, um jogo, e depois um pouco de estudo.”

Enquanto jogavam, Hermione contava sobre alguns lugares que tinha visitado em suas férias. Rony escutava a ela inquieto e nervoso e então abruptamente tentou mudar de assunto.

“Er, Hermione, então... você tem algum, er, contato com qualquer país do leste da Europa?” ele perguntou.

Ela olhou para ele sem entender. “Não, você sabe que nós só viajamos pelo oeste da Europa.”

Rony parecia desconfortável. “Sim. Mas você não, er, aprendeu nada novo sobre o leste da Europa?”

Ela ainda não conseguiu entender onde ele queria chegar. “Bem, eu acho que li alguma coisa sobre a Romênia. Eu estava lendo um livro sobre ginástica. É um esporte trouxa. É bastante popular na Romênia.”

“Romênia, huh? Er, lá é bem perto de... outros países, não é?”

Hermione o olhou como se ele tivesse ficado maluco. “Sim, Rony, a grande maioria dos países ficam perto de outros países.”

“Mas eu aposto que a Romênia fica perto de outros, er, países interessantes, não fica?”

De repente a ficha dela caiu e ela percebeu sobre o que Rony estava querendo falar. A Bulgária ficava perto da Romênia, e Rony estava tentando conseguir dela alguma informação sobre Vítor. Começou a ficar brava, mas decidiu brincar com ele um pouco.

“Sim, Rony, aliás, a Romênia fica perto de alguns países muito interessantes. De fato, fica perto de alguns dos meus países favoritos.”

Rony murchou. Ela teria rido se não tivesse tão irritada com ele. A verdade era que ela não tinha escrito para Vítor durante todo o verão, a última carta que tinha mandado tinha sido no final do ano anterior. Ela tinha percebido que mesmo que tivesse deixado claro para ele que seus sentimentos por ele eram só de amizade, ele ainda guardava a esperança de que o coração dela iria mudar. Mas ela sabia que não iria. Vítor era doce, mas mesmo assim aquilo não levaria a lugar nenhum. Não era justo continuar dando ele esperanças.

E então ocorreu a ela que talvez Rony precisasse ouvir aquilo, de alguma forma abreviada. O ciúme dele a irritava, e ela ainda se perguntava o que ele tinha com o fato de que ela tinha um amigo por correspondência que por um acaso era do sexo masculino. Mas será que isso era mesmo justo com ele? Rony sabia que Vítor tinha sentimentos por ela. E ela nunca tinha realmente falado para ele que entre ela e Vítor não havia nada. Do mesmo jeito que Vítor continuava a ter esperanças, Rony não podia saber onde seu coração realmente estava. Talvez fosse hora de dar a ele alguma pista.

Mas isso não queria dizer que ela tinha que fazer com que fosse fácil para ele, aquele idiota ciumento.

“Tem algum país em particular em que você esteja interessado? Eu sei bastante sobre aquela área”, ela disse em um tom orgulhoso.

Rony assumiu uma expressão teimosa. “É, eu aposto como você realmente sabe muito.”

“E exatamente o que você quer dizer com isso, Rony?”

“Eu apenas aposto como o Vitinho contou a você todo o tipo de coisa sobre aquela área.”

“Na verdade, ele realmente me contou uma grande quantidade de coisas fascinantes,” ela disse, levantando uma sobrancelha, “sobre um monte de assuntos.”

Rony parecia estar prestes a explodir, e ela achou que já tinha o provocado o suficiente.

“Mas ele não tem me contado nada ultimamente...”

Rony parecia esperançoso. “Nada... ultimamente?”

“Não, na verdade nós não nos escrevemos nenhuma vez neste verão.”

“Acho que vocês dever ter estado um pouco ocupados para escrever, huh?” Rony disse, tentando parecer casual.

Hermione abafou o riso. Ele era tão transparente. “Olha, Rony. A verdade é que nunca ouve nada entre Vítor e eu. Ele queria algo a mais,” os olhos de Rony se estreitaram enquanto ela continuava, “mas eu nunca me senti desse jeito por ele. Eu tentei manter tudo isso como uma amizade e apenas escrever a ele, mas isso parecia dar a ele esperanças. Então eu disse a ele que nós não poderíamos mais ficar nos escrevendo no final do ano passado.”

Rony parecia ter acabado de descobrir que o ministério tinha anunciado que o Natal seria celebrado duas vezes por ano começando naquele verão. Seu rosto parecia estar lutando uma batalha entre tentar parecer casual e abrir um sorriso de orelha a orelha. O sorriso pareceu vencer, mas ela não estava muito certa já que ele virou o rosto para escondê-lo.

Hermione sentiu aquele sentimento engraçado que sempre sentia no estômago quando Rony fazia algo particularmente nobre. Talvez era disso que ele precisava, talvez ele finalmente vá dizer alguma coisa, ela pensou.

Rony virou-se de volta e a olhou com um leve sorriso. Seus olhos pareciam estar memorizando seu rosto, se movendo de seu cabelo para seu queixo.

O coração dela começou a bater mais forte com toda aquela atenção. Rony nunca tinha olhado pra ela daquele jeito, a estudando como se quisesse memorizar todos os seus traços. Ele finalmente chegou aos olhos dela e a encarou por alguns segundos. Os lábios dele se entreabriram e sua respiração começou a ficar rasa e entrecortada enquanto um longo silêncio caiu sobre eles.

Abruptamente ele desviou os olhos nervosamente. “Bem, isso é bom. Eu sempre achei que ele era um grande idiota”, ele disse finalmente.

O clima tinha sido quebrado. Hermione sentiu sua irritação retornar, o que de algum jeito era surpreendente considerando toda a afeição que estava sentindo até segundos atrás. “Ele é não é nenhum idiota!” ela disse, antes que pudesse parar a si mesma. Ela sabia que essa não era a hora de defender Vítor, mas não pode se conter.

“Hmph”, foi tudo que Rony disse. Ele não parecia querer falar sobre aquele assunto de novo. Deu uma olhada no tabuleiro de xadrez e fez um movimento. “Xeque”, disse ele.

***

Alguns dias depois, Gina andava pela floresta até a clareira onde ela sabia que Harry geralmente ia. Ela tinha o visto vir nessa direção e tinha certeza que ele ia para um lugar particular em que ela mesma já tinha ido em algumas ocasiões. À medida que chegava mais perto, começou a andar mais devagar e quase na ponta dos pés quando estava já na clareira. Espiou em volta de uma árvore e o viu sentado ao lado de sua penseira.

Gina estava assustada com o rosto de Harry, o qual sustentava um olhar estranhamente pacífico. Era tão raro ver Harry em paz. Ela o estudou por alguns minutos, fascinada.

Bem, talvez eu devesse terminar logo com isso, ela pensou. Não tinha certeza de como isso iria correr. Rony e Hermione tinham vindo falar com ela naquela manhã na Toca.

“Gina, nós podemos falar com você?” disse Hermione.

“Está bem. O que foi?” ela respondeu.

“Harry, o que mais?” Hermione suspirou. “Nós estamos preocupados com ele. Ele está passando uma horrível quantidade de tempo com a penseira.”

“Eu sei. Vocês falaram com ele?” ela perguntou.

“Bem, nós tentamos. Mas ele ficou bravo, e, er, disse algumas coisas.” Hermione parecia embaraçada. “Foi como no ano passado. Ele está se fechando dentro de si mesmo, e eu não sei o que está acontecendo!” Hermione disse, frustrada. “Por que Dumbledore deu a ele aquela penseira se só está fazendo-o se separar de seus amigos? Eu não entendo o que ele estava pensando.”

Gina tinha estado pensando nisso. “Bem, provavelmente ele está obcecado pelas memórias antigas. Provavelmente vendo e revendo memórias em que ele se culpa, procurando por coisas que poderia ter feito diferente, e algumas em que ele não tem que pensar em absolutamente nada.”

Hermione concordou. “Sim, isso parece o mais certo. Mas ele precisa não ficar tão – isolado. Gina, nós...” Rony a encarou. “Er, eu quero dizer, eu estava pensando que talvez você pudesse falar com ele.”

Gina ficou chocada com isso. “Por que eu? Vocês dois são os melhores amigos dele.”

“Bem, nós tentamos. E francamente, Gina, você fez um bom trabalho no ano passado tirando ele de seus mal-humores. Como agora mesmo, você entende ele melhor que a maioria das pessoas”, disse Hermione.

Ela se sentiu embaraçada com isso. “Hum, eu não tenho tanta certeza disso, mas acho que posso tentar.”


E agora ela se encontrava com Harry, sem ter certeza do que iria fazer. Ela caminhou até ele. “Harry”, ela disse gentilmente. Ele não se moveu. Gina franziu as sobrancelhas e disse mais alto, “Harry.” Mesmo assim nada. Ela começou a ficar irritada e o sacudiu, gritando, “Harry!”

De repente Harry pareceu voltar à realidade. “Gina! O que você está fazendo aqui?”

Ela sorriu. “Procurando por você.” Ela ficou mais seria e decidiu ir direto ao assunto. “Harry, para dizer a verdade, nós todos estamos um pouco preocupados com você.”

Harry ficou bravo. “Primeiro Rony e Hermione e agora você?” ele soltou. “Por que eu não posso ser deixado sozinho e em paz?”

Gina sentiu seu temperamento Weasley preenchendo seu corpo. “Rony e Hermione podem tolerar essa atitude sua, Harry, mas eu não! Você quer ser deixado sozinho? Ótimo! Fique aqui sozinho então!” Ela deu meia volta.

Escutou Harry se levantando. “Gina! Espere!” ele a chamou. Gina diminuiu um pouco a velocidade. “Por favor?” ele pediu baixinho.

Gina parou, debatendo com si mesma. Tinha alguma coisa na voz dele que a fez finalmente se virar. Ela o encarou, pôs as mãos na cintura e disse. “Bem?”

“Me desculpe por ter falado daquele jeito com você”, disse ele, olhando para o chão. “Eu sei que não tenho sido muito – sociável ultimamente.” Voltou os olhos para ela, parecendo envergonhado. “Você pode ficar – por um minuto?”

A raiva dela se derreteu quando ela o viu se abrindo e se tornando um pouco vulnerável. “Está bem, Harry”, ela disse baixo e caminhou de volta. “Por que nós não nos sentamos?”

Os dois se sentaram próximos à penseira. Gina não disse nada. Ela tinha um pressentimento de que se apenas ficasse quieta Harry começaria a falar por si mesmo, e isso seria mais fácil para ele do que se ela tentasse forçá-lo. Ficaram sentados por algum tempo, o rosto de Harry como uma máscara. Ela apenas olhou em volta apreciando a vista, esperando para que ele achasse as palavras. Finalmente Harry começou a falar.

“Eu sei que vocês todos estão preocupados. Eu estou um pouco preocupado comigo mesmo também, eu acho.”

Gina olhou para ele mas não disse nada, deixando-o falar no seu próprio ritmo.

“Eu tenho olhado algumas das batalhas. Revivendo-as. Tentando compreender as coisas. Eu sei que não parece, mas isso tem meio que – me ajudado. De algum jeito poder rever isso de novo me ajuda a – aceitar.” Parecia que admitir tudo aquilo estava custando a Harry um grande esforço.

“Nós todos teríamos entendido isso. Por você tem estado se – escondendo – aqui?” Gina perguntou, sentindo que ele precisava de um encorajamento depois de sua confissão.

Harry parecia tímido e profundamente embaraçado. “Isso não é tudo que eu tenho estado olhando.”

“O que, então?” Gina perguntou.

Harry fez uma pausa, uma guerra parecendo estar sendo lutada com ele mesmo sobre o que dizer. Finalmente disse, “eu tenho visto memórias dos meus pais – de quando eu era um bebê.”

De repente Gina compreendeu o que tinha estado acontecendo com ele. “Oh, Harry... Eu...” ela parou, sem saber o que dizer. Harry parecia querer enfiar sua cabeça em um buraco.

“Está tudo bem, Harry”, ela disse gentilmente. “Seus pais foram tirados de você quando você era muito pequeno. Ninguém pode te culpar por querer revê-los e por querer sentir o amor deles de novo.”

Harry olhou para o chão e apenas assentiu, sem conseguir falar mais nada. Gina o deixou organizar seus pensamentos e esperou que ele reencontrasse a voz.

Depois de alguns minutos, ele disse, “Você já ouviu falar sobre o Espelho de Ojesed?”.

“Não”, disse ela.

“Rony e eu o achamos no nosso primeiro ano. Eu acho que Dumbledore queria que nós o encontrássemos. Mas, de qualquer jeito, é um espelho que mostra os seus desejos mais secretos. Eu suponho que não é um grande segredo qual é o meu desejo”, ele disse amargamente. “Ele me mostrava a minha família.”

Gina o observou cuidadosamente enquanto ele continuava. “Eu – continuei voltando, noite após noite, para olhar no espelho. E então, uma noite, Dumbledore apareceu. Você sabe o que ele disse?”

Gina negou com a cabeça.

“Ele disse, ‘não faz bem viver sonhando e esquecer de viver.’ E é isso que eu tenho feito ultimamente. No começo, ajudava tanto ser capaz de voltar e apenas estar com eles. Assisti-los cuidar de mim quando eu era um bebê. Mas – não é real. Eles estão realmente mortos, e não vão voltar.”

“Mas as memórias que você tem deles são reais”, disse Gina. “Memórias podem ser um conforto, Harry. Se a penseira ajuda a dar a você memórias mais fortes deles, então só pode ser uma coisa boa. É o que você faz com as memórias é que é importante. Elas podem ser usadas para ficar cada vez mais fraco e dependente, ou para manter você forte e prezo às suas crenças e objetivos, ao caminho certo.”

“Minhas memórias da Câmara me deixavam fraca até que eu entrei em acordo com elas. Eu era obcecada com o quão estúpida eu fui, até que decidi apenas aprender com aquilo e depois continuar com a minha vida. E eu acho que consegui.”

Harry assentiu, parecendo estar um pouco melhor. Outro silêncio se instalou entre eles, mas sem a tensão de antes. Harry pareceu tomar uma decisão e disse tímido, “Gina?”

“Sim?”

“Er, você – gostaria de ver, er, meus pais? Na penseira?” Harry parecia estar incapaz de olhar para ela enquanto perguntava.

Gina ficou surpresa que ele tivesse perguntado se ela gostaria de compartilhar algo obviamente tão pessoal para ele. “Claro que gostaria, Harry.”

Sem dizer mais nenhuma palavra, Harry colocou a penseira entre eles. Levou a varinha até sua têmpora, tirou de lá a lembrança e depositou-a na penseira. Depois tocou com a varinha na substância e uma janela apareceu na superfície. Gina pôde ver uma sala através da janela.

Harry olhou para ela com as sobrancelhas erguidas. Gina assentiu e eles entraram na janela simultaneamente.

Gina sentiu a conhecida sensação de entrar dentro de uma penseira e depois se viu em pé ao lado de Harry numa larga sala de estar. Thiago e Lílian estavam sentados no sofá, assistindo o bebê-Harry tentando engatinhar pela sala, mas não completamente com sucesso.

Thiago estava falando com o bebê-Harry. “Vamos, Harry! Eu apostei com o Sirius que você já estaria engatinhando até a semana que vem! Você pode fazer isso, esse é o meu garoto!”

“Você e Sirius com suas apostas. Deixe-me adivinhar – vocês também apostaram que Harry seria o melhor apanhador de Hogwarts, certo?” Lílian disse, divertida.

“Com toda certeza ele será, não é Harry?” James levantou o polegar para Harry fazendo sinal de positivo. O bebê-Harry soltou uma gargalhada para o pai, feliz.

Gina olhou para Harry e ele estava com aquela expressão serena e feliz que ela tinha visto em seu rosto fora da penseira. Sem entender o por que, ela deu a mão para ele. Isso parecia uma coisa natural a se fazer enquanto eles dividiam um momento como aquele. Harry parecia se sentir do mesmo jeito já que segurou a mão dela na sua e inconscientemente deu um sorriso. De algum jeito sua timidez tinha desaparecido naquele lugar, na casa dele. Lá ele poderia ser ele mesmo e tudo estava certo com o mundo.

Eles ficaram lá por algum tempo, assistindo Thiago e Lílian brincarem com o bebê-Harry. Finalmente, Harry suspirou e olhou para Gina.

“Nós deveríamos voltar.”

Gina assentiu e sentiu-se sendo puxada de volta, e depois se viu sentada ao lado de Harry novamente. Ela notou que sua mão não estava segurando a de Harry fora da penseira, e estava grata por isso. Tinha um pressentimento de que isso iria apenas deixar Harry embaraçado. A memória tinha sido um momento especial, mas aquilo era realidade. Iria significar algo diferente do lado de fora.

“Obrigada por ter me mostrado aquilo, Harry.” Gina disse, tocada.

“De nada. Eu – eu estou feliz por ter – compartilhado aquilo com – alguém.” Harry desviou os olhos, sua timidez parecendo ter dobrado de tamanho para compensar pelo momento na penseira. “Eu acho que estou pronto para – continuar com a minha vida. Talvez eu visite a memória de novo, mas Dumbledore estava certo. Eu não quero ‘viver sonhando’ mais.” Harry tocou a penseira com sua varinha e recolocou a memória em sua cabeça.

Gina assentiu e se levantou. “Pronto?” ela perguntou, estendendo a mão para ajudá-lo.

Harry olhou para ela e sorriu. “Pronto, vamos.” Ele segurou na mão dela, deixou-a ajudá-lo a se levantar e guardou a penseira na mochila.

Harry riu. “Vamos ver o que Rony e Hermione estão fazendo. Nós não deveríamos deixá-los sozinhos por muito tempo. Você não me pega!” E imediatamente ele começou a correr rindo, e Gina o seguiu, também rindo.

“Precisa trapacear para ganhar, não é, Potter?”

“Contra você, provavelmente”, ele disse, correndo pela floresta de volta para a casa da família que o adotou – a casa dele.





N/A: Eii gente!! Ta aí o capítulo 6! Espero que tenham gostado!

Demorei um pouquinho só mais com esse capítulo pq essa semana tava meio apertada na facul.. Então me perdoem.. Talvez eu demore um pouquinho mais com o próximo tb pq vo ter um monte de provas e um trabalho pra entregar nessa próxima semana.. Mas vou fazer o possível para não demorar!! =]

E obrigada a todos que comentaram!! E continuem comentando, nem que seja pra me chamar a atenção se eu tiver demorando muito com os capítulos!! =)

Bjinhoss e até o próximo capítulo!!

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Comentários (1)

  • Priscilla Florêncio

    Nossa amei esse momento do Harry e da Gina, vendo as lembranças... Tão lindo! Maravilhoso! É por isso que eu amo esses dois juntos! 

    2016-02-03
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