Reflexões em oito espelhos
N/A: Ei gente! Como esse capítulo é um pouco diferente dos outros resolvi traduzir uma parte da nota do autor da fic só para constar. Então aí está:
Esse capítulo é um pouco diferente. A beta ldomingo gostou da parte da Hermione no último capítulo e sugeriu um capítulo de pensamentos sobre o Harry depois da festa de vários pontos de vista. Eu achei que a idéia dela era interessante e aqui está o resultado. Como bônus, a garota que tem uma queda pelo Harry é revelada no final.
Capítulo 5 – Reflexões em oito espelhos
Remo Lupin sabia o quão cruel a vida poderia ser.
Ele estava sentado sozinho no Largo Grimmauld lendo alguns relatórios dos membros da Ordem da Fênix, mas sua mente não estava focada realmente em suas tarefas. Ele suspirou e se levantou de sua cadeira.
Começou a andar pelo largo e ornamentado escritório, olhando para as paredes feitas de madeira de lei – suas paredes. Ou pelo menos, paredes que pertenciam a ele e a Harry. Era tão estranho depois de tantos anos de pobreza ser agora bastante rico. E é claro, o custo de sua riqueza tinha sido intoleravelmente alto.
A festa do dia anterior tinha sido ao mesmo tempo maravilhosa e terrível para ele. Tinha sido maravilhoso participar da alegria de Harry. O menino tinha tão poucas oportunidades para saber o quanto as pessoas se importavam com ele. E era difícil para Harry aceitar esse fato depois de ter sido negligenciado por tantos anos.
Lupin sabia que dividia um pouco daquilo com Harry. Por tantos anos ele tinha estado sozinho, mas desde que Dumbledore trouxe de volta a Ordem ele tinha começado a se sentir útil de novo. Sempre tinha um grande número de pessoas no Largo Grimmauld e ele estava grato que eles parecessem aceitar que ele era um lobisomem.
A festa também tinha sido terrível para ele. Ver a si mesmo e a seus amigos na penseira trouxe de volta tantas memórias de dias felizes e simples. Eles tinham tantos grandes planos naquele tempo. Conversavam por horas sobre o futuro e sobre o que fariam com suas vidas, e Sirius e Thiago tinham até conseguido convencê-lo de que ele tinha um futuro também.
Esse era o maior presente que eles lhe deram. Um pouco de esperança de que ele poderia ser útil, que ser um lobisomem não queria dizer que ele estava fadado a viver envergonhado de sua situação, viver uma vida como a de um nômade. Afinal de contas, se Thiago e Sirius gostavam dele e o aceitavam, será que os outros também não poderiam fazer o mesmo? Talvez de algum jeito ele pudesse ter uma carreira, e amor, e família, e...
E depois, uma vez por mês, toda a sua confiança seria destruída em uma única noite.
Ninguém poderia entender de verdade como era. A dor horrível de seus membros se estendendo, sua pele se esticando. Sua mente ia sumindo à medida que pura emoção e instinto tomavam conta de si. Ele se transformava totalmente em um monstro.
A pior parte de se tornar o monstro era a liberdade. Sem sua consciência e moralidade ele podia fazer qualquer coisa que quisesse. Segurava a vida em suas mãos – poderia tirá-la quando desejasse. Ele era poderoso. Estava conectado à natureza do modo mais íntimo possível – e a natureza o aprovava.
Quando sua mente começasse a retornar na manhã seguinte ele iria lutar contra isso com todas as suas forças. Iria gritar em frustração que seu poder estava sendo levado. E quando sua mente retornasse, ele iria sentir uma culpa horrível por saber como se sentiu bem sendo poderoso.
Saber que tinha um motivo para retornar, seus amigos, o ajudou mais do que eles poderiam imaginar. Ele nunca contou a eles como a sensação de ser um lobisomem era boa.
O tempo em que ele se sentiu mais otimista em sua vida foi logo depois de Hogwarts. Sua pontuação nos N.O.M.s e N.I.E.M.s estava entre as mais altas da escola. Ele era um membro respeitado da Ordem. Seu amigo Thiago estava casado com uma mulher maravilhosa que o aceitava do jeito que era. E depois, tudo isso lhe foi tirado em um pequeno espaço de tempo. Voldemort tirou tudo isso dele.
Remo suspirou. Tirado, depois devolvido, e depois – tirado novamente.
Ele estava muito feliz que Harry tivesse amigos que o apoiavam. O medo que sentia por Harry era por sua alma. Depois que Sirius morreu, Dumbledore tinha lhe contado sobre a profecia, certo ao acreditar que Sirius tinha pedido a ele para cuidar de Harry.
Remo sentiu-se ficando sensível. Era quase inimaginável para ele que alguma pessoa conseguisse carregar o fardo de saber que era o único que poderia derrotar Voldemort. A única piedade em tudo isso era a ignorância de Harry. Além de sua própria tragédia, Harry não tinha nenhum conhecimento de primeira mão de quão ruim a primeira guerra tinha sido. Havia uma boa razão de Harry ser tão devoto como era.
Remo começou a chorar enquanto pensava nos horrores que tinha visto. Ele não chorava por si mesmo ou por aqueles que tinham morrido. Aquelas lágrimas já tinham secado há muito tempo. Ele chorava pelo grande horror que Harry passaria, horror que era quase ilimitado.
Remo Lupin realmente sabia o quão cruel a vida poderia ser.
***
“Inferno sangrento! Eu não acredito que a cara de Você-sabe-quem cresceu atrás da cabeça do homem!” disse Blackhorn incrédulo.
“Juro. Eu mesma vi”, disse Tonks, rindo.
MacGregor balançou a cabeça negativamente, também sem acreditar. “E Potter lutou contra ele?”
Tonks assentiu, sentindo orgulho de Harry. Estava na sala de treinamento dos aurores contando a história da aventura de Harry com a pedra filosofal para dois aurores amigos seus. Ela supostamente deveria estar fazendo alguns exercícios de treinamento, mas o fato de que ela tinha visto a batalha de Harry em seu primeiro ano na penseira dele tinha se espalhado rápido, e eles tinham-na colocado contra a parede para que contasse tudo.
“Bem, garotos, vocês gastaram todo o tempo que eu tinha reservado”, ela disse o mais naturalmente possível. “Espero que vocês me compensem depois.”
MacGregor e Blackhorn riram. “Não nos venha com essa. Você estava doida pra contar a história”, disse Blackhorn.
Tonks também riu. “Bem, talvez. Mas eu vou dizer uma coisa pra vocês – não quero nunca estar na lista negra de Harry”, ela disse piscando para eles enquanto começava a caminhar para fora.
Abriu a porta da sala de treinamento e começou a andar pelo corredor. Ainda estava um pouco impressionada por ter assistido Harry em ação. O que era mais marcante era que essa memória não estava nem entre as três mais interessantes experiências que ele poderia ter mostrado. Ela daria muito para poder ver o que aconteceu com o basilisco, ou no ministério no mês anterior, ou pelo amor de Merlin, o duelo com Você-sabe-quem no cemitério.
Chegou à sua mesa e se sentou, ainda refletindo sobre Harry. Ela poderia dizer com certeza que ele era o mais extraordinário garoto – poderia chamá-lo de garoto, e não de homem, depois de tudo que ele já tinha passado? – que ela já tinha conhecido. Ela deu um sorriso. Se ele fosse só alguns anos mais velho...
Brincou com si mesma pensando que iria sair com Harry quando ele se tornasse maior de idade, mas sabia que isso nunca poderia acontecer. Já tinha visto dezenas de relacionamentos de aurores acabarem.
Sua vida amorosa com certeza já tinha tido seus altos e baixos. Homens eram frustrantemente tímidos em chamá-la para sair. Ela sabia muito bem que suas habilidades metamórfagas eram objeto de desejo masculino. E para dizer a verdade, ela nem se ressentia tanto assim por isso. Era divertido brincar com isso, e não se podia negar o... entusiasmo deles. Ela sorriu diabolicamente com o pensamento.
Lembrou-se da primeira vez que tinha beijado um garoto como alguém que não fosse ela mesma. Ela tinha quinze anos, era um verão, e ela tinha se separado de um grupo de amigos com um garoto que ela gostava. Depois de dar uns amassos, ela brincou com ele dizendo que ele realmente queria beijar uma certa professora atraente da escola, a qual a maioria dos garotos tinha uma queda. Para provocá-lo, ela se transformou na professora e o beijou.
A reação tinha sido muito, muito instrutiva. Ela aprendeu bastante sobre psicologia masculina naquela noite enquanto eles fizeram um jogo em que ela se transformava em várias colegas de escola. Tonks sorriu com a lembrança. Claro que ele não achou tão divertido quando ela se transformou no melhor amigo dele enquanto eles estavam de beijando...
Mas mesmo se divertindo com esse tipo de joguinhos, ao mesmo tempo ela nunca tinha certeza se eles gostavam mesmo dela ou só estavam com ela porque ela poderia se transformar em qualquer pessoa. Essa era outra razão que a fazia sentir atraída por Harry. Ele era tão inocente e sincero que provavelmente nunca iria ocorrer a ele que ela poderia ser qualquer pessoa que ele quisesse. Ele seria incapaz de enganá-la.
Harry era aquela pessoa que você queria que estivesse em uma ilha com você, aquele que você queria por perto quando estivesse com problemas ou em uma crise. Seu passado provava isso. Mas ele não tinha condições para lidar com uma vida normal. Ela sabia que a última coisa que Harry precisava era outro auror em sua vida. Ele precisava de alguém forte que pudesse curá-lo quando as batalhas terminassem. Aurores não podem curar outros aurores. Eles sempre estão ocupados demais tentando curar a si mesmos.
Ela balançou levemente a cabeça. Harry não tinha noção de quão bom ele poderia ser. Se ela não podia ser a pessoa que o curaria, ela poderia pelo menos ajudá-lo a sobreviver tempo suficiente para achar alguém que pudesse.
***
A porta bateu quando Gina caminhou para fora da Toca, sentindo mais raiva do que já tinha sentido em um bom tempo. Andou até o armário de vassouras e pegou a sua. Franziu as sobrancelhas ao perceber o quão gasta a vassouras estava depois da temporada anterior de quadribol, mas não estava se importando tanto com isso naquele momento.
Começou a voar, sua vassoura dando pequenos trancos. Já tinha algum tempo que não a usava e a vassoura precisava de algum uso para voltar ao normal. Ela voou em círculos, fazendo ondas com a vassoura à medida que voava por cima das árvores que circundavam a Toca. Depois ela desceu um pouco e passou ao lado das árvores antes de fazer uma curva difícil e voltar para o quintal. O vento passando rápido por seus ouvidos dava uma sensação boa, já que parecia levar embora toda a frustração que estava sentindo.
Suspirou. Bem quando ela pensava que conseguia finalmente ver Harry por quem ele realmente era ele tinha que mostrar alguma coisa que provava a ela o contrário. A maior parte do seu conhecimento sobre o heroísmo de Harry tinha sido contado a ela. Mesmo em sua experiência com Tom Riddle, ela tinha estado inconsciente enquanto toda a ação acontecia.
Claro, ela tinha visto um pouco disso na batalha do ministério. Quando Harry tinha se colocado em sua frente para protegê-la, tinha sido tão... heróico. Não havia outra palavra para isso. Naquela hora ela não tinha sido capaz de pensar sobre isso, mas depois... Suspirou novamente. Mesmo assim, ela tinha perdido a maior parte da batalha.
Mas não tinha muito a se perder assistindo a ele na penseira. Vendo-o lutar contra Você-sabe-quem tinha trazido de volta todos os seus sentimentos e alguns mais. Ele era...
Não, Gina, não pense nisso, ela pensou desesperadamente. Ele é seu amigo. Seja feliz com isso. Não importa que ele seja o mais maravilh...
Pare! Pare de pensar nisso! Tentando distrair a si mesma, ela disparou em direção à floresta. Fez curvas agudas por entre as árvores em uma velocidade de quebrar o pescoço. Tinha voado por entre aquelas árvores tantas vezes que sabia que poderia voar até mesmo com os olhos vendados. Apareceu em uma clareira coberta de capim que tinha fileiras de flores vermelhas e douradas em um de seus finais e diminuiu a velocidade, admirando a vista.
Seus pensamentos traidores voltaram à cena no quintal enquanto ela lia seu livro. Tinha ficado orgulhosa de si mesma por ter conversado com ele, mesmo o provocado, e ter ficado tão normal. Mas quando ele tinha se inclinado, os olhos verdes olhando profundamente nos seus, a voz cheia de sinceridade, ela quase estragou tudo. Por que ele não pode olhar para mim daquele jeito, mas querendo dizer aquilo de verdade? pensou desamparadamente.
Chega! Gina, contenha-se! Direcionou sua vassoura para cima, forçando-a a sua velocidade máxima, o que não era rápido o suficiente para ela. Voou alto e mais alto, até que começou a sentir o ar ficando frio por causa da altitude. Segurando firme, ela fechou os olhos e deixou que seu corpo se separasse da vassoura. Sentiu-se caindo e caindo... era uma sensação tão boa sentir-se livre de peso, pelo menos temporariamente.
Abriu os olhos e colocou-se novamente sobre a vassoura. Parou sua queda livre numa altura ainda bem grande e ficou pairando no ar apenas admirando a vista. Deixou-se deitar na vassoura e descansou a cabeça em cima das mãos, sentindo os raios do sol em suas costas. Sentiu uma lágrima se formando, mas a limpou violentamente. Eu não vou chorar. Já chorei o suficiente por causa disso no passado, obrigada, pensou.
Uma pequena voz falou dentro de sua cabeça. Mas ele reparou mesmo em você na festa, não foi? Ela estava tentando não pensar naquele incidente, mas não tinha escapatória. Está bem! Sim, era verdade que Harry pareceu, bem, olhar para ela de um jeito diferente quando ela estava usando sua roupa nova. Mas como ela podia ter certeza de alguma coisa quando se tratava de Harry?
Com que freqüência o Harry coloca fogo em pratos? disse a pequena voz. Ela corou ao pensar naquilo. Na hora ela achou melhor não pensar muito nas razões, mas não se podia negar que o que aconteceu tinha sido... interessante... mas...
Por que eu não posso apenas esquecê-lo? pensou desesperadamente. A pequena voz respondeu imediatamente. Porque você não quer esquecê-lo.
Todos os sentimentos e esperanças conflitantes enchiam a cabeça de Gina, e ela podia sentir a raiva surgindo novamente. Jogou a cabeça para trás e gritou bem alto direcionando sua frustração para o céu azul e brilhante.
***
Moly andava de um lado para o outro na cozinha, limpando tudo depois do café da manhã. Estava tão feliz que tivessem permitido que Harry ficasse na Toca ao em vez do Largo Grimmauld. Teria sido muito difícil para ele lidar com aquele lugar depois de ter perdido Sirius. Apesar de ter tido suas discussões com Sirius, sabia que ele se importava com Harry e que sua perda tinha afetado Harry profundamente.
Tinha ficado bastante feliz e empolgada quando Dumbledore disse a ela que Harry poderia ir para lá para passar seu aniversário. Foi a oportunidade perfeita para mostrar a Harry que muitas pessoas se importavam com ele e que a perda de Sirius não significava que ele perdido toda a sua família.
E Gina pareceu especialmente satisfeita que Harry estivesse vindo, ela pensou sorrindo.
Moly tinha aconselhado Gina a sair com outros garotos e não se preocupar tanto sobre Harry, mas verdade seja dita, ela estava silenciosamente torcendo pelos dois. Harry era tudo que ela poderia desejar em um genro, mas essa visão parecia ser boa demais para ser verdade.
Por outro lado, ela não podia deixar de notar que eles estavam passando mais tempo juntos nesse verão do que nunca antes. Ela tinha espiado o quintal no outro dia e os viu lendo e rindo juntos.
Moly sabia que os irmãos de Gina a subestimavam. Ela não era a melhor estudante da família, mas Moly suspeitava que ela era a mais forte mentalmente de todos os seus filhos. A sétima criança muitas vezes é especial, pensou.
Apesar de saber que Gina se culpava por ter sido enganada pelo diário, Moly tinha dito a ela a verdade – que estava orgulhosa dela por ter lutado contra aquilo e ter chegado perto de ter se livrado de tudo quando jogou o diário fora. A recuperação dela desde essa conversa tinha sido fora do comum. Tinha levado alguns meses e alguns bons choros, mas ela voltou a ser a antiga Gina de algum tempo antes.
Sim, Gina tinha uma grande força secreta, e Moly suspeitava que faria muito bem a Harry deixar que Gina o ajudasse.
Claro, Gina fez de tudo para mostrar a Moly que não estava mais interessada em Harry. Moly revirou os olhos pensando naquilo. Se ela pensa que eu vou acreditar nisso, pensou. Ela viu os olhares que Gina ainda dava a ele, mesmo que a menina não quisesse admitir.
Mas ela estava feliz que Gina não estivesse colocando todas as suas esperanças nele. Harry tinha muito com o que se preocupar e seria um milagre se ele tivesse algum pensamento sobre o sexo oposto. Não havia nada que se pudesse fazer, exceto esperar para ver o que aconteceria. Ela estava certamente feliz que a menina estivesse finalmente conversando com ele pelo menos.
Ela sentia que Gina era especial, mas também sentia que todos os seus filhos eram especiais em seu próprio modo. Percy era o ambicioso, Gui era o aventureiro, Carlinhos era o grande apanhador, os gêmeos – bem, ela não podia dizer muita coisa contra eles, podia? Eles estavam indo bastante bem em seus negócios, então ela tinha que dizer que os gêmeos eram os independentes, que estavam seguindo seu próprio caminho.
Rony a preocupava um pouco mais. Ela sabia que ele se sentia na sombra de seus irmãos, e ela tinha ficado extremamente feliz que ele tivesse sido nomeado monitor no ano anterior e ido tão bem no quadribol. Ela tinha um pressentimento sobre Rony. Um pouco de sucesso poderia seguir um longo caminho ao lado ele.
Supondo que o garoto não se mate antes, pensou, brava. Tinha ficado furiosa quando o viu passando por todos aqueles perigos na penseira, relembrando-a dos eventos recentes. Mas depois ela não podia deixar de sentir orgulho. Seu filho era corajoso, e tinha provado isso novamente no ministério, permanecendo ao lado de seu melhor amigo.
Ao mesmo tempo, ela estava apavorada por ele permanecer ao lado de Harry. Não havia alvo maior do que Harry naquela guerra. Será que alguém além de Dumbledore estava verdadeiramente preparado para lutar junto a ele?
Bem, pelo menos eles têm Hermione para tentar mantê-los longe de problemas, ela pensou com uma mistura de seriedade e divertimento. Moly amava Hermione e a considerava uma ótima influência para Rony, a quem sempre faltou um pouco de disciplina. Ela também desejava que Rony a chamasse logo para sair. Era tão óbvio que eles gostavam um do outro e que Hermione estava esperando que Rony desse o primeiro passo. Moly estava tentada a interferir, mas sabia que seria um grande erro. Seus filhos eram teimosos e qualquer tentativa de empurrá-los em uma certa direção só iria atrasar as coisas.
Considerou seus dois filhos mais jovens e suspirou . Não seria maravilhoso se Gina se casasse com Harry, e Rony com Hermione?
Um calafrio subiu por sua espinha quando certo pensamento amargo forçou-se a passar em sua mente, coisa que estava acontecendo muito ultimamente.
Supondo que eles vivam para ver esses dias.
***
Arthur Weasley fechou a porta de seu gabinete de trabalho, sentindo-se tenso com o experimento potencialmente perigoso que estava para fazer. Nunca se sabe o que pode acontecer com esse tipo de coisa.
Ele andou pela sala colocando alguns feitiços de segurança nas paredes e no teto. Só uma precaução, pensou, nervoso. Colocou o objeto misterioso em sua mesa de trabalho, admirando o artefato. Era perfeitamente liso, sua cor era um azul agradável. Ele estendeu a mão e arranhou a superfície com sua unha, mas a cor permaneceu.
Fez um feitiço escudo em cima da mesa, cobrindo o objeto. Um amigo do Departamento de Mistérios tinha ensinado o feitiço a ele, o qual colocava paredes invisíveis ao redor de um objeto, mas permitia que as mãos penetrassem para trabalhar com artefatos perigosos. Claro, se alguma coisa acontecesse, suas mãos poderiam ser potencialmente danificadas, mas era melhor do que alguma coisa explodindo na sua cara.
Enquanto trabalhava sua mente vagou de volta à memória de Harry na penseira. Como a maioria das pessoas, ele nunca tinha visto Você-sabe-quem em pessoa, e a experiência tinha sido extremamente assustadora para ele. Arthur era um membro experiente da Ordem e sabia do que Você-sabe-quem era capaz, mas de algum jeito vê-lo naquela memória o deixou tentado a pegar sua família e escondê-los para a sua proteção.
Mas sabia que não podia fazer isso, claro. Um Weasley nunca foge de suas responsabilidades.
Vagarosamente ele colocou as mãos dentro do escudo protetor que circundava o objeto. Tocou o longo e cilíndrico objeto com as duas mãos, cada uma delas segurando uma das duas partes. Havia um pequeno metal no meio do dele e ele se perguntava como eles poderiam se separar. Arthur franziu o rosto enquanto tentava girar as duas partes. Elas giravam! Retirou suas mãos rapidamente e esperou para ver o que aconteceria.
Arthur geralmente não era um homem que gostasse de lutas, mas pretendia fazer o que pudesse pela Ordem. Sua função atual era conseguir informações no ministério, o que estava bem mais fácil desde a batalha do mês anterior. Fudge tinha molhado o dedo e colocado-o no ar, e os ventos vindos do público disseram a ele que era melhor que ele lidasse com a crise. Harry tinha se tornado seu novo cidadão favorito, o que fez com que ele ficasse muito mais inclinado a deixar Arthur fazer sua função.
Colocou suas mãos dentro do escudo e segurou o objeto novamente. Parecia ser seguro até agora, então ele cuidadosamente começou a girar as duas partes mais uma vez. Girou por mais ou menos o equivalente a 90 graus e esperou. Mais 90 graus e esperou novamente. Continuou a fazer isso se sentindo ansioso à medida que o suspense aumentava. Finalmente, ele fez o último giro de 90 graus e as duas partes se separaram, então ele puxou suas mãos para fora do escudo rapidamente em pânico e correu para longe da mesa.
Deu uma espiada e tudo parecia quieto, então ele fez o caminho de volta. As partes tinham sido separadas com segurança. Suspirou fundo em alivio.
Seus pensamentos voaram até Percy. Não tinha ouvido nenhuma noticia dele depois da batalha e tinha tido um pouco de esperança de que isso iria acontecer. Ele sabia que Percy era muito orgulhoso, o que fazia com fosse extremamente difícil para ele retornar para a família. Mesmo que Arthur sempre tivesse tido muito orgulho de Percy, sempre suspeitou que uma quebra na família era inevitável. Tinha tido esperanças de que estivesse errado, mas...
Suspirou e voltou sua atenção de volta para seu projeto. Olhou com fascinação para as pequeninas partes que faziam parte do objeto. Como eles faziam isso? Como eles conseguiam criar peças tão perfeitas?
Colocou as mãos novamente dentro do escudo e separou as partes, colocando-as em perfeita ordem. Havia um tubo longo e preto que passava por todo o interior das duas partes que eram ocas. Arthur examinou o tubo, o qual tinha pequenas partes em um dos finais e no outro tinha um pequeno pedaço de arame em espiral que o circundava. Maravilhoso! Simplesmente incrível! ele pensou, excitado.
Estava muito tentado a contatar Percy, mas sabia que isso seria um erro. Não, Percy teria que fazer isso por escolha própria. Ele só podia ter esperanças de que Percy queria ser parte da família novamente. Sabia que Percy tinha ambições muito altas e que sempre se sentiu um pouco envergonhado das condições financeiras de sua família. Tinha tentado ensinar a seus filhos que felicidade vinha de dentro e não de coisas materiais, mas Percy não pensava assim.
Arthur detestava ficar bravo e ressentido, mas era difícil lidar com a atitude de Percy. Não, eles não viviam com luxo, mas no final ele não tinha conseguido sustentar todos eles? Moly não os tinha educado brilhantemente antes deles irem para Hogwarts?
Arthur não gostava nem queria pensar naquilo, mas acabou imaginando que Percy poderia passar um tempinho com os Dursley para descobrir como era uma família ruim. Arthur não poderia ter mais respeito pela força de caráter de Harry. Como um garoto podia passar por tudo aquilo e mesmo assim ser forte como era? Era quase inacreditável.
Começou a juntar as peças do aparelho. Franziu a testa quando percebeu que as pequenas peças pareciam não estar se encaixando corretamente. Decidiu que era melhor pedir a ajuda a Harry.
Ele não queria estragar a sua nova caneta esferográfica.
***
“Neville! Você ainda não começou a desgonomizar o jardim?” disse a avó com voz cortante, espiando dentro do quarto.
Neville pareceu culpado enquanto fechava seu livro. “Desculpe, eu... perdi a noção do tempo.”
A avó olhou para o livro que Neville estava lendo – um livro de Defesa. Sua expressão suavizou. “Desculpe, não tinha percebido que você estava estudando. Termine o que você estava fazendo e comece a trabalhar no jardim quando estiver pronto.”
“Está tudo bem, vovó. Eu já terminei. Vou começar agora mesmo”, disse Neville.
A avó sorriu e assentiu. “O que você acha de eu fazer um pouco de limonada?”
Neville também sorriu. “Isso seria ótimo.”
Enquanto sua avó saía de seu quarto, Neville refletia na mudança quase bizarra que ela teve no último mês. Depois dos eventos no ministério ela quase olhava para ele com – respeito.
Ela não tinha dito muito especificamente sobre a batalha, apenas mandou uma coruja para ter certeza de que ele estava bem. Ele achava que ela devia ter falado com Dumbledore para saber os detalhes, mas certamente não tinha falado sobre o assunto com ele. Ele tinha ficado morto de medo da reação dela quando soubesse que tinha quebrado a varinha de seu pai, mas ela apenas disse que eles iriam passar no Sr. Olivaras para comprar uma varinha nova e deixou por isso mesmo.
Neville saiu da casa para um sol brilhante da manhã. Suspirou quando visualizou um grupo enorme de gnomos correndo pelo jardim de sua avó, que era o orgulho e alegria dela. Agarrou o que estava mais perto e começou a girá-lo por cima de sua cabeça.
Sua avó pareceu surpresa e satisfeita quando o convite da Sra. Weasley para a festa de aniversário de Harry chegou, e Neville tinha que admitir que tinha ficado bastante surpreso também. Apesar de sentir como se Harry o tolerasse, nunca tinha se sentido como se eles fossem amigos. Ele quase não foi, mas no último minuto mudou de idéia. Afinal de contas, ele devia a Harry tudo.
Soltou o gnomo, mandando-o a uns bons nove metros de distância. Depois agarrou outro que parecia estar prestes a morder seu tornozelo.
As reuniões da A.D. no ano anterior tinham sido um ponto de virada em sua vida. Tinha ficado um pouco chocado que Harry tivesse deixado-o participar. E depois algo milagroso aconteceu – ele descobriu que era bastante bom em Defesa. Não tinha certeza de como, mas Harry o fez acreditar em si mesmo. Harry não parecia olhar para ele como os outros faziam, o que já era fora do comum. Se alguém merecia olhar superiormente para todo mundo, esse alguém era Harry.
Assisti-lo na penseira tinha sido incrível para Neville. Sabia que nunca seria tão corajoso como Harry, mas de algum jeito assisti-lo inspirou-o a fazer mais, dar o que tinha de melhor.
Apesar de sentir que era um absurdo comparar-se com Harry em qualquer coisa, tinha sentido alguma conexão com a vida de Harry. Os dois eram órfãos de um certo modo e foram criados por parentes.
À medida que foi crescendo foi se sentindo mais deslocado, como se alguma coisa não estivesse certa em si mesmo. Chegando em Hogwarts, uma parte de si esperava que fossem mandá-lo para casa, dizendo a ele que suas habilidades mágicas não chegavam nem aos níveis mínimos. Ficou chocado quando o Chapéu Seletor o colocou na Grifinória.
Ele ainda se lembrava do que o chapéu sussurrou para ele...
“Ah, sim. Interessante, muito interessante. Você é muito mais do que acredita ser, sabe. Eu posso ver isso, e você não pode enganar o Chapéu Seletor, pode? Você terá que encontrar o seu potencial por si mesmo.” E depois gritou, “Grifinória!”
Ele? Neville? Na casa que era conhecida por coragem e bravura? Ridículo! Ele tinha ficado tentado a acreditar que o Chapéu Seletor tinha feito uma brincadeira cruel com ele e que iria de repente gritar, “Só estou brincando! Volte aqui!” e todo mundo iria rir dele.
Mesmo no final de seu primeiro ano, quando Dumbledore premiou-o com pontos para sua casa para sua suposta “bravura” ele se sentiu deslocado. Isso quase o fez sentir como se estivesse sendo protegido, afinal, que tipo de bravura existia em ser enfeitiçado?
Encontrar Belatrix no ministério tinha sido outro ponto de virada para ele. Nunca pensou que pudesse sentir tanto ódio como naquela hora, mas aquilo tinha surgido do mais profundo de sua alma. Desde aquele dia ele tinha resolvido aprender mais sobre Defesa para fazer com que seus pais tivessem orgulho dele. Ele talvez não visse Belatrix nunca mais, mas se visse, queria estar preparado para ela. Fantasiava em ser a pessoa que faria justiça e a pegaria.
Balançou a cabeça enquanto lançava outro gnomo por cima da cerca. Era tão estranho até mesmo imaginar a si mesmo fazendo algo como aquilo. Mas se Harry podia carregar seus problemas ao mesmo tempo em que ajudava alguém como ele, poderia ele fazer menos do que estar ao lado de Harry quando chegasse a inevitável batalha final?
Neville devia muito a Harry. Se Harry podia dar a ele esperanças de ter uma vida respeitável, de não tropeçar de um fracasso para outro, então o mínimo que ele podia fazer era estar disposto a dar sua vida em serviço da causa pela qual Harry estava destinado a lutar.
***
Whoa! Olha essa manobra, Rony pensou, enquanto olhava uma foto em uma revista de quadribol que estava lendo. Olhou para cima, querendo mostrar a alguém a foto, mas viu que Hermione estava profundamente concentrada no outro canto da sala, lendo um livro e fazendo notas ocasionais em seu caderno. Sorriu levemente. Não iria perturbá-la agora.
Seu olhar hesitou um pouco antes de se voltar para a revista. Ele não queria ser tão óbvio, mas gostava de assistir Hermione trabalhar. Ela tinha um bom número de pequenas manias que se manifestavam à medida que ela lia uma passagem particularmente difícil. Algumas vezes ela apertava os lábios e esfregava a bochecha, e outras vezes ela mordia o final de sua pena. Quando ela inevitavelmente resolvia seu dilema, um leve sorriso iria emergir, iluminando seu rosto novamente enquanto ela se sentia satisfeita com seu progresso. Rony adorava ver o cérebro dela trabalhar, e sentia uma pontada de orgulho surgindo dentro de si.
Seu sentimento de orgulho que tinha dela derreteu-se em tristeza à medida que um pensamento não muito bem vindo entrou em sua mente. Será que alguém sente orgulho de mim?
O último ano na escola tinha sido um dos melhores e dos piores de sua vida ao mesmo tempo. Ter se tornado um monitor tinha sido – bem, inacreditável, mesmo para ele. Ele tinha sentido um pouco de ressentimento que Hermione tivesse ficado tão surpresa, mas não podia culpá-la. Ele ainda não tinha certeza de que era a pessoa certa para o trabalho. Pelo menos Quadribol tinha sido um pouco melhor do que isso.
Weasley é nosso rei, ele sempre deixa a goles entrar... Fechou os olhos quando os versos odiados passaram por sua cabeça. Apesar de ter terminado a temporada de quadribol muito bem, o que passou antes do final ainda foi uma horrível e angustiante experiência. A verdade era que ele não sabia se sua performance no final do torneio tinha sido apenas sorte ou se isso iria se repetir na próxima temporada. Por favor, por favor, por favor deixe-me jogar bem, ele pensava desesperadamente, enquanto implorava para os deuses do quadribol para que olhassem para ele favoravelmente.
Deu uma olhada em Hermione de novo na mesma hora em que ela olhou para ele. Ela deu a ele um sorriso antes de voltar ao que estava fazendo. Rony sentiu um certo calor subindo por sua nuca.
Tinha sido muito excitante reviver aqueles momentos na penseira, apesar de que ele tinha ficado nervoso com qual seria a reação de sua mãe. Sua participação nos eventos tinha sido mínima se comparada com a de Harry, mas mais tarde, ele tinha olhado para Hermione e ela parecia – quase orgulhosa dele.
De fato, muitas pessoas na festa pareceram olhar para ele de um jeito diferente. Ele notou os aurores mirando nele sobrancelhas levantadas, como se ele talvez fosse feito de um material mais forte do que eles imaginavam. Rony tinha um desejo secreto de ser auror, mas de algum jeito esse sonho parecia longe demais. Ele tinha casualmente comentado sobre isso com Harry e Hermione, mas suspeitava que eles não tivessem reparado que ele estava falando sério. Pelo menos eles não tinham rido dele.
Ele também tinha ficado um pouco surpreso que Gui e Carlinhos parecessem olhá-lo com uma nova opinião. Eles tinham perguntado a ele sobre a batalha do ministério, mas ver os eventos na penseira com seus próprios olhos mostrou a eles algo novo sobre seu irmão mais novo.
Enquanto crescia, Rony sempre olhava para seus dois irmãos mais velhos como se eles fossem inalcançáveis. Parecia impossível ser tão bom quanto eles. Até mesmo Percy, idiota como era, fez um bom trabalho seguindo-os. Rony tinha certeza que eles tinham ficado surpresos como todo mundo quando foi nomeado monitor.
Sua mãe sempre tinha dito a ele para não medir a si mesmo com base em seus irmãos, para seguir seu próprio caminho. Aquela estratégia tinha funcionado com Fred e Jorge, pelo menos, ninguém poderia acusá-los de estar copiando seus irmãos mais velhos.
Rony supunha que sua mãe estava certa, mas mesmo assim não podia deixar de se perguntar no que ele poderia ser bom o bastante comparado a seus irmãos. Ser monitor era um começo. Ele tinha ganhado a copa das casas. Talvez ser capitão do time de quadribol um dia? E dependendo da quantidade de N.O.M.s que conseguisse, poderia ter uma chance de se tornar auror, a profissão mais respeitada no mundo mágico?
Será que isso era possível? Poderia ele ser tão bom quanto seus irmãos, ou talvez até o melhor dentre eles?
***
Parvati Patil sentou-se em frente ao espelho em seu quarto, penteando preguiçosamente seus cabelos longos e pretos. Estendeu a mão para pegar um grampo de cabelo enfeitado com uma borboleta cintilante que combinava perfeitamente com o que estava vestindo.
Contemplou uma foto presa em um dos lados do espelho. A foto era de um certo apanhador da Grifinória, que atendia pelo nome de Harry Potter, durante um jogo de quadribol, com um olhar sério e determinado no rosto enquanto voava em volta do campo, procurando pelo pomo. Seus cabelos voavam pela sua face heroicamente e de vez em quando ela podia vislumbrar a famosa cicatriz escondida atrás dos cabelos pretos e revoltos. Seus olhos verdes pareciam incandescentes enquanto escaneavam o campo em sua eterna busca.
Parvati suspirou. Ela tinha desenvolvido sentimentos por Harry perto do final do quinto ano deles. Ela sempre gostou de Harry, e de fato tinha ido ao baile com ele em seu quarto ano. Mas ela nunca tinha realmente gostado dele, pelo menos não tão seriamente.
Mas ela estava bastante séria agora.
Isso começou nas reuniões da A.D. Ela sabia de sua história e sabia que ele tinha feito algumas coisas extraordinárias. Mas de algum jeito isso nunca pareceu real até que ela o viu em ação, interagindo com as pessoas. Ouvir sobre seus feitos, muitos dos quais ela nunca tinha ficado sabendo, tinha deixado-a chocada. A humildade dele servia para fazê-lo ficar ainda melhor perante seus olhos, e sua paciência nos encontros da A.D. tinha inspirado-a verdadeiramente.
Mas mesmo assim ela tinha se segurado. Sabia que Harry gostava de Cho, e não queria ficar no meio daquilo. Além do mais, todo mundo sabia que Cho estava saindo com Harry apenas para conseguir informações sobre Cedrico. Aquela relação não podia terminar bem.
Ficou chocada quando leu sobre o que aconteceu no Departamento de Mistérios. Ele tinha feito de novo – lutou contra Você-sabe-quem e viveu para contar a história. Como ele fazia isso? Ele provavelmente ia dizer modestamente que tinha tido muita ajuda, e ela tinha certeza que isso era verdade até certo ponto. Mas então, um monte de pessoas na última guerra tinha tido “muita ajuda” e estavam mortos de qualquer jeito. Achava que Harry era modesto demais.
Quem sou eu para amar Harry? Mas se não eu, então quem? Quem no mundo é bom o suficiente para amar e ser amada por Harry Potter? ela pensou. Sentiu uma pontada de inveja de Hermione Granger. Hermione era certamente esperta e Parvati sabia que ela era como uma âncora para Harry. O cérebro fora do comum, ela deu um sorriso falso, apesar de que Harry é certamente esperto em seu jeito próprio.
Parvati sentiu um pouco de culpa por seus pensamentos sobre Hermione. Ela honestamente gostava da garota e respeitava que ela tinha corajosamente ajudado Harry a passar por muitas dificuldades. Qualquer relação com Harry era uma relação com os três, e ela teria que se acostumar com isso agora. Cho não tinha entendido isso.
Felizmente, Harry não parecia nutrir nenhum sentimento por Hermione e vice-versa. Na verdade, o segredo mais mal guardado de Hogwarts era Rony e Hermione dançando em volta um do outro, o que não passava despercebido por todos, que agora tentavam prever quando eles finalmente ficariam juntos.
Olhou para si mesma criticamente no espelho. Eu não acho que eu seja uma escolha tão ruim para Harry, pensou. Eu sou uma grifinória. Posso ser corajosa por ele.
E esse ano ela seria corajosa e faria com que ele a notasse.
N/A: Ei de novo! Então aí está o cap 5 completo... Desisti de postá-lo em duas partes também.. Esse cap é mais quieto, não tem tanta ação mesmo, só pensamentos... Mas a fic vai começar a ficar mais movimentada daqui a pouco...
Obrigada a todos que comentaram!! =]
E até o próximo capítulo!
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